sao as tais afinidades marxisto-utopicas. A historia e o presente sao sacrificios necessarios que temos de sofrer. Progresso e' depois. O Bernstein (nas lectures que eu disponibilizei sobre a fenomenologia do espirito do hegel) diz que uma das razoes pelas quais nao e' liberal e' que nao pode considerar a historia como um mero passado. Posto assim, as vitimas nao podem ser uns dados estatisticos ou ingredientes necessarios para o que quer que seja se venha a realizar. Ele destaca a dimensao tragica da historia que diz encontrar em Hegel (interpretacao muito disputada e que contraria a leitura tradicional)e critica ideologias que nao concebem essa dimensao (Marxismo e Neoliberalismo). Inevitabilidades sao necessariamente extra-politicas pois tornam-se uma especie de dado ou lei natural que nao compete aos homens contestar politicamente (lembro-me do Joao Miranda quando disse que o liberalismo apenas se preocupava com a forma de funcionamento do mundo). Da uma olhada nas lectures que acho que vais gostar. Um abraco.
mas ha um ponto que os neoliberais contestam no teu silogismo: que o sistema actual sacrifica milhoes de pessoas. Ou seja, eles precisam de uma especie de filosofia progressista e tem que se manter fieis a este credo. Sera que ele e' verdadeiro? Eu acho que nao, mas a minha razao nao e' economica. Acho que se entrarmos por ai, os neoliberais tem alguma vantagem, pois nao e' liquido que o mercado (apesar de todas os seus custos)nao seja a forma mais eficiente e eficaz de garantir o tal progresso material. O mercado tem componentes igualitarias fortes (a origem protestante e o odio a distincoes qualitativas que lhe esta associado sao fundamentais). O combate por um elemento meramente distributivo e' muito dificil de travar (acho eu), pois o contexto onde ele era possivel tem vindo a desaparecer. Como acho que utopias cosmopolitas distributivas sao uma ilusao (perigosa) o debate tem de ir por outro lado. Acho que algumas posicoes da teoria critica e seu seguidores sao fundamentais, embora tenha duvidas quanto ao seu potencial practico. Dilemas e tragedias...
O problema dos neoliberais é justamente, como dizes e bem, essa filosofia "progressista". Como se trata de um credo que dispensa qualquer análise de outra índole, eles nem sequer reparam na essência daquilo a que chamam "mercado". Que mercado é esse onde os dados estão viciados à partida? Para eles é só deixar andar, que os mais aptos sobreviverão para bem de todos e blá blá blá, quando lhes escapa precisamente a História, e tudo o que nos ensina em termos de relações estruturais de Poder, como mostra o Focault. Num mercado viciado, a livre-concorrência é apenas a perpetuação dos mais fortes.
As iniciativas de André Carapinha suscitam o nosso empenho. Algumas notas para se pensar em acto. Caso contrário, como dizia Adorno,a forca das coisas torna-se em determinacao negativa. 1)." A brguesia veio ao poder porque é a classe da economia em desenvolvimento. O proletariado nao pode ele próprio ser poder, senao tornando-se a classe da consciência. O amadurecimento das forcas produtivas nao pode garantir um tal poder,mesmo pelo desvio da despossessao crescente que traz consigo. A tomada jacobina do Estado nao pode ser um instrumento seu ", Guy Debord; 2)Os conceitos teóricos nunca oferecem uma alternativa real- é preciso nao nos enganarmos a esse respeito. No seu exercício mais radical, fazem oscilar a realidade, representam um desafio ao real. E devem continuar dessa forma, sob pena de se vos oporem sob a forma de juízo de valor, sob a forma de princípio, e em particular desse princípio de realidade a que se deve opor resolutamente ". J. Baudrillard.;3) O que liga estreitamente a teoria de Marx ao pensamento científico é a compreensao racional das forcas que se exercem realmente na sociedade. Mas ela é fundamentalmente um além do pensamento científico, onde este nao énservado senao superado: trata-se de uma compreensao da luta, e de modo nenhum da lei: " Nós só conhecemos uma ciência: a ciência da história ", dizia a Ideologia Alema( G. Debord). Marx tinha razao, essa a grande crítica a todos os revisionistas,nao se trata de tentar interpretar o mundo, mas, pelo contrário, de o transformar. Debord, Castoriadis e Tony Negri sao vias redentoras para a accao, que o 2+2=5 tem analisado, a par e passo. FAR
Refutação desejável do silogismo neoliberal- tentativas metafísicas
No melhor dos mundos possíveis temos de poder negar a conclusão: Se o sistema actual é inevitável então ele sacrifica milhões de pessoas. Agora por modus tollens:Se o sistema actual não sacrifica milhões então não é inevitável!!! Sacrifica quase todos
pois é, mas este silogismo não é válido, o sujeito na conclusão é mais extenso q na segunda premissa onde é predicado e viola uma das regras do silogismo aristotélico...
e qd nãe é válido, é falacioso!!tem de ser rearranjado...
10 comentários:
sao as tais afinidades marxisto-utopicas. A historia e o presente sao sacrificios necessarios que temos de sofrer. Progresso e' depois. O Bernstein (nas lectures que eu disponibilizei sobre a fenomenologia do espirito do hegel) diz que uma das razoes pelas quais nao e' liberal e' que nao pode considerar a historia como um mero passado. Posto assim, as vitimas nao podem ser uns dados estatisticos ou ingredientes necessarios para o que quer que seja se venha a realizar. Ele destaca a dimensao tragica da historia que diz encontrar em Hegel (interpretacao muito disputada e que contraria a leitura tradicional)e critica ideologias que nao concebem essa dimensao (Marxismo e Neoliberalismo). Inevitabilidades sao necessariamente extra-politicas pois tornam-se uma especie de dado ou lei natural que nao compete aos homens contestar politicamente (lembro-me do Joao Miranda quando disse que o liberalismo apenas se preocupava com a forma de funcionamento do mundo). Da uma olhada nas lectures que acho que vais gostar. Um abraco.
Joao
mas ha um ponto que os neoliberais contestam no teu silogismo: que o sistema actual sacrifica milhoes de pessoas. Ou seja, eles precisam de uma especie de filosofia progressista e tem que se manter fieis a este credo. Sera que ele e' verdadeiro? Eu acho que nao, mas a minha razao nao e' economica. Acho que se entrarmos por ai, os neoliberais tem alguma vantagem, pois nao e' liquido que o mercado (apesar de todas os seus custos)nao seja a forma mais eficiente e eficaz de garantir o tal progresso material. O mercado tem componentes igualitarias fortes (a origem protestante e o odio a distincoes qualitativas que lhe esta associado sao fundamentais). O combate por um elemento meramente distributivo e' muito dificil de travar (acho eu), pois o contexto onde ele era possivel tem vindo a desaparecer. Como acho que utopias cosmopolitas distributivas sao uma ilusao (perigosa) o debate tem de ir por outro lado. Acho que algumas posicoes da teoria critica e seu seguidores sao fundamentais, embora tenha duvidas quanto ao seu potencial practico. Dilemas e tragedias...
(muito pouco tempo para comentar)
O problema dos neoliberais é justamente, como dizes e bem, essa filosofia "progressista". Como se trata de um credo que dispensa qualquer análise de outra índole, eles nem sequer reparam na essência daquilo a que chamam "mercado". Que mercado é esse onde os dados estão viciados à partida? Para eles é só deixar andar, que os mais aptos sobreviverão para bem de todos e blá blá blá, quando lhes escapa precisamente a História, e tudo o que nos ensina em termos de relações estruturais de Poder, como mostra o Focault. Num mercado viciado, a livre-concorrência é apenas a perpetuação dos mais fortes.
(voltarei)
Abraços
As iniciativas de André Carapinha suscitam o nosso empenho. Algumas notas para se pensar em acto. Caso contrário, como dizia Adorno,a forca das coisas torna-se em determinacao negativa. 1)." A brguesia veio ao poder porque é a classe da economia em desenvolvimento. O proletariado nao pode ele próprio ser poder, senao tornando-se a classe da consciência. O amadurecimento das forcas produtivas nao pode garantir um tal poder,mesmo pelo desvio da despossessao crescente que traz consigo. A tomada jacobina do Estado nao pode ser um instrumento seu ", Guy Debord; 2)Os conceitos teóricos nunca oferecem uma alternativa real- é preciso nao nos enganarmos a esse respeito. No seu exercício mais radical, fazem oscilar a realidade, representam um desafio ao real. E devem continuar dessa forma, sob pena de se vos oporem sob a forma de juízo de valor, sob a forma de princípio, e em particular desse princípio de realidade a que se deve opor resolutamente ". J. Baudrillard.;3) O que liga estreitamente a teoria de Marx ao pensamento científico é a compreensao racional das forcas que se exercem realmente na sociedade. Mas ela é fundamentalmente um além do pensamento científico, onde este nao énservado senao superado: trata-se de uma compreensao da luta, e de modo nenhum da lei: " Nós só conhecemos uma ciência: a ciência da história ", dizia a Ideologia Alema( G. Debord). Marx tinha razao, essa a grande crítica a todos os revisionistas,nao se trata de tentar interpretar o mundo, mas, pelo contrário, de o transformar. Debord, Castoriadis e Tony Negri sao vias redentoras para a accao, que o 2+2=5 tem analisado, a par e passo. FAR
Quem vicia o mercado?
Refutação desejável do silogismo neoliberal- tentativas metafísicas
No melhor dos mundos possíveis temos de poder negar a conclusão:
Se o sistema actual é inevitável então ele sacrifica milhões de pessoas. Agora por modus tollens:Se o sistema actual não sacrifica milhões então não é inevitável!!! Sacrifica quase todos
O Poder
pois é, mas este silogismo não é válido, o sujeito na conclusão é mais extenso q na segunda premissa onde é predicado e viola uma das regras do silogismo aristotélico...
e qd nãe é válido, é falacioso!!tem de ser rearranjado...
O silogismo é válido se se interpretar como uma bi-condicional ("se e somente se") e não como uma condicional ("se... então...")
Aliás, a primeira premissa remete logo para a bi-condicional:
O sistema actual é INEVITÁVEL
É preciso um pouco de interpretação dos termos, isto não é lógica pura.
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