A juventude iraniana procura ideias novas
para combater os aprendizes-de-feiticeiro
Por Daryush Shayegan*
" Paralelamente, a esta nova dose de retribalização delirante ( eleição presidencial de Mahmoud Ahmadinejad ) e a este impasse crispado forjado politicamente, consegue-se descortinar ao mesmo tempo - e nisso se traduz o paradoxo inacreditável da situação iraniana - o aparecimento de uma coligação de todas as culturas do mundo. Nunca como agora os iranianos se interessaram tanto pelas ideias e projectos internacionais, em ordem a
encararem a retoma do projecto de revolução. Essa curiosidade pelas novas ideias define acima de tudo a postura actual da juventude. O Irão é o país onde se vendem mais livros de filosofia do que romances. Contudo, a revolução da Internete criou um novo acontecimento: uma revolução electrónica avassaladora e novos hábitos de pensar e realizar. Assistimos a uma espécide de heterogénese, muito parecida com a que aconteceu na Europa e nos EUA. Todos os assuntos de actualidade os seduzem, sobretudo a mundialização e a virtualização.
Mesmo no interior de regimes surreais, endurecidos pelo manejo da sua intransigência e por acréscimo fanáticos em tudo reduzir aos limites cegos da sua propaganda, o vento da mudança sopra graças ao espírito do tempo e não poupa ninguém ".
* Filósofo, última obra publicada:" O reencantamento do Mundo e o pensamento
nómada", Editions de l´Aube, 2005.
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