O país a sofrer um choque tecnológico e ele céptico. O insucesso nas ciências e na matemática acabrunham qualquer um. Culpa do sistema de ensino? Das indústrias de explicações? Quem sabe? A verdade é que no caso dele a culpa foi da prof. e dos colegas. Era no tempo da segregação sexual. Liceus femininos e masculinos. Matemática com n horas semanais. E a prof. tão diferente dos coirões que por aí dão aulas. Também é verdade que com o tempo as fantasias se requintam. Trinta putos entre os 15 e os 19 anos. A prof. decotada e perfumada. A aula começava com o M. a pôr o lenço em cima da carteira. Em seguida um olhar cúmplice para os colegas. Começava o momento pitagórico. O número abria-se. Seguia-se a construção faseada, em técnica oriagami, de um pássaro tomando forma. Maravilha das geometrias. Fase completa, olhar, risos na assistência. A prof. entusiasmadíssima com a recepção dos alunos. Nova pedagogia avant la lettre. E aí, a 10 minutos do fim da aula, M. abre a braguilha e tira o pirilau. Põe o pássaro perfeito na mão livre e esgalha uma. Depois o delírio. Toca, o rapaz vem-se, o pássaro voa. Que sincronia! A turma desmancha-se em aplauso. A prof sai em glória. Como perceberam esta história é do passado. O insucesso na matemática persiste, mas hoje as escolas são mistas. Fodemos uns com os outros. Masturbamo-nos pouco. Bendita democracia!
Josina MacAdam
3 comentários:
Bendita democracia, dizes bem Josina...
Bem dita a democracia.
bendita
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