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sexta-feira, 23 de maio de 2008

Alain Badiou: Os intelectuais perante Sarkozy e Pétain…

" O apoio a Sarkozy- a família Glucksmann, Alain Finkielkraut, Pascal Bruckner, entre outros, significa a possibilidade para os intelectuais e filósofos de agora se tornarem reaccionários clássicos, " sem hesitação nem murmúrio ", como diz o regulamento da lei militar. Fazem parte desse processo de adesão o convívio corrompido dos ricos e dos poderosos, a xenophobia anti-popular e a adoração da política Americana. Outrora quando um intelectual era de direita, tinha complexos por isso.Mesmo Raymond Aron os tinha!


" A sequência do pós-guerra(1945) tinha agenciado o personagem bem característico do intelectual de Esquerda. Iremos assistir- é o que desejo- à morte do intelectual de Esquerda. Que vai cair ao mesmo tempo que toda a Esquerda, antes de renascer das cinzas, qual fénix.Esse renascimento só se realizará por opção: Ou radicalismo politico de tipo novo, ou adesão reaccionária. Não existe meio-termo.


"Há um espírito comum entre o sarkozismo e o pétainismo: O pétainismo é uma espécie particular de " reacção/direita" francesa, que existe desde 1815. Primeiro traço: apresentar uma política de capitulação ( outrora perante Hitler, hoje perante o hipercapitalismo e GWBush) como uma regeneração nacional: A "ruptura" de Sarkozy, o que é? Consiste no desmantelamento das conquistas sociais, o propósito de os ricos pagarem menos impostos, a privatização–relâmpago da Universidade e a concessão das mais loucas facilidades aos grandes negociantes. Esta forma de mascarar a submissão ao capitalismo mundializado jogando a carta da " revolução nacional ", é própria do pétainismo. Segundo tópico: desenvolve uma repressão administrativa muito dura, visando os grupos tidos por estrangeiros à sociedade " normal".


"A democracia que conhecemos, só é apropriada ao capitalismo.O que se apelida de democracia representativa é uma forma de poder oligárquico. O debate sobre a democracia nesse sentido, remete-nos para um problema ainda insolúvel para a Esquerda e Extrema-Esquerda, por agora. Isso tudo está relacionado com o abandono da categoria chamada ditadura do proletariado. Contudo, não defendo a experiência histórica dessa categoria.


" Penso que a promoção dos massacres e das vítimas como os únicos conteúdos interessantes da História, está ligado a um processo profundo de despolitização. Examinar todas as situações exclusivamente através das categorias morais conduz à impotência política. Por outro lado, não julgo que a memória seja uma boa categoria de forma a evitar a repetição dos desastres. Porque essa não- repetição pressupõe uma avaliação racional e abalizada sobre o que aconteceu. Distinguir entre o que deriva da emoção pela repulsa e da emoção pela fascinação é muito difícil. Sim, desconfio da memória. Tanto da memória das atrocidades coloniais ou do estalinismo como da do nazismo".

FAR

segunda-feira, 7 de abril de 2008

ALAIN BADIOU, A CAMINHO DE UMA NOVA TEORIA DO SUJEITO - Conferência, 10 de Abril



Conferência no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (metro:Entrecampos)

10 de Abril * 18h * Sala Polivalente

por BRUNO BOSTEELS (Cornell University)
Autor dos livros Badiou and Politics e Alain Badiou o el recomienzo del materialismo dialéctico, Bruno Bosteels realizou o seu doutoramento na University of Pennsylvannia e foi professor em Harvard e em Columbia. Actualmente é professor na Cornell University. Entre as suas principais áreas de interesse contam-se a literatura e a cultura sul-americanas, mas tem igualmente investigado temas como os movimentos radicais dos anos 60 e 70, o dandismo e anarquia na viragem do século XIX para o século XX ou a recepção de Marx e Freud na América Latina. Também editor da revista Diacritics, Bosteels tem publicado vários artigos sobre filosofia europeia contemporânea, acompanhando muito particularmente a filosofia de Alain Badiou.

terça-feira, 18 de março de 2008

Alain Badiou: Sabotemos o cálice das paixões tristes (1)

O novo livro de Alain Badiou, “Petit panthéon portatif”, que acaba de ser publicado em França, pelas edições “La Fabrique”, Paris, exorta e convida, como o estabeleceu, “definitivamente, Platão, que é a partir da Verdade, declinada se for preciso como Belo ou Bem, que se origina toda a paixão lícita e toda a criatividade de irradiação universal”. E pensar e sentir com Espinosa, acrescenta o autor de “O Ser e o Acontecimento”, que “só os homens livres são muito reconhecidos”. E lembra que para Deleuze, “o pensamento não é senão outra coisa que uma incandescente exposição face ao infinito caótico, no Cosmos”.

Assumidos estes tópicos éticos, Badiou avança, muita vezes evocando os seus tempos de aluno da ENS Rue d´Ulm, para as suas homenagens (com perspectiva crítica) aos mestres e colegas de uma época de ouro do pensamento francês, 1960/80: Georges Canguilhelm, Jean Hyppolite (o grande tradutor de Hegel, lido fervorosamente na Alemanha), Louis Althusser (prof e cúmplice na ENS: “A filosofia é a instância de apelação imanente dos fracassos da política”) e Jean-Paul Sartre (“A Esquerda Proletária(GP) não tinha senão esta palavra de ordem: Temos razão em nos revoltar. A “Crítica da Razão Dialéctica", constitui a razão dessa razão”…).

No que se refere aos seus colegas e, amiúde, contraditores, como Foucault, Deleuze, Lyotard, por exemplo, os textos de Badiou prolongam polémicas acerbas ou esbatem diferenças assimiladas. De grande nível, intensidade conceptual e filosófica. Sobre Lyotard e o seu irremediável cepticismo, Badiou escreve: “Como resistir sem o marxismo, isto é,sem sujeito histórico objectivo, e mesmo, como ele o afirma, sem finalidades determinadas?”. E aprofunda em páginas muito densas o seu pensamento: “A política não se estabelece com o poder, pertence à ordem do pensamento. Não visa a transformação, mas sim, a criação de possibilidades anteriormente informuláveis. Não se deduz a partir de situações, porque as deve determinar à partida".

Até à mais extrema das consequências , diz Lyotard. Este princípio: agarrar a consequência, mesmo se for julgada extrema pela opinião corrente, é filosoficamente crucial. Isso é a meu ver, a lei essencial de uma verdade qualquer. Porque toda a verdade se tece de consequências extremas. Não existe verdade senão for extrema”, frisa.

Sobre Deleuze, num texto muito belo e profundo, sinaliza: “Com o esvaziamento de todo o pensamento da finitude (fim da metafísica, fim das ideologias, fim das narrativas, fim das revoluções…) Deleuze confronta a convicção : nada é interessante que não seja afirmativo. A crítica, os limites, as fraquezas, os fins, a modéstia, tudo isso não se equivale a uma só afirmação Verdadeira”. ( Continua)

FAR

domingo, 16 de março de 2008

Breaking News Breaking News

Alain Badiou homenageia os seus mestres

Petit panthéon portatif”, é o título geral de um panfleto subversivo de luta contra a falsificação teórica, o abuso da especulação mediática e as deletérias e sinistras dominações políticas. Trata-se de uma recolha de textos de homenagem e crítica aos mestres e colegas desaparecidos, realizada superiormente por Alain Badiou. Ultrapassando o estigma da circunstância e da emoção pura, o guru da Ultra-Gauche francesa e mundial confronta e ilumina os traços fundamentais do pensamento de Deleuze, Foucault, Lyotard, Derrida e Françoise Proust, entre muitos outros. Trata-se de um conjunto absolutamente genial de hipóteses e de cartografia de conceitos operacionais e não estáticos. Dada a singularidade do acontecimento, alertamos para o valor incalculável deste projecto, desde já. Vamos analisar e detalhar a estratégia transformativa do trabalho, nos dias que se irão suceder. O livro foi posto, hoje, à venda em França: La Fabrique Éditions, Paris.

FAR

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Alain Badiou: “Os partidos são organizações estatistas”

No calor da polémica que nos tem exaltado e jubilado, sobre os limites da Democracia e dos partidos, alternativas e becos sem saída, pareceu-me importante buscar no magnífico e triunfal trabalho teórico de Alain Badiou, de novo, mais algumas pistas de grande acuidade e pertinência. E voltaremos a esse dispositivo de combate e desmistificação, sempre que as circunstâncias o aconselharem, como soe dizer-se…

1. «Distingamos partido, forma específica de acção política colectiva, invenção especial que data do final do séc.XIX, do tema geral que abrange a organização. Toda a política é organizada, disso não se duvida. Mas o partido remete para outra coisa, que ultrapassa a organização. Partido quer dizer: organizado para o Poder de Estado. Hoje, isso toma a forma obrigatória da maquinaria eleitoral, das alianças, da “esquerda unida” e outras invenções, através das quais circula a eternidade negativa da decepção e da corrupção. “Política sem partido”, não quer dizer, de modo algum, sem potência, bem pelo contrário. (…) os partidos, hoje, não são partidos políticos. São organizações estatistas, mesmo que se digam de oposição frontal. Constituem esses partidos, os que “não têm política”, porque o espaço parlamentar dos partidos é, de facto, uma política de despolitização». Entrevista Alain Badiou/Daniel Bensaid, in “Penser la Politique”, Marx au XXI Siècle. Paris.

2. «Durante a fase da política dos partidos, o paradigma lógico era a dialéctica hegeliana, a teoria da contradição. Hoje, a lógica dialéctica hegeliana está saturada. Não podemos já usar o paradigma da contradição. Sobre as hipóteses formuladas por Negri e Hardt, a democracia é a criatividade do movimento. Há nisso uma boa dose de vitalismo. No fim da linha Negri, o conceito permanence no interior da clássica oposição entre o movimento e o Estado. Trata-se, efectivamente de uma concepção vitalista: a democracia é a espontaneidade e a capacidade criadora do movimento».

«Existe, de um lado, a definição da democracia como forma de Estado; e do outro, a Democracia Imanente, determinação colectiva do Movimento. Penso que a oposição Estado/ Movimento também está saturada. Nós não podemos simplesmente opormo-nos à opressão ou ao estado do sistema repressivo, só com, do outro lado da barricada, a criatividade do Movimento. Isto é um velho conceito».

«Devemos procurar encontrar um novo conceito de Democracia, aquele que fica de fora da oposição entre Democracia Formal (que é a democracia enquanto forma e Estado), e o betão Democracia (que é a Democracia do movimento popular). Negri permanece no interior desta oposição clássica utilizando outros nomes: o estado do Império, a multitude do movimento. Mas novos nomes não indicam coisas novas». Entrevista com estudantes, Universidade de Washington, finais 2006.

FAR

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

IV- Alain Badiou: O acontecimento e o ilimitado

O espantoso livro de Alain Badiou, “ De quoi Sarkozy est-il le nom?”, continua a agitar o espaço político e cultural mundial. E força os mediocratas e intelectuais engagés a optarem. O debate tem tido uma envergonhada repercussão em Portugal. José Pacheco Pereira, de forma elíptica e redundante, tem postado textos, in Público, vertidos no Abrupto, em seguida, onde, usando tese cara a Jean Baudrillard só se detecta a “ transparência do Mal”; pois, sublinha“o arbitrário é difuso", e os intelectuais tentam o impossível “para incarnar o integrismo do pensamento legítimo com todo o ardor do masoquismo". E do sadismo, acrescentamos nós…

1. “Existe apesar de tudo um problema acerca do Acontecimento, analisado por Badiou. Ele próprio mo confessou: há como que uma oscilação…acontecimento…Como o designer? Ele não quer dar o passo Derrideano (J.Derrida) de confessor, que, o Acontecimento, não se reconhece senão no seu traçado. Apesar de tudo, recusa-se a substancializar o Acontecimento. Ele di-lo, precisamente: “ O que conta não é o acontecimento, em-si, mas a Fidelidade. O problema não reside na separação que se pode verificar entre o Acontecimento e a sua apelação". in (Slavoj Zizek, etudes lacanienes)

Alain Badiou: “ Importa opor o ilimitado ao ideal científico. Adorno é um dos que apostaram no ideal do ilimitado, com e depois Bergson, Heidegger, Deleuze e outros, opostos a uma forma suposta fechada do ideal científico. A compreender como o que veicula que a negação da negação é a afirmação e encerra, por conseguinte, a negação. O ideal do ilimitado, pelo contrário, visa a ideia de uma negação tal que, mesmo a negação a não apaga; apesar de tudo, poder-se-ia negar a negação, mas não a conseguimos suprimir e toda a abertura será mantida. O ilimitado é o processo de substituir à forma a transformação da forma. O informal é, nesta perspectiva, a possibilidade de se confrontar ao informe. Na dimensão que faz com que toda a forma não se postula senão para ser imediatamente transformado, e esta transformação deve ser ela própria errática ou sem forma”. (Seminário da E.Normale.Sup.2005. Sobre a tese de Adorno in “Dialéctica Negativa“)


FAR

domingo, 13 de janeiro de 2008

Alain Badiou-III: “A coragem é uma questão de tempo”

De uma entrevista dada pelo autor, “De quoi Sarkozy est-il le nom?”, diatribe super-radical de grande impacto mundial contra o capitalismo neoliberal, inserta no jornal Humanité, de 6/Nov-07, mais alguns pontos nucleares sobre a sua argumentação.

I.“O serviço dos bens, para retomar a expressão de Lacan, é o serviço do capitalismo liberal. Os bens são produzidos e distribuídos num regime de economia de Mercado. Se estamos ao serviço do serviço dos bens, é isso que devemos apoiar. Ora, do meu ponto de vista, o capitalismo liberal não fixa nenhuma orientação para o futuro da colectividade. O cidadão não passa senão por ser o que comparece perante o Mercado. É o consumidor, tal como é sinalizado pela circulação das mercadorias. Por isso, a nossa sociedade tal qual se encontra não consegue representar o seu futuro colectivo. As pessoas, elas próprias na sua particular existência, estão excluídas de construir o que ultrapasse o consumo e o aforro. É isso a desorientação.”

II. “A coragem consiste em fazer finca-pé num ponto. Não só de duração curta, mas também longa. É uma questão de tempo. Boa parte da opressão actual é uma opressão sobre o tempo. Estamos constrangidos a arcar com um tempo dividido, descontínuo e disperso. No qual, a rapidez é o momento maior. Esse tempo não é o do projecto, mas sim, o do consumo, o do assalariado. A coragem poderá consistir em tentar impor uma outra temporalidade. A fazer força em certos pontos contra ventos e marés, numa duração que não dependerá de critérios de sucesso ou de derrota impostos pelo modelo da sociedade liberal “.

III. “Os oprimidos não têm outra hipótese a não ser a sua disciplina. Quando não se tem, nem o dinheiro, nem armas, nem poder, não existe outra coisa senão a unidade. A nossa questão central. É, portanto, qual é a forma que pode tomar uma outra disciplina? Do ponto de vista filosófico, penso que é necessariamente uma disciplina da verdade, uma disciplina gerada pelo próprio processo. O que surge, o que acontece, deve ser a lei comum para essa disciplina ser realizada. Dito de outra forma, é o próprio processo político que deve engendrar a sua disciplina.”


FAR

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Alain Badiou: Sarkozy elabora uma ontologia do lucro!

“Il élabore, nôtre president, une ontologie du profit: ce qui n´a pas de profitabilité n´a pas de raison d´être”, aponta Alain Badiou , um dos mais polémicos filósofos da actualidade mundial, num panfleto politico e ideológico de alta voltagem, intitulado, “De quoi Sarkosy est-il le nom?”. O manifesto está a causar imenso impacto no interior do espaço politico europeu. A mensagem principal elabora através de uma perfomativa construção filosófico-científica , a tese de que “se nada contribui para furar a realidade, se nada se situa fora dela, se nenhum ponto pode ser sustentado por si próprio, custe o que custar; então não existe senão a realidade e a submissão a esta realidade, a que Lacan chamava ´o serviço das utilidades`. Como se sabe, o serviço das utilidades é o dispositivo dos que possuem a posse dos bens”.

Badiou tenta erguer uma política de emancipação que rompa com a ordem das opiniões estabelecidas, a desigualdade e a protecção armada dessa realidade, a que chama “hipótese comunista”, mas que estilhaça o legado histórico perdedor da ex-USRR e das democracias de Leste. « Ce point est essential: dès le début, l´hypothèse communiste ne coincide nullement avec l´hypothèse «démocratique» qui conduira au parlementarisme contemporain. Elle subsume une autre histoire, d´autres événements. Ce qui, éclairé para l´hypothèse communiste, semble important et créateur est d´une autre nature que ce que sélectionne l´historiographie démocratique bourgeoise. C´est bien pourquoi Marx, donnant ses assises matérialistes à la première grande sequence effective de la politique d´émancipation moderne, d´une part reprend le mot «communisme», d´autre part s´écarte de tout «politicisme» démocratique en soutenant, à l´école de la Commune de Paris, que l´État bourgeois, fût-il aussi démocratique que l´on veut, doit être détruit».

«No fundo, apelido de comunismo, e era esse o sentido que já lhe era dado por Marx, uma sociedade que se postule livre da regra dos interesses. Uma sociedade na qual o que se procura, o que se faz, o que se quer, não seja determinado, de uma ponta à outra, pelos interesses individuais ou de grupo. É isso o comunismo. (…) Isso pode não ser um programa mas, sem esta concepção, penso que a vida política não tem interesse nenhum. E não tem interesse nenhum porque consiste em saber, tão-só, como se irá negociar entre os interesses de uns e dos outros , assinala numa entrevista a Fréderic Taddéi , inserta no colectivo ‘Réseau des Bahuts’».

Atenção, no entanto. Badiou não vive do passdo nem está prisioneiro de fórmulas arcaicas, tipo marxismo-leninismo grupuscular. “O marxismo, o movimento operário, a democracia de massa, o leninismo, o Partido do proletariado, o estado socialista, todas estas invenções notáveis do século XX, não são realmente de mais utilidade. Na ordem da teoria, devem ser certamente conhecidas e meditadas. Mas na ordem da política, tornaram-se impraticáveis. É um primeiro ponto de consciência essencial”, escreve no livro, onde insiste em sublinhar, como vivemos “num periodo intercalar dominado pelo inimigo”, a alternativa pode estar situada numa “nova relação entre o movimento politico real e a ideologia . (…) A hipótese comunista como tal é genérica, ela constitui o ´fundo` de toda a orientação emancipadora e classifica a única coisa que faz com que nos interessemos pela política e pela história”. Para ler e comentar, sem perder tempo, portanto.

Alain Badiou, “De quoi Sarkozy est-il le nom?", Edit. Lignes. Paris.2007

FAR

domingo, 16 de dezembro de 2007

Alain Badiou: O que é a "ruptura" de Nicolas Sarkozy

"Il est tout à fait essentiel que Sarkosy ait fait campagne sur le motif de la rupture. Rupture, profondes réformes, mouvement aussi incessant que celui des moustiques: Sarkozy annonce qu’ il va surmonter la crise morale de la France, il va la remettre au travail. C´est quand même formidable de dire aux gens, dans l’état où ils sont, et du haut du costume trois pièces du maire de Neuilly: "Je vais vous remettre au travail, moi !". On dirait une bourgeoisie du XIX siècle s’adressant à sa bonne. Mas non, c’est la rupture, c’est le renouveau. Le contenu est évidement l’obéissance sans réserves aux exigences des potentats du capitalisme mondialisé. La situation militaire est l’affaire des Américains, la situation intérieure celle des grands financiers, etc. On frappera que les faibles, les pauvres, les étrangers. La "rupture" est en realité une politique de la courbette ininterrompue, qui va se présenter comme une politique de la régénération nationale".
O grande filósofo francês, prof. na École Normale Supérieure da Rue D’Ulm - Paris, acaba de publicar um pequeno livro altamente polémico contra a via para a salvação do Capitalismo proposta por Sarkozy, o novo PR gaulês.
O panfleto, com 160 páginas, está a deflagar uma imensa polémica. Até o Le Monde, pela pena de R-P-Droit, se "comoveu" com a terrível diatribe de Badiou... Dentro de dias, tentaremos apresentar um texto mais alargado, claro.

Alain Badiou, «De quoi Sarkosy est-il le nom? »
Nouvelles Éditions Lignes, Paris Nov. 2007


FAR