Agora que o governo britânico expulsou um diplomata israelita de Londres acho por bem aproveitar a oportunidade para revisitar o assassinato do dirigente do Hamas Mahmoud Al-Mabhouh no Dubai a 19 de Janeiro.
É uma história de faca e alguidar e não me perguntem como é que sei o que vos vou contar. Não digo.
Al-Mabhouh – para além de no passado ter estado envolvido em operações terroristas pelo Hamas e de estar na lista de terroristas dos serviços secretos e de imigração europeus – era actualmente o elo de ligação entre o Hamas e o Irão no negócio de armas. O Dubai como porto livre é um dos principais locais para o negócio de armas do mundo. (Os serviços secretos russos assassinaram no Dubai um ano antes um dos dirigentes rebeldes chechenos)
Mas o assassinato de Al-Mabhouh não foi levado a cabo numa operação relâmpago.
O tipo de operação que decorreu no Dubai revela que o líder do Hamas estava a ser meticulosamente seguido há meses senão anos. O tipo de controlo levado a cabo deve ter envolvido meios técnicos, humanos e físicos.
Três (ou quatro) palestinianos foram presos no Dubai após o assassinato e tem havido um silêncio total sobre a sua identidade. Na Síria alguns elementos do Hamas foram também interrogados.
O dirigente do Hamas chegou ao Dubai sem guarda-costas. Aparentemente os guarda-costas não conseguiram reservar bilhetes de passagem para o dia em que Al-Mabhouh viajou o que indica que a viajem ou pelo menos as reservas da mesma foi precipitada.
Mas a equipa enviada para matar Al-Mabhouh já se encontrava no Dubai quando este lá chegou vindo da Síria onde residia. (Excepto o comandante no terreno da operação um francês usando o nome falso de Peter Elvinger que chegou na madrugada do dia da chegada de al Mabhouh). A equipa tinha na verdade chegado ao Dubai vinda de diferentes partes do mundo (Paris, Frankfurt, Roma e Zurique) o que só por si é indicativo de como a operação tinha sido planeada com muita antecedência. Mas não se sabia para que hotel o homem do Hamas iria. Ou melhor sabia-se o nome de dois hotéis dos quais Al-Mabhouh iria escolher um após chegar ao Dubai. Sabia-se também que o palestiniano viajava com um passaporte falso o que obviamente lhe deu falsa segurança. Um grupo foi estacionado num hotel; outro grupo no outro. No dia da chegada do dirigente do Hamas um outro grupo estava no aeroporto à sua espera para o seguir. Quando ficou claro que al-Mabhouh iria seguir para o Al Bustan Rotana Hotel o outro foi abandonado pelos elementos da equipa que ali estavam colocados concentrando-se toda a equipa no hotel escolhido pelo palestinano e nas suas imediações.
No hotel que Al-Mabhouh escolheu o palestiniano foi seguido de perto até ao seu quarto (é o video do hotel com dois homens disfarçados de jogadores de tenis a sairem no mesmo andar que al Mabhouh). Com o quarto identificado (quarto 230) agentes reservaram um quarto no mesmo andar ( A reserda co quarto 237 foi feita em nome de Elvinger).
Nesse mesm dia (19 de Janeiro) o dirigente do Hamas esteve na embaixada do Irão para discutir um carregamento de armas para a Faixa de Gaza. Regressou ao seu hotel por volta das 8.30 da noite. Antes disso houve uma entativa de “reprogramar” a chave electrónica do quarto de al Mabhou. Os agentes sabiam que Al-Mabhouh não tinha nenhum encontro previsto para essa noite. Nessa noite foi assassinado pouco depois de ter chegado. Não houve qualquer indício de arrobamento ou violência para se entrar no quarto. Al-Mabhouhb recebeu primeiro um choque eléctrico de uma “stun gun” depois foi injectado com Suxamethonium que quando injectado em grandes quantidades causa a paralisação do coração. Dificil de detectar após a morte.
Os agentes que participaram na missão estiveram sempre em contacto telefónico com um número na Áustria. É possivel no entanto que esse numero trasnferisse automaticamente as chamadas para um outro noutra parte do mundo. Isto indica que o comandante ou comandantes da operação não acompanharam a equipa ao Dubai.
Todos os membros da equipa enviada ao Dubai usaram cartões de crédito ligados a uma companhia de nome Payoneer. O director da Payoneer é um antigo membro das forças especiais israelitas. A Payoneer é controlada por uma outra companhia sediada em Israel. A maior parte dos pagamentos que efectuaram para despesas no Dubai foram no entanto feitos em cash
Os membros da equipa de assassinos deixaram o Dubai para diferentes partes do mundo. O comandante no terreno, o francês Elvinger, deixou o Dubai pouco antes do assassinato.
Quatro deles foram para a África do Sul.
Dois deles partiram para o Irão.
Pode não haver dúvidas sobre quem levou a cabo a operação. As incertezas jazem em quem colaborou, porquê e durante quanto tempo.
Jota Esse Erre
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quarta-feira, 24 de março de 2010
Da Capital do Império
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quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Elite mundial valoriza ultra-liberalismo dos Emiratos Árabes Unidos
Dubai, a capital dos Emiratos Árabes Unidos, tornou-se, há cindo anos a esta parte, na Meca da especulação comercial e imobiliária do Mundo. Os petro-dólares de raiz russa e árabe "fugiram" dos bancos americanos e europeus e refugiaram-se neste reino das Mil e uma Noites. Esta crónica económica do correspondente do Libé, de hoje, acentua esta tendência para o investimento no reino. Bons preços no imobiliário e ausência de uma quase nulidade no pagamento de impostos, estimulam o engodo dos grandes capitalistas russos ou latino-americanos à procura de lucro fácil e seguro.
« «Bénéfice assuré».«Dans la plupart des salons internationaux auxquels nous participons, nous avons remarqué une très forte hausse de la demande de la part de clients russes. Ce sont les prix du marché immobilier de Dubaï qui les attirent. Dans le résidentiel, le mètre carré des appartements ou villas de classe A se situe en moyenne à 3 000 dollars [environ 2 000 euros, ndlr]. Alors qu’à Moscou, les prix pour des logements de qualité très inférieure sont beaucoup plus élevés», explique Mohammed Nazir, un Sri-Lankais directeur général de l’agence Maraicar Real Estate. Beaucoup de ses clients sont de riches hommes d’affaires kazakhs ou russes qui investissent à Dubaï avec la perspective de s’y installer définitivement et d’y transférer leurs activités commerciales. «La corruption est quasiment nulle et vous n’avez pas à payer d’intermédiaires et de fonctionnaires pour votre business comme c’est le cas de façon systématique dans les pays de l’ex-URSS. Par ailleurs, vous ne payez pas d’impôts», explique Russvet Emurlaev, un Ouzbek installé à Dubaï depuis dix ans, directeur de la Deeraj & East Coast LLC, soulignant l’intérêt de «pouvoir investir pour une courte période et revendre avec un bénéfice assuré et non fiscalisé, ce qui est très pratique pour mettre de l’argent à l’abri pendant des périodes d’incertitude économique et politique».
L’explosion de l’immobilier à Dubaï remonte à 2002. C’est à cette époque que le cheikh Zayid ben Sultan al-Nahyan, défunt premier président des Emirats arabes unis, autorise les étrangers à devenir propriétaires pour une durée illimitée d’immobilier résidentiel ou commercial. Il s’agit de faire face à l’afflux soudain de capitaux et de touristes du Moyen-Orient qui, après les attentats du 11 Septembre, ne se sentent plus à l’aise en Amérique du Nord et en Europe. Depuis, Dubaï est devenu un gigantesque chantier où des centaines de milliers de mètres carrés de tours, de villas et de centres commerciaux sont en construction. De grandes sociétés internationales, comme le cabinet Ernst & Young ou Universal, y installent leur quartier général pour le Moyen-Orient. »
Ruée russe sur le luxe de Dubaï. JEAN-FRANÇOIS GUÉLAIN
Libération
FAR
« «Bénéfice assuré».«Dans la plupart des salons internationaux auxquels nous participons, nous avons remarqué une très forte hausse de la demande de la part de clients russes. Ce sont les prix du marché immobilier de Dubaï qui les attirent. Dans le résidentiel, le mètre carré des appartements ou villas de classe A se situe en moyenne à 3 000 dollars [environ 2 000 euros, ndlr]. Alors qu’à Moscou, les prix pour des logements de qualité très inférieure sont beaucoup plus élevés», explique Mohammed Nazir, un Sri-Lankais directeur général de l’agence Maraicar Real Estate. Beaucoup de ses clients sont de riches hommes d’affaires kazakhs ou russes qui investissent à Dubaï avec la perspective de s’y installer définitivement et d’y transférer leurs activités commerciales. «La corruption est quasiment nulle et vous n’avez pas à payer d’intermédiaires et de fonctionnaires pour votre business comme c’est le cas de façon systématique dans les pays de l’ex-URSS. Par ailleurs, vous ne payez pas d’impôts», explique Russvet Emurlaev, un Ouzbek installé à Dubaï depuis dix ans, directeur de la Deeraj & East Coast LLC, soulignant l’intérêt de «pouvoir investir pour une courte période et revendre avec un bénéfice assuré et non fiscalisé, ce qui est très pratique pour mettre de l’argent à l’abri pendant des périodes d’incertitude économique et politique».
L’explosion de l’immobilier à Dubaï remonte à 2002. C’est à cette époque que le cheikh Zayid ben Sultan al-Nahyan, défunt premier président des Emirats arabes unis, autorise les étrangers à devenir propriétaires pour une durée illimitée d’immobilier résidentiel ou commercial. Il s’agit de faire face à l’afflux soudain de capitaux et de touristes du Moyen-Orient qui, après les attentats du 11 Septembre, ne se sentent plus à l’aise en Amérique du Nord et en Europe. Depuis, Dubaï est devenu un gigantesque chantier où des centaines de milliers de mètres carrés de tours, de villas et de centres commerciaux sont en construction. De grandes sociétés internationales, comme le cabinet Ernst & Young ou Universal, y installent leur quartier général pour le Moyen-Orient. »
Ruée russe sur le luxe de Dubaï. JEAN-FRANÇOIS GUÉLAIN
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