Mostrar mensagens com a etiqueta Empresários. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Empresários. Mostrar todas as mensagens
terça-feira, 10 de maio de 2011
domingo, 4 de abril de 2010
Da capital do Império
Ganhar 15.000 dólares por mês para estar num escritório a pensar é sem dúvida um bom emprego. Mesmo que a condição seja a de não estar a pensar na morte da bezerra mas sim em produzir uma ideia genial ao fim de um tempo determinado, digamos seis meses.
Isso, descobri outro dia, é bem possível e também bem comum aqui nos “states”, graças ao chamado “Venture Capital”. É aquilo que em português se chama de “capital de risco”, capital que busca investimentos em novas companhias, procurando novas ideias para apostar no seu triunfo e em lucros futuros.
“Venture capital” é assim também aquilo que todos os aspirantes a empresário procuram para poderem lançar a sua ideia que se poderá tornar no próximo Yahoo ou no próximo Google ou no próximo avião não tripulado capaz de ultrapassar as capacidades dos actuais. É essa junção de ideia/sonho com capital que é ao fim e ao cabo essencial para o sucesso.
Se há ainda “capitalistas de risco” individuais hoje em dia esse tal capital de risco é administrado por companhias de investimentos que se concentram nesse tipo de especulação. Por exemplo, a Foundation Capital ou a New Enterprise Associates e outras.
Essas companhias concorrem entre si à procura daqueles que possam ter ideias e por isso estão dispostos a pagar para outros pensarem. E os que pensam por um período de tempo até aperfeiçarem a sua ideia tem mesmo um nome – “Empresário Residente” (Entreperneur in Residence) ou EIR na gíria das companhias de capital de risco.
Vejamos por exemplo o caso do Professor de Informática Kai Li. Encontrou-se com um velho amigo que trabalha para a New Enterprise e falou-lhe de uma ideia em que há muito estava a matutar. Conversa puxa conversa, uns almoços e jantares e Kai Li acaba como EIR na New Enterprise. Quando o seu projecto final foi aprovado a New Enterprise forneceu o capital necessário, Kai Li foi nomeado um dos directores da nova empresa e assim nasceu a Data Domain. A Data Domain foi comprada o ano passado pela EMC pelo valor de 2.300 milhões de dólares. Embora a New Enterprise não tenha revelado qual o montante do seu investimento inicial todos concordam que o seu lucro deve ter sido enorme. Ter Kai Li a pensar durante vários meses em troca de um bom salário e de um investimento inicial foi mais do que compensador.
Claro que isto é um sucesso de uma envergadura rara. A média de negócios de companhias apoiadas inicialmente por capital de risco foi o ano passado de apenas 144 milhões de dólares.
Mas há outros sucessos grandes. Roger Linquist que foi EIR na companhia de capital de risco Accel formou a companhia MetroPCS que acabou por angariar investimentos de 1200 milhões de dólares.
Mas qual o número de EIRs que são pagos para pensarem e que realmente produzem ideias válidas e de sucesso? Cerca de 50%. Ou por outras palavras: metade dos EIRs não produzem ideias em que valha a pena investir.
Mas 50% por sucesso de pensadores parece ser suficiente. Só assim se pode justificar o facto das principais companhias de capital de risco possuírem hoje dois ou três EIRs a pensarem ao mesmo tempo, a apresentarem regularmente o desenvolvimento dos seus planos.
Por exemplo a Foundation Capital está neste momento a pagar 15.000 dólares por mês a um tal Michael Bauer. Contracto inicial de seis meses para expandir numa ideia de um negócio de energia. O resto é segredo.
Nada de especial nesse acordo, diz a companhia. Na generalidade ter EIRs a pensarem compensa, acrescenta.
As estatísticas comprovam isso. Nos dez anos terminados a 30 de Setembro do ano passado os lucros dessas companhias de capital de risco foram de uma média anual de 8,4%. Não é mau. Mas se contarmos os 10 anos terminados a 30 de Setembro de 2008 então os lucros anuais das companhias de capital risco foram de 40,2 %. O que é excelente. Capital de Risco é como o nome indica arriscado. Mas parece ser uma boa ideia disposta a arriscar por outras. Alguém tem uma?
Abraços,
Da capital do Império
Jota Esse Erre
Isso, descobri outro dia, é bem possível e também bem comum aqui nos “states”, graças ao chamado “Venture Capital”. É aquilo que em português se chama de “capital de risco”, capital que busca investimentos em novas companhias, procurando novas ideias para apostar no seu triunfo e em lucros futuros.
“Venture capital” é assim também aquilo que todos os aspirantes a empresário procuram para poderem lançar a sua ideia que se poderá tornar no próximo Yahoo ou no próximo Google ou no próximo avião não tripulado capaz de ultrapassar as capacidades dos actuais. É essa junção de ideia/sonho com capital que é ao fim e ao cabo essencial para o sucesso.
Se há ainda “capitalistas de risco” individuais hoje em dia esse tal capital de risco é administrado por companhias de investimentos que se concentram nesse tipo de especulação. Por exemplo, a Foundation Capital ou a New Enterprise Associates e outras.
Essas companhias concorrem entre si à procura daqueles que possam ter ideias e por isso estão dispostos a pagar para outros pensarem. E os que pensam por um período de tempo até aperfeiçarem a sua ideia tem mesmo um nome – “Empresário Residente” (Entreperneur in Residence) ou EIR na gíria das companhias de capital de risco.
Vejamos por exemplo o caso do Professor de Informática Kai Li. Encontrou-se com um velho amigo que trabalha para a New Enterprise e falou-lhe de uma ideia em que há muito estava a matutar. Conversa puxa conversa, uns almoços e jantares e Kai Li acaba como EIR na New Enterprise. Quando o seu projecto final foi aprovado a New Enterprise forneceu o capital necessário, Kai Li foi nomeado um dos directores da nova empresa e assim nasceu a Data Domain. A Data Domain foi comprada o ano passado pela EMC pelo valor de 2.300 milhões de dólares. Embora a New Enterprise não tenha revelado qual o montante do seu investimento inicial todos concordam que o seu lucro deve ter sido enorme. Ter Kai Li a pensar durante vários meses em troca de um bom salário e de um investimento inicial foi mais do que compensador.
Claro que isto é um sucesso de uma envergadura rara. A média de negócios de companhias apoiadas inicialmente por capital de risco foi o ano passado de apenas 144 milhões de dólares.
Mas há outros sucessos grandes. Roger Linquist que foi EIR na companhia de capital de risco Accel formou a companhia MetroPCS que acabou por angariar investimentos de 1200 milhões de dólares.
Mas qual o número de EIRs que são pagos para pensarem e que realmente produzem ideias válidas e de sucesso? Cerca de 50%. Ou por outras palavras: metade dos EIRs não produzem ideias em que valha a pena investir.
Mas 50% por sucesso de pensadores parece ser suficiente. Só assim se pode justificar o facto das principais companhias de capital de risco possuírem hoje dois ou três EIRs a pensarem ao mesmo tempo, a apresentarem regularmente o desenvolvimento dos seus planos.
Por exemplo a Foundation Capital está neste momento a pagar 15.000 dólares por mês a um tal Michael Bauer. Contracto inicial de seis meses para expandir numa ideia de um negócio de energia. O resto é segredo.
Nada de especial nesse acordo, diz a companhia. Na generalidade ter EIRs a pensarem compensa, acrescenta.
As estatísticas comprovam isso. Nos dez anos terminados a 30 de Setembro do ano passado os lucros dessas companhias de capital de risco foram de uma média anual de 8,4%. Não é mau. Mas se contarmos os 10 anos terminados a 30 de Setembro de 2008 então os lucros anuais das companhias de capital risco foram de 40,2 %. O que é excelente. Capital de Risco é como o nome indica arriscado. Mas parece ser uma boa ideia disposta a arriscar por outras. Alguém tem uma?
Abraços,
Da capital do Império
Jota Esse Erre
Etiquetas:
Da Capital do Império,
Empresários,
EUA,
Kai Li,
Michael Bauer,
venture capital
quinta-feira, 31 de julho de 2008
Sinais
Etiquetas:
Empresários,
Férias,
Portugal,
Trabalhadores
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Sinais
Etiquetas:
Empresários,
jogo do monopólio,
Portugal
quarta-feira, 11 de junho de 2008
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Na mouche
Há poucos a escrever com a clareza, acuidade e lucidez do Rui Tavares. Hoje, no Público, eis mais um artigo de última página que, perdoar-me-ão o entusiasmo, diz tudo:
A Caixa Negra
«Há um ano e meio soube-se que o BCP dedicava quase noventa por cento dos gastos com pessoal aos salários dos administradores. Esses executivos absorviam quase dez por cento dos lucros do banco, eram os mais bem pagos em Portugal e estavam acima da média europeia.
Como é habitual, houve quem respondesse que este era um assunto da vida interna da empresa e que se os salários dos executivos eram altos isso se devia às leis do mercado. Só no ano de 2004 os administradores do BCP dividiram entre si mais de 30 milhões de euros: mas isso sucedia porque eram bons gestores e os lucros do banco o justificavam.
Sabemos hoje que nesse mesmo ano de 2004 o BCP perdoou ao filho do seu fundador uma dívida de 12 milhões de euros em juros de empréstimos. E que, noutra ocasião, perdoou quinze milhões respeitantes a um empréstimo contraído por um seu accionista de referência para comprar acções do próprio banco.
E sabemo-lo porque a excelência dos seus administradores e grandes accionistas, apesar de bem remunerada, não os impediu de entrar em guerras intestinas que já minaram a credibilidade do maior banco privado português.
A Caixa Negra
«Há um ano e meio soube-se que o BCP dedicava quase noventa por cento dos gastos com pessoal aos salários dos administradores. Esses executivos absorviam quase dez por cento dos lucros do banco, eram os mais bem pagos em Portugal e estavam acima da média europeia.
Como é habitual, houve quem respondesse que este era um assunto da vida interna da empresa e que se os salários dos executivos eram altos isso se devia às leis do mercado. Só no ano de 2004 os administradores do BCP dividiram entre si mais de 30 milhões de euros: mas isso sucedia porque eram bons gestores e os lucros do banco o justificavam.
Sabemos hoje que nesse mesmo ano de 2004 o BCP perdoou ao filho do seu fundador uma dívida de 12 milhões de euros em juros de empréstimos. E que, noutra ocasião, perdoou quinze milhões respeitantes a um empréstimo contraído por um seu accionista de referência para comprar acções do próprio banco.
E sabemo-lo porque a excelência dos seus administradores e grandes accionistas, apesar de bem remunerada, não os impediu de entrar em guerras intestinas que já minaram a credibilidade do maior banco privado português.
Os crentes no sistema voltarão a dizer que o dinheiro é do banco, que um banco pode perdoar dívidas a quem quiser e que se trata de assuntos privados de um banco privado. O BCP dá lucro e tem folga para estas coisas.
Quando assim é, o discurso dos crentes aproxima-se da feitiçaria. Se os milhares de funcionários de um banco pedirem aumentos, dir-se-á que o banco perde competitividade. Se um cliente não pagar a prestação do empréstimo, o banco fica-lhe com a casa. Se o estado quiser aumentar os impostos sobre os lucros da banca, responde-se que os prejudicados serão os clientes com os gastos que o banco terá de ir buscar “a algum lado”. Mas para aumentar executivos e perdoar dívidas a familiares ou sócios, as premissas são as opostas. Os lucros dão margem e ninguém sai prejudicado: nem os accionistas, nem os clientes do banco, nem os clientes de todos os bancos onde as comadres não se zangaram mas que passam a estar sob as suspeitas que no BCP se confirmaram.
É magia. E por isso mesmo, não funciona.
O discurso empresarialista criou a ideia de que a empresa deve ser uma caixa negra. A eficiência do sistema depende do estado não intervir. Pessoas que se preocupam com os abusos de poder e a falta de transparência dos estados (legitimamente) deram carta branca às empresas, nomeadamente às grandes. A única obrigação das empresas, diz-se, é dar lucros aos seus accionistas: para tudo o mais são irresponsáveis. Mas hoje as empresas já pesam mais na vida de cada um do que os estados: são elas que nos dizem quando podemos sair de casa dos pais, quando podemos ter filhos, quando já não precisam de nós. As empresas agora têm “direitos”; até mais do que os cidadãos.
Há duas gerações, a ideologia desenvolvimentista dominava com um discurso baseado na acção do estado e nas indústrias pesadas. Entretanto, o barco virou e a nova ideologia dominante garantiu-nos que não há instituição mais eficaz do que a empresa. Quantas vezes ouvimos políticos prometer que iriam gerir a cidade ou o país “como uma empresa”? A empresa foi modelo de tudo, solução para tudo. A fantasia ainda não acabou. Mas a ressaca vai ser dura.»
Quando assim é, o discurso dos crentes aproxima-se da feitiçaria. Se os milhares de funcionários de um banco pedirem aumentos, dir-se-á que o banco perde competitividade. Se um cliente não pagar a prestação do empréstimo, o banco fica-lhe com a casa. Se o estado quiser aumentar os impostos sobre os lucros da banca, responde-se que os prejudicados serão os clientes com os gastos que o banco terá de ir buscar “a algum lado”. Mas para aumentar executivos e perdoar dívidas a familiares ou sócios, as premissas são as opostas. Os lucros dão margem e ninguém sai prejudicado: nem os accionistas, nem os clientes do banco, nem os clientes de todos os bancos onde as comadres não se zangaram mas que passam a estar sob as suspeitas que no BCP se confirmaram.
É magia. E por isso mesmo, não funciona.
O discurso empresarialista criou a ideia de que a empresa deve ser uma caixa negra. A eficiência do sistema depende do estado não intervir. Pessoas que se preocupam com os abusos de poder e a falta de transparência dos estados (legitimamente) deram carta branca às empresas, nomeadamente às grandes. A única obrigação das empresas, diz-se, é dar lucros aos seus accionistas: para tudo o mais são irresponsáveis. Mas hoje as empresas já pesam mais na vida de cada um do que os estados: são elas que nos dizem quando podemos sair de casa dos pais, quando podemos ter filhos, quando já não precisam de nós. As empresas agora têm “direitos”; até mais do que os cidadãos.
Há duas gerações, a ideologia desenvolvimentista dominava com um discurso baseado na acção do estado e nas indústrias pesadas. Entretanto, o barco virou e a nova ideologia dominante garantiu-nos que não há instituição mais eficaz do que a empresa. Quantas vezes ouvimos políticos prometer que iriam gerir a cidade ou o país “como uma empresa”? A empresa foi modelo de tudo, solução para tudo. A fantasia ainda não acabou. Mas a ressaca vai ser dura.»
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
Sinais
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
Sinais
terça-feira, 5 de junho de 2007
Sinais
Etiquetas:
Empresários,
José Sócrates,
Rússia,
Vodka
Subscrever:
Comentários (Atom)







