Pelo azar do calendário, este novel mês de Março irá fazer lume e trompete sobre três alucinantes sufrágios: Rússia (hoje, a decorrer), no Irão, as parlamentares a; e no Zimbabué, no final do mês,29, onde Mugabe vai jogar tudo por tudo para se manter à frente do país-record da inflação mundial e da desigualdade mais sanguinária. Março, marçagão, kalachs para o chão…
As coisas pioram, efectivamente, à medida que o calendário avança. O Der Spiegel e o FT deram relevo à viragem à direita no Irão, com a facção Amin-Nejadah e os Guardas da Revolução a imporem o seu diktat na selecção de candidatos ao sufrágio legislativo. Ainda não existem dados muito concretos sobre as proporções do “golpe" dos hard-liners do regime, o que se sabe é que o Guia Supremo se curvou perante o brilho das armas. O que só irá tornar ainda mais incontrolável um Médio Oriente atravessado por um estado de guerra permanente e irredutível.
Se a eleição russa de hoje, será indisfarçavelmente má, a iraniana será má com agravos incontroláveis e a do Zimbabué - presidencial e parlamentar - grotesca, segundo os qualificativos usados por G. Rachman no F. Times Blogue.
O que surge em filigrana no espectro destas três eleições-farol? Uma crítica sem limites aos postulados da democracia liberal e pluripartidária, em regra e sem sofismas. Putin fez gato-sapato das recomendações internacionais sobre os dislates da falta de representatividade e funcionamento das regras do jogo eleitoral russo. O poder iraniano fechou-se sobre si próprio e uma vaga de terror e repressão incalculáveis acabarão por destruir os fundamentos já ténues da democracia representativa iraniana. Se pensarmos que, em conjunto, as reservas petrolíferas da Rússia e do Irão ultrapassam quase em muito as da Arábia Saudita, nem vale a pena pensar na escalada infernal que nos ameaça.
Mugabe e os seus acólitos, ensaiam já novo tipo sofisticado de rumores e ameaças encapotadas para intimidarem a Oposição, que pode ter a audácia de descer às ruas para fazer frente às metralhadoras
a soldo de caciques predadores.
FAR
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domingo, 2 de março de 2008
O pequeno-grande Mundo dos Ditadores em ebulição incontrolada e perene?
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quinta-feira, 28 de junho de 2007
Telegramas
Relações irano-americanas legítimas são solução para guerras no Iraque e Afeganistão - É um refrão que se escuta há meses. E para a qual as cadeias diplomáticas da União Europeia e da ONU têm aplicado o esforço das meninges. A coisa é complexa. Os EUA nunca reconheceram diplomaticamente a República Islâmica iraniana e a administração Bush-II multiplica as " jogadas" no terreno de equipas de espionagem e sedição. Por seu turno, o Irão envolveu-se amplamente em todos os conflitos regionais do Médio Oriente, dispensando treino e material de guerra sofisticado às milícias chiitas, em maioria geográfica incontornável naquelas latitudes. Num artigo de Selig Harrison, expert do Centro de Política Internacional de Washington, que se deslocou a Teerão, e publicado no F.Times, vislumbra-se um começo de paz e sensatez. Harrison diz que o chefe espiritual Ayatollah Kamenei e o Conselho de Segurança Nacional estão dispostos a discutir plenamente com os EUA, e aliados, as questões do processo nuclear e da intervenção político-militar iraniana no Iraque e no Afeganistão. Sem subterfúgios nem ratoeiras. Pedem em troca, para desarmar eventuais críticas dos adeptos do hardliner PR, Ahmadi-Nejad, que os EUA reconheçam a República Islâmica e ponham cobro às acções secretas contra o poder constituído no Irão. Trata-se de uma proposição muito consistente e , frisa o analista, " mesmo com a ajuda iraniana, o futuro quer em Bagdad quer em Cabul, será sempre tempestuoso "; mas, finaliza," a cooperação entre Washington e Bagdad representa a melhor esperança para limitar os estragos ".
Zimbabué: inflação ronda os 1000 por cento ao mês - Ninguém sabe o que poderá acontecer ao poder e ao povo do Zimbabué. O que se sabe, segundo o Washington Post, é que Robert Mugabe adiou para Julho a segunda volta das negociações com os partidos da Oposição, que sob os auspícios da África do Sul decorreram recentemente em Joanesburgo. Fontes governamentais sul-africanas revelaram que todos os experts de economia " sentem " quase como inevitável o colapso económico do antigo " celeiro de África ". Mugabe será assim obrigado a ceder o poder, de força. De acordo com a mesma fonte, os experts calculam em 1000 por cento a infernal taxa de inflação mensal do Zimbabué. Os dois partidos da Oposição, com fortes querelas tácticas, solicitam a nomeação de um colégio eleitoral idóneo que possa realizar as Presidenciais em Março, do mesmo modo que reclamam o fim da polícia-de-choque e o voto livre para os emigrantes (3 milhões) que vivem no estrangeiro.
China: quem manda nas Forças Armadas? - Os países circunvizinhos estão cada vez mais inquietos com a falta de transparência - quem manda e orienta? - que envolve o inacreditável desenvolvimento e modernização do Exército Popular da China. Especialistas militares de Taiwan colocam em xeque a hipótese oficial de que o Presidente da República, Hu Jintao, tenha conseguido domar o apetite das altas chefias do exército, que querem conservar a sua visão sobre o xadrez geoestratégico dos possíveis adversários da RP da China, de acordo com uma extensa análise desenvolvida no NY Times recentemente. Sem se conhecer a real capacidade e orientação estratégica das forças armadas chinesas os seus vizinhos, diz o artigo assinado por David Lague, fica-se sem saber o que é que a China deseja e prepara militarmente no contrabalanço do equilíbrio de poderes na Ásia. A questão da utilização da arma nuclear numa hipotética invasão de Taiwan, inquieta tanto os EUA como os outros estados independentes da zona. Ainda não foi esquecido, e o seu autor não foi castigado, general Zhu Chenghu, director da Academia Militar, que há dois anos brandiu a arma nuclear como opção contra os EUA, caso Washington defenda Taiwan de um ataque surpresa da RP da China.
Espanha: economia com pés de barro - Martin Wolf, do Financial Times, alerta para o fim do espectacular e contra-cílco boom de "nuestros hermanos". A "bolha" do sector da Construção Civil / Imobiliário vai acentuar a queda do crescimento económico, com a competitividade e a produtividade a atingirem valores muito preocupantes. Tudo porque a Espanha valorizou um sector tradicional em detrimento do reforço e da inovação tecnológica. A competitividade sofre com a alta geral dos salários e, sobretudo, com a crescente e forte concorrência dos industriais do Leste europeu. O deficit da balança de pagamentos é o segundo maior do Mundo depois do americano, cifrando-se em cerca de 107 biliões de dólares. Uma política de ajustamento técnico-económico de grande impacto para a próxima década, e tirando partido da estabilidade macroeconómica prodigalizada pela União Europeia, é uma das hipóteses mais ventiladas pelos experts da OCDE , em especial. Que impacto é que esta situação pode ter sobre a economia portuguesa, tão imbricada com a sua congénere ibérica, parece ser uma questão a não iludir.
FAR
Zimbabué: inflação ronda os 1000 por cento ao mês - Ninguém sabe o que poderá acontecer ao poder e ao povo do Zimbabué. O que se sabe, segundo o Washington Post, é que Robert Mugabe adiou para Julho a segunda volta das negociações com os partidos da Oposição, que sob os auspícios da África do Sul decorreram recentemente em Joanesburgo. Fontes governamentais sul-africanas revelaram que todos os experts de economia " sentem " quase como inevitável o colapso económico do antigo " celeiro de África ". Mugabe será assim obrigado a ceder o poder, de força. De acordo com a mesma fonte, os experts calculam em 1000 por cento a infernal taxa de inflação mensal do Zimbabué. Os dois partidos da Oposição, com fortes querelas tácticas, solicitam a nomeação de um colégio eleitoral idóneo que possa realizar as Presidenciais em Março, do mesmo modo que reclamam o fim da polícia-de-choque e o voto livre para os emigrantes (3 milhões) que vivem no estrangeiro.
China: quem manda nas Forças Armadas? - Os países circunvizinhos estão cada vez mais inquietos com a falta de transparência - quem manda e orienta? - que envolve o inacreditável desenvolvimento e modernização do Exército Popular da China. Especialistas militares de Taiwan colocam em xeque a hipótese oficial de que o Presidente da República, Hu Jintao, tenha conseguido domar o apetite das altas chefias do exército, que querem conservar a sua visão sobre o xadrez geoestratégico dos possíveis adversários da RP da China, de acordo com uma extensa análise desenvolvida no NY Times recentemente. Sem se conhecer a real capacidade e orientação estratégica das forças armadas chinesas os seus vizinhos, diz o artigo assinado por David Lague, fica-se sem saber o que é que a China deseja e prepara militarmente no contrabalanço do equilíbrio de poderes na Ásia. A questão da utilização da arma nuclear numa hipotética invasão de Taiwan, inquieta tanto os EUA como os outros estados independentes da zona. Ainda não foi esquecido, e o seu autor não foi castigado, general Zhu Chenghu, director da Academia Militar, que há dois anos brandiu a arma nuclear como opção contra os EUA, caso Washington defenda Taiwan de um ataque surpresa da RP da China.
Espanha: economia com pés de barro - Martin Wolf, do Financial Times, alerta para o fim do espectacular e contra-cílco boom de "nuestros hermanos". A "bolha" do sector da Construção Civil / Imobiliário vai acentuar a queda do crescimento económico, com a competitividade e a produtividade a atingirem valores muito preocupantes. Tudo porque a Espanha valorizou um sector tradicional em detrimento do reforço e da inovação tecnológica. A competitividade sofre com a alta geral dos salários e, sobretudo, com a crescente e forte concorrência dos industriais do Leste europeu. O deficit da balança de pagamentos é o segundo maior do Mundo depois do americano, cifrando-se em cerca de 107 biliões de dólares. Uma política de ajustamento técnico-económico de grande impacto para a próxima década, e tirando partido da estabilidade macroeconómica prodigalizada pela União Europeia, é uma das hipóteses mais ventiladas pelos experts da OCDE , em especial. Que impacto é que esta situação pode ter sobre a economia portuguesa, tão imbricada com a sua congénere ibérica, parece ser uma questão a não iludir.
FAR
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sexta-feira, 6 de abril de 2007
EM FOCO
#. Índia importou armamento e tecnologia dos EUA em contrabando - Como é que isto pode acontecer? O Departamento de Justiça dos USA levantaram formalmente um inquérito-investigação contra algumas agências do governo indiano que ladearam ( passaram pelo contrabando...) o código legal de exportações americano e adquiriram assim no mercado negro tecnologias e armas de destruição maciça sem qualquer espécie de controlo.
Estão em causa, noticia o NY Times, compras de mísseis muito sofisticados e tecnologias avançadas para a construção de armamento para a guerra bacteriológica, tudo no período que mediou entre 2003 e o ano passado. Os dois países assinaram um avançado tratado de cooperação científica e militar, há poucos meses, mas a Índia ainda tem que realizar uma série de convénios com organizações internacionais sobre controlo nuclear e armamento para que o tratado de cooperação seja válido a cem por cento.
#. Os "padrinhos" de Vladivostok dominam no Extremo-Oriente russo - Trata-se de uma reportagem maravilhosa assinada pela grande jornalista do Libération, clicar aqui, Lorraine Millot. Foi ontem publicada e o matutino parisiense tem em sotck coisas espectaculares para os nossos concorrentes nos copiarem, oli-olà... Putin está mesmo a dar cabo das hipóteses democráticas russas. Um pouco por todo o antigo Império. " Alcunhávamo-los de "bandidos " nos anos 90. Hoje, são eles os nossos dirigentes ", aponta, a abrir, um frequentador de um bar-e-encontros na capital do Extremo-Oriente russo, a cerca de 9 mil quilómetros de Moscovo.
Aqui ainda não chegaram os ventos " normalizadores e agressivos " das reformas de Estado de Putin. É o que parece. Os agentes do FSB (ex-KGB) e os procuradores já tomaram conta das alavancas do poder, mas a violência ainda está para lavar e durar. O rol de traficâncias e de formas expeditas de enriquecer não conhecem limites. Só a morte ou os crimes mafiosos de extorsão ou segredo, como na Sicília ou em Los Angeles... O que se sabe, aponta a jornalista, é que a Alemanha e o Japão navegam bem nestas águas turvas. Açambarcando o rico e variado pescado, vendendo máquinas e peças para os empresários-fora-da-lei...Contornando, de forma clara e directa, toda a lógica comunitária da Velha Europa. Tudo se revê nesta forma de salteadores de arcas doiradas... Não perca, pois, esta narrativa alucinante que desmascara os " colegas " do Pr. russo.
#. Mugabe e esbirros fazem compras de avião no Harrods de Londres - O ditador enfraquecido do Zimbabué e os seus esbirros sanguinários vão, de vez em quando, fazer compras a Londres, ao grande armazém Harrods, assinalava ontem num artigo de opinião inserto no NY Times, um líder sul-africano de uma ONG, Tawanda Mutash. A pouco e pouco, quase que envergonhadamente, os líderes-irmãos abandonam Mugabe, às suas derivas e crimes sem conta. Parece que houve muita e forte discussão na reunião presidencial efectuada na Tanzânia, há cerca de uma semana. O pior, a coisa é muito complicada, é que solicitaram à comunidade internacional para " levantar o regime de sanções " impostas contra o regime de Harare, narra. " Durante mais de uma década, Mugabe enraizou o seu regime com a supressão dos movimentos pró-democracia no interior do país, ao mesmo tempo que preconizava a democratização plena para os movimentos semelhantes formados nos países vizinhos ", frisa Mutash, que lança esta hipótese sibilina: " Parece cada vez mais impossível que Mugabe consiga ter mão no que se passa no Zimbabué. A presente destruição desafia mesmo a lógica perversa da auto-conservação". Está tudo dito.
FAR
Estão em causa, noticia o NY Times, compras de mísseis muito sofisticados e tecnologias avançadas para a construção de armamento para a guerra bacteriológica, tudo no período que mediou entre 2003 e o ano passado. Os dois países assinaram um avançado tratado de cooperação científica e militar, há poucos meses, mas a Índia ainda tem que realizar uma série de convénios com organizações internacionais sobre controlo nuclear e armamento para que o tratado de cooperação seja válido a cem por cento.
#. Os "padrinhos" de Vladivostok dominam no Extremo-Oriente russo - Trata-se de uma reportagem maravilhosa assinada pela grande jornalista do Libération, clicar aqui, Lorraine Millot. Foi ontem publicada e o matutino parisiense tem em sotck coisas espectaculares para os nossos concorrentes nos copiarem, oli-olà... Putin está mesmo a dar cabo das hipóteses democráticas russas. Um pouco por todo o antigo Império. " Alcunhávamo-los de "bandidos " nos anos 90. Hoje, são eles os nossos dirigentes ", aponta, a abrir, um frequentador de um bar-e-encontros na capital do Extremo-Oriente russo, a cerca de 9 mil quilómetros de Moscovo.
Aqui ainda não chegaram os ventos " normalizadores e agressivos " das reformas de Estado de Putin. É o que parece. Os agentes do FSB (ex-KGB) e os procuradores já tomaram conta das alavancas do poder, mas a violência ainda está para lavar e durar. O rol de traficâncias e de formas expeditas de enriquecer não conhecem limites. Só a morte ou os crimes mafiosos de extorsão ou segredo, como na Sicília ou em Los Angeles... O que se sabe, aponta a jornalista, é que a Alemanha e o Japão navegam bem nestas águas turvas. Açambarcando o rico e variado pescado, vendendo máquinas e peças para os empresários-fora-da-lei...Contornando, de forma clara e directa, toda a lógica comunitária da Velha Europa. Tudo se revê nesta forma de salteadores de arcas doiradas... Não perca, pois, esta narrativa alucinante que desmascara os " colegas " do Pr. russo.
#. Mugabe e esbirros fazem compras de avião no Harrods de Londres - O ditador enfraquecido do Zimbabué e os seus esbirros sanguinários vão, de vez em quando, fazer compras a Londres, ao grande armazém Harrods, assinalava ontem num artigo de opinião inserto no NY Times, um líder sul-africano de uma ONG, Tawanda Mutash. A pouco e pouco, quase que envergonhadamente, os líderes-irmãos abandonam Mugabe, às suas derivas e crimes sem conta. Parece que houve muita e forte discussão na reunião presidencial efectuada na Tanzânia, há cerca de uma semana. O pior, a coisa é muito complicada, é que solicitaram à comunidade internacional para " levantar o regime de sanções " impostas contra o regime de Harare, narra. " Durante mais de uma década, Mugabe enraizou o seu regime com a supressão dos movimentos pró-democracia no interior do país, ao mesmo tempo que preconizava a democratização plena para os movimentos semelhantes formados nos países vizinhos ", frisa Mutash, que lança esta hipótese sibilina: " Parece cada vez mais impossível que Mugabe consiga ter mão no que se passa no Zimbabué. A presente destruição desafia mesmo a lógica perversa da auto-conservação". Está tudo dito.
FAR
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