Quem segue apaixonadamente a evolução da conjuntura russa, não pode perder um artigo de análise ontem publicado no NY Times, da autoria de um especialista em temas russos, Nicolai N. Petro. Ainda não tive tempo de analisar os textos que no Público saíram assinados, só para ver as modas. De qualquer das formas, o blogue bate-se na linha da frente para tentar perceber as grandes mudanças da Geopolítica mundiais. A folgada vitória de Putin - e o F. Times diz que ela pode ser a sua consagração ou calvário - beneficiou dos erros estratégicos da Coligação Liberal - Outra Rússia- que englobava a nata da inteligentzia moscovita e alguns famosos experts do big-business, Ryzhhov, Irina Khakamada, Gregory Yavlinsky, Kasyanov e Boris Nemtsov, de braço-dado com Garry Kasparov é o chefe-de-fila do gang etno-nacionalista, o famigerado Eduard Limonv, de tristíssima e fedorenta aura de assaltos e perversões xenófobas pró-russas.
A análise de N.Petro é de grande amplitude, conjugando valores essenciais das sondagens de longo alcance e descortinando o "oportunismo"ideológico das alianças contranatura dos liberais com o nacionalista Limonov. Até parece que houve sabotagem premeditada no seu envolvimento na coligação "Outra Rússia", de acordo com as teses sibilinas do autor. Há três anos que Limonov se tinha "colado" à coligação, sendo temido e respeitado pelo "poder de fogo" das suas milícias, com provas dadas... Houve cisões por causa da adesão de Limonov - as de Yavlinsky e Kasyanov - mas Gasparov, Ryzhkov e Nemtsov continuaram. E as sondagens e audiências, que tinham partido de valores altos. cairam a pique, como também sucedeu com os outros partidos "liberais", União das Forças de Direita e Yabloko.
"The problem, it seems, is not that the opposition cannot get its message to the Russian public- nor even the message itself. The problem is with the messengers, who have managed to alienate their natural constituency- RussiaŽs growing middle class", assinala o articulista, que adianta ainda outra razão de tomo: " The party of V. Putin, which has pleged to continue the policies that have increased average salaries from 80 dólares to 500, a month, which has dramatically increased social spending and reduced the poverty level from 27 percent to 15 percent".
"Far from indicating a retreat from democracy, the Russian electorate’s rejection of the current opposition may be a sign of the countrie’s progress toward a mature democracy", observa o autor, depois de lamentar as observações de Boris Berezovsky, no exílio londrino, sublinhando a "manipulação centenária das autoridades russas que transformaram o povo num rebanho de mentecaptos".
FAR
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sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Liberais yankees criticam erros estratégicos dos homólogos russos
sábado, 1 de dezembro de 2007
Putin: mandar como Estaline e viver como Abramovitch!
As legislativas russas, primeira volta indirecta das Presidenciais de Março próximo, desenrolam-se hoje. Os observadores internacionais mostram-se muito cépticos sobre a " pureza " dos processos eleitorais " usados " pela clique de Putin. As incógnitas sobre o que se irá desenrolar no assimétrico tabuleiro político russo, são mais que muitas. A grande imprensa mundial tem alertado para as violações ao código eleitoral induzido pela OPCE, de uma forma branda. A vitória de Putin parece ser irremediável. Um grave incidente ocorreu na última semana com a prisão de Garry Kasparov, que desencadeou uma forte pressão dos EUA, da União Europeia e de vários governos do Oeste. A manipulação político-partidária conduzida pelo partido do manda-chuva do Kremlin, a Rússia Unida, atingiu foros de escandalosa perversidade e alto cientismo. Kasparov tenta implementar os processos da Revolução " Laranja ", que tanto sucesso imediato deram na Ucrânia e na Geórgia, apesar de tudo. Mas isso não chega e foi preso durante cinco dias.
O grau de popularidade de Putin tem ultrapassado todas as vicissitudes: a destruição do consórcio petrolífero Youkos, com prisão siberiana para Khodorowski; a mão-baixa sobre os impérios siderúrgicos e de diamantes, com o afastamento compulsivo das direcções em exercício modernizador; tudo foi feito pelo " núcleo duro " do Kremlin para controlar a economia...e o poder.
"Never before in Russian history have so few exercised such tight control over a national wealth that is so vast and liquid, in more ways than one. The stakes of relinquishing power have grown commensuralety for Putin. If he becomes prime minister, a vast network of informal arrangements that made the president and his entourage the managers of Russia most lucrative natural ressources will have to be dismantled- redirected away from the Kremlin and toward the prime minister ", escrevia no final de Outubro passado, no NY Times, Leon Aron, especialista de Estudos Russos no American Enterprise Institute de Washington.
Ora, para se efectivar essa gigantesca troca de poder e influência nos sectores vitais da economia e sociedade russa, caso Putin venha a assumir a pele de líder partidário, o novo Czar teve a ousadia de alcunhar de " chacais ", epíteto que "comoveu a opinião pública mundial, os homens que o indicaram a Eltsin como provável sucessor, nos finais dos anos 90. E desencadeou nos ultimos dias da campanha uma catalinária ensurdecedora contra Anatoly Chubais, Boris Nemtsov, Igor Gaidar, entre outros, acusando-os de terem sido eles os responsáveis pelo antigo descalabro económico e social da Rússia.
O Wall Street Journal apelidou tal denúncia de "pequena novidade", apesar de destacar que " Poutin acrescentou uma nova aleivosia acusando os liberais de trabalharem para potências estrangeiras e traírem a pátria, exprimindo a pena de os ver ainda enquadrados na realidade russa". "The institution that dominates Russian society today is the KremlinŽs " vertical of power" - a combination of formal and informal controls and curbs which is rather different from the checs and balances in democratic states. This vertical of power has President Putin at the top. It extends not only to the federal government and United Russia party, but also to other parties, regional and local governments, big business, civil society and mass media".
O mais maquiavélico é que, segundo o Financial Times divulgou há dias, Putin anda a tentar lançar um programa de modernização estrutural da indústria russa, com objectivos apontados até 2025, onde tenta aliciar o que resta da administração liberal da malha industrial do seu país e a fomentar fortes incentivos, a posteriori, para os grandes conglomerados internacionais, de diversas nacionalidades e forte motivação capitalista.
FAR
O grau de popularidade de Putin tem ultrapassado todas as vicissitudes: a destruição do consórcio petrolífero Youkos, com prisão siberiana para Khodorowski; a mão-baixa sobre os impérios siderúrgicos e de diamantes, com o afastamento compulsivo das direcções em exercício modernizador; tudo foi feito pelo " núcleo duro " do Kremlin para controlar a economia...e o poder.
"Never before in Russian history have so few exercised such tight control over a national wealth that is so vast and liquid, in more ways than one. The stakes of relinquishing power have grown commensuralety for Putin. If he becomes prime minister, a vast network of informal arrangements that made the president and his entourage the managers of Russia most lucrative natural ressources will have to be dismantled- redirected away from the Kremlin and toward the prime minister ", escrevia no final de Outubro passado, no NY Times, Leon Aron, especialista de Estudos Russos no American Enterprise Institute de Washington.
Ora, para se efectivar essa gigantesca troca de poder e influência nos sectores vitais da economia e sociedade russa, caso Putin venha a assumir a pele de líder partidário, o novo Czar teve a ousadia de alcunhar de " chacais ", epíteto que "comoveu a opinião pública mundial, os homens que o indicaram a Eltsin como provável sucessor, nos finais dos anos 90. E desencadeou nos ultimos dias da campanha uma catalinária ensurdecedora contra Anatoly Chubais, Boris Nemtsov, Igor Gaidar, entre outros, acusando-os de terem sido eles os responsáveis pelo antigo descalabro económico e social da Rússia.
O Wall Street Journal apelidou tal denúncia de "pequena novidade", apesar de destacar que " Poutin acrescentou uma nova aleivosia acusando os liberais de trabalharem para potências estrangeiras e traírem a pátria, exprimindo a pena de os ver ainda enquadrados na realidade russa". "The institution that dominates Russian society today is the KremlinŽs " vertical of power" - a combination of formal and informal controls and curbs which is rather different from the checs and balances in democratic states. This vertical of power has President Putin at the top. It extends not only to the federal government and United Russia party, but also to other parties, regional and local governments, big business, civil society and mass media".
O mais maquiavélico é que, segundo o Financial Times divulgou há dias, Putin anda a tentar lançar um programa de modernização estrutural da indústria russa, com objectivos apontados até 2025, onde tenta aliciar o que resta da administração liberal da malha industrial do seu país e a fomentar fortes incentivos, a posteriori, para os grandes conglomerados internacionais, de diversas nacionalidades e forte motivação capitalista.
FAR
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Legislativas russas,
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