Antigo correspondente do NY Times no Médio Oriente pessimista - Chris Hedges, que foi durante sete anos, o grande correspondente permanente do NYT em todo o Médio Oriente, não esconde o seu pessimismo face ao estilo da política belicista imposta por GW Bush. Tem receio de que, sem motivos palpáveis, aja uma intervenção maciça dos EUA/ Israel contra os 1200 sítios estratégicos (mas não atómicos) iranianos. O grande jornalista protesta contra a falta de cultura, empatia e inteligência do corpo central das embaixadas americanas espalhadas pelo Próximo Oriente. "A próxima, limitada e pequena guerra contra o Irão, com poucos Democratas a oporem-se, pode ter o potencial de incendiar um inferno regional", frisa.
Japão: Sem garagem não se pode ter carro - Eu sempre disse que o nosso PM, José Sócrates, se devia ter inspirado mais com o Japão. Por todas as razões. Algumas delas seculares e pelas dietas semelhantes no uso enorme do peixe e crustáceos na alimentação quotidiana. Ora, se o Le Monde tinha um grande correspondente há anos em Tokyo, Philippe Pons, agora arranjou-lhe um substituto, Philippe Lemaitre, que já está a dar cartas. Justamente sobre o mundo automóvel. Toda a gente sabe, que os nipónicos estão em vias de destronarem a General Motors da liderança mundial de construtores. E será a Toyota a liderar, mais mês menos mês. O estímulo da produção nacional é enorme, portanto. E as regras num conjunto tão apertado de uso, são draconianas. Só se pode comprar carro, se tiver garagem própria ou alugada. É imperativo. Nas cidades só pode estacionar em parkings. Cada vez mais caros à medida que se situam no centro das urbes, média de 2 euros por 15 minutos. O preço da gasolina ronda os 88 cêntimos. De dois em dois anos, os carros devem ir a um controlo total. Todo o carro acidentado é abatido. Viaturas estrangeiras caíram quase 50 por cento nas importações. Eu gosto muito dosToyota, os land-rovers da montanha...
Bélgica: Constitucionalista explica "vazio de poder" com cerca de 90 longos dias - Jean-Claude Scholsem explicou ao Liberation o porquê da longa e arrastada crise política que agita a Bélgica. Diz, em primeiro lugar, que de certa forma as "crises " políticas são " congénitas ao desenvolvimento " do país. E não considera que o viver em conjunto dos Flamengos e dos Wallons, se "encontre realmente condenado". " De facto, as duas partes possuem perfis psicológicos extraordinariamente diferentes. Os flamengos são reivindicativos, querem mais autonomia e os francófonos encontram-se numa péssima postura psicológica porque, no fundo, foram eles que fundaram o Estado belga em 1830. Sobretudo a sua situação económica é menos brilhante". E vai mais longe a crítica do professor de Direito Constitucional em Liège: "Os partidos estão blindados e prometeram mundos e fundos. Os médias e mesmo as Universidades também patinham no isolacionismo e divisionismo. Há cada vez menos contactos entre as elites das duas comunidades linguísticas de base. O que é extremamente perigoso".
Paquistão: USA favorece acordo Bhutto/Musharaf - Quem estiver atento ao que se passa de profundo nos Golfos Pérsico e no Indico, não pode deixar de estranhar na escalada da desagregação que envenena o poder político militar em Carachi, sob o comando unificado do general Musharaf e seus colegas. As razões eleitoralistas perseguidas pelo ditador militar pago e equipado por Washington, obrigaram-no a tecer laços inconfessáveis com as tribos das fronteiras dos confins do Afeganistão, onde a permeabilidade e oportunismo dão origem a todas as recriminações das potências credoras , USA e Inglaterra à cabeça. Parece que Musharaf acolheu no ISI, serviços secretos, os assassinos do jornalista americano David Pearl. Uma tômbola legislativa deve ser realizada, sob a pressão dos USA, para permitir o regresso do exílio da senhora Benazir Bhutto e do seu rival, Nawaz Sharif, ambos acusados de desvios astronómicos de somas durante os seus mandatos como chefes de governo.
FAR
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quarta-feira, 5 de setembro de 2007
quinta-feira, 31 de maio de 2007
Telegramas
A mega-potência China - Dois artigos de grande qualidade - um no NY Times de Daniel Altman e outro inserto no Financial Times de Martin Wolf - aprofundaram na arena internacional da super-informação as tentativas de avaliação do atelier do Mundo, grandezas e misérias. Ora vejamos. Na famosa secção do matutino nova-iorquino, Altman revelou as respostas espantosas e alarmantes de um operário chinês sobre as condições excepcionais de dureza do trabalho. Seguros, horas extras e salários em atraso são sintomas inquietantes que castigam os trabalhadores. No Fórum dos Economistas, Wolf ontem apontava para estas realidades surpreendentes: o ultra rápido crescimento do saldo da balança comercial de 46 ( em 2003) para 250 biliões de dólares, o ano passado. O que quer dizer, que ultrapassou o Japão exportador máximo. O PIB atingiu um espantoso crescimento de 12 por cento no ano passado, com as taxas de investimento estrangeiro e interno a baterem recordes jamais vistos no Império britânico. Reverso da medalha: O consumo interno é muito baixo, só as zonas costeiras atraem o desenvolvimento e as ondas de mão-de-obra barata e submissa, e a taxa de crescimento laboral cifrou-se, repare-se, tão-só e exclusivamente, na ordem do 1 por cento entre 1993 e 2004, com os consumos de energia a dispararem e o dinheiro de empréstimo a corromper a pirâmide burocrática...
Argélia: A dança da morte dos burocratas - Clima de desencanto na Argélia, um dos colossos de África e país de cultura e vida partidária activa e diferenciada, ao contrário da ditadura " enroupada " vigente quer no Marrocos quer na Tunísia de hoje. Ora as eleições legislativas, que ocorreram há duas semanas, deixaram tudo na mesma. O presidente Bouteflika, o homem dos sauditas despachado para resolver o banho de sangue islamita, encontra-se cada vez mais doente e não tem sucessor à altura. O partido oficioso, a FLN, para fazer de conta que tem pluralismo dividiu-se em três ramos. O histórico, a União Democrática Nacional e o Movimento para a Sociedade de Paz, congregados no seio da Aliança Presidencial. O Partido trotskista, chefiado por uma mulher, Louisa Hanoune, caso único no Mundo árabe, o partido islâmico moderado, MNR, ou El-Islah, e a União para a Cultura e a Democracia esperam ocupar lugares no futuro Parlamento. Os socialistas do FFS, Frente das Forças Socialistas, decidiram boicotar todo o processo eleitoral.
Paquistão: Musharraf na corda-bamba - O ditador-general do Paquistão, que exilou os líderes da Oposição, parece ter ainda o apoio dos USA e da Inglaterra, que o descobriram e pagaram a peso de ouro para controlar as fronteiras e deixar os comandos secretos dos dois caucionadores a tarefa inglória de tentarem descobrir o rasto de Bin Laden. Tudo isso ocupava uma página inteira da Política Internacional do FT, há dois dias. Registo adicional de relevo: " Embora os USA e os ingleses incitem Musharraf a alargar a sua base eleitoral de apoio pela reaproximação com a senhora Bhutto, a sua principal preocupação consiste em assegurar a cooperação paquistanesa para participar no controlo da fronteira do Afeganistão, de modo a acautelar qualquer tipo de ataque contra os dois países". E o FT avançava mais esta tese: Musharrraf só cairá se a violência das ruas, quotidiana em Carachi, se propagar às cidades do Punjab, baluartes do exército nacional, avessos ao derrame de uma única gota de sangue por aquelas paragens.
FAR
Argélia: A dança da morte dos burocratas - Clima de desencanto na Argélia, um dos colossos de África e país de cultura e vida partidária activa e diferenciada, ao contrário da ditadura " enroupada " vigente quer no Marrocos quer na Tunísia de hoje. Ora as eleições legislativas, que ocorreram há duas semanas, deixaram tudo na mesma. O presidente Bouteflika, o homem dos sauditas despachado para resolver o banho de sangue islamita, encontra-se cada vez mais doente e não tem sucessor à altura. O partido oficioso, a FLN, para fazer de conta que tem pluralismo dividiu-se em três ramos. O histórico, a União Democrática Nacional e o Movimento para a Sociedade de Paz, congregados no seio da Aliança Presidencial. O Partido trotskista, chefiado por uma mulher, Louisa Hanoune, caso único no Mundo árabe, o partido islâmico moderado, MNR, ou El-Islah, e a União para a Cultura e a Democracia esperam ocupar lugares no futuro Parlamento. Os socialistas do FFS, Frente das Forças Socialistas, decidiram boicotar todo o processo eleitoral.
Paquistão: Musharraf na corda-bamba - O ditador-general do Paquistão, que exilou os líderes da Oposição, parece ter ainda o apoio dos USA e da Inglaterra, que o descobriram e pagaram a peso de ouro para controlar as fronteiras e deixar os comandos secretos dos dois caucionadores a tarefa inglória de tentarem descobrir o rasto de Bin Laden. Tudo isso ocupava uma página inteira da Política Internacional do FT, há dois dias. Registo adicional de relevo: " Embora os USA e os ingleses incitem Musharraf a alargar a sua base eleitoral de apoio pela reaproximação com a senhora Bhutto, a sua principal preocupação consiste em assegurar a cooperação paquistanesa para participar no controlo da fronteira do Afeganistão, de modo a acautelar qualquer tipo de ataque contra os dois países". E o FT avançava mais esta tese: Musharrraf só cairá se a violência das ruas, quotidiana em Carachi, se propagar às cidades do Punjab, baluartes do exército nacional, avessos ao derrame de uma única gota de sangue por aquelas paragens.
FAR
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