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sábado, 29 de setembro de 2007

Birmânia : a paz dos cemitérios

A Junta militar no poder há 19 anos afogou em sangue revolta pacífica de todo um povo contra a carestia de vida

A China, que multiplica faraónicos investimentos na África Equatorial: mais de 15 biliões de dólares dados às autocracias de Angola e da RD do Congo, parece ter congelado todas as iniciativas diplomáticas para colocar os militares birmaneses em diálogo com a líder democrata, Suu Kyi. A repressão tem sido intensa e escandalosa deixando a classe política mundial incrédula.
O Financial Times e o NY Times tinham alvitrado uma intervenção discreta das autoridades de Pequim.
Tal não se consumou e desconhece-se mesmo o paradeiro da líder da Oposição, presa em residência fixa há mais de 15 anos. Pequim substitui a Tailândia, a Índia e a Holanda na exploração das riquezas mineiras - petróleo e gás - e madeiras preciosas. A realpolitik substituiu, mais uma vez, a defesa dos Direitos Humanos.
A Junta, que parecia dividida inicialmente face aos protestos da população e dos monges budistas, decidiu afogar em sangue o desespero da maioria da população, vítima de uma inflação galopante que multiplicou por cinco o preço da gasolina, o que fez disparar todos os preços. Há dez anos, tinha havido um levantamento geral contra a carestia de vida. Os militares envolveram-se em grandes operações imobiliárias e "inventaram" mesmo uma nova capital no centro do país, onde falta tudo para o quotidiano e não existe aeroporto. É o espelho de uma terrível ditadura, que sobrevive com a ajuda de Pequim e da sua homóloga tailandesa, de forma discricionária e sanguinária.
Desconhece-se o papel dos EUA e das pressões dos fóruns regionais ASEAN na inflexão de uma insustentável situação humana e social. A esperança de vida e o PIB per capita da Birmânia, outrora um eldorado da classe possidente holandesa e tailandesa, atingiram níveis alarmantes, apesar das receitas das exportações de matérias-primas terem crescido gradualmente nos últimos anos. Os analistas políticos citados pelo FTimes advogam, para ser possível encontrar uma solução política exequível, que se destaque um novo oficial da Junta, que tenha a coragem de negociar um acordo político com Aung Suu Kyi, mais cedo ou mais tarde. A não ser que aconteça o irremediável: cinco anos após uma tentativa de assassinato político, o opróbrio maior se consuma agora aos olhos do Mundo.

FAR

domingo, 3 de junho de 2007

Liberdade para Aung San Suu Kyi !

Bill Clinton, Bush-pai, Carter, Walesa , Havel, Corazon Aquino e Thatcher de um conjunto de 58 personalidades mundiais rogam ao chefe da Junta Militar de Myanmar a libertação da líder da Oposição Democrática vencedora das eleições gerais de 1990 e Prémio Nobel da Paz

A ONG Freedom Now sediada em Washington lançou um alerta mundial contra o prolongamento da detenção arbitrária em residência da líder das forças da coligação democrática, a Liga Nacional para a Democracia, Aung San Suu Kyi, que perfaz já mais de 11 anos consecutivos, desde que a Junta Militar tomou conta do poder em 1990. Aung, com 61 anos de idade, está impossibilitada de receber visitas, correio e atender o telefone. Num artigo publicado na edição Week-End do NY Times, dois advogados da ONG protestam contra a arbitrária e funesta atitude da Junta, revelando que num primeiro tempo "os militares tentaram vender a ideia de que a líder oposicionista estava detida na sua residência como medida de protecção a seu favor...".
Myanmar, região asiática paradisíaca, está transformado pelos militares corruptos e facínoras num paraíso de produção e tráfego de ópio e heroína, sendo conhecido como o segundo maior exportador mundial a seguir à Colômbia. A corrupção e séquito de atentados humanos em série, aterradores, acompanham essa perspectiva de edificação de um narco-estado à margem de todas as leis. A Junta envolveu-se em obras faraónicas e resolveu mudar a capital para o interior da selva. Resultado: 3 mil aldeias destruídas, 800 mil pessoas deslocadas à força, 1 milhão de exilados nos Estados vizinhos e 800 mil cidadãos condenados a trabalhos forçados. 70 mil crianças estão integradas no Exército. O Inferno existe à face da terra e não só no Zimbabué ou na Coreia do Norte.

FAR



(foto de wikimedia.org/wikipedia)