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segunda-feira, 9 de abril de 2007

Em Foco

#. - França: Indecisos (30 a 40%),geram emoção a 13 dias da primeira volta das Presidenciais - Por perversidade da Alta Autoridade da Comunicação audiovisual francesa, o tempo de antena dos candidatos tem vindo a ser reduzido desde 1995. Como os pequenos partidos se implantaram na sequência do impasse político e estratégico que mina o " centrão " gaulês, PS e UMP, o espectro audiométrico dos suportes - rádio, tv.- teve que impor uma severa contenção e redução, tirando as rádios privadas - Europe 1 e RTL ou NRJ - grande partido (financeiro) dos clipes politizados em breves unidades de tempo...Como não apareceram ainda grandes temas dominantes e cristalizadores na campanha presidencial, a margem de indecisos é enorme, raiando entre os 30 e os 40 por cento. Ontem, Sarkozy cometeu uma gafe muito negra, no passeio primaveril da Côte d ´Azur, sobre a pedofilia e o suicídio " inatos", de grande denotação racista e determinista. O que despoletou uma imensa e desabrida polémica com o meio científico e religioso, que condenam o sentido eugenista e selectivo das suas teses. O arcebispo de Paris condenou , veementemente, nas ondas radiofónicas , a " filosofia " do candidato da direita, que tinha dito "Inclinar-me-ia a pensar que se nasce pedófilo..ou delinquente. As circunstâncias não fazem tudo, a parte inata é imensa". Ségolène e Bayrou refutaram tais posições expressas por Sarkozy, de forma muito contundente. Vamos ver se, contra o virtual vencedor do escrutínio, apareceu tema para decidir os eleitores a não embarcarem nas suas profecias ...quase totalitárias.

#. - Japão: Reeleito o presidente da maior cidade do Mundo - Será que existe fora dos EUA, uma viragem (ou confirmação) política de uma nova ideologia populista, nacionalista e ultra-controladora? No patamar cimeiro dos países que lideram a evolução do Mundo, a Suíça, quase a maioria dos países escandinavos, o Japão e os governos de coligação de centro - tipo Itália ou Alemanha - prefiguram essa tendência inquietante de " fecho " e confiança no " cada um por si, que Deus é grande "...A reeleição do presidente do município de Tóquio, a maior cidade do mundo, pela terceira vez consecutiva, parece dar mais corpo a essa funesta e implacável tendência.
Shintaro Ishihara, de 74 anos, antigo romancista de best-sellers de gare, bateu os seus 13 rivais, por maioria absoluta. O interessante da questão é que, Ishihara, surgiu, desde que foi eleito em 1999, como um populista de direita muito vincado, ao arrepio de toda a classe política nipónica. Negou sempre o apoio dos partidos - o omnipresente Partido Liberal - e não se abstém (de acordo com o correspondente do Le Figaro) em invectivar ciclicamente " a criminalidade estrangeira, a falsa delícia da língua e da civilização francesas e o espectro da arte contemporânea, em geral ". Gere, há sete anos, Tóquio com mão de ferro: restaurou as finanças, deu plenos poderes à polícia e desencadeou um plano de tudo-só-betão gigantesco pela construção em simultâneo de mais 92 arranha-céus. Os ecologistas e seus apaniguados não conseguem vergar Ishihara, que quer " fazer obra" para preparar a candidatura da " sua " cidade aos Jogos Olímpicos de 2016. O PIB de Tóquio suplanta o da Austrália e o seu edil gere-a, a maioria das vezes, por circuito-fechado, a partir de uma rede de tv-cabo montada em sua casa.

#. - Egipto: Sucessão dinástica de Moubarak desperta islamistas - Washington e o grosso dos líderes (tolerados) das forças políticas islâmicas do Egipto, condenaram as alterações constitucionais propostas pelo partido do presidente Moubarak. Apesar de imporem o fim da osmose político-religiosa, de reforçarem as taras autocráticas do regime e de prepararem, in fine, a sucessão " dinástica " para o filho do raís omnipotente, a onda de contestação ao regime militar cresce, sem apelo nem agravo, e os partidos " tolerados " de inspiração islâmica, conseguem já controlar a maioria da sociedade civil, como é o caso dos Irmãos Muçulmanos, com milícias e um sistema de Segurança Social modelar nos bairros mais populosos. O impasse político e económico é muito grande. Sabe-se que os EUA controlam de perto a situação e encorajam Moubarak a democratizar a vida política egipcia. O general e os seus aliados receiam que surja uma vaga islamita colossal, tanto o descontentamento é grande, daí hesitarem e tentarem adiar as reformas necessárias que permitam acabar com a corrupção galopante, que só perderá força caso haja uma vitalidade democrática mínima efectiva garantida pelo jogo multipartidário.

FAR