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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Detenção por tempo indeterminado





1) Explicitly authorize the federal government to indefinitely imprison without charge or trial American citizens and others picked up inside and outside theUnited States;
2) Mandate military detention of some civilians who would otherwise be outside of military control, including civilians picked up within the United States itself; and
3) Transfer to the Department of Defense core prosecutorial, investigative, law enforcement, penal, and custodial authority and responsibility now held by the Department of Justice.

Não devia surpreender que nos Estados Unidos o cidadão perca oficialmente o direito à defesa e assistência judicial, sendo que na Europa também já andamos a arrastar o cadáver de uma democracia que já nem representativa é, mas surpreende.


Laura Nadar

quarta-feira, 10 de março de 2010

anaCrónicas 5

«Aquele que pertence verdadeiramente ao seu tempo, o verdadeiro contemporâneo é o que não coincide perfeitamente com ele nem adere às suas pretensões, definindo-se, neste sentido, como inactual.
A contemporaneidade é portanto uma relação singular com o seu próprio tempo, a que se adere preservando as suas distâncias; ela é a relação com o tempo que lhe adere pelo desfasamento e pelo anacronismo; Aqueles que coincidem excessivamente com a sua época, que se lhe adequam perfeitamente em todos os seus pontos, não são contemporâneos porque, por estas mesmas razões, não chegam a vê-la. Não conseguem fixar o olhar que lhe dirigem.»
Agamben escreve isto em 2008.
A sensação que tenho depois de um sem número de teses sobre a ditadura do presente, é que, de facto, os nossos modernos – eles atiram a palavra modernidade quando, por uma razão qualquer, necessitam de falar do futuro diante de um par de microfones apontados como armas; modernidade, dizem logo como passe de magia verbal e dizem que para lá caminhamos, sendo portanto essa modernidade vindoura o que nos espera para a frente, o futuro portanto, uma imprevisibilidade cada vez mais obscura a que não se quer reconhecer nem a obscuridade e muito menos diagnosticar as causas profundas e próximas naquilo que contém de opaco, invisível, irracionalidade alimentada, nevoeiro compacto sem Sebastião possível – são não só pessoas actualizadíssimas, portanto aderindo ao seu tempo sem desfasamento, coincidindo com ele, como não têm sequer tempo para pensar o que dizem, de tal modo o dizem sem o desfasamento que qualifica o pensamento como tal, sem tomarem distâncias para além do jogo interpartidário do poder e dos poderes. Diante, só têm mesmo os votos, as sondagens constantes exercendo a sua função de arma política e a manchete mais relevante da hora. Para além disso têm obviamente a dívida pública, mascote do regime. Como se depreende falo de líderes, esses visionários de serviço ao sistema como presente absoluto.

FMR