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domingo, 16 de setembro de 2007

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Da Capital do Império

Olá!

Hoje escrevo-vos para vos dizer que o Luís Amado e o José Sócrates são racistas. Não racistas à antiga de não permitir a entrada de pessoas em restaurantes ou escolas ou bairros de habitação por causa da sua cor da pele, mas racistas modernos, “pragmáticos”. Assumem na sua totalidade o racismo suave das expectativas baixas.
Para ir directamente à questão: Se o Robert Mugabe fosse branco (ou chinês ou latino americano!) teria sido convidado para a cimeira União Europeia/África?
O Luís Amado e o José Sócrates convidariam um presidente branco (ou chinês ou latino americano) de um pais sem qualquer importância estratégica que:
1) Ordena à sua policia para espancar lideres da oposição e depois afirma publicamente (!!!)que a oposição “needed a bashing and they got a bashing”?
2) Expropria, persegue, prende, espanca, assassina, membros de uma minoria racial do país ao mesmo tempo que um membro do seu regime afirma publicamente que membros dessa minoria não podem nem nunca poderão ser cidadãos do país e do seu continente?
3) Persegue, prende, encerra e quando isso não funciona ataca à bomba jornais que o criticam?
4) Impede a entrada de jornalistas estrangeiros no país?
5) Ignora as decisões dos tribunais do pais, ameaça juízes e exorta a polícia a ignorar as decisões dos tribunais?
6) Transforma um dos países mais produtivos e ricos de África num dos mais pobres?
7) Impede agências humanitárias de distribuírem alimentos aos esfomeados exigindo que sejam os seus capangas do partido a distribuírem os alimentos?
8) Constantemente insulta países aliados de Portugal e membros da União Europeia como por exemplo quando apelidou publicamente o governo Britânico de “o governo de paneleiros de Blair”?
Claro que não. Os socialistas estariam em pé de guerra com discursos, declarações, parangonas nos jornais, a organizarem manifestações contra o fascismo e contra o George Bush. Mas, como o Mugabe é preto entra em acção o tal racismo suave das expectativas baixas. Isto é: O Robert Mugabe é preto portanto há que aceitar padrões mais baixos. Não se pode esperar muito dos pretos….
O que o Luís Amado e o José Sócrates deveriam dizer aos seus colegas africanos se estes insistem em trazer o Bob Muggers (Bob Ladrão como ele é conhecido em Harare) é que chegou a altura de se deixarem de definir pelo colonialismo e passarem a definir-se por valores.
Eu acho que o Sócrates e o Amado deveriam também levar os dirigentes africanos a ler um novo e fascinante estudo do Banco Mundial titulado “Where is the Wealth of Nations?” (Onde está a riqueza das nações?”) que afirma em termos gerais que a riqueza das nações se divide em “capital natural, “capital produzido’ e “capital intangível”. E, diz o estudo a maior parte da riqueza dos países ricos não é composta pelas duas primeiras fatias (capital natural e capital produzido) mas pela terceira fatia, o tal “capital intangível”.
E o que é esse capital intangível? Coisas como: primazia do estado de direito, transparência da lei, educação, acesso à saúde. A riqueza dos suíços portanto não é só composta por relógios Rolex, queijos e chalets para turistas. A sua riqueza advém na sua maior parte dos conhecimentos e das leis que existem na Suíça. O estudo do Banco Mundial (acessível em WWW.Worldbank.org) diz que 90% desse tal “capital intangível” é constituído pela educação e pelo respeito à lei (rule of law).
Ou seja: O Sócrates, o Amado e todos os que insistem em continuar a deitar para o lixo milhares de milhões de dólares em ajuda aos países “em desenvolvimento/do terceiro mundo/vítimas do colonialismo” estão a gastar o seu tempo e o o vosso dinheiro até os dirigentes africanos aceitarem a importância desse tal capital intangível e assim condenarem o Bob Muggers ao isolamento total.
O que me leva a dizer-vos que no centro de Copenhaga, onde estive há duas semanas, há um prédio antigo, sóbrio (como quase tudo na Dinamarca) com um dístico em cima da sua entrada e que explica o sucesso doa Dinamarca: “Med lov skal man land bygge”. O Amado e o Sócrates deveriam levar lá o Bob Muggers e os restantes dirigentes africanos. Mostrar-lhes a riqueza da Dinamarca (que não pode ser acusada de ser imperialista/colonialista) o seu bem-estar, o seu incrível boom económico que faz inveja a muitos e depois traduzir-lhe esse dístico. “Com a lei será o país construído”. Simples. Parte do tal “capital intangível”.

Abraços,
Da capital do Império,

Jota Esse Erre