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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Telegramas

Putin, o homem mais rico da Europa - É quase um segredo dos deuses. E que ninguém ousa comentar. Em voz alta. Só na Imprensa inglesa e norte-americana se atrevem a tecer comentários ao novo Czar…O NY Times “mexeu” no dossier na última semana e remeteu os seus leitores para o The Guardian e o Washington Post. Ora toma lá para aprenderes. Continuo a dizer, para quem me quer ouvir, que lendo a imprensa portuguesa não se chega a lado nenhum. Até parece um complot…para as pessoas não pensarem, ou pensarem na ordem do discurso dominante do servilismo e da mediocridade.
O correspondente do The Guardian em Moscovo relatava, no final de Dezembro, que uma “batalha muito embrulhada” se desenrolava no Kremlin para o controlo das posições estratégico-industriais que Putin teria que, forçosamente, alienar na passagem do mandato de PR para o seu successor-escolhido-a-dedo, Dmitry Medvedev. Ora são da ordem das centenas de biliões de dólares, cinco ou sete, os valores accionistas das empresas estatais na actualidade. E os homens de St. Petersburgo colegas de Putin no KGB/FSB têm o controlo delegado desses mastodontes energéticos… Ao mesmo tempo, e de forma inesperada, surgiram notícias esparsas sobre o montante da fortuna criada por Putin… Um analista politico russo, Stanislav Belkovsky, disse ao The Guardian, depois de o ter repetido ao Die Welt e ao Washington Post, que a fortuna do PR russo se elevava a cerca de 40 biliões de dólares, após oito anos de estar no poder. Com participações “ disfarçadas” em sociedades baseadas na Suíça, em Zhoug, e na Inglaterra, em Londres. Roman Abramovich, o antigo patrão de José Mourinho e dono do Chelsea, surge como um “peão” da estratégia de investimento mundial do PR russo. O sector inovador e promissor das telecomunicações russas está nas mãos da família Putin e de aliados.
As más-línguas moscovitas traçam muitos cenários sobre o poder de aplicação da fortuna de Putin. E correram boatos que ele queria partir para o exílio, e só uma luta de clãs entre os liberais e os kgbistas o impediram de voar. Numa célebre entrevista ao Time no começo do ano, Putin respondeu ao jornalista, que o questionava sobre as alegadas acusações de corrupção que eram feitas ao seu staff: “Portanto, parece que sabe quem são, e de que forma o são. Escreva-nos, escreva ao ministro dos Negócios Estrangeiros, se está tão certo do que afirma. Presumo que sabe os nomes dessa gente, dos seus modos de actuação e das ramificações. Reagiremos de pronto, em todos os sentidos e dentro da lei”.

Irão: antigo conselheiro de Khomeini ataca Ahmadinejad - Ibrahim Yazdi, cientista e politico reformado, antigo conselheiro do ayatollah Khomeini, o fundador da República Islâmica do Irão, recebeu em sua casa o enviado especial do NY Times. Dadas as altas funções que ocupou nos primeiros anos da Revolução de 1979, a sua desencantada visão do processo revolucionário actual tem muita importância. Revela-se muito crítico contra o PR actual, Mahmoud Ahmadinejad, a quem acusa de radicalismo tradicionalista totalitário. “No Corão, Deus diz-nos que o homem foi criado para ser livre. Por isso, devemos ser livres para pensar, e pensar de forma diferente. Portanto, o objective da democracia é reconhecer a natureza plural das sociedades humanas. O Segundo iten, é a tolerância, tenho que ser tolerante para quem se me opõe. Com a tolerância chega o compromisso, e sem compromisso não existe democracia”. E o antigo conselheiro de Khomeini acrescenta: “Vejo cada vez mais tradicionais decisores políticos a tomarem a via do pragmatismo. A sociedade iraniana está madura, dirigindo-se apesar de tudo para uma democracia constitucional. As dificuldades económicas obrigam, agora, os tradicionalistas, a aceitar os desafios da mudança”. Dentro de um mês, importantes eleições legislativas e municipais podem varrer os fanáticos comparas de Ahmadinejad do poder.

Slavoj Zizek analisa modelo democrático-liberal - O filósofo esloveno brilha em França e nos EUA. Secunda Alain Badiou e acaba de publicar, de rajada, mais dois livros, um sobre Lenine e outro sobre Robespierre, em Paris. Principalmente, Zizek diz que existe actualmente um crescente desequilíbrio no modelo democrático-social. “Já muitos o disseram, com efeito na China está em vias de nascer um capitalismo autoritário. Modelo americano ou modelo chinês: não quero estar dependente dessa escolha. É por isso que nos devemos transformar de novo em utopias. Walter Lippmann mostrou que em tempos normais, a condição da democracia, é que a população tenha confiança numa elite que decida. O povo é como o rei: subscreve passivamente, sem olhar muito. Ora, em tempo de crise, essa confiança evapora-se. A minha tese consiste em dizer: existem situações em que a democracia não consegue funcionar, ou perde parte a sua substância, daí ser necessário reinventarmodaidades de mobilização popular” (Entrevista ao Libé.Week-end passado).

FAR

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

IV- Alain Badiou: O acontecimento e o ilimitado

O espantoso livro de Alain Badiou, “ De quoi Sarkozy est-il le nom?”, continua a agitar o espaço político e cultural mundial. E força os mediocratas e intelectuais engagés a optarem. O debate tem tido uma envergonhada repercussão em Portugal. José Pacheco Pereira, de forma elíptica e redundante, tem postado textos, in Público, vertidos no Abrupto, em seguida, onde, usando tese cara a Jean Baudrillard só se detecta a “ transparência do Mal”; pois, sublinha“o arbitrário é difuso", e os intelectuais tentam o impossível “para incarnar o integrismo do pensamento legítimo com todo o ardor do masoquismo". E do sadismo, acrescentamos nós…

1. “Existe apesar de tudo um problema acerca do Acontecimento, analisado por Badiou. Ele próprio mo confessou: há como que uma oscilação…acontecimento…Como o designer? Ele não quer dar o passo Derrideano (J.Derrida) de confessor, que, o Acontecimento, não se reconhece senão no seu traçado. Apesar de tudo, recusa-se a substancializar o Acontecimento. Ele di-lo, precisamente: “ O que conta não é o acontecimento, em-si, mas a Fidelidade. O problema não reside na separação que se pode verificar entre o Acontecimento e a sua apelação". in (Slavoj Zizek, etudes lacanienes)

Alain Badiou: “ Importa opor o ilimitado ao ideal científico. Adorno é um dos que apostaram no ideal do ilimitado, com e depois Bergson, Heidegger, Deleuze e outros, opostos a uma forma suposta fechada do ideal científico. A compreender como o que veicula que a negação da negação é a afirmação e encerra, por conseguinte, a negação. O ideal do ilimitado, pelo contrário, visa a ideia de uma negação tal que, mesmo a negação a não apaga; apesar de tudo, poder-se-ia negar a negação, mas não a conseguimos suprimir e toda a abertura será mantida. O ilimitado é o processo de substituir à forma a transformação da forma. O informal é, nesta perspectiva, a possibilidade de se confrontar ao informe. Na dimensão que faz com que toda a forma não se postula senão para ser imediatamente transformado, e esta transformação deve ser ela própria errática ou sem forma”. (Seminário da E.Normale.Sup.2005. Sobre a tese de Adorno in “Dialéctica Negativa“)


FAR

domingo, 30 de dezembro de 2007