Agora que o governo britânico expulsou um diplomata israelita de Londres acho por bem aproveitar a oportunidade para revisitar o assassinato do dirigente do Hamas Mahmoud Al-Mabhouh no Dubai a 19 de Janeiro.
É uma história de faca e alguidar e não me perguntem como é que sei o que vos vou contar. Não digo.
Al-Mabhouh – para além de no passado ter estado envolvido em operações terroristas pelo Hamas e de estar na lista de terroristas dos serviços secretos e de imigração europeus – era actualmente o elo de ligação entre o Hamas e o Irão no negócio de armas. O Dubai como porto livre é um dos principais locais para o negócio de armas do mundo. (Os serviços secretos russos assassinaram no Dubai um ano antes um dos dirigentes rebeldes chechenos)
Mas o assassinato de Al-Mabhouh não foi levado a cabo numa operação relâmpago.
O tipo de operação que decorreu no Dubai revela que o líder do Hamas estava a ser meticulosamente seguido há meses senão anos. O tipo de controlo levado a cabo deve ter envolvido meios técnicos, humanos e físicos.
Três (ou quatro) palestinianos foram presos no Dubai após o assassinato e tem havido um silêncio total sobre a sua identidade. Na Síria alguns elementos do Hamas foram também interrogados.
O dirigente do Hamas chegou ao Dubai sem guarda-costas. Aparentemente os guarda-costas não conseguiram reservar bilhetes de passagem para o dia em que Al-Mabhouh viajou o que indica que a viajem ou pelo menos as reservas da mesma foi precipitada.
Mas a equipa enviada para matar Al-Mabhouh já se encontrava no Dubai quando este lá chegou vindo da Síria onde residia. (Excepto o comandante no terreno da operação um francês usando o nome falso de Peter Elvinger que chegou na madrugada do dia da chegada de al Mabhouh). A equipa tinha na verdade chegado ao Dubai vinda de diferentes partes do mundo (Paris, Frankfurt, Roma e Zurique) o que só por si é indicativo de como a operação tinha sido planeada com muita antecedência. Mas não se sabia para que hotel o homem do Hamas iria. Ou melhor sabia-se o nome de dois hotéis dos quais Al-Mabhouh iria escolher um após chegar ao Dubai. Sabia-se também que o palestiniano viajava com um passaporte falso o que obviamente lhe deu falsa segurança. Um grupo foi estacionado num hotel; outro grupo no outro. No dia da chegada do dirigente do Hamas um outro grupo estava no aeroporto à sua espera para o seguir. Quando ficou claro que al-Mabhouh iria seguir para o Al Bustan Rotana Hotel o outro foi abandonado pelos elementos da equipa que ali estavam colocados concentrando-se toda a equipa no hotel escolhido pelo palestinano e nas suas imediações.
No hotel que Al-Mabhouh escolheu o palestiniano foi seguido de perto até ao seu quarto (é o video do hotel com dois homens disfarçados de jogadores de tenis a sairem no mesmo andar que al Mabhouh). Com o quarto identificado (quarto 230) agentes reservaram um quarto no mesmo andar ( A reserda co quarto 237 foi feita em nome de Elvinger).
Nesse mesm dia (19 de Janeiro) o dirigente do Hamas esteve na embaixada do Irão para discutir um carregamento de armas para a Faixa de Gaza. Regressou ao seu hotel por volta das 8.30 da noite. Antes disso houve uma entativa de “reprogramar” a chave electrónica do quarto de al Mabhou. Os agentes sabiam que Al-Mabhouh não tinha nenhum encontro previsto para essa noite. Nessa noite foi assassinado pouco depois de ter chegado. Não houve qualquer indício de arrobamento ou violência para se entrar no quarto. Al-Mabhouhb recebeu primeiro um choque eléctrico de uma “stun gun” depois foi injectado com Suxamethonium que quando injectado em grandes quantidades causa a paralisação do coração. Dificil de detectar após a morte.
Os agentes que participaram na missão estiveram sempre em contacto telefónico com um número na Áustria. É possivel no entanto que esse numero trasnferisse automaticamente as chamadas para um outro noutra parte do mundo. Isto indica que o comandante ou comandantes da operação não acompanharam a equipa ao Dubai.
Todos os membros da equipa enviada ao Dubai usaram cartões de crédito ligados a uma companhia de nome Payoneer. O director da Payoneer é um antigo membro das forças especiais israelitas. A Payoneer é controlada por uma outra companhia sediada em Israel. A maior parte dos pagamentos que efectuaram para despesas no Dubai foram no entanto feitos em cash
Os membros da equipa de assassinos deixaram o Dubai para diferentes partes do mundo. O comandante no terreno, o francês Elvinger, deixou o Dubai pouco antes do assassinato.
Quatro deles foram para a África do Sul.
Dois deles partiram para o Irão.
Pode não haver dúvidas sobre quem levou a cabo a operação. As incertezas jazem em quem colaborou, porquê e durante quanto tempo.
Jota Esse Erre
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quarta-feira, 24 de março de 2010
Da Capital do Império
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sexta-feira, 30 de maio de 2008
Irão recupera posição fulcral no Médio Oriente
Os moderados elementos do poder político iraniano conseguiram levar às cordas Ahmadi-Nejad, o actual PR, que só governa mais um ano, pois, Ali Larijani, o antigo negociador dos interesses nucleares junto da AI de Energia Atómica, acabou por conquistar por larga maioria, 231 votos contra 31, o lugar de " presidente " do Parlamento. Trata-se de um grande facto político que abre imensas e radicais perspectivas ao Irão , quer internamente, quer na cena regional e internacional.A famigerada política de ameaça e sanções dos EUA foi desarmada, o que coloca GW Bush e o seu candidato John Mcain em péssimos lençóis, claro.
A crise de produtividade dos poços de gás e de petróleo da maioria dos estados do Médio Oriente puxou para o podium político e económico regional o Irão, dono de grandes reservas de petróleo cifradas em cerca de 250 biliões de barris, a juntar às segundas reservas mundiais de gás. O NY Times assegura mesmo que a Arábia Saudita encara com inteligência o fim da polémica religiosa envenenada com o Irão. As monarquias sunitas ligadas a Ryade precisam de ouro negro como de pão para a boca; e só o podem encontrar na antiga Pérsia. Todos os mecanismos diplomáticos vão aplicar esta tónica de restauração das boas relações com o Irão.
O radicalismo extemporâneo da eleição de Ahmadi-Nejad contribuiu para o êxodo de largas centenas de milhar de quadros que se espalharam pelos EUA e nos países do Golfo. Por outro lado, os cartéis iranianos do petróleo conseguiram " salvar " grande parte dos lucros da exploração e venda de hidrocarbonetos e, com arte e segredo, investiram mais de meio trilião de dólares na economia regional dos seus vizinhos, segundo dados avançados pelo F. Times esta semana. Todos estes sensíveis factores contribuíram para a recuperação do papel vital do Irão na zona.
Mas a política está longe de possuir as virtualidades de uma construção racional, a cem por cento. Há efeitos perversos a controlar por todos os interessados. E o papel dos reformistas/ moderados do poder iraniano vai ser crucial para decidir as possibilidades de recuperação política e o indispensável arranque do renascimento económico. Larijani, que parece um político moderno e muito experimentado, tem que " vergar " o poder dos chefes dos Guardas da Revolução e postar aliados em pontos sensíveis da estrutura político-militar iraniana. Caso contrário, pode existir um grande desequilíbrio e tensão que alastre e incendeie a zona dominada pelos seus aliados, a Síria e o Hezbollah junto a Israel... As manobras são em tal profundidade, e com tão infinitas e delicadas intercessões que se fala numa mudança política em Telavive com o P. Trabalhista a colocar Barack no governo.
sábado, 22 de março de 2008
Irão: Radicais islâmicos "limpam" legislativas
É mais uma herança de GW Bush: o reforço do poder militar e religioso da facção Ahmid-Nejadh, o PR iraniano que pensa poder levar por diante o plano militar de enriquecimento do urânio. A terceira vaga das sanções impostas pela ONU, que coincidem com a realização da campanha das Legislativas, fizeram acentuar o peso da numenclatura integrista e radical do estado-maior dos Guardas da Revolução.
Segundo as notícias veiculadas pelo The Guardian, hoje, já que o NYT e o WP não analisaram ainda as primeiras estimativas, os partidários de Ahmid-Nejadh podem vir a alcançar, tudo o leva a crer, uma maioria absoluta superior a 70 por cento. 120 militares já foram eleitos e os Reformadores parece, pois muitas das operações de escrutínio foram contestadas e aguardam recontagem, terem conseguido eleger 40 membros, sobretudo nas capitais de departamentos.
"The conservative consolidation of power in Iran's parliamentary elections has shown that international sanctions are backfiring, according to liberal analysts in Tehran.
Religious conservatives have won 70% of the seats decided so far and are likely to maintain their grip after an imminent run-off vote for about 90 undecided seats.
The election has strengthened the hand of Iran's Revolutionary Guard, a militantly conservative force with growing control over the economy. At least 120 of the 290 members of the new parliament will be former guardsmen like President Mahmoud Ahmadinejad. Reformists, barred from standing across the country, have only won 40 seats. They expected to do well in Tehran, where they were allowed to compete, but are yet to win a seat there, and demanded a recount.
(...)
Even reformists say sanctions do more harm than good, by making Iranians close ranks around the leadership.
"Pressure will not work," said Seyed Safavi, who stood and lost in Tehran for the relatively liberal National Trust party. "Is there any pressure more than war?"
Julian Borger in Tehran,Saturday, March 22, 2008
The Guardian
FAR
Segundo as notícias veiculadas pelo The Guardian, hoje, já que o NYT e o WP não analisaram ainda as primeiras estimativas, os partidários de Ahmid-Nejadh podem vir a alcançar, tudo o leva a crer, uma maioria absoluta superior a 70 por cento. 120 militares já foram eleitos e os Reformadores parece, pois muitas das operações de escrutínio foram contestadas e aguardam recontagem, terem conseguido eleger 40 membros, sobretudo nas capitais de departamentos.
"The conservative consolidation of power in Iran's parliamentary elections has shown that international sanctions are backfiring, according to liberal analysts in Tehran.
Religious conservatives have won 70% of the seats decided so far and are likely to maintain their grip after an imminent run-off vote for about 90 undecided seats.
The election has strengthened the hand of Iran's Revolutionary Guard, a militantly conservative force with growing control over the economy. At least 120 of the 290 members of the new parliament will be former guardsmen like President Mahmoud Ahmadinejad. Reformists, barred from standing across the country, have only won 40 seats. They expected to do well in Tehran, where they were allowed to compete, but are yet to win a seat there, and demanded a recount.
(...)
Even reformists say sanctions do more harm than good, by making Iranians close ranks around the leadership.
"Pressure will not work," said Seyed Safavi, who stood and lost in Tehran for the relatively liberal National Trust party. "Is there any pressure more than war?"
Julian Borger in Tehran,Saturday, March 22, 2008
The Guardian
FAR
domingo, 2 de março de 2008
O pequeno-grande Mundo dos Ditadores em ebulição incontrolada e perene?
Pelo azar do calendário, este novel mês de Março irá fazer lume e trompete sobre três alucinantes sufrágios: Rússia (hoje, a decorrer), no Irão, as parlamentares a; e no Zimbabué, no final do mês,29, onde Mugabe vai jogar tudo por tudo para se manter à frente do país-record da inflação mundial e da desigualdade mais sanguinária. Março, marçagão, kalachs para o chão…
As coisas pioram, efectivamente, à medida que o calendário avança. O Der Spiegel e o FT deram relevo à viragem à direita no Irão, com a facção Amin-Nejadah e os Guardas da Revolução a imporem o seu diktat na selecção de candidatos ao sufrágio legislativo. Ainda não existem dados muito concretos sobre as proporções do “golpe" dos hard-liners do regime, o que se sabe é que o Guia Supremo se curvou perante o brilho das armas. O que só irá tornar ainda mais incontrolável um Médio Oriente atravessado por um estado de guerra permanente e irredutível.
Se a eleição russa de hoje, será indisfarçavelmente má, a iraniana será má com agravos incontroláveis e a do Zimbabué - presidencial e parlamentar - grotesca, segundo os qualificativos usados por G. Rachman no F. Times Blogue.
O que surge em filigrana no espectro destas três eleições-farol? Uma crítica sem limites aos postulados da democracia liberal e pluripartidária, em regra e sem sofismas. Putin fez gato-sapato das recomendações internacionais sobre os dislates da falta de representatividade e funcionamento das regras do jogo eleitoral russo. O poder iraniano fechou-se sobre si próprio e uma vaga de terror e repressão incalculáveis acabarão por destruir os fundamentos já ténues da democracia representativa iraniana. Se pensarmos que, em conjunto, as reservas petrolíferas da Rússia e do Irão ultrapassam quase em muito as da Arábia Saudita, nem vale a pena pensar na escalada infernal que nos ameaça.
Mugabe e os seus acólitos, ensaiam já novo tipo sofisticado de rumores e ameaças encapotadas para intimidarem a Oposição, que pode ter a audácia de descer às ruas para fazer frente às metralhadoras
a soldo de caciques predadores.
FAR
As coisas pioram, efectivamente, à medida que o calendário avança. O Der Spiegel e o FT deram relevo à viragem à direita no Irão, com a facção Amin-Nejadah e os Guardas da Revolução a imporem o seu diktat na selecção de candidatos ao sufrágio legislativo. Ainda não existem dados muito concretos sobre as proporções do “golpe" dos hard-liners do regime, o que se sabe é que o Guia Supremo se curvou perante o brilho das armas. O que só irá tornar ainda mais incontrolável um Médio Oriente atravessado por um estado de guerra permanente e irredutível.
Se a eleição russa de hoje, será indisfarçavelmente má, a iraniana será má com agravos incontroláveis e a do Zimbabué - presidencial e parlamentar - grotesca, segundo os qualificativos usados por G. Rachman no F. Times Blogue.
O que surge em filigrana no espectro destas três eleições-farol? Uma crítica sem limites aos postulados da democracia liberal e pluripartidária, em regra e sem sofismas. Putin fez gato-sapato das recomendações internacionais sobre os dislates da falta de representatividade e funcionamento das regras do jogo eleitoral russo. O poder iraniano fechou-se sobre si próprio e uma vaga de terror e repressão incalculáveis acabarão por destruir os fundamentos já ténues da democracia representativa iraniana. Se pensarmos que, em conjunto, as reservas petrolíferas da Rússia e do Irão ultrapassam quase em muito as da Arábia Saudita, nem vale a pena pensar na escalada infernal que nos ameaça.
Mugabe e os seus acólitos, ensaiam já novo tipo sofisticado de rumores e ameaças encapotadas para intimidarem a Oposição, que pode ter a audácia de descer às ruas para fazer frente às metralhadoras
a soldo de caciques predadores.
FAR
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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Telegramas
Putin, o homem mais rico da Europa - É quase um segredo dos deuses. E que ninguém ousa comentar. Em voz alta. Só na Imprensa inglesa e norte-americana se atrevem a tecer comentários ao novo Czar…O NY Times “mexeu” no dossier na última semana e remeteu os seus leitores para o The Guardian e o Washington Post. Ora toma lá para aprenderes. Continuo a dizer, para quem me quer ouvir, que lendo a imprensa portuguesa não se chega a lado nenhum. Até parece um complot…para as pessoas não pensarem, ou pensarem na ordem do discurso dominante do servilismo e da mediocridade.
O correspondente do The Guardian em Moscovo relatava, no final de Dezembro, que uma “batalha muito embrulhada” se desenrolava no Kremlin para o controlo das posições estratégico-industriais que Putin teria que, forçosamente, alienar na passagem do mandato de PR para o seu successor-escolhido-a-dedo, Dmitry Medvedev. Ora são da ordem das centenas de biliões de dólares, cinco ou sete, os valores accionistas das empresas estatais na actualidade. E os homens de St. Petersburgo colegas de Putin no KGB/FSB têm o controlo delegado desses mastodontes energéticos… Ao mesmo tempo, e de forma inesperada, surgiram notícias esparsas sobre o montante da fortuna criada por Putin… Um analista politico russo, Stanislav Belkovsky, disse ao The Guardian, depois de o ter repetido ao Die Welt e ao Washington Post, que a fortuna do PR russo se elevava a cerca de 40 biliões de dólares, após oito anos de estar no poder. Com participações “ disfarçadas” em sociedades baseadas na Suíça, em Zhoug, e na Inglaterra, em Londres. Roman Abramovich, o antigo patrão de José Mourinho e dono do Chelsea, surge como um “peão” da estratégia de investimento mundial do PR russo. O sector inovador e promissor das telecomunicações russas está nas mãos da família Putin e de aliados.
As más-línguas moscovitas traçam muitos cenários sobre o poder de aplicação da fortuna de Putin. E correram boatos que ele queria partir para o exílio, e só uma luta de clãs entre os liberais e os kgbistas o impediram de voar. Numa célebre entrevista ao Time no começo do ano, Putin respondeu ao jornalista, que o questionava sobre as alegadas acusações de corrupção que eram feitas ao seu staff: “Portanto, parece que sabe quem são, e de que forma o são. Escreva-nos, escreva ao ministro dos Negócios Estrangeiros, se está tão certo do que afirma. Presumo que sabe os nomes dessa gente, dos seus modos de actuação e das ramificações. Reagiremos de pronto, em todos os sentidos e dentro da lei”.
Irão: antigo conselheiro de Khomeini ataca Ahmadinejad - Ibrahim Yazdi, cientista e politico reformado, antigo conselheiro do ayatollah Khomeini, o fundador da República Islâmica do Irão, recebeu em sua casa o enviado especial do NY Times. Dadas as altas funções que ocupou nos primeiros anos da Revolução de 1979, a sua desencantada visão do processo revolucionário actual tem muita importância. Revela-se muito crítico contra o PR actual, Mahmoud Ahmadinejad, a quem acusa de radicalismo tradicionalista totalitário. “No Corão, Deus diz-nos que o homem foi criado para ser livre. Por isso, devemos ser livres para pensar, e pensar de forma diferente. Portanto, o objective da democracia é reconhecer a natureza plural das sociedades humanas. O Segundo iten, é a tolerância, tenho que ser tolerante para quem se me opõe. Com a tolerância chega o compromisso, e sem compromisso não existe democracia”. E o antigo conselheiro de Khomeini acrescenta: “Vejo cada vez mais tradicionais decisores políticos a tomarem a via do pragmatismo. A sociedade iraniana está madura, dirigindo-se apesar de tudo para uma democracia constitucional. As dificuldades económicas obrigam, agora, os tradicionalistas, a aceitar os desafios da mudança”. Dentro de um mês, importantes eleições legislativas e municipais podem varrer os fanáticos comparas de Ahmadinejad do poder.
Slavoj Zizek analisa modelo democrático-liberal - O filósofo esloveno brilha em França e nos EUA. Secunda Alain Badiou e acaba de publicar, de rajada, mais dois livros, um sobre Lenine e outro sobre Robespierre, em Paris. Principalmente, Zizek diz que existe actualmente um crescente desequilíbrio no modelo democrático-social. “Já muitos o disseram, com efeito na China está em vias de nascer um capitalismo autoritário. Modelo americano ou modelo chinês: não quero estar dependente dessa escolha. É por isso que nos devemos transformar de novo em utopias. Walter Lippmann mostrou que em tempos normais, a condição da democracia, é que a população tenha confiança numa elite que decida. O povo é como o rei: subscreve passivamente, sem olhar muito. Ora, em tempo de crise, essa confiança evapora-se. A minha tese consiste em dizer: existem situações em que a democracia não consegue funcionar, ou perde parte a sua substância, daí ser necessário reinventarmodaidades de mobilização popular” (Entrevista ao Libé.Week-end passado).
FAR
O correspondente do The Guardian em Moscovo relatava, no final de Dezembro, que uma “batalha muito embrulhada” se desenrolava no Kremlin para o controlo das posições estratégico-industriais que Putin teria que, forçosamente, alienar na passagem do mandato de PR para o seu successor-escolhido-a-dedo, Dmitry Medvedev. Ora são da ordem das centenas de biliões de dólares, cinco ou sete, os valores accionistas das empresas estatais na actualidade. E os homens de St. Petersburgo colegas de Putin no KGB/FSB têm o controlo delegado desses mastodontes energéticos… Ao mesmo tempo, e de forma inesperada, surgiram notícias esparsas sobre o montante da fortuna criada por Putin… Um analista politico russo, Stanislav Belkovsky, disse ao The Guardian, depois de o ter repetido ao Die Welt e ao Washington Post, que a fortuna do PR russo se elevava a cerca de 40 biliões de dólares, após oito anos de estar no poder. Com participações “ disfarçadas” em sociedades baseadas na Suíça, em Zhoug, e na Inglaterra, em Londres. Roman Abramovich, o antigo patrão de José Mourinho e dono do Chelsea, surge como um “peão” da estratégia de investimento mundial do PR russo. O sector inovador e promissor das telecomunicações russas está nas mãos da família Putin e de aliados.
As más-línguas moscovitas traçam muitos cenários sobre o poder de aplicação da fortuna de Putin. E correram boatos que ele queria partir para o exílio, e só uma luta de clãs entre os liberais e os kgbistas o impediram de voar. Numa célebre entrevista ao Time no começo do ano, Putin respondeu ao jornalista, que o questionava sobre as alegadas acusações de corrupção que eram feitas ao seu staff: “Portanto, parece que sabe quem são, e de que forma o são. Escreva-nos, escreva ao ministro dos Negócios Estrangeiros, se está tão certo do que afirma. Presumo que sabe os nomes dessa gente, dos seus modos de actuação e das ramificações. Reagiremos de pronto, em todos os sentidos e dentro da lei”.
Irão: antigo conselheiro de Khomeini ataca Ahmadinejad - Ibrahim Yazdi, cientista e politico reformado, antigo conselheiro do ayatollah Khomeini, o fundador da República Islâmica do Irão, recebeu em sua casa o enviado especial do NY Times. Dadas as altas funções que ocupou nos primeiros anos da Revolução de 1979, a sua desencantada visão do processo revolucionário actual tem muita importância. Revela-se muito crítico contra o PR actual, Mahmoud Ahmadinejad, a quem acusa de radicalismo tradicionalista totalitário. “No Corão, Deus diz-nos que o homem foi criado para ser livre. Por isso, devemos ser livres para pensar, e pensar de forma diferente. Portanto, o objective da democracia é reconhecer a natureza plural das sociedades humanas. O Segundo iten, é a tolerância, tenho que ser tolerante para quem se me opõe. Com a tolerância chega o compromisso, e sem compromisso não existe democracia”. E o antigo conselheiro de Khomeini acrescenta: “Vejo cada vez mais tradicionais decisores políticos a tomarem a via do pragmatismo. A sociedade iraniana está madura, dirigindo-se apesar de tudo para uma democracia constitucional. As dificuldades económicas obrigam, agora, os tradicionalistas, a aceitar os desafios da mudança”. Dentro de um mês, importantes eleições legislativas e municipais podem varrer os fanáticos comparas de Ahmadinejad do poder.
Slavoj Zizek analisa modelo democrático-liberal - O filósofo esloveno brilha em França e nos EUA. Secunda Alain Badiou e acaba de publicar, de rajada, mais dois livros, um sobre Lenine e outro sobre Robespierre, em Paris. Principalmente, Zizek diz que existe actualmente um crescente desequilíbrio no modelo democrático-social. “Já muitos o disseram, com efeito na China está em vias de nascer um capitalismo autoritário. Modelo americano ou modelo chinês: não quero estar dependente dessa escolha. É por isso que nos devemos transformar de novo em utopias. Walter Lippmann mostrou que em tempos normais, a condição da democracia, é que a população tenha confiança numa elite que decida. O povo é como o rei: subscreve passivamente, sem olhar muito. Ora, em tempo de crise, essa confiança evapora-se. A minha tese consiste em dizer: existem situações em que a democracia não consegue funcionar, ou perde parte a sua substância, daí ser necessário reinventarmodaidades de mobilização popular” (Entrevista ao Libé.Week-end passado).
FAR
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Telegramas
Krugman revela-se pessimista sobre o ano 2008, em especial para a Economia USA - Das fanfarronices ao medo, é o título de uma desassombrada análise de política económica de Paul Krugman, inserta no NY Times. E o que nos diz ele de relevante? O desemprego aumenta…porque os efeitos do colapso do imobiliário residencial parecem “incontroláveis”, desvirtuando a miragem agitada pela cassete dos refrães do ano transacto. “The levees have been breached, and the repercussions of the housing crisis are spreading across the economy as a whole”, justifica. Para indicar que, não se podendo ainda falar de uma “formal recessão”, o que “parece claro é que 2008 será um ano muito agitado para a economia americana”. Tudo por causa, pontua, “da fraca prestação global da economia dos anos GWBush: dois anos e meio de desemprego, três anos e meio de bom mas não suficiente crescimento, e mais dois anos de renovado abrandamento económico”. Os candidatos presidenciais que apostam na mudança, Hillary Clinton e Barack Obama, podem ter chances num contexto depressivo como este, reflecte. Mas, pondera, os candidatos do establishment – Republicanos - podem fazer aparecer o dispositivo maior de contra-ataque quando as coisas giram mal - o pivô da banha-da-cobra transferido para o medo. “You see, for 30 years American politics has been dominated by a political Robin.Hood inreverse, giving unto those that hath while taking from those who don´t. And one secret of that long domination has been a remarkable flexibility in economic debate. The policies never change- but the arguments for these policies turn on a dime”. Os democratas querem voltar ao nível de impostos da era Clinton, de forma a atenuarem o grave deficit da Segurança Social, um dos maiores flagelos do liberalismo bushista sem rodeios…
Quénia: elites apostam no tribalismo, a ferro e fogo - A política da terra queimada ensanguenta a África de maior potencial. Depois do genocídio inumano praticado pelos warlords na Serra Leoa e na Libéria, a “vitrina” democrática da África do Oeste, a Costa do Marfim, quase um protectorado francês por causa da riqueza agrícola insofismável, há mais de dois anos, assiste impávida ao desenrolar de um processo político auto-destruidor de proporções alarmantes. Os franceses têm estacionado um volumoso contingente de tropas de intervenção. E organizaram o exército do “socialista”, Laurent Gbagbo, cuja família tentacular se meteu a gerir negócios muito rentáveis. O caso do Quénia, na Costa Oriental, com um processo democrático quasi-regular desde 2002, outro dos “celeiros de África” e com um potencial turístico enorme, degenerou por causa da ambição de um dos filhos mais exemplares dos independentistas do país, Raila Odinga. Os erros cometidos por corrupção e nepotismo pelo PR mal reeleito, Mwai Kibaki, deram o lamiré para uma purga étnico-tribal impensável nos dias de hoje. Os EUA e sobretudo a África do Sul tentam salvar os móveis, tentando sentar à mesa das negociações, o PR, membro da etnia dos Kikuyu, e o líder contestatário e multimilionário, pertencente à etnia dos Kalengin, R. Odinga, ele que já tinha apoiado o agora contestado presidente contra o ditador Moi, nos anos 90. Será que existem conexões entre os grandes “barões” envolvidos nos negócios entre a África do Sul e o Quénia, dispostos a ganharem quotas de mercado para as suas especulações económicas, nem sempre muito curiais e cristalinas?
Irão: Ahmadinejad perde apoios do Líder Supremo - O líder religioso, ayatollah Ali Khamenei, está muito descontente com os resultados da política económica apurados pelo PR , Mahmoud Ahmadinejad. Segundo a correspondente em Teerão do NY Times, Nazila Fathi, Khamenei num contexto mais desanuviado pelo fim das ameaças temporárias de ataque dos EUA, recuperou muitas das críticas ao populismo e primitivismo demagógico da política económica do governo presidido por Ahmadinejad. A inflação ronda os 20 por cento, o desemprego os 16 e não se vislumbra um esboço mínimo de estratégia económica sustentável. Entretanto, Khamenei nomeou um líder radical para comandante de uma das mais importantes milícias do país, que tinha sido demitido por Ahmadinejad. E enviou como emissário especial ao Cairo, Ali Laranjani, da ala moderada do antigo ayatollah Khatami, factos que deixaram por terra o PR desorientado e a perder força cada dia que passa. Entretanto, as eleições Legislativas na próxima Primavera podem acentuar o fm de um período de grande desequilíbrio político e crise económica multissectorial.
FAR
Quénia: elites apostam no tribalismo, a ferro e fogo - A política da terra queimada ensanguenta a África de maior potencial. Depois do genocídio inumano praticado pelos warlords na Serra Leoa e na Libéria, a “vitrina” democrática da África do Oeste, a Costa do Marfim, quase um protectorado francês por causa da riqueza agrícola insofismável, há mais de dois anos, assiste impávida ao desenrolar de um processo político auto-destruidor de proporções alarmantes. Os franceses têm estacionado um volumoso contingente de tropas de intervenção. E organizaram o exército do “socialista”, Laurent Gbagbo, cuja família tentacular se meteu a gerir negócios muito rentáveis. O caso do Quénia, na Costa Oriental, com um processo democrático quasi-regular desde 2002, outro dos “celeiros de África” e com um potencial turístico enorme, degenerou por causa da ambição de um dos filhos mais exemplares dos independentistas do país, Raila Odinga. Os erros cometidos por corrupção e nepotismo pelo PR mal reeleito, Mwai Kibaki, deram o lamiré para uma purga étnico-tribal impensável nos dias de hoje. Os EUA e sobretudo a África do Sul tentam salvar os móveis, tentando sentar à mesa das negociações, o PR, membro da etnia dos Kikuyu, e o líder contestatário e multimilionário, pertencente à etnia dos Kalengin, R. Odinga, ele que já tinha apoiado o agora contestado presidente contra o ditador Moi, nos anos 90. Será que existem conexões entre os grandes “barões” envolvidos nos negócios entre a África do Sul e o Quénia, dispostos a ganharem quotas de mercado para as suas especulações económicas, nem sempre muito curiais e cristalinas?
Irão: Ahmadinejad perde apoios do Líder Supremo - O líder religioso, ayatollah Ali Khamenei, está muito descontente com os resultados da política económica apurados pelo PR , Mahmoud Ahmadinejad. Segundo a correspondente em Teerão do NY Times, Nazila Fathi, Khamenei num contexto mais desanuviado pelo fim das ameaças temporárias de ataque dos EUA, recuperou muitas das críticas ao populismo e primitivismo demagógico da política económica do governo presidido por Ahmadinejad. A inflação ronda os 20 por cento, o desemprego os 16 e não se vislumbra um esboço mínimo de estratégia económica sustentável. Entretanto, Khamenei nomeou um líder radical para comandante de uma das mais importantes milícias do país, que tinha sido demitido por Ahmadinejad. E enviou como emissário especial ao Cairo, Ali Laranjani, da ala moderada do antigo ayatollah Khatami, factos que deixaram por terra o PR desorientado e a perder força cada dia que passa. Entretanto, as eleições Legislativas na próxima Primavera podem acentuar o fm de um período de grande desequilíbrio político e crise económica multissectorial.
FAR
sábado, 17 de novembro de 2007
Articulista do Wall Street Journal desaconselha o bombardeamento do Irão porque existem dissensões no topo do poder da mullahcracia
Esta é o máximo: não há niilistas, cripto-nietschianos, fernandistas, solistas que me agarrem. Na selva dos Blogues luto. Incito toda a gente a participar, a criticar, a dar a cara. Andamos nisto para acelerar o bom gosto, a libertinagem. Eu não quero liderar coisa alguma. Quero como Makhno ajudar a libertar, a fazer felizes todos quantos o poder tenta aniquilar, por ínvios caminhos. A Fox do Murdoch, aquela intolerável cadeia de intoxicação gwbushista parece que vai fechar. Será que os Clinton irão de novo para a Casa Branca? E, por isso, o Murdoch acelera o seu alinhamento e desfaz-se dos mais-do-que gwbushistas de vómito? Mas, a melhor deste dia 16 de Novembro, é que o Wall Street Journal, recentemente adquirido por Murdoch, publica um artigo de análise e enquadramento sobre o Irão, tudo sobre a estrutura e relações de poder dos Guardas da Revolução, onde é aconselhado que não se bombardeie o país dos mullahs, por ser contraproducente.
O artigo, escrito por um sociólogo residente em França, Amir Thaeri, analisa pormenorizadamente a força virtual dos Guardas da Revolução. Os seus efectivos, o seu enorme poder económico e o capital investido na subversão xiita no Médio Oriente, o que nos provoca: 1 bilião e 200 milhões de dólares por ano . Vocês já pensaram nisto? Só no Líbano, o Irão já investiu mais de 20 biliões de dólares para a manutenção da frente armada contra Israel, desde 1983.
"A few Islamic Revolutionary Guard Corps (IRGC) commanders, including some at the top, do not relish a conflict with the USA, that could destroy their business empires offering Iran victory on the battlefield. There is no guarantee that, in a major war, all parts of the IRGC would show the same commitment to the system. (...) A blanket labeling of the IRGC as " terrorist " as opposed to targeting elements of it that terrorize the Iranian people and others in the region and beyond, could prove counterprodutive". Tudo nos conformes, como diria o outro.
FAR
O artigo, escrito por um sociólogo residente em França, Amir Thaeri, analisa pormenorizadamente a força virtual dos Guardas da Revolução. Os seus efectivos, o seu enorme poder económico e o capital investido na subversão xiita no Médio Oriente, o que nos provoca: 1 bilião e 200 milhões de dólares por ano . Vocês já pensaram nisto? Só no Líbano, o Irão já investiu mais de 20 biliões de dólares para a manutenção da frente armada contra Israel, desde 1983.
"A few Islamic Revolutionary Guard Corps (IRGC) commanders, including some at the top, do not relish a conflict with the USA, that could destroy their business empires offering Iran victory on the battlefield. There is no guarantee that, in a major war, all parts of the IRGC would show the same commitment to the system. (...) A blanket labeling of the IRGC as " terrorist " as opposed to targeting elements of it that terrorize the Iranian people and others in the region and beyond, could prove counterprodutive". Tudo nos conformes, como diria o outro.
FAR
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
NY.Times: "Falcões" perdem terreno junto a GW. Bush?
John Bolton, o infeliz saneado da ONU como representante dos EUA, a trabalhar agora na pesada "máquina" de propaganda de ir-para-a-guerra republicana, o American Entreprise Institute, lançou um livro e fez declarações bombásticas no meio dessa publicidade infernal, reporta hoje o NY Times. Os "falcões" parece estarem em minoria...Mas nunca se sabe com tal gente, a cheirar a evangelistas e a petróleo pesado...
O interessante da questão prende-se, decisivamente, com o facto de um "incondicional" de GW. Bush, vir a público contestar a moderação da actual estratégia de política externa norte-americana. Ele acusa os "High Minded" da estratégia bushista, a pouco e pouco, a direito e de través, terem imposto uma política de "soft power" e movido todo o empenho de conquista e supremacia pela sua linha , "pelo controlo não só dos Média, Congresso, Departamento de Estado e ONU, mas também agora da Casa Branca".
As negociações com a Coreia do Norte para o desmantelamento do seu arsenal nuclear são um momento iniciático dessa estratégia moderadora. Que pode vir a influenciar a "dificílima opção" que os EUA e os seus aliados devem vir a tomar em relação ao Irão. Bolton não esconde a sua opção guerreira (e nisso talvez deixe mal Cheney e os seus muchachos do Estado-Maior...), ao mesmo tempo que desvaloriza o préstimo de Benazir Bhutto e elogia Musharraf como o "fiel" do controlo nuclear paquistanês. Sobre o Irão precisa: "Trata-se de uma questão dificílima e que tem que ser profundamente examinada. A opção não se coloca entre deixar estar o mundo tal qual hoje é, ou usar a força. A opção coloca-se entre usar a força ou deixar o Irão com armas atómicas". O NY Times apresenta o livro desta forma: "Bolton´s book. Surrender is Not an Option: Defending America at the United Nations and Abroad (Thereshold Editions), is no kiss-and-tell screed against Bush and his team, though he recounts with relish his conflicts with colleagues and rivals at the United Nations and in the State Department".
FAR
O interessante da questão prende-se, decisivamente, com o facto de um "incondicional" de GW. Bush, vir a público contestar a moderação da actual estratégia de política externa norte-americana. Ele acusa os "High Minded" da estratégia bushista, a pouco e pouco, a direito e de través, terem imposto uma política de "soft power" e movido todo o empenho de conquista e supremacia pela sua linha , "pelo controlo não só dos Média, Congresso, Departamento de Estado e ONU, mas também agora da Casa Branca".
As negociações com a Coreia do Norte para o desmantelamento do seu arsenal nuclear são um momento iniciático dessa estratégia moderadora. Que pode vir a influenciar a "dificílima opção" que os EUA e os seus aliados devem vir a tomar em relação ao Irão. Bolton não esconde a sua opção guerreira (e nisso talvez deixe mal Cheney e os seus muchachos do Estado-Maior...), ao mesmo tempo que desvaloriza o préstimo de Benazir Bhutto e elogia Musharraf como o "fiel" do controlo nuclear paquistanês. Sobre o Irão precisa: "Trata-se de uma questão dificílima e que tem que ser profundamente examinada. A opção não se coloca entre deixar estar o mundo tal qual hoje é, ou usar a força. A opção coloca-se entre usar a força ou deixar o Irão com armas atómicas". O NY Times apresenta o livro desta forma: "Bolton´s book. Surrender is Not an Option: Defending America at the United Nations and Abroad (Thereshold Editions), is no kiss-and-tell screed against Bush and his team, though he recounts with relish his conflicts with colleagues and rivals at the United Nations and in the State Department".
FAR
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Evangélicos e lobbies petrolíferos "empurram" GW Bush contra o Irão
Seymour Hersh e o seu "recuperado" agente Ritter multiplicam sinais de aviso contra o possível ataque "cirúrgico" contra o Irão. Krugman e Dowd , do naipe de ouro do NY Times, prolongam análise preventiva dos dois inveterados anti-bushitas de primeira grandeza.
Hersh escreveu um grande artigo na New Yorker, de 8 do corrente mês, onde pôs a descoberto a "garra" dos Neo-Cons na preparação de um eventual ataque ao Irão. Afirma que as premissas do ataque estão todas falsas, pois, mesmo os Serviços Secretos ocidentais dão como improvável a realização de uma bomba atómica iraniana. São precisos cinco anos de intensas operações para a realizar, sublinha. Disso não quer saber Cheney e os seus falcões do Pentágono. E os evangelistas não deixam GW Bush descansado no desenlace de uma tomada de ataque rompante, sublinha Scott Ritter num artigo publicado ontem no Truthout. Org.
Krugman revelou ontem no NY Times que os únicos lobbies favoráveis aos Republicanos, para financiarem campanhas, são os dos Gás e do Petróleo, a quem Cheney e GW Bush estão ligados de alma e coração. Por outro lado, o conglomerado de empresas de Construção Civil, os homens-de-mão da dupla da Casa Branca, associou-se agora aos sectores da Segurança e dos Transportes de Valores, que tanta carnificina por excesso de zelo têm provocado pelas ruas de Bagdad.
Maureen Dowd, em análises muito profundas sobre a pré-campanha presidencial dos EUA-08, assinala que Cheney ultrapassa Gates e Condi Rice na vontade de atacar o Irão, sem motivos consistentes. Com a "garra" dos Neo-Cons, que se perfilam maciçamente pela candidatura presidencial de Rudolph Giuliani, Cheney "inventou" o perigo dos Guardas Revolucionários iranianos, de forma a lançar os bombardeamentos contra o Irão. As repercussões geopolíticas desse acto são incalculáveis, como é evidente. Os dados dos serviços secretos a operarem na clandestinidade no Irão são sem importância alguma, frisa Hersh.
Ritter, no artigo do Truthout.org, de anteontem, chama a atenção para o "abuso do poder" que a famigerada dupla da Casa Branca tenta realizar até ao fim do mandato. "O contencioso com o Irão é um problema nacional que implica um debate colectivo, a discussão e o diálogo com todos os factos em cima da mesa, abandonando toda a ideologia e teocracia que poderiam envenenar todo um trabalho realizado sob os princípios da lei e dos ideais", frisa o antigo comandante dos Marines.
FAR
Hersh escreveu um grande artigo na New Yorker, de 8 do corrente mês, onde pôs a descoberto a "garra" dos Neo-Cons na preparação de um eventual ataque ao Irão. Afirma que as premissas do ataque estão todas falsas, pois, mesmo os Serviços Secretos ocidentais dão como improvável a realização de uma bomba atómica iraniana. São precisos cinco anos de intensas operações para a realizar, sublinha. Disso não quer saber Cheney e os seus falcões do Pentágono. E os evangelistas não deixam GW Bush descansado no desenlace de uma tomada de ataque rompante, sublinha Scott Ritter num artigo publicado ontem no Truthout. Org.
Krugman revelou ontem no NY Times que os únicos lobbies favoráveis aos Republicanos, para financiarem campanhas, são os dos Gás e do Petróleo, a quem Cheney e GW Bush estão ligados de alma e coração. Por outro lado, o conglomerado de empresas de Construção Civil, os homens-de-mão da dupla da Casa Branca, associou-se agora aos sectores da Segurança e dos Transportes de Valores, que tanta carnificina por excesso de zelo têm provocado pelas ruas de Bagdad.
Maureen Dowd, em análises muito profundas sobre a pré-campanha presidencial dos EUA-08, assinala que Cheney ultrapassa Gates e Condi Rice na vontade de atacar o Irão, sem motivos consistentes. Com a "garra" dos Neo-Cons, que se perfilam maciçamente pela candidatura presidencial de Rudolph Giuliani, Cheney "inventou" o perigo dos Guardas Revolucionários iranianos, de forma a lançar os bombardeamentos contra o Irão. As repercussões geopolíticas desse acto são incalculáveis, como é evidente. Os dados dos serviços secretos a operarem na clandestinidade no Irão são sem importância alguma, frisa Hersh.
Ritter, no artigo do Truthout.org, de anteontem, chama a atenção para o "abuso do poder" que a famigerada dupla da Casa Branca tenta realizar até ao fim do mandato. "O contencioso com o Irão é um problema nacional que implica um debate colectivo, a discussão e o diálogo com todos os factos em cima da mesa, abandonando toda a ideologia e teocracia que poderiam envenenar todo um trabalho realizado sob os princípios da lei e dos ideais", frisa o antigo comandante dos Marines.
FAR
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Da Capital do Império
Olá,
Hoje escrevo-vos mais rapidamente do que o costume porque como o Kouchner está por estas bandas aumentou a legitimidade da pergunta de um dos leitores da minha última carta que queria saber se eu sei quando é que os Estados Unidos vão atacar o Irão.
Isto porque como vocês sabem foi o Kouchner que recentemente causou palpitações através do mundo quando disse que com o Irão a escolha é simples: Ou sim ou sopapos. Presumo que o o Kouchner veio aqui para discutir, entre outras coisas a possibilidade de ter que se escolher a segunda opção.
O irónico de tudo isto é que desta vez teve que ser Washington a dizer que não, não é bem assim, não só mas também etc.
Mas, para responder directamente à pergunta do amigo que queria saber se os EUA vão ou não bombardear os ayatollahs a resposta é simples: não sei e não creio que neste momento haja alguém que saiba porque tal a decisão (ainda?) não foi tomada.
O que sei é que o Pentágono tem planos prontos. Não porque tenha alguma garganta funda dentro do referido edifício mas sim porque as autoridades militares americanas já o confirmaram há vários meses afirmando que o Pentágono tem planos para “eventualidades” em várias partes do mundo pois… homem prevenido vale por dois e ao fim e ao cabo é para isso que se paga aqueles generais todos
Mas o que eu vos posso dizer é que se houver um ataque ao Irão não esperem uma operação cirúrgica, tipo ataque israelita ao complexo nuclear do Saddam Hussein ou tipo recente ataque ao armazém de armas norte-coreanas acabadas de chegar num navio com a bandeira falsa da Coreia do Sul (O querido líder tem lata!) ao país do Jovem Assad.
O que se pode esperar em caso de ataque ao Irão é isto: Pelo menos 30 dias de bombardeamentos como nunca foram vistos anteriormente. Isto porque seria loucura bombardear os complexos nucleares e depois esperar que os ayatollahs virassem pacifistas e começassem a cantar Grândola Vila Morena terra da fraternidade e propusessem a paz universal.
Assim serão precisos muitos dias para atacar e destruir não só os referidos complexos nucleares (espalhados pelo pais) mas também todos os centros de comando, comunicações, posições de radar, bases aéreas, bases navais e complexos importantes da Guarda Revolucionaria e exercito
Esses bombardeamento usariam (usarão?) todo o tipo de mísseis vistos e não vistos, B-52, B-1 e ainda o possível uso de forças especiais pelo deserto adentro para levar a cabo algumas operações cirúrgicas.
Mas a pergunta que importa fazer ao Kouchner e aos Yankees é esta: E depois de se arrasar o Irão em um mês ou se for necessário destruir totalmente o pais em 35 dias o que fazer?
O que fazer quando os tipos de pneu de lambreta na cabeça no Líbano começarem a disparar Katyushas e outras coisas sobre Israel? Ou quando os tipos de pneu de lambreta na cabeça do Iraque começarem uma ofensiva no sul e Bagdad? Trazer de volta a Guarda Republicana do Saddam? O que fazer com o Irão destruído? Ocupá-lo? Com que tropas? Francesas?
O Iraque ensina que se os Estados Unidos têm hoje a força e os meios para derrotar qualquer força numa guerra convencional não têm a capacidade para ocupar e construir um pais. Essa capacidade acabou no Japão e Alemanha no final da segunda guerra mundial. Poderiam repetir isso mas não há vontade política para tal. Hoje os Estados Unidos têm no Iraque tantos homens como Portugal tinha no auge da guerra colonial em África e não têm capacidade nem a vontade para os manter lá por tempo indefinido.
O que levanta certas perguntas. Como aquelas sobre o Irão. O que leva também àquela frase do Napoleão que todos deviam aprender na primeira aula de estratégia militar e que espero o Kouchner conheça: “Se se decidir tomar Viena então é preciso ocupar Viena”.
Abraços,
Da Capital do Império,
Jota Esse Erre
Hoje escrevo-vos mais rapidamente do que o costume porque como o Kouchner está por estas bandas aumentou a legitimidade da pergunta de um dos leitores da minha última carta que queria saber se eu sei quando é que os Estados Unidos vão atacar o Irão.
Isto porque como vocês sabem foi o Kouchner que recentemente causou palpitações através do mundo quando disse que com o Irão a escolha é simples: Ou sim ou sopapos. Presumo que o o Kouchner veio aqui para discutir, entre outras coisas a possibilidade de ter que se escolher a segunda opção.
O irónico de tudo isto é que desta vez teve que ser Washington a dizer que não, não é bem assim, não só mas também etc.
Mas, para responder directamente à pergunta do amigo que queria saber se os EUA vão ou não bombardear os ayatollahs a resposta é simples: não sei e não creio que neste momento haja alguém que saiba porque tal a decisão (ainda?) não foi tomada.
O que sei é que o Pentágono tem planos prontos. Não porque tenha alguma garganta funda dentro do referido edifício mas sim porque as autoridades militares americanas já o confirmaram há vários meses afirmando que o Pentágono tem planos para “eventualidades” em várias partes do mundo pois… homem prevenido vale por dois e ao fim e ao cabo é para isso que se paga aqueles generais todos
Mas o que eu vos posso dizer é que se houver um ataque ao Irão não esperem uma operação cirúrgica, tipo ataque israelita ao complexo nuclear do Saddam Hussein ou tipo recente ataque ao armazém de armas norte-coreanas acabadas de chegar num navio com a bandeira falsa da Coreia do Sul (O querido líder tem lata!) ao país do Jovem Assad.
O que se pode esperar em caso de ataque ao Irão é isto: Pelo menos 30 dias de bombardeamentos como nunca foram vistos anteriormente. Isto porque seria loucura bombardear os complexos nucleares e depois esperar que os ayatollahs virassem pacifistas e começassem a cantar Grândola Vila Morena terra da fraternidade e propusessem a paz universal.
Assim serão precisos muitos dias para atacar e destruir não só os referidos complexos nucleares (espalhados pelo pais) mas também todos os centros de comando, comunicações, posições de radar, bases aéreas, bases navais e complexos importantes da Guarda Revolucionaria e exercito
Esses bombardeamento usariam (usarão?) todo o tipo de mísseis vistos e não vistos, B-52, B-1 e ainda o possível uso de forças especiais pelo deserto adentro para levar a cabo algumas operações cirúrgicas.
Mas a pergunta que importa fazer ao Kouchner e aos Yankees é esta: E depois de se arrasar o Irão em um mês ou se for necessário destruir totalmente o pais em 35 dias o que fazer?
O que fazer quando os tipos de pneu de lambreta na cabeça no Líbano começarem a disparar Katyushas e outras coisas sobre Israel? Ou quando os tipos de pneu de lambreta na cabeça do Iraque começarem uma ofensiva no sul e Bagdad? Trazer de volta a Guarda Republicana do Saddam? O que fazer com o Irão destruído? Ocupá-lo? Com que tropas? Francesas?
O Iraque ensina que se os Estados Unidos têm hoje a força e os meios para derrotar qualquer força numa guerra convencional não têm a capacidade para ocupar e construir um pais. Essa capacidade acabou no Japão e Alemanha no final da segunda guerra mundial. Poderiam repetir isso mas não há vontade política para tal. Hoje os Estados Unidos têm no Iraque tantos homens como Portugal tinha no auge da guerra colonial em África e não têm capacidade nem a vontade para os manter lá por tempo indefinido.
O que levanta certas perguntas. Como aquelas sobre o Irão. O que leva também àquela frase do Napoleão que todos deviam aprender na primeira aula de estratégia militar e que espero o Kouchner conheça: “Se se decidir tomar Viena então é preciso ocupar Viena”.
Abraços,
Da Capital do Império,
Jota Esse Erre
sábado, 8 de setembro de 2007
Irão: Guardas da Revolução conservam hard-liners
Hashemi Rafsanjani alcançou liderança no Conselho de Sábios mas Ayatollah Khamenei mantém grande apoio ao Pr., Ahmadinejad, apesar de sinais inquietantes de crise económica e política.
Ninguém sabe como se irá processar a sucessão misteriosa do actual líder supremo e, no curto prazo, de que modo se irão constituir as listas para as eleições legislativas. Agora que os dados surgem ainda mais contraditórios e amalgamados pela eleição espectacular do principal adversário do número dois da hierarquia iraniana, o liberal Rafsanjani. E onde a única coisa certa é o poder discricionário do actual Pr. continuar a ter a caução dos Guardas da Revolução e dos bandos paramilitares Basij. E do líder Supremo. Ahmadinejad tem mesmo explorado o radicalismo militarista dos seus apoiantes e multiplicado purgas e razias contra os meios da oposição iraniana no interior., numa prova abusiva de força.
O descontrolo da economia é um dado adquirido: a resignação do Governador do Banco Central e dos ministros do Petróleo e da Indústria agravam os sinais de crise. A inflação parece incontrolável e os investidores preferem jogar pelo seguro e arriscar especulativamente no imobiliário. 60 biliões de dólares foram gastos pelo Estado iraniano em compras de bens essenciais ao estrangeiro, nos últimos dois anos.
Rafsanjani lidera a face visível da alternativa liberal do poder iraniano contra a deriva militarista e populista incarnada por Ahmadinejad. Dirige o Conselho de Intendência Geral também. Os seus críticos acusam-no de ter enriquecido no Import-Export, juntamente com os seus filhos. Tem visto os seus aliados serem presos e marginalizados: o último foi o antigo negociador político com a AIEA, o corajoso Hossein Mousavian, acusado de espionagem ao serviço de uma potência estrangeira. Segundo indica o enviado especial do NY Times a Teerão, Rafsanjani só pode contar com os seus mais directos apoiantes e Khamenei não parece querer " mexer uma palha por ele", pois teme-o e considera-o um " concorrente ". Por conseguinte, Ahmadinejad só pode perder se a crise económica se agravar de forma caótica.
No cerrado puzzle de grandes manobras geopolíticas em acto no Médio Oriente e no Golfo Pérsico destaca-se o papel cada vez maior exercido pela China e pela Rússia, com objectivos opostos em grande parte. De qualquer das formas, Putin pensa no cartel dos hidrocarbonetos reforçado com as reservas irano-iraquianas, apesar de todas as impossibilidades e dos erros catastróficos já cometidos pelos USA ; Hian Jitao sonha com a instalação de refinarias e terminais no Irão em troca da cedência de mísseis com capacidade nuclear no médio prazo, ainda que Israel e Japão tenham avisado que se opunham frontalmente a tal transacção.
FAR
Ninguém sabe como se irá processar a sucessão misteriosa do actual líder supremo e, no curto prazo, de que modo se irão constituir as listas para as eleições legislativas. Agora que os dados surgem ainda mais contraditórios e amalgamados pela eleição espectacular do principal adversário do número dois da hierarquia iraniana, o liberal Rafsanjani. E onde a única coisa certa é o poder discricionário do actual Pr. continuar a ter a caução dos Guardas da Revolução e dos bandos paramilitares Basij. E do líder Supremo. Ahmadinejad tem mesmo explorado o radicalismo militarista dos seus apoiantes e multiplicado purgas e razias contra os meios da oposição iraniana no interior., numa prova abusiva de força.
O descontrolo da economia é um dado adquirido: a resignação do Governador do Banco Central e dos ministros do Petróleo e da Indústria agravam os sinais de crise. A inflação parece incontrolável e os investidores preferem jogar pelo seguro e arriscar especulativamente no imobiliário. 60 biliões de dólares foram gastos pelo Estado iraniano em compras de bens essenciais ao estrangeiro, nos últimos dois anos.
Rafsanjani lidera a face visível da alternativa liberal do poder iraniano contra a deriva militarista e populista incarnada por Ahmadinejad. Dirige o Conselho de Intendência Geral também. Os seus críticos acusam-no de ter enriquecido no Import-Export, juntamente com os seus filhos. Tem visto os seus aliados serem presos e marginalizados: o último foi o antigo negociador político com a AIEA, o corajoso Hossein Mousavian, acusado de espionagem ao serviço de uma potência estrangeira. Segundo indica o enviado especial do NY Times a Teerão, Rafsanjani só pode contar com os seus mais directos apoiantes e Khamenei não parece querer " mexer uma palha por ele", pois teme-o e considera-o um " concorrente ". Por conseguinte, Ahmadinejad só pode perder se a crise económica se agravar de forma caótica.
No cerrado puzzle de grandes manobras geopolíticas em acto no Médio Oriente e no Golfo Pérsico destaca-se o papel cada vez maior exercido pela China e pela Rússia, com objectivos opostos em grande parte. De qualquer das formas, Putin pensa no cartel dos hidrocarbonetos reforçado com as reservas irano-iraquianas, apesar de todas as impossibilidades e dos erros catastróficos já cometidos pelos USA ; Hian Jitao sonha com a instalação de refinarias e terminais no Irão em troca da cedência de mísseis com capacidade nuclear no médio prazo, ainda que Israel e Japão tenham avisado que se opunham frontalmente a tal transacção.
FAR
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Telegramas
Antigo correspondente do NY Times no Médio Oriente pessimista - Chris Hedges, que foi durante sete anos, o grande correspondente permanente do NYT em todo o Médio Oriente, não esconde o seu pessimismo face ao estilo da política belicista imposta por GW Bush. Tem receio de que, sem motivos palpáveis, aja uma intervenção maciça dos EUA/ Israel contra os 1200 sítios estratégicos (mas não atómicos) iranianos. O grande jornalista protesta contra a falta de cultura, empatia e inteligência do corpo central das embaixadas americanas espalhadas pelo Próximo Oriente. "A próxima, limitada e pequena guerra contra o Irão, com poucos Democratas a oporem-se, pode ter o potencial de incendiar um inferno regional", frisa.
Japão: Sem garagem não se pode ter carro - Eu sempre disse que o nosso PM, José Sócrates, se devia ter inspirado mais com o Japão. Por todas as razões. Algumas delas seculares e pelas dietas semelhantes no uso enorme do peixe e crustáceos na alimentação quotidiana. Ora, se o Le Monde tinha um grande correspondente há anos em Tokyo, Philippe Pons, agora arranjou-lhe um substituto, Philippe Lemaitre, que já está a dar cartas. Justamente sobre o mundo automóvel. Toda a gente sabe, que os nipónicos estão em vias de destronarem a General Motors da liderança mundial de construtores. E será a Toyota a liderar, mais mês menos mês. O estímulo da produção nacional é enorme, portanto. E as regras num conjunto tão apertado de uso, são draconianas. Só se pode comprar carro, se tiver garagem própria ou alugada. É imperativo. Nas cidades só pode estacionar em parkings. Cada vez mais caros à medida que se situam no centro das urbes, média de 2 euros por 15 minutos. O preço da gasolina ronda os 88 cêntimos. De dois em dois anos, os carros devem ir a um controlo total. Todo o carro acidentado é abatido. Viaturas estrangeiras caíram quase 50 por cento nas importações. Eu gosto muito dosToyota, os land-rovers da montanha...
Bélgica: Constitucionalista explica "vazio de poder" com cerca de 90 longos dias - Jean-Claude Scholsem explicou ao Liberation o porquê da longa e arrastada crise política que agita a Bélgica. Diz, em primeiro lugar, que de certa forma as "crises " políticas são " congénitas ao desenvolvimento " do país. E não considera que o viver em conjunto dos Flamengos e dos Wallons, se "encontre realmente condenado". " De facto, as duas partes possuem perfis psicológicos extraordinariamente diferentes. Os flamengos são reivindicativos, querem mais autonomia e os francófonos encontram-se numa péssima postura psicológica porque, no fundo, foram eles que fundaram o Estado belga em 1830. Sobretudo a sua situação económica é menos brilhante". E vai mais longe a crítica do professor de Direito Constitucional em Liège: "Os partidos estão blindados e prometeram mundos e fundos. Os médias e mesmo as Universidades também patinham no isolacionismo e divisionismo. Há cada vez menos contactos entre as elites das duas comunidades linguísticas de base. O que é extremamente perigoso".
Paquistão: USA favorece acordo Bhutto/Musharaf - Quem estiver atento ao que se passa de profundo nos Golfos Pérsico e no Indico, não pode deixar de estranhar na escalada da desagregação que envenena o poder político militar em Carachi, sob o comando unificado do general Musharaf e seus colegas. As razões eleitoralistas perseguidas pelo ditador militar pago e equipado por Washington, obrigaram-no a tecer laços inconfessáveis com as tribos das fronteiras dos confins do Afeganistão, onde a permeabilidade e oportunismo dão origem a todas as recriminações das potências credoras , USA e Inglaterra à cabeça. Parece que Musharaf acolheu no ISI, serviços secretos, os assassinos do jornalista americano David Pearl. Uma tômbola legislativa deve ser realizada, sob a pressão dos USA, para permitir o regresso do exílio da senhora Benazir Bhutto e do seu rival, Nawaz Sharif, ambos acusados de desvios astronómicos de somas durante os seus mandatos como chefes de governo.
FAR
Japão: Sem garagem não se pode ter carro - Eu sempre disse que o nosso PM, José Sócrates, se devia ter inspirado mais com o Japão. Por todas as razões. Algumas delas seculares e pelas dietas semelhantes no uso enorme do peixe e crustáceos na alimentação quotidiana. Ora, se o Le Monde tinha um grande correspondente há anos em Tokyo, Philippe Pons, agora arranjou-lhe um substituto, Philippe Lemaitre, que já está a dar cartas. Justamente sobre o mundo automóvel. Toda a gente sabe, que os nipónicos estão em vias de destronarem a General Motors da liderança mundial de construtores. E será a Toyota a liderar, mais mês menos mês. O estímulo da produção nacional é enorme, portanto. E as regras num conjunto tão apertado de uso, são draconianas. Só se pode comprar carro, se tiver garagem própria ou alugada. É imperativo. Nas cidades só pode estacionar em parkings. Cada vez mais caros à medida que se situam no centro das urbes, média de 2 euros por 15 minutos. O preço da gasolina ronda os 88 cêntimos. De dois em dois anos, os carros devem ir a um controlo total. Todo o carro acidentado é abatido. Viaturas estrangeiras caíram quase 50 por cento nas importações. Eu gosto muito dosToyota, os land-rovers da montanha...
Bélgica: Constitucionalista explica "vazio de poder" com cerca de 90 longos dias - Jean-Claude Scholsem explicou ao Liberation o porquê da longa e arrastada crise política que agita a Bélgica. Diz, em primeiro lugar, que de certa forma as "crises " políticas são " congénitas ao desenvolvimento " do país. E não considera que o viver em conjunto dos Flamengos e dos Wallons, se "encontre realmente condenado". " De facto, as duas partes possuem perfis psicológicos extraordinariamente diferentes. Os flamengos são reivindicativos, querem mais autonomia e os francófonos encontram-se numa péssima postura psicológica porque, no fundo, foram eles que fundaram o Estado belga em 1830. Sobretudo a sua situação económica é menos brilhante". E vai mais longe a crítica do professor de Direito Constitucional em Liège: "Os partidos estão blindados e prometeram mundos e fundos. Os médias e mesmo as Universidades também patinham no isolacionismo e divisionismo. Há cada vez menos contactos entre as elites das duas comunidades linguísticas de base. O que é extremamente perigoso".
Paquistão: USA favorece acordo Bhutto/Musharaf - Quem estiver atento ao que se passa de profundo nos Golfos Pérsico e no Indico, não pode deixar de estranhar na escalada da desagregação que envenena o poder político militar em Carachi, sob o comando unificado do general Musharaf e seus colegas. As razões eleitoralistas perseguidas pelo ditador militar pago e equipado por Washington, obrigaram-no a tecer laços inconfessáveis com as tribos das fronteiras dos confins do Afeganistão, onde a permeabilidade e oportunismo dão origem a todas as recriminações das potências credoras , USA e Inglaterra à cabeça. Parece que Musharaf acolheu no ISI, serviços secretos, os assassinos do jornalista americano David Pearl. Uma tômbola legislativa deve ser realizada, sob a pressão dos USA, para permitir o regresso do exílio da senhora Benazir Bhutto e do seu rival, Nawaz Sharif, ambos acusados de desvios astronómicos de somas durante os seus mandatos como chefes de governo.
FAR
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Telegramas
Relações irano-americanas legítimas são solução para guerras no Iraque e Afeganistão - É um refrão que se escuta há meses. E para a qual as cadeias diplomáticas da União Europeia e da ONU têm aplicado o esforço das meninges. A coisa é complexa. Os EUA nunca reconheceram diplomaticamente a República Islâmica iraniana e a administração Bush-II multiplica as " jogadas" no terreno de equipas de espionagem e sedição. Por seu turno, o Irão envolveu-se amplamente em todos os conflitos regionais do Médio Oriente, dispensando treino e material de guerra sofisticado às milícias chiitas, em maioria geográfica incontornável naquelas latitudes. Num artigo de Selig Harrison, expert do Centro de Política Internacional de Washington, que se deslocou a Teerão, e publicado no F.Times, vislumbra-se um começo de paz e sensatez. Harrison diz que o chefe espiritual Ayatollah Kamenei e o Conselho de Segurança Nacional estão dispostos a discutir plenamente com os EUA, e aliados, as questões do processo nuclear e da intervenção político-militar iraniana no Iraque e no Afeganistão. Sem subterfúgios nem ratoeiras. Pedem em troca, para desarmar eventuais críticas dos adeptos do hardliner PR, Ahmadi-Nejad, que os EUA reconheçam a República Islâmica e ponham cobro às acções secretas contra o poder constituído no Irão. Trata-se de uma proposição muito consistente e , frisa o analista, " mesmo com a ajuda iraniana, o futuro quer em Bagdad quer em Cabul, será sempre tempestuoso "; mas, finaliza," a cooperação entre Washington e Bagdad representa a melhor esperança para limitar os estragos ".
Zimbabué: inflação ronda os 1000 por cento ao mês - Ninguém sabe o que poderá acontecer ao poder e ao povo do Zimbabué. O que se sabe, segundo o Washington Post, é que Robert Mugabe adiou para Julho a segunda volta das negociações com os partidos da Oposição, que sob os auspícios da África do Sul decorreram recentemente em Joanesburgo. Fontes governamentais sul-africanas revelaram que todos os experts de economia " sentem " quase como inevitável o colapso económico do antigo " celeiro de África ". Mugabe será assim obrigado a ceder o poder, de força. De acordo com a mesma fonte, os experts calculam em 1000 por cento a infernal taxa de inflação mensal do Zimbabué. Os dois partidos da Oposição, com fortes querelas tácticas, solicitam a nomeação de um colégio eleitoral idóneo que possa realizar as Presidenciais em Março, do mesmo modo que reclamam o fim da polícia-de-choque e o voto livre para os emigrantes (3 milhões) que vivem no estrangeiro.
China: quem manda nas Forças Armadas? - Os países circunvizinhos estão cada vez mais inquietos com a falta de transparência - quem manda e orienta? - que envolve o inacreditável desenvolvimento e modernização do Exército Popular da China. Especialistas militares de Taiwan colocam em xeque a hipótese oficial de que o Presidente da República, Hu Jintao, tenha conseguido domar o apetite das altas chefias do exército, que querem conservar a sua visão sobre o xadrez geoestratégico dos possíveis adversários da RP da China, de acordo com uma extensa análise desenvolvida no NY Times recentemente. Sem se conhecer a real capacidade e orientação estratégica das forças armadas chinesas os seus vizinhos, diz o artigo assinado por David Lague, fica-se sem saber o que é que a China deseja e prepara militarmente no contrabalanço do equilíbrio de poderes na Ásia. A questão da utilização da arma nuclear numa hipotética invasão de Taiwan, inquieta tanto os EUA como os outros estados independentes da zona. Ainda não foi esquecido, e o seu autor não foi castigado, general Zhu Chenghu, director da Academia Militar, que há dois anos brandiu a arma nuclear como opção contra os EUA, caso Washington defenda Taiwan de um ataque surpresa da RP da China.
Espanha: economia com pés de barro - Martin Wolf, do Financial Times, alerta para o fim do espectacular e contra-cílco boom de "nuestros hermanos". A "bolha" do sector da Construção Civil / Imobiliário vai acentuar a queda do crescimento económico, com a competitividade e a produtividade a atingirem valores muito preocupantes. Tudo porque a Espanha valorizou um sector tradicional em detrimento do reforço e da inovação tecnológica. A competitividade sofre com a alta geral dos salários e, sobretudo, com a crescente e forte concorrência dos industriais do Leste europeu. O deficit da balança de pagamentos é o segundo maior do Mundo depois do americano, cifrando-se em cerca de 107 biliões de dólares. Uma política de ajustamento técnico-económico de grande impacto para a próxima década, e tirando partido da estabilidade macroeconómica prodigalizada pela União Europeia, é uma das hipóteses mais ventiladas pelos experts da OCDE , em especial. Que impacto é que esta situação pode ter sobre a economia portuguesa, tão imbricada com a sua congénere ibérica, parece ser uma questão a não iludir.
FAR
Zimbabué: inflação ronda os 1000 por cento ao mês - Ninguém sabe o que poderá acontecer ao poder e ao povo do Zimbabué. O que se sabe, segundo o Washington Post, é que Robert Mugabe adiou para Julho a segunda volta das negociações com os partidos da Oposição, que sob os auspícios da África do Sul decorreram recentemente em Joanesburgo. Fontes governamentais sul-africanas revelaram que todos os experts de economia " sentem " quase como inevitável o colapso económico do antigo " celeiro de África ". Mugabe será assim obrigado a ceder o poder, de força. De acordo com a mesma fonte, os experts calculam em 1000 por cento a infernal taxa de inflação mensal do Zimbabué. Os dois partidos da Oposição, com fortes querelas tácticas, solicitam a nomeação de um colégio eleitoral idóneo que possa realizar as Presidenciais em Março, do mesmo modo que reclamam o fim da polícia-de-choque e o voto livre para os emigrantes (3 milhões) que vivem no estrangeiro.
China: quem manda nas Forças Armadas? - Os países circunvizinhos estão cada vez mais inquietos com a falta de transparência - quem manda e orienta? - que envolve o inacreditável desenvolvimento e modernização do Exército Popular da China. Especialistas militares de Taiwan colocam em xeque a hipótese oficial de que o Presidente da República, Hu Jintao, tenha conseguido domar o apetite das altas chefias do exército, que querem conservar a sua visão sobre o xadrez geoestratégico dos possíveis adversários da RP da China, de acordo com uma extensa análise desenvolvida no NY Times recentemente. Sem se conhecer a real capacidade e orientação estratégica das forças armadas chinesas os seus vizinhos, diz o artigo assinado por David Lague, fica-se sem saber o que é que a China deseja e prepara militarmente no contrabalanço do equilíbrio de poderes na Ásia. A questão da utilização da arma nuclear numa hipotética invasão de Taiwan, inquieta tanto os EUA como os outros estados independentes da zona. Ainda não foi esquecido, e o seu autor não foi castigado, general Zhu Chenghu, director da Academia Militar, que há dois anos brandiu a arma nuclear como opção contra os EUA, caso Washington defenda Taiwan de um ataque surpresa da RP da China.
Espanha: economia com pés de barro - Martin Wolf, do Financial Times, alerta para o fim do espectacular e contra-cílco boom de "nuestros hermanos". A "bolha" do sector da Construção Civil / Imobiliário vai acentuar a queda do crescimento económico, com a competitividade e a produtividade a atingirem valores muito preocupantes. Tudo porque a Espanha valorizou um sector tradicional em detrimento do reforço e da inovação tecnológica. A competitividade sofre com a alta geral dos salários e, sobretudo, com a crescente e forte concorrência dos industriais do Leste europeu. O deficit da balança de pagamentos é o segundo maior do Mundo depois do americano, cifrando-se em cerca de 107 biliões de dólares. Uma política de ajustamento técnico-económico de grande impacto para a próxima década, e tirando partido da estabilidade macroeconómica prodigalizada pela União Europeia, é uma das hipóteses mais ventiladas pelos experts da OCDE , em especial. Que impacto é que esta situação pode ter sobre a economia portuguesa, tão imbricada com a sua congénere ibérica, parece ser uma questão a não iludir.
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terça-feira, 22 de maio de 2007
Telegramas
Relações estáveis USA/Irão são indispensáveis - Dois especialistas árabes publicaram ontem no NY Times duas análises sobre a evolução da guerra no Iraque, chegando à conclusão conjunta de que os Estados Unidos precisam de negociar com o Irão para evitar o prolongamento indefinido da ocupação da antiga Mesopotâmia. E do Afeganistão também, pois claro. Deste modo, Vali Nasr, autor do " Renovamento do Xiismo", defende que só a melhora e a estabilidade das relações iraniano-americanas dará estabilidade ao Médio Oriente. "O Irão não permitirá um Iraque estável se os seus interesses não forem protegidos, e se a nova relação de forças do poder - baseada na maioria kurda-xiita - não for reconhecida". Por seu turno, Rashid Khalidi, especialista da Columbia University, que clama para que o Hamas não destrua a Autoridade Palestiniana, que controla os grupos de radicais que podem envenenar tudo e todos na zona.
Oposição a Mugabe também está dividida - O Movimento da Mudança Democrática, a oposição para-legal a Roberto Mugabe, o ditador em perdição do Zimbabué, está dividida. O que causa inúmeros problemas para a procura de alternativas sólidas ao inveterado déspota no poder. O Washington Post descreve duas facções no MMD que se guerreiam de morte, cada qual a acusar a outra de traição aos ideias democráticos e de rolar por conta de Mugabe. Se bem que inspirados nos ideais de Ghandi e Luther King a pacificação interna do partido demora. Morgan Tsvangirai, que lidera a maioria do MMD, e o seu rival, Welshman Ncube, não conseguem ultrapassar os diferendos e o rio de sangue que afasta os militantes da procura de uma alternativa para salvar o país.
Ségolène Royal deve avançar no PS - Ségo é mesmo de ferro, mas do bom. Ontem o grande semanário de Esquerda da Alemanha, tiragem de perto de 2 milhões de exemplares, contava a história siderante do ultimato de Sego ao seu concubino, François Hollande: ou serei candidata ou separo-me e guardo os nossos quatro filhos. Tudo isto antes das primárias no PS, claro, no Outono do ano passado. O Libé publica hoje uma sondagem sobre a popularidade da dama que teve perto de 17 milhões de votos na corrida ao poder máximo da República Francesa. Ora, o povo de Esquerda gaulês credita-a de a melhor defensora dos valores de esquerda, com 41 por cento dos eleitores. O seu feroz rival, que não fez como Bernard Kouchner, atinge só 28 por cento das intenções de agrado. Os eleitores não são parvos: responsabilizam o Partido Socialista francês (66 %) pelo fraco apoio dispensado a Ségo, seguindo-se o voto nas razões da derrota deste modo: 50 por cento dizem que é preciso renovar as ideias e 51 por cento dizem que Sarkozy conseguiu convencer os incautos...
FAR
Oposição a Mugabe também está dividida - O Movimento da Mudança Democrática, a oposição para-legal a Roberto Mugabe, o ditador em perdição do Zimbabué, está dividida. O que causa inúmeros problemas para a procura de alternativas sólidas ao inveterado déspota no poder. O Washington Post descreve duas facções no MMD que se guerreiam de morte, cada qual a acusar a outra de traição aos ideias democráticos e de rolar por conta de Mugabe. Se bem que inspirados nos ideais de Ghandi e Luther King a pacificação interna do partido demora. Morgan Tsvangirai, que lidera a maioria do MMD, e o seu rival, Welshman Ncube, não conseguem ultrapassar os diferendos e o rio de sangue que afasta os militantes da procura de uma alternativa para salvar o país.
Ségolène Royal deve avançar no PS - Ségo é mesmo de ferro, mas do bom. Ontem o grande semanário de Esquerda da Alemanha, tiragem de perto de 2 milhões de exemplares, contava a história siderante do ultimato de Sego ao seu concubino, François Hollande: ou serei candidata ou separo-me e guardo os nossos quatro filhos. Tudo isto antes das primárias no PS, claro, no Outono do ano passado. O Libé publica hoje uma sondagem sobre a popularidade da dama que teve perto de 17 milhões de votos na corrida ao poder máximo da República Francesa. Ora, o povo de Esquerda gaulês credita-a de a melhor defensora dos valores de esquerda, com 41 por cento dos eleitores. O seu feroz rival, que não fez como Bernard Kouchner, atinge só 28 por cento das intenções de agrado. Os eleitores não são parvos: responsabilizam o Partido Socialista francês (66 %) pelo fraco apoio dispensado a Ségo, seguindo-se o voto nas razões da derrota deste modo: 50 por cento dizem que é preciso renovar as ideias e 51 por cento dizem que Sarkozy conseguiu convencer os incautos...
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