Três dias depois das Presidenciais, a contagem de votos tem sido realizada gota-a-gota, o que segundo observadores bem colocados pode denunciar fraude massiva. A jornalista sul-africana, Heidi Holland, disse ao
Liberation que Mugabe "tudo fará" para se perpetuar no poder. Desenvolvendo uma análise psicológica que sustenta após a realização de um livro de entrevistas com o PR zimbabueano, a jornalista admite que Mugabe vai tentar manipular os resultados e agarrar-se ao poder. O déspota considera-se injustiçado pelos antigos colonos brancos, a Coroa britânica e pelo seu próprio povo, sublinha a repórter. Entretanto, os 14 países da Comunidade da África Austral para o Desenvolvimento (SADC), revelam-se muito "apreensivos" com a demora da contagem eleitoral e as represálias dimanadas das cúpulas militares afectas a Mugabe.
O
NY Times Online, que acerta rigorosamente as notícias, revelava hoje de manhã, citando outro biógrafo de Mugabe, que "ele só não alterará os resultados a seu favor, se o não conseguir"; ao mesmo tempo, o mesmo observador, afirma "não ser certo que as forces militares e militarizadas estejam a cem por cento com Mugabe". Por outro lado, o
NYT Online revela que a administração de GW Bush faz pressões sobre o Governo de Harare para que a contagem e revelação dos resultados eleitorais se processe sem lentidão.
Por fim, e ao meio-dia de hoje, o
The Guardian On Line relata que, segundo membros do Corpo Diplomático instalados em Harare, há grande expectativa e a maior das atenções sobre uma reunião que decorreu sob a égide de Mugabe no Palácio presidencial, onde se discutiram duas opções: ou Mugabe se declara reeleito ou as F. Armadas decretam o estado de sítio para impedir a revolta da população. De acordo com o jornal, o ministro da Justiça, Patrick Chinamasa, de perfil autoritário e brutal, perdeu a sua reeleição no departamento de onde é natural. Vários outros ministros são dados como batidos, adianta a mesma fonte.
FARAqui vídeo do New York Times