O todo-poderoso PM russo, o incontornável chefe da maioria presidencial, Vladimir Putin, divulgou já com a maior das celeridades a composição do seu primeiro governo. Um liberal , próximo do PR Medvedev, Alexei Kudrin, foi indigitado para vice-PM e ministro das Finanças, numa jogada para agradar ao Oeste, segundo caracterizou o F. Times hoje.O PR irá substituir o director do FSB, ex-KGB. O grande rival de Medvedev, o terrível Sergei Ivanov, foi despromovido a ministro sem pasta.
A grande novidade da equipa de Putin prende-se com a transferência que organizou dos seus principais conselheiros, que passaram do Kremlin para a chefia do Governo como aliados e conselheiros de um inner circle muito restrito. Igor Shuvalov, um antigo liberal e ajudante no Kremlin, passou a vice PM responsável pelas Relações Económicas Internacionais, e irá negociar o processo de adesão da Rússia à Organização Mundial do Comércio além de ter funções específicas para tentar revitalizar o enfraquecido tecido das PME , pólo decisivo para a retoma económica sustentada da economia.
Igor Sechin, um dos líderes da ala "dura" do poder, irá trabalhar ao lado de Putin na Casa Branca de Moscovo, assim se chama o imóvel da sede do governo. Sechin, que era considerado um hábil manipulador e uma figura parda do Kremlin, irá ter que resolver as magnas questões da Política Industrial e do Ambiente. Dois homens da máxima confiança de Poutin, Sergei Sobyanin, e o ainda PM, Viktor Zubkov, serão os dois vice-PM ao lado do incontestável maestro da política russa. O chefe da administração presidencial de Dmitri Medvedev será Sergei Naryshkin, antigo vice-primeiro ministro.Os restantes ajudantes do novo PR são caras novas:tecnocratas e liberais? A ver vamos…
A posse do novo governo deve ter lugar nos próximos dias. Os comentadores internacionais inquietam-se com a desmesura e o sistema constitucional fechado a sete chaves confeccionado por W. Poutin. O novo PR pode ser destituído por decisão do Parlamento(Douma), onde o partido chefiado pelo antigo presidente tem a maioria absoluta. Os desafios económicos e políticos em que a Rússia está envolvida são gigantescos: sem combater a corrupção e a burocracia- os dois males maiores- os prodigiosos planos de investimento e modernização industriais e de infra-estruturas- no valor de vários triliões de dólares – arriscam-se a serem perigosamente minados e tornados inoperantes.E depois será o caos e a Europa do Oeste pode ficar numa pantanosa situação, a vários títulos.
FAR