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sexta-feira, 11 de março de 2011

Sobre a Líbia

O Miguel Serras Pereira é um blogger que geralmente aprecio, mas por vezes, como neste caso, cai em posições de uma ingenuidade gritante. Ele que não se preocupe, que a seu tempo verá a intervenção militar estrangeira que deseja na Líbia. Exactamente no momento em que se torne evidente que a revolução líbia não tem hipóteses de vencer Kadhaffi sem ajudas exteriores. É por esse motivo que os países ocidentais exageram na retórica e recuam nas acções concretas para o apoio à revolução, daquelas que seriam um verdadeiro auxílio sem invasão, como o bloqueio aéreo ou naval, ou mesmo a destruição da força aérea de Kadhaffi. Está na cara de quem quiser ver qual a sua estratégia: deixar a revolução em banho-maria, de modo a que não tenha qualquer hipótese de sucesso sem ter de apelar a uma intervenção das grandes potências; e assim, matar todos os coelhos de uma cajadada só: estando do lado justo, e por apelo dos próprios, acabar com as veleidades de autonomia do processo revolucionário líbio, e entrar em força no país, em troca dos contratos e das concessões certas. E ainda com todos os ingénuos por cá a aplaudir de pé.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Mundo Cão


Nas últimas semanas mudei a minha visão do mundo. O “Quando o povo tem fome tem o direito de roubar”, do Belmiro, ajudou nisso.

Percebi também que a Grécia continua a abalar consciências. No Secundário costumava ouvir dizer que aquilo que identificava os gregos, face aos outros povos da altura, era a ausência de chefes. Obedeciam à lei e à ordem e assim combatiam. Os gregos da Antiguidade, bem entendido. Hoje anda meio mundo excitado com o cão grego libertário, que se passeia entre manifs e morde as pernas aos polícias.
Lembrei-me que as minhas cadelas podem ter nesta crise um papel. A Lex , como o nome indica, está do lado da ordem e quer filar o Belmiro. Já a Boom, mais alternativa, quer andar na boa-vai-ela atrás do Kanelos.

Nada como um banho para aclarar ideias.

Da vossa,

Josina MacAdam

domingo, 25 de abril de 2010

25 de Abril

Há 36 anos eu não tinha nascido. O problema dos aniversários não é o do tempo que passou. É envelhecermos mal. Tipo onça ao sol. Há porém datas que me confortam. “imaginam as damas, as senhoras, as jovens e as adolescentes que só pelo 25 de Abril se tornou possível saírem à rua e ocuparem espaços públicos sem serem mandadas, impedidas, molestadas ou incomodadas? Não sejam modestas em demasia, minhas caras concidadãs, vocês foram, sobretudo por mérito vosso (pois claro), a conquista menos corroída, porque mais estrutural, daquela madrugada.”(Vias De Facto). Daqui grito já um grande: Viva o 25 de Abril. Mas nem tudo por cá é alegria. O meu pai a propósito da data teve uma discussão sobre o 25 de Abril e o 25 de Novembro. Acabou mal. Também só um reaça como ele é que se ia lembrar da associação. E logo frente à namorada, que me faz lembrar a Pasionaria. Lá vai ele acabar o dia abraçado aos amigos a cantar o Vieille canaille. Hoje o João Neves fazia anos e já não estão todos. Também não estão sós. Vivam os amigos à solta!

Josina MacAdam

Para os amigos de meu pai

Serge Gainsbourg