Mostrar mensagens com a etiqueta Aniversário. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Aniversário. Mostrar todas as mensagens
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
10º aniversário de Los Santeros
Concerto na sexta-feira, 9 de Janeiro, às 22:00h, no Alburrica Bar - Barreiro

10 anos "bêbados, a cuspir e a tocar tudo menos música"!!!
Grandioso concerto de Los Santeros com milhões de convidados especiais. Foi no dia 9 de Janeiro de 1999 que A Banda tocou pela primeira vez em Portugal, curiosamente no Barreiro. Dez anos depois, abençoados pela passagem destes verdadeiros colossos do Black-Blues, Death-Rock, Novo-Riquismo-Mariachi e Surf Pontilhista, teremos uma noite memorável, se todos tiverem juízo.
Mad Dog associa-se ao evento homenageando La Santeria com o seu Cabo Verde Blues 
Etiquetas:
Alburrica Bar,
Aniversário,
Barreiro,
Blues,
Cabo Verde,
Los Santeros,
Música
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Subitamente, no Verão, um de nós faz 60 anos
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Grande Salto em Frente
Foi assim, num ‘fósforo’ o “2+2=5” cumpre três anos prodigiosos. Com a mesma idade já Koba, José Estaline, se preferirem, exercitava no kindergarten os dotes que fizeram dele uma referência incontornável da imbecilidade. Ver Martin Amis.
Bom, a verdade é que, a convite do webmaster Armando Rocheteau, devo contribuir com um textito...mas não sei bem como celebrar esta efeméride. Matutei, matutei, e com a preciosa ajuda do oráculo que assina Táxi Pluvioso e o contributo involuntário- não, não é pioneiro- de uma experiência ficcional ensaiada pelo FAR- Heine encontra Sade-, decidi-me pelo desencontro entre Sacher Masoch e Mao Zedong.
O primeiro, despacha-se com o suplício de assistir, do princípio ao fim, a uma ópera chinesa. Pode ser “Red Lantern”, pode ser “Sha Jia Bang”, mas recomenda-se a mais penosa “Taking Tiger Mountain by Stratagem”.
Quanto ao segundo, deixaria, ao jeito de parábola, uma nota sobre a Grande Fome de 1959-1961, na China de Mao Zedong. Yang Jisheng, um veterano de 35 anos de Xinhua, publicou, em Hong Kong, aquele que parece ser o relato definitivo sobre as consequências do Grande Salto em Frente de 1958, preparado pela grande Campanha Anti-Direitista do ano anterior.
Sob o título de Mubei, tombstone na lingua franca- atrevendo-me a uma versão portuguesa, na certeza que serei impiedosamente corrigido, proporia ‘lápide’ ou por razões comerciais ‘o comunismo jaz aqui’-, Yang alinha os números, as estatísticas, província a província, cidade a cidade, de uma fome que ceifou entre 30 e 35 milhões. Três vezes mais do que o número de vítimas da Grande Guerra de 14-18. Cá está o três, o do aniversário do “2+2=5”.
Ora, como se sabe, o GSF compreende a colectivização da agricultura e a duplicação da produção de aço, sacrificando tudo o que é derretível, inclusive, alfaias agrícolas, e, ao mesmo tempo, assegurando a produção de cereais. Resultado, aço da têmpera de dejectos secos, que não servia para nada, e colheitas administrativas de cereais.
Yang Jisheng relata que, e foi para isso que serviu a campanha de 57, os delegados locais do PCC comprometiam-se com uma determinada quota ogrigatoriamente exagerada de produção, x para consumo próprio e y para o governo central e não podiam nem rectificá-la e muitomenos deixar de entregar a parte do Estado. Resultado...a China foi um net exporter de cereais, no período em causa, à custa do que os camponeses deixavam de comer. Antecipando os princípios científicos da sofisticação do quem não tem cão caça com gato, os camponeses, confirma este Mubei, amanhavam-se com ratos, pardais, cães, relva e casca de árvore. Mas não é exactamente sobre esta catástrofe humanitária que pretendo reflectir na casa grande do “2+2=5”. Esta parábola e sobre a verdade, a verosimilhança, a validação.
Yu Dehong, secretário do partido na circunscrição de Xinyang, entre 59 e 60, conta que, indo de aldeia em aldeia, contabilizava 100 cadáveres expostos na via pública, outros tantos na aldeia seguinte. Ninguém parecia incomodar-se. Interpelou, por isso, o comissário que, receando vir a ser acusado de qualquer crime contra a salubridade ou a saúde pública, respondeu: os cães comem os cadáveres.
Verdade? Claramente, mentira. Os cães já tinham sido comidos.
Este tabu já leva quase meio século. A Grande Fome não pode ser discutida publicamente, seja em livros, revistas, rádio, televisão, e está proscrita de quaisquer curricula universitários. Mas a vida continua.
Atão, o que aprendemos? Que a cultura da reconciliação é totalmente estranha ao Império do Meio e que, para os mesmo efeitos, investe-se na cultura da amnésia.
Este blogue tem andado em políticas de reconciliação....não levam a nada. Optemos por trivialidades, reticências e conceitos de ansiedade. Será que hoje vem aí mais disparate daqueles...? Será que não vem?
Mas em dia de efeméride temos de ser positivos, tolerantes e humildes. Aprende-se sempre qualquer coisa. Por exemplo, fiquei a saber que há literatura francesa contemporânea e que aquelas pancadas de Molière não pretendem ser o último aviso para um gajo se por a andar. Hoje estou certo que a psicanálise encontrou a sua Arca da Aliança e que aquele léxico vibrante das Internacionais ainda vai dar seriado na Globo.
Olha, vou almoçar. E viva o PS.
JSP
Bom, a verdade é que, a convite do webmaster Armando Rocheteau, devo contribuir com um textito...mas não sei bem como celebrar esta efeméride. Matutei, matutei, e com a preciosa ajuda do oráculo que assina Táxi Pluvioso e o contributo involuntário- não, não é pioneiro- de uma experiência ficcional ensaiada pelo FAR- Heine encontra Sade-, decidi-me pelo desencontro entre Sacher Masoch e Mao Zedong.
O primeiro, despacha-se com o suplício de assistir, do princípio ao fim, a uma ópera chinesa. Pode ser “Red Lantern”, pode ser “Sha Jia Bang”, mas recomenda-se a mais penosa “Taking Tiger Mountain by Stratagem”.
Quanto ao segundo, deixaria, ao jeito de parábola, uma nota sobre a Grande Fome de 1959-1961, na China de Mao Zedong. Yang Jisheng, um veterano de 35 anos de Xinhua, publicou, em Hong Kong, aquele que parece ser o relato definitivo sobre as consequências do Grande Salto em Frente de 1958, preparado pela grande Campanha Anti-Direitista do ano anterior.
Sob o título de Mubei, tombstone na lingua franca- atrevendo-me a uma versão portuguesa, na certeza que serei impiedosamente corrigido, proporia ‘lápide’ ou por razões comerciais ‘o comunismo jaz aqui’-, Yang alinha os números, as estatísticas, província a província, cidade a cidade, de uma fome que ceifou entre 30 e 35 milhões. Três vezes mais do que o número de vítimas da Grande Guerra de 14-18. Cá está o três, o do aniversário do “2+2=5”.
Ora, como se sabe, o GSF compreende a colectivização da agricultura e a duplicação da produção de aço, sacrificando tudo o que é derretível, inclusive, alfaias agrícolas, e, ao mesmo tempo, assegurando a produção de cereais. Resultado, aço da têmpera de dejectos secos, que não servia para nada, e colheitas administrativas de cereais.
Yang Jisheng relata que, e foi para isso que serviu a campanha de 57, os delegados locais do PCC comprometiam-se com uma determinada quota ogrigatoriamente exagerada de produção, x para consumo próprio e y para o governo central e não podiam nem rectificá-la e muitomenos deixar de entregar a parte do Estado. Resultado...a China foi um net exporter de cereais, no período em causa, à custa do que os camponeses deixavam de comer. Antecipando os princípios científicos da sofisticação do quem não tem cão caça com gato, os camponeses, confirma este Mubei, amanhavam-se com ratos, pardais, cães, relva e casca de árvore. Mas não é exactamente sobre esta catástrofe humanitária que pretendo reflectir na casa grande do “2+2=5”. Esta parábola e sobre a verdade, a verosimilhança, a validação.
Yu Dehong, secretário do partido na circunscrição de Xinyang, entre 59 e 60, conta que, indo de aldeia em aldeia, contabilizava 100 cadáveres expostos na via pública, outros tantos na aldeia seguinte. Ninguém parecia incomodar-se. Interpelou, por isso, o comissário que, receando vir a ser acusado de qualquer crime contra a salubridade ou a saúde pública, respondeu: os cães comem os cadáveres.
Verdade? Claramente, mentira. Os cães já tinham sido comidos.
Este tabu já leva quase meio século. A Grande Fome não pode ser discutida publicamente, seja em livros, revistas, rádio, televisão, e está proscrita de quaisquer curricula universitários. Mas a vida continua.
Atão, o que aprendemos? Que a cultura da reconciliação é totalmente estranha ao Império do Meio e que, para os mesmo efeitos, investe-se na cultura da amnésia.
Este blogue tem andado em políticas de reconciliação....não levam a nada. Optemos por trivialidades, reticências e conceitos de ansiedade. Será que hoje vem aí mais disparate daqueles...? Será que não vem?
Mas em dia de efeméride temos de ser positivos, tolerantes e humildes. Aprende-se sempre qualquer coisa. Por exemplo, fiquei a saber que há literatura francesa contemporânea e que aquelas pancadas de Molière não pretendem ser o último aviso para um gajo se por a andar. Hoje estou certo que a psicanálise encontrou a sua Arca da Aliança e que aquele léxico vibrante das Internacionais ainda vai dar seriado na Globo.
Olha, vou almoçar. E viva o PS.
JSP
Subscrever:
Comentários (Atom)
