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sábado, 29 de dezembro de 2007

Cimeira África/Europa (2)

L´Afrique dit Non

Ainsi donc, au grand dam de l’arrogante Europe, l’inimaginable s’est produit : dans un élan de fierté et de révolte, l’Afrique, que certains croyaient soumise parce qu’appauvrie, a dit « non ». Non à la camisole de force des accords de partenariat économique (APE). Non à la libéralisation sauvage des échanges commerciaux. Non à ces ultimes avatars du « pacte colonial ».
Cela s’est passé à Lisbonne, en décembre dernier, lors du IIe sommet Union européenne - Afrique, dont l’objectif principal était de contraindre les pays africains à signer de nouveaux traités commerciaux (les fameux APE) avant le 31 décembre 2007, en application de l’accord de Cotonou (juin 2000), qui prévoit la fin de la convention de Lomé (1975). Selon celle-ci, les marchandises en provenance des anciennes colonies d’Afrique (et des Caraïbes et du Pacifique) entrent dans l’Union quasiment sans droits de douane, à l’exception de produits sensibles pour les producteurs européens comme le sucre, la viande et la banane.
L’Organisation mondiale du commerce (OMC) a exigé le démantèlement de ces relations préférentielles, ou alors leur remplacement – seul moyen, selon l’OMC, de préserver la différence de traitement en faveur des pays africains – par des agréments commerciaux fondés sur la réciprocité (1). C’est cette seconde option qu’a retenue l’Union européenne, le libre-échange intégral camouflé sous l’appellation « accords de partenariat économique ».
Autrement dit, ce que les Vingt-Sept exigent des pays d’Afrique (et de ceux des Caraïbes et du Pacifique (2)), c’est d’accepter de laisser entrer dans leurs marchés les exportations (marchandises et services) de l’Union européenne, sans droits de douane.
Le président sénégalais Abdoulaye Wade a dénoncé ce forcing et a refusé de signer. Il a claqué la porte. Le président de l’Afrique du Sud, M. Thabo Mbeki, l’a immédiatement soutenu. Dans la foulée, la Namibie a également pris la courageuse décision de ne pas signer, alors qu’une augmentation des droits de douane de l’Union européenne sur sa viande bovine marquerait la fin de ses exportations et la mort de cette filière.
Même le président français, M. Nicolas Sarkozy, qui avait pourtant eu des mots fort malheureux à Dakar en juillet 2007 (3), a apporté son appui aux pays les plus opposés à ces traités léonins : « Je suis pour la mondialisation, je suis pour la liberté – a-t-il déclaré –, mais je ne suis pas pour la spoliation de pays qui, par ailleurs, n’ont plus rien (4). »
Cette fronde contre les APE – qui suscitent, au sud du Sahara, une immense vague d’inquiétude populaire ainsi qu’une intense mobilisation des mouvements sociaux et des organisations syndicales – a porté. Le sommet s’est terminé sur un constat d’échec. M. José Manuel Barroso, président de la Commission européenne, a été contraint de céder et d’accepter la revendication des pays africains de poursuivre le débat. Il s’est engagé à reprendre les négociations en février prochain.
Cette cruciale victoire de l’Afrique est un signe supplémentaire du moment favorable que connaît le continent. Au cours des dernières années, les conflits les plus meurtriers se sont terminés (seuls demeurent ceux du Darfour, de la Somalie et de l’est du Congo), et les avancées démocratiques ont été consolidées. Les économies continuent de prospérer – même si les inégalités sociales demeurent – et sont pilotées par une nouvelle génération de jeunes dirigeants.
Autre atout enfin : la présence de la Chine, qui, investissant massivement, est sur le point de supplanter l’Union européenne au premier rang des fournisseurs du continent africain, et qui, par ailleurs, pourrait devenir, dès 2010, son premier client, devant les Etats-Unis. Il est loin le temps où l’Europe pouvait imposer de désastreux programmes d’ajustement structurel. L’Afrique se rebiffe désormais. Et c’est tant mieux.
Par Ignacio Ramonet

http://www.monde-diplomatique.fr/2008/01/RAMONET/15490 janvier 2008 - Page 1
L'Afrique dit « non »

(Obrigada pela tua colaboração, J.Rezende)

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Da Capital do Império

Olá!

Hoje escrevo-vos para vos dizer que o Luís Amado e o José Sócrates são racistas. Não racistas à antiga de não permitir a entrada de pessoas em restaurantes ou escolas ou bairros de habitação por causa da sua cor da pele, mas racistas modernos, “pragmáticos”. Assumem na sua totalidade o racismo suave das expectativas baixas.
Para ir directamente à questão: Se o Robert Mugabe fosse branco (ou chinês ou latino americano!) teria sido convidado para a cimeira União Europeia/África?
O Luís Amado e o José Sócrates convidariam um presidente branco (ou chinês ou latino americano) de um pais sem qualquer importância estratégica que:
1) Ordena à sua policia para espancar lideres da oposição e depois afirma publicamente (!!!)que a oposição “needed a bashing and they got a bashing”?
2) Expropria, persegue, prende, espanca, assassina, membros de uma minoria racial do país ao mesmo tempo que um membro do seu regime afirma publicamente que membros dessa minoria não podem nem nunca poderão ser cidadãos do país e do seu continente?
3) Persegue, prende, encerra e quando isso não funciona ataca à bomba jornais que o criticam?
4) Impede a entrada de jornalistas estrangeiros no país?
5) Ignora as decisões dos tribunais do pais, ameaça juízes e exorta a polícia a ignorar as decisões dos tribunais?
6) Transforma um dos países mais produtivos e ricos de África num dos mais pobres?
7) Impede agências humanitárias de distribuírem alimentos aos esfomeados exigindo que sejam os seus capangas do partido a distribuírem os alimentos?
8) Constantemente insulta países aliados de Portugal e membros da União Europeia como por exemplo quando apelidou publicamente o governo Britânico de “o governo de paneleiros de Blair”?
Claro que não. Os socialistas estariam em pé de guerra com discursos, declarações, parangonas nos jornais, a organizarem manifestações contra o fascismo e contra o George Bush. Mas, como o Mugabe é preto entra em acção o tal racismo suave das expectativas baixas. Isto é: O Robert Mugabe é preto portanto há que aceitar padrões mais baixos. Não se pode esperar muito dos pretos….
O que o Luís Amado e o José Sócrates deveriam dizer aos seus colegas africanos se estes insistem em trazer o Bob Muggers (Bob Ladrão como ele é conhecido em Harare) é que chegou a altura de se deixarem de definir pelo colonialismo e passarem a definir-se por valores.
Eu acho que o Sócrates e o Amado deveriam também levar os dirigentes africanos a ler um novo e fascinante estudo do Banco Mundial titulado “Where is the Wealth of Nations?” (Onde está a riqueza das nações?”) que afirma em termos gerais que a riqueza das nações se divide em “capital natural, “capital produzido’ e “capital intangível”. E, diz o estudo a maior parte da riqueza dos países ricos não é composta pelas duas primeiras fatias (capital natural e capital produzido) mas pela terceira fatia, o tal “capital intangível”.
E o que é esse capital intangível? Coisas como: primazia do estado de direito, transparência da lei, educação, acesso à saúde. A riqueza dos suíços portanto não é só composta por relógios Rolex, queijos e chalets para turistas. A sua riqueza advém na sua maior parte dos conhecimentos e das leis que existem na Suíça. O estudo do Banco Mundial (acessível em WWW.Worldbank.org) diz que 90% desse tal “capital intangível” é constituído pela educação e pelo respeito à lei (rule of law).
Ou seja: O Sócrates, o Amado e todos os que insistem em continuar a deitar para o lixo milhares de milhões de dólares em ajuda aos países “em desenvolvimento/do terceiro mundo/vítimas do colonialismo” estão a gastar o seu tempo e o o vosso dinheiro até os dirigentes africanos aceitarem a importância desse tal capital intangível e assim condenarem o Bob Muggers ao isolamento total.
O que me leva a dizer-vos que no centro de Copenhaga, onde estive há duas semanas, há um prédio antigo, sóbrio (como quase tudo na Dinamarca) com um dístico em cima da sua entrada e que explica o sucesso doa Dinamarca: “Med lov skal man land bygge”. O Amado e o Sócrates deveriam levar lá o Bob Muggers e os restantes dirigentes africanos. Mostrar-lhes a riqueza da Dinamarca (que não pode ser acusada de ser imperialista/colonialista) o seu bem-estar, o seu incrível boom económico que faz inveja a muitos e depois traduzir-lhe esse dístico. “Com a lei será o país construído”. Simples. Parte do tal “capital intangível”.

Abraços,
Da capital do Império,

Jota Esse Erre