Teresa Pires e Helena Paixão casaram-se, quatro anos após a primeira tentativa. O papel destas duas corajosas mulheres no processo que culminou com a legalização do casamento homossexual não pode ser menosprezado. Elas trouxeram o problema para a ribalta mediática, da maneira mais eficaz: transformando "o problema", em abstracto, num problema concreto que afecta pessoas concretas. O que lhes sucedeu depois, o inacreditável ostracismo a que foram votadas, terem perdido os empregos, forçadas a mudar de cidade para escapar ao assédio que as perseguia como "as fufas" que tinham tido a coragem de dar a cara, mostra bem como o machismo homofóbico neste país é um problema muito mais sério que na maior parte dos casos se supõe, assim nos disponhamos a afastar-nos das nossas relações sociais e conhecer o "Portugal profundo".
A Ler: Apocalipse, no Esquerda Republicana; Chorai, famílias, chorai, no Vias de Facto.

