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quinta-feira, 5 de junho de 2008

Le Nouvel Observateur reforça-se para sustentar alto crescimento

C'est un moment historique que vit Le Nouvel Observateur. Denis Olivennes, ancien PDG de la Fnac, a pris lundi 2 juin les rênes de l'hebdomadaire, dirigé depuis sa création en 1964 par Claude Perdriel. Agé de 81 ans, M. Perdriel avait annoncé, le 25 mars, son souhait de "prendre du champ" et choisi M. Olivennes, 47 ans, présenté comme son "héritier intellectuel" (Le Monde du 26 mars). Cette annonce avait créé la surprise à l'Obs, même si le nom d'Olivennes, à la fois gestionnaire et homme de gauche, a été bien accueill.

http://www.lemonde.fr/actualite-medias/article/2008/06/05/le-nouvel-obs-negocie-un-virage-important_1054159_3236.html

FAR

sábado, 31 de maio de 2008

França: Sarkozy cada vez mais poltrão e inconsequente

O sistema político francês acusa uma concentração inaudita de poder na figura do Presidente da República. Foi fruto de uma "correcção" constitucional realizada em 1958 pelo general De Gaulle , que queria afastar o tumulto do parlamentarismo e da vida política partidária fraccionada da IV República. O sistema, que Mitterrand verberou durante anos de Golpe de Estado permanente, mostra-se agora quase obsoleto e manieta a modernização estrutural da pátria de Molière.


O PR eleito, o polémico filho de nobres exilados magiares, perdeu as estribeiras e comete gafe sobre gafe numa escalada insólita, desprestigiante e anómala. Ele atingiu o seu Princípio de Peter com o posto de ministro das Polícias no longo reinado de Chirac, depois disso é uma vertiginosa queda de estilo, de valores, de consciência profissional mínima ao que se assiste diariamente olhando para o que diz e faz. Ninguém acredita, mas largas faixas do seu eleitorado perderam já quase a confiança total no seu " joker ", que prometia renovar, modernizar e simplificar a vida quotidiana dos franceses.


Após um autêntico dilúvio legislativo , que provoca tensões e desaguizados permanentes na sua maioria parlamentar forte de mais de 400 deputados , Sarko- com uma queda abissal de mais de 50 por cento nas sondagens de popularidade, apurou o faro para a próxima presidência rotativa da U. Europeia, e, aí vai milho que amanhã é capaz de ser tarde:visitas diárias às capitais e governos dos 27 estados membros.


Ladino , o PR francês divide com o austero e descontraído PM, François Fillon , o mapa das visitas. Sarko foi a Angola( Luanda)um par de horas falar com José Eduardo dos Santos , entretanto , pois a multinacional Total tem larga implantação na extracção do ouro negro angolano… e nunca se sabe como é. O grande golpe em preparação por ele planeado prende-se com a privatização da Areva/ Alsthom , o gigante mundial construtor de centrais atómicas de segunda geração ao multimilionário empresário da Construção Civil, Martin Boygues, accionista maioritário do primeiro canal de TV , a poderosa TF-1.O povo escorraça-o, Sarko acalenta os poderosos e paga apoios da campanha, capitalizando para o futuro…


O show irresistível de kitch, mau gosto e de falta de sentido de Estado, teve mais uma longa peça que o divino " Le Canard Enchainè " conta esta semana na página 2 dos mexericos políticos de alta voltagem. Escangalhei-me a rir no metro durante longos minutos. Vou traduzir na íntegra. Imaginem quem governa e tem altas responsabilidades no futuro político-social e económico da Europa ! Ora vamos lá: a peça chama-se " A hora de Carla ". Segue-se o texto da notícia: " Almoço de intelectuais um dia destes no palácio do Eliseu , Presidência da República , à roda de Sarko , o pdg da editora Grasset , Olivier Nora , o historiador Jean-François Sirinelli , os jornalistas seniores Julliard e Fottorino, do Nouvel Observateur e do Le Monde , respectivamente, e o economista liberal, coqueluche da direita moderna , Nicolas Baverez , entre os principais.


" Evocando a polémica sobre o seu lado " bling-bling"( amigo dos ricos e poderosos), o PR brindou-os com um sketch notável: `Atisanaram-me por causa do uso do meu Rolex , mas como V. verificam, já deixei de o usar . E mostrou logo o Patek Philippe que a Carlita lhe ofereceu . Este é mais discreto, precisou , mas muito mais caro . Sobretudo, Carla pediu ao vendedor que lhe mostrasse o mais caro. De imediato , cheio de convicção , o PR tirou o relógio do pulso e fê-lo passar pelas mãos dos seus convidados , completamente atónitos e estupefactos. O mais engraçado é que Sarko repetiu a cena do " relógio que faz a volta à mesa ", aquando de um novo almoço com intelectuais. Terminado o lado " bling-bling", eis o aspecto " toc-toc", como se desejasse impressionar de uma forma tocante ".

FAR

sexta-feira, 14 de março de 2008

Sarkolândia: Neuilly-sur-Haine ou o que parece é…

A nova direita francesa, governada por um psicopata arrivista de alta voltagem, vive horas de grande agitação e ansiedade nas vésperas da segunda volta das Municipais. Só pela descoordenação e barafunda que sacode o estado-maior do PS francês, a derrota dos émulos de Sarkozy não se aprofunda ainda mais.É que Sarkozy perdeu autoridade e na sua cidade-emblema, onde foi mais de duas décadas senhor abosluto, Neuilly-Sur Seine, houve cenas de pancadria nos salões da autarquia de luxo, a mais rica e segregacionista de França, na soirée do anúncio do apuramento dos resultados da primeira volta.

Mesmo com esse handicap de divisionismo tenebroso que mina a credibilidade do actual PSF, a Esquerda hexagonal conseguiu alargar a sua maioria em Paris e, possivelmente, conquistar Toulouse e Marselha, mantendo a sua supremacia na maioria das cidades com mais de 100 mil habitants. O PS mantém Lyon e derrota um antigo ministro da UMP, ao mesmo tempo que na grande coroa de Paris vários altos quadros da direita perderam posições.Por outro lado, Alain Juppé, o intelectual da direita política, conseguiu passar logo à primeira volta, em Bordéus, por maioria absoluta. O que faz com que, no interior do cosmodrama do partido presidencial, surja como alternativa de longo prazo a Sarko.

Os Verdes, parceiros de longa data de uma coligação eleitoral na autarquia de Paris, perderam quase 50 por cento dos seus votantes, por causa de um programa eleitoral fiscal demente, e com a proposta de levantarem portagens nos acessos ao interior de Paris. Bertrand Delanoe, maire socialista de Paris, visa agora altos voos .Se aumentar a proporções da sua vitória eleitoral no Domingo, Delanoe consolida a sua credibilidade para postular ao cargo de líder socialista, onde já se passeiam Ségolène Royal e alguns antigos dos seus apoiantes mais cotados, como Julian Dray. É que a direita sarkozista está em risco de perder dois dos seus mais fortes bastiões, os que lhe restavam de 2001, os bairros do centro, I e V., e o quasi-BCBG, o XV.

Mas vamos para Neuilly-sur-Seine, e tentar relatar o que se passou. E que mereceu grande e destacada cobertura na edição desta semana do Le Canard Enchainé, numa peça intitulada Neuilly-sur-Haine… O que se passou: Sarkozy destacou um seu homem-de-confiança, e xuxu de Cecília, para lhe suceder no cargo de maire. O jovem não tinha carisma, nem era do sítio. As sondagens começaram a ser alarmantes e o estado-maior nacional do partido do PR, UMP, resolveu convencer a o jovem a desistir. Indo recuperar um antigo dissidente do partido, Christophe Fromantin, que se tinha posicionado como alternativa. Pela mão da mãe de Sarkozy, surge um segundo candidato da mesma ideologia, o que revela o “apetite" voraz das classes medias altas pelo caciquismo municipal. O candidato separatista perde poder na primeira volta, ficando a mais de 10 por cento de diferença do candidato apoiado por Sarko. Os ânimos exaltaram-se nos faustosos salões da Mairie, e os adeptos de Fromantin, o líder que entra na segunda volta, desataram à pancada aos separatistas, com insultos anti-semitas e cenas de pugilato que provocaram alguns feridos e levaram a polícia a intervir e a levantar autos.


FAR

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Sondagem Ifop/J.d.Dimanche: Sarkozy morde a poeira da descida alarmante

Nunca na V República Francesa, fase histórica criada pelo Golpe de Estado constitucional de 1958 pelo general De Gaulle, um Presidente da República caiu tão baixo, em tão pouco tempo e o seu PM leva-lhe a palma em todos os tabuleiros de apreciação. Tudo se confirma, portanto, sobre o estilo agressivo, individualista e contraditório do novo PR francês, que esta semana caiu 9 por cento nas sondagens, clicar aqui. Sarkozy averba 38 por cento de opiniões positivas contra 62 de negativas; François Fillon atinge 57 por cento de satisfação e 43 de negativos.

Nos sectores dinâmicos da vida económica francesa, a cota de Nicolas Sarkozy atingiu a singular queda de 22 por cento, nos comerciantes, junto dos trabalhadores independentes e dos chefes de empresa, nesta semana precisamente. “Comporta-se como um rei; é muito impulsivo; não se controla e é muito desordenado", são as acusações mais salientes proferidas pelo eleitorado contra o estilo presidencial. Só na terceira idade e junto dos militantes do seu partido, UMP, Sarkozy ainda beneficia de apreciação positiva, se bem que o PM ainda o supere junto dessas categorias do eleitorado.

FAR

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Atmosferas (9)


Les pères populaires (cantine/bar). Paris. França. Nov. 2007

Foto Sérgio Santimano

sábado, 9 de fevereiro de 2008

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

domingo, 27 de janeiro de 2008

sábado, 26 de janeiro de 2008

Atmosferas (5)


Les pères populaires (cantine/bar). Paris. Dez. 2007

Foto Sérgio Santimano

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Atmosferas (4)


Les pères populaires (cantine/bar). Paris. Dez. 2007

Foto Sérgio Santimano

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Atmosferas (3)


Les pères populaires (cantine/bar). Paris. Dez. 2007

Foto Sérgio Santimano

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Atmosferas (2)


Les pères populaires (cantine/bar). Paris. Dez. 2007

Foto Sérgio Santimano

domingo, 20 de janeiro de 2008

Atmosferas (1)


Café restaurante "Nation". Paris. Dez. 2007

Foto Sérgio Santimano

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

A Sarkogénie vista por Ph. Sollers

Claro que comprei, e já li e devorei , os dois últimos livros de Sollers. “Un vrai Roman.Mémoires” , na Plon Edit. E o outro “Guerres Secrètes”, na Carnetsnord. Ambas de Paris. Sabendo nós que Sollers trabalha na Gallimard como director literário. Nas Mémoires, que o Gérard de Cortanze já tinha revelado/desbravado um pouco no livro hagiógráfico que lhe dedicou, o autor de “Logiques” revela que fez as pazes com Derrida, pouco tempo antes da morte do filósofo admirável, que, por acaso, lhe dedicou um livro inteiro de análise, “La Dissémination”.

Bem. No texto que irão ler, Sollers diverte-se com finura e inteligência sobre as “fanfarronadas” do nosso pequenino Sarkozy. Ainda agora vi um trabalho da CNN- Paris sobre o evento quasi-nupcial do PR francês. Será que ainda ele está a tempo de se arrepender? Sollers garante que “Hollywood se esfarrapa de inveja”…Tudo isto terá a ver com a tenda, as amazonas e o resto, que Kadhaffi montou nos jardins do palácio presidencial de Paris? E o nosso escritor preferido recorda que Pascal dizia, siblino, que “uma coisa tão visível como a vaidade do Mundo seja tão pouco conhecida, que seja uma coisa estranha e surpreendente de dizer que é uma estupidez procurar as grandezas, isso é qualquer coisa de admirável”. Trata-se de uma dupla ironia, se bem entendem. Sollers não deixa passar em claro, o facto de Sarkozy não diferenciar Céline de Albert Cohen, “o gosto mais elementar exige uma opção”, frisa. Os pormenores picantes estão todos no texto, vistos e analisados sem dó nem piedade.


« Décidément, Sarkozy m'inspire, sa vie est un roman fabuleux, la mienne aussi, mais en sens contraire. Plus il s'étend à l'extérieur, plus je plonge à l'intérieur, et c'est pourquoi je le devine mieux que personne. Tout ce que je lis sur lui me semble faux, vieilli, superficiel, à côté de la plaque, sourdement jaloux, fasciné à l'envers. Il faut le dire une bonne fois: Sarkozy est le génie de notre époque, celle du spectaculaire intégral.

Parler à son sujet de "coups médiatiques", c'est ne rien comprendre au nouveau réel dans lequel nous sommes entrés. J'entends murmurer qu'il serait vulgaire: oui, sans doute, et alors? L'ère planétaire est vulgaire, et la dominer nerveusement n'est pas à la portée de n'importe qui. Sarkozy plus fort que tous les autres guignols du spectacle? C'est l'évidence, et tout patriote français devrait en être fier. Les pauvres Américains, à travers Time, se dévoilent en parlant de la mort de la culture française. Elle est pourtant là, ultravivante sous leurs yeux, et ils ne voient rien. La preuve: le même Time proclame le triste Poutine "homme de l'année". Quelle misère! Autre affirmation dérisoire: il n'y aurait pas, aujourd'hui, en France, un seul écrivain qui ait une global significance. Quel aveuglement! Je suis là, pourtant, je suis global, et ma significance est aussi variée que profonde. D'accord, on ne le sait pas assez, mais ça viendra. Pour l'instant, imaginez seulement qu'au lieu du couple idéal Sarkozy-Bruni, nous ayons aux commandes l'attelage poussif et provincial Ségo-Bayrou! A quoi n'avons-nous pas échappé ! Vive la France!

Toujours plus fort

Il y a eu le voyage en Chine, et Sarko, très à l'aise au milieu de l'armée en terre cuite rassemblée pour lui; sa mère, surtout, à qui le président chinois, ému, a offert un châle. Cette présence maternelle n'a pas été assez commentée, d'autant plus qu'une autre mère, celle de Carla Bruni, est arrivée par la suite. Les mères, les enfants, voilà qui est admirablement joué. La Chine? Bientôt les jeux Olympiques, et n'oublions pas que l'Opéra de Pékin est de construction française. Il y a eu ensuite Sarko en Algérie, les ruines de Tipasa, et le surgissement d'Albert Camus dans le discours présidentiel. Camus, c'est du solide, suivez mon regard, vers une union méditerranéenne et humaniste future. Il y a eu l'ébouriffante mise en scène de la visite de Kadhafi à Paris, sa tente, ses amazones, sa virée au Louvre et à Versailles, sa chasse à Rambouillet, son allure de seigneur hirsute et abrupt, ses déclarations de roi du désert, les indignations programmées qu'il fallait, les affaires. Quel film!

Il y a eu, il y a toujours, l'attente fiévreuse d'Ingrid Betancourt et la sollicitude permanente du président sauveur d'otages. Il y a eu le rapt de Carla à Disneyland, nouvelle percée à gauche, sabre dans le caviar, la mode, la chanson, les réseaux d'amants, la branchitude, Libération, Les Inrockuptibles, les fantasmes poussés à bout, la fuite en Egypte, les mystères de Louxor, l'annonce d'un mariage inouï et, pourquoi pas, d'un heureux événement (les mères sont là), bref, un modèle de campagne à l'intérieur des lignes ennemies, avec, en plus, promotion sociale du côté d'une très bonne famille italienne (aucune française n'aurait fait le poids). Franchement, avez-vous vu mieux depuis Bonaparte? Du haut des pyramides, quarante siècles contemplent cet exploit. Le Président est là, il jouit, il médite. Carla, le soir, lui chante doucement une berceuse, et Hollywood se convulse d'envie. Vous persistez à me parler du pouvoir d'achat, de l'augmentation des salaires et des sans domicile dans la rue? Quelle mesquinerie! Et le penseur mondial de la gauche radicale, Badiou, qui compare Sarko à Pétain! Quelle ringardise! Vous ne voyez donc pas ce soleil nouveau de la République se lever sur le Nil?

Encore plus fort

Là, le vieil anticléricalisme français en reste baba: Sarkozy chanoine, reçu par le pape, et vantant les "racines chrétiennes" de la France. Déjà la conversion tardive de Tony Blair au catholicisme avait de quoi inquiéter. Mais avec le chanoine Sarko béni par Benoît XVI en même temps que le sans-culotte Bigard, on atteint des sommets révolutionnaires. Les vieux cathos sont épouvantés, les anticathos stupéfaits: toujours l'attaque simultanée sur deux ailes, aucun doute, le génie militaire est là. Le Président cite, pêle-mêle, Pascal, Bossuet, Péguy, Claudel, Bernanos, Mauriac, Maritain, Mounier, René Girard, des théologiens comme Lubac et Congar. Il offre à Sa Sainteté son livre extraordinaire sur les religions et deux éditions originales de Bernanos, et s'attire une remarque courtoise du pape, à savoir qu'il a déjà lu cet auteur dans la Pléiade. Je vais proposer aux éditions Gallimard une publicité: "Le pape lit la Pléiade." Pas celle de Sade, assurément, mais sait-on jamais.

L'avenir nous dira si, par autorisation spéciale, le mariage de Sarko et Bruni pourra être célébré à Notre-Dame de Paris. Avouez-le: ce serait grandiose, et je ne manquerais pas de vous faire part de mes réflexions. Pour l'instant, juste un peu d'eau froide: puisque le Président s'est mêlé de citer Pascal, une pincée des Pensées ne lui fera pas de mal. "Qu'une chose aussi visible qu'est la vanité du monde soit si peu connue, que ce soit une chose étrange et surprenante de dire que c'est une sottise de chercher les grandeurs, cela est admirable." Quant à nos amis-ennemis américains qui nous voient culturellement morts, rappelons-leur tout de même qu'à ce jour, chez eux, 124 condamnés à mort ont été innocentés, dont 15 grâce aux tests ADN. Et soyons précis: dans plusieurs Etats, dont la Californie, où les prisons comptent plus de 600 détenus en attente d'être exécutés, des études ont mis en évidence le coût financier de la peine capitale (jusqu'à 70% de plus que pour une incarcération à perpétuité).
(…)
»
Ph. Sollers. LeJDD.fr

FAR

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Carla-II

Sarkozy, o "homem com/para os ratos", é capaz de tudo; e de mais alguma coisa. O Canard Enchainé desta semana, a juntar ao Le Point, edição de fim-de-ano, revelam tudo e mais alguma coisa sobre os amores de Sarkomnipotente com a multimilionária Carla Bruni, modelo e cançonetista nas horas vagas, que o divino Libération apelida de "croqueuse de stars"...Ri, a fortes e estridentes gargalhadas, a ler o Canard, meus caros.
" Quel culot! ", pensei; e se a Carla é que está a levar a melhor...por causa dos CD’s e do resto do mundo da cançoneta?!?
Sarko, segundo o Canard, mandou fazer sondagem sobre as três hipóteses-de-se-tornarem- madames Sarko: Carole Bousquet, Laurence Ferrari e Carla Bruni. O que é certo, no entanto, é que Jacques Séguèla, o mago da Pub universal, " arranjou " jantarinho para colocar Sarko e Bruni, lado-a-lado. E, aí vai milho...
Carla Bruni colecciona experiências e arrasa corações, sinalizava o " sarkosiano " semanário de F-Olivier-Gisbert. Fotos com a diva abraçada a Raphäel Enthoven, filho do maior amigo de B-H. Lévy, Arno Lagerfeld, o advogado-mais-roller de Paris, e mais uns quantos. Sarko, que detesta intelectuais, meteu-se no meio das alcovas de Saint-Germain-des-Près. É obra. O que parece é que a diferença de idades entre os "pombinhos" é enorme, ainda por cima. Não há memória na política europeia de um facto "amoroso" tão espectacular e "revolucionário", pois as tépidas " aventuras " de Berlusconi nunca passaram de ameaças sem tilt...
Kouchner, que há pouco vi a dar beijos-e-abraços a Condi Rice, foi com os "noivos-relâmpago" até às praias do Mar Vermelho. Tudo oferecido e sponsorizado pelos caucionistas de Sarko: aviões particulares, villas para o casal-em-ensaio e "paus de cabeleira".
Sarko vai ao Cairo umas horas, vender e adjudicar obras e investimentos.
Nesta saga de "pesadelo e aventura", Sarko acelera. Como revela o Canard, o Vaticano "não desejou" ver Bruni em Roma.
Os líderes históricos do Gaullismo começam a inquietar-se com tanta desenvoltura do sucessor de Chirac. E Sarko, com malícia, atreveu-se a "dar" Fillon embeiçado pela maquinal Ângela Merkel. "Sem dúvida, o efeito Carla ", revelou ao Canard um membro do staff presidencial francês.


FAR

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Carla

É a nova namorada do Sarkozy: a vontade de Kitch a toda a prova. Por que será que o PR francês anda à procura de namorada? Por estratégia eleitoral? Para não deixar ficar mal os seus súbditos que riem a bandeiras despregadas com os comentários jocosos dos seus vizinhos ingleses e alemães? Por tudo e mais uma coisa: a "pílula" repressiva que Sarko vai fazer engolir aos franceses necessita de muitas peripécias e ilusões, claro. O Libé de hoje trás esta new irresistível e que cartografa tudo, por agora.

"Carla, oh Carla

Autant le dire tout de suite (et sans forfanterie), l’auteur de ces lignes «savait». Oui. Je savais. Mais la semaine dernière quand, tout fier de mon scoop, je tente de le partager avec mes confrères, une grande vague de scepticisme m’accueille (quelqu’un cite alors une marque de voiture)… et des soupirs. Nous autres, à Libé, n’est-ce pas, nous ne nous occupons pas de people, fût-ce quand il s’agit du premier people de France… Pourtant, ce week-end, ce couple surprenant fait son coming out chez Mickey. Et hier matin, en conférence de rédaction, quand vient le moment de la critique du journal du jour, Laurent Joffrin pose la question qui tue : «Et le papier sur Carla, qu’en avez-vous pensé ?» S’ensuit une sorte de brouhaha d’où il ressort que «ça ne nous intéresse pas», mais que ça nous intéresse quand même un peu… puisque le sujet reste dix bonnes minutes autour de la table ! On vous épargne la litanie des ex de la chanteuse («chanteuse ?») et les remarques plus ou moins sympathiques («au moins, elle, elle ne fait pas trop Neuilly», «elle n’a pas un look blingbling», etc.). On parle de la couverture de Point de Vue. On disserte sur les propos récents du Président, soudain très agressif contre les «gens du Flore». On dissèque aussi l’interview de la chanteuse dans le Figaro Madame (17 février 2007) : «Je m’ennuie follement dans la monogamie. Je suis monogame de temps en temps. L’amour dure longtemps, mais le désir brûlant deux à trois semaines.» Allons, finalement, c’est peut-être un bon sujet…"

Didier Pourquery
Libération


FAR

domingo, 16 de dezembro de 2007

Alain Badiou: O que é a "ruptura" de Nicolas Sarkozy

"Il est tout à fait essentiel que Sarkosy ait fait campagne sur le motif de la rupture. Rupture, profondes réformes, mouvement aussi incessant que celui des moustiques: Sarkozy annonce qu’ il va surmonter la crise morale de la France, il va la remettre au travail. C´est quand même formidable de dire aux gens, dans l’état où ils sont, et du haut du costume trois pièces du maire de Neuilly: "Je vais vous remettre au travail, moi !". On dirait une bourgeoisie du XIX siècle s’adressant à sa bonne. Mas non, c’est la rupture, c’est le renouveau. Le contenu est évidement l’obéissance sans réserves aux exigences des potentats du capitalisme mondialisé. La situation militaire est l’affaire des Américains, la situation intérieure celle des grands financiers, etc. On frappera que les faibles, les pauvres, les étrangers. La "rupture" est en realité une politique de la courbette ininterrompue, qui va se présenter comme une politique de la régénération nationale".
O grande filósofo francês, prof. na École Normale Supérieure da Rue D’Ulm - Paris, acaba de publicar um pequeno livro altamente polémico contra a via para a salvação do Capitalismo proposta por Sarkozy, o novo PR gaulês.
O panfleto, com 160 páginas, está a deflagar uma imensa polémica. Até o Le Monde, pela pena de R-P-Droit, se "comoveu" com a terrível diatribe de Badiou... Dentro de dias, tentaremos apresentar um texto mais alargado, claro.

Alain Badiou, «De quoi Sarkosy est-il le nom? »
Nouvelles Éditions Lignes, Paris Nov. 2007


FAR

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Ségolène faz mea culpa soft para sacudir PS francês

Os socialistas franceses estão num estado ruinoso abracadabrantesco: direcção política não funciona, tenores seduzidos pelo método-glutão Sarko são mais que muitos: fala-se de Jack Lang para ministro da Justiça; e Grupo Parlamentar sem iniciativa política ajustada. É o caos, portanto.
Como é um partido de poder, o PSF francês não tem estrutura para suportar os dilacerantes caminhos da Oposição.
É a velha história da social-democracia europeia "apanhada" pelos efeitos destrutores da Mundialização e do turbo-capitalismo. Mais histriónicos e abertos que os seus compadres alemães, os "enfants de Mitterrand" sonham, com as oportunidades e deslizes de ocuparem o poder, em voz alta. E, estando na mó de baixo, expõem na praça pública os seus defeitos e males. O que até nem é mal pensado.
Ségo publicou a sua versão da "Campanha" presidencial onde arrebatou cerca de 17 milhões de votos contra Sarkozy. O Livro sai hoje e teve o condão de ter sido revisto e "manipulado" por Bernard-Henri-Lévy. Chama-se: "Ma plus belle histoire, c’est vous".
O Liberátion, que apoiou inequivocamente Ségo contra Sarko, deu hoje grande destaque a esse acontecimento, clicar aqui.
Fundamentalmente, Ségo volta à primeira linha do espaço político francês...para fazer as contas contra os seus falsos amigos e retratar-se da vitória do candidato da Direita tutti-color. "Je ne connais encore ni le lieu, ni la date, mais je sais qu'un jour, nous nous retrouverons", assinala, precisando: " L`histoire continue. C’ est-à-dire le combat".

«Je ne connais encore ni le lieu, ni la date, mais je sais qu’un jour, nous nous retrouverons.» C’est ainsi que se termine Ma plus belle histoire, c’est vous, le livre de Ségolène Royal qui sera demain en librairie. L’ancienne candidate socialiste à la présidentielle, filant la métaphore sportive, assure avoir «repris l’entraînement». «N’ayons pas peur», écrit-elle aussi en s’adressant à ces hommes et ses femmes qui, comme elle, «pensent que quelque chose s’est levé (pendant la campagne, ndlr) qui ne s’arrêtera pas». «Je gagnerai un jour pour eux» , assure aussi l’ex-candidate au début du livre. Pour ceux qui nourrissaient encore quelques doutes, les choses sont donc claires: «l’Histoire continue. C’est-à-dire le combat.»
L’ensemble du livre est évidemment à décortiquer à l’aune de cette détermination. Et même si la présidente de la région Poitou-Charentes ne dévoile rien de sa stratégie future (lire ci-contre), l’objectif est bien celui-là : tirer les leçons de la défaite pour être à nouveau candidate en 2012. Et la meilleure manière d’y arriver était manifestement, même si elle s’en défend, «derefaire le match» . Celui qu’elle a perdu contre Nicolas Sarkozy. Mais aussi celui qui l’a opposée à ses propres amis. Ma plus belle histoire est en fait un récit vérité d’une défaite. La vérité selon Royal, donc forcément subjective. Petites notes de lecture.
Le procès en incompétence. «Etais-je préparée pour l’élection présidentielle?», demande Royal. «Beaucoup plus qu’on ne l’a dit, mais sans doute moins qu’il ne l’aurait fallu», admet-elle. Jurys citoyens, nucléaire iranien, épisode du Hezbollah, «bravitude», justice chinoise… Toujours avec âpreté, l’ex-candidate défend ses positions. Pour elle, ces«bourdes qui n’en étaient pas» trouvent leur origine dans la primaire socialiste, «son cortège de coups bas et de petites phrases assassines».
Chers camarades. Sans surprise, l’ex-candidate ne ménage guère ses amis socialistes. A commencer par Michel Rocard, venu lui demander de se retirer, à quelques heures du dépôt des candidatures… «Presque un gag», moque Royal. Au delà, c’est toute la horde d’éléphants «qui a juré de m’écraser», assure-t-elle. Tout y passe: les absences de DSK et les «tours pendables» joué par «ses peu recommandables cerbères», les pressions de Laurent Fabius sur son lieutenant Claude Bartolone, qui a rejoint l’équipe de campagne… Mention particulière pour Lionel Jospin, «l’homme du déni majeur», qui a séché la cérémonie d’investiture pour assister au spectacle de Pierre Perret, «préférant sans doute les jolies colonies de vacances». Au-delà de ses ténors, c’est le «manque de travail et de réflexion collective du parti» que fustige, impitoyable, l’auteur. Un parti dont personne ne peut dire quelle est la position sur «tous les grands sujets économiques ou internationaux»…
(…)
«Je ne suis ni Jeanne d’Arc ni la Vierge Marie», assure Ségolène Royal. De sa visite à Notre Dame de la Garde à ses multiples citations et postures bibliques, la référence chrétienne a horripilé nombre de ses camarades. A son tour, elle s’agace de ces critiques. Selon elle, loin d’être en contradiction avec les idéaux de gauche, «la parole religieuse est une parole à côté des autres». Qui aurait même constitué une ressource face aux épreuves de la campagne.
(...)
Libération


FAR

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Mailer tornou-se imortal


(Foto tirada de www.achievement.org)

A morte surpreendeu anteontem Noman Mailer, aos 84 anos, em Nova York, vítima de doença súbita. Um dos mais emblemáticos dos escritores yankees do séc. XX passou a ser imortal: pelo exemplo, pela ousadia e liberdade, mas também pela coragem de ser verdadeiro até à medula, contra tudo e contra todos. Guerras, GW Bush, feminismo castrador e puritanismo de sacristia, tudo servia para contestar a esta espécie de J-P. Sartre com a esfusiante loucura dos intelectuais-extremos de Village Voice, o semanário dos 70´s, que ajudou a fundar e a tornar mundialmente famoso. Como escreve a repórter do Libé. A.-Lévy-Willard, "Como autêntico nova-iorquino para quem o resto da América é uma imensa província, Mailer desconhecia o termo "esquerda caviar", mas praticou-o antes de tempo, com o snobismo que descreve no romance "Os exércitos da noite", onde ele e os seus companheiros "acreditavam estar condenados a ser revolucionários, rebeldes, não-conformistas, contestatários e, de uma forma geral, os campeões de uma qualquer causa de esquerda. Ao mesmo tempo, sentiam-se pessoalmente...grandes conservadores ".

FAR

"«La stupidité du peuple américain»
En 2006, l'écrivain avait reçu à New York la Légion d'honneur, la plus haute distinction française. Verve et causticité intactes, il pestait contre ce qu'il considérait comme «la stupidité du peuple américain» sous l'influence du président George W. Bush.

Toujours actif, il venait de publier Un château en forêt, dans lequel il explore la jeunesse et la famille d'Adolf Hitler. Libération l’avait longuement rencontré à cette occasion dans sa maison du Massachusetts

Ce témoin engagé, grand conteur des matches de Mohammed Ali ou de la conquête de l'espace, regardait cette «drôle d'époque» et s'avouait «dans l'état de pessimisme intellectuel le plus profond».
Il déplorait une Amérique toujours plus puissante économiquement mais moins créative et moins cultivée, dévoyée par la cupidité, abrutie par l'obsession patriotique ou les publicités télévisées.
"
Libération