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segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Mailer tornou-se imortal


(Foto tirada de www.achievement.org)

A morte surpreendeu anteontem Noman Mailer, aos 84 anos, em Nova York, vítima de doença súbita. Um dos mais emblemáticos dos escritores yankees do séc. XX passou a ser imortal: pelo exemplo, pela ousadia e liberdade, mas também pela coragem de ser verdadeiro até à medula, contra tudo e contra todos. Guerras, GW Bush, feminismo castrador e puritanismo de sacristia, tudo servia para contestar a esta espécie de J-P. Sartre com a esfusiante loucura dos intelectuais-extremos de Village Voice, o semanário dos 70´s, que ajudou a fundar e a tornar mundialmente famoso. Como escreve a repórter do Libé. A.-Lévy-Willard, "Como autêntico nova-iorquino para quem o resto da América é uma imensa província, Mailer desconhecia o termo "esquerda caviar", mas praticou-o antes de tempo, com o snobismo que descreve no romance "Os exércitos da noite", onde ele e os seus companheiros "acreditavam estar condenados a ser revolucionários, rebeldes, não-conformistas, contestatários e, de uma forma geral, os campeões de uma qualquer causa de esquerda. Ao mesmo tempo, sentiam-se pessoalmente...grandes conservadores ".

FAR

"«La stupidité du peuple américain»
En 2006, l'écrivain avait reçu à New York la Légion d'honneur, la plus haute distinction française. Verve et causticité intactes, il pestait contre ce qu'il considérait comme «la stupidité du peuple américain» sous l'influence du président George W. Bush.

Toujours actif, il venait de publier Un château en forêt, dans lequel il explore la jeunesse et la famille d'Adolf Hitler. Libération l’avait longuement rencontré à cette occasion dans sa maison du Massachusetts

Ce témoin engagé, grand conteur des matches de Mohammed Ali ou de la conquête de l'espace, regardait cette «drôle d'époque» et s'avouait «dans l'état de pessimisme intellectuel le plus profond».
Il déplorait une Amérique toujours plus puissante économiquement mais moins créative et moins cultivée, dévoyée par la cupidité, abrutie par l'obsession patriotique ou les publicités télévisées.
"
Libération

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Telegramas

1. Birmânia: síndroma da Realpolitik? "Um paraíso esquecido no tempo e geografia, tornado num inferno por uma clique de generais dispostos a todos os comportamentos orwellianos para se apoderarem das riquezas naturais. Petróleo, gás natural, madeiras preciosas. De início, roubaram-lhe o nome e rebatizaram-na de Myanmar, exigindo dos serviços postais que reenviassem ao expedidor todo o correio que mencionasse o nome de "Birmânia" colando a menção"país desconhecido". Este extracto faz parte de um artigo de Christophe Ono-Dit-Biot, recentemente publicado no Liberátion. Situemos a questão crucial: os USA, a China, a Índia e o Japão, com a Rússia por perto, parecem não estar interessados numa mudança brusca do terrível statuo quo birmanês. As nuances e equilíbrios geopolíticos inter-regionais apontam para uma indefinição momentânea da situação social e política. A Tailândia, com uma Junta militar mais ou menos democrática, tem realizado vultuosos investimentos na prospecção de gás e petróleo. A que se juntam agora uma série de barragens hidroeléctricas para produção de electricidade indispensável ao surto industrial tailandês. A China e a Índia, por motivos semelhantes, tentam obter quotas nos jazigos de gás e petróleo a serem prospectados no Golfo de Martaban. Tudo isso conta e os USA de GW Bush perderam já grande parte da aura de progresso e paz que tinham na zona, ponto cada vez mais importante do afrontamento pelo poder entre, por um lado, o Japão, a Coreia do Sul, Taiwan, Indonésia e Tailândia, principalmente, e pelo outro, um bloco irregular de cada vez mais dependentes do humor das relações entre a tríade " infernal", China, Índia e Rússia. Investigadores da Universidade de Harvard produzem relatórios muito precisos que o NY Times tem divulgado na última semana. Portanto, a situação birmanesa vai continuar a chocar-nos e ninguém sabe como obrigar a Junta militar a negociar com os partidos da Oposição na clandestinidade.

2. Mailer ataca de novo GW Bush - Recordam-se do livro-planfleto de Norman Mailer sobre o 11/9? E da campanha fantástica que desencadeou, a nível mundial, de parceria com Le Carré e Harold Pinter, entre outros, de protesto contra a invasão do Iraque? Bem, esta semana, Mailer vai lançar mais um romance. Intitula-se “Um castelo na floresta” e o grande escritor norte-americano, a esse propósito, deu uma grande entrevista a um consórcio mundial de jornais e revistas. Destaque para o reforço da crítica "psicanalítica" que subscreve de GW Bush. Diz ele, e vale a pena segui-lo: " A democracia é como um casamento. Um casamento pode acabar mal, e a democracia também. Nos USA, esse perigo existe. A democracia não está em tão bom estado, como há cerca de cinco anos atrás; e nós encontramo-nos numa situação pré-fascista, como um cancro que nos devora a pouco e pouco. O presidente GW Bush constitui só por si uma zona de infecção. Cada vez que abre a boca, ele diminuiu a boa saúde da democracia".

FAR