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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Perú (8)






Deserto a caminho do Norte.

Fotos Joana Ralha

YA NO TENGO ÁNGEL DE LA GUARDA
Ya no tengo ángel de la guarda. Un día inesperado se perdió en la llanura buscando la plenitud y el reposo. A pesar de todo, el movimiento del cielo no cesa todavía. Sigo caminando por el bosque con los ojos abiertos, y a veces siento en el aire una breve eternidad. Pienso que mi ángel de la guarda - por ese inmenso cariño por las islas - está de custodio de las profundidades del mar, que después de todo, es la otra cara del cielo. Sé que no está en el monte Nebo contemplando el tiempo que vendrá. Mi ángel tenía una larga cabellera negra y sus ojos te seguían por todas partes. Cuando iba de paseo en mi bicicleta su cabello era una llamarada de fuego negro que llamaba la atención en todo el vecindario. Nadie la podía ver, excepto mi perro que agachaba la cabeza cuando volaba por encima de los geranios. Ya no tengo ángel de la guarda. Ahora camino solitario por las oscuras calles de los pinos y presiento que alguien todavía me vigila.
MIGUEL ÁNGEL ZAPATA

sábado, 8 de março de 2008

E os Desertos?

Deserto de Mojave
Estados Unidos, Califórnia.













ELOGIO AO AMOR - Miguel Esteves Cardoso

Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade.
Já ninguém quer viver um amor impossível.Já ninguém aceita amar sem uma razão.
Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.
Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido.Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais,discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em 'diálogo'.

O amor passou a ser passível de ser combinado.
Os amantes tornaram-se sócios.Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões.
O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem.
A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível.

O amor tornou-se uma questão prática.
O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade,
ficam 'praticamente' apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego,do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há,
estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.

Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia,são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina,malta do 'tá tudo bem,
tudo bem', tomadores de bicas, alcançadores decompromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona?
Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim,a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença queé como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito aomesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não épara ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, apancadinha nas costas, a pausa que refresca,
o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso 'dá lá um jeitinho sentimental'.
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso.
Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores.
O amor fechou a loja.
Foi trespassada ao pessoal da pantufa e daserenidade. Amor é amor.
É essa beleza. É esse perigo.
O nosso amor não é para nos compreender, não épara nos ajudar, não é para nos fazer felizes.

Tanto pode como não pode.
Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não épara nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda deapanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor.
A 'vidinha' é uma convivência assassina.
O amor puro não é um meio, não é umfim, não é um princípio, não é um destino.

O amor puro é uma condição.
Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima.
O amor não se percebe.Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente.
O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar.
A desatar a correr atrás do que não sabe,não apanha, não larga, não compreende.

O amor é uma verdade.
É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal.
Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra.
A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida.
A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre.
Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente.O coração guarda o que se nos escapa das mãos.
E durante o dia e durante avida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor,
o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber,
amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado,
viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz.
Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra.
A vida dura a vida inteira, o amor não.
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira.
E valê-la também.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

E os Desertos ?


Sinai, península montanhosa e desértica do Egipto/Kemet
Sinai = deus Sin, deus da lua
Une dois continentes- África e Ásia
Separa dois mares - Mediterrâneo e Mar Vermelho
Fonte:Wikipédia
CAFÉ MATINAL
Con el café matinal el aroma a guisantes llena la casa entera
cada vez que respiro mi puerta se abre, mis amigos entran
aún los muertos entran en grupos, con cada sorbo.
La casa se llena de parla
aqui hay palabras que no han alcanzado una playa todavia
aqui hay silencio
aqui hay aquellos cuya risa brotó en sus ojos desde el café
aqui hay ciudades cuyas cafeterias visitamos y de los sueños bebimos.
aqui hay amigos cuyos nombres son confundidos
aqui hay un café amargo con cordomomo dorado
aqui hay café negro con leche aparte
aqui hay prisiones con puertas de barrotes
cerradas encima de un soñar con café
estar ebrio en la mañana estar ebrio en la salida
estoy en mi lugar con el café matinal
encuentro el universo entero en mi pocillo.
Zein El Abedin Fouad

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

E os Desertos?


Deserto do Saara: الصحراء الكبرى, aṣ-ṣaḥrā´ al-koubra
Saara: tuaregue tenere (deserto).
O deserto compreende parte dos seguintes países e territórios:
Argélia, Burkina Faso, Chade, Egipto, Líbia, Marrocos, Saara Ocidental,

Mauritânia, Mali, Niger, Senegal, Sudão, e Tunísia.
Vivem cerca de 2,5 milhões de pessoas na área do Saara.

(fonte:wikipedia)


No maior deserto do mundo
estão cinco milhões de jóias
humanos olhos tão aguados,
e os meus também,
que com vontades deixei que
se dispensassem de mim
e
caíssem sobre aquela África, no último vôo
ao sentir que o grande pássaro sem canto
ia
comigo gorda de recuos e a chegar inteira,
à velha Europa de penas e fados, de novo.

Já são ausências, aquilo com que vejo.
Já só são o sem fim do espaço, que eles lá vêem...


sábado, 9 de fevereiro de 2008

E os Desertos?

Deserto de Atacama, Norte do Chile (o mais árido e alto deserto do mundo)
O nome Atacama surgiu porque a região foi primeiramente habitada pelos atacamenhos.
Existe uma vila no meio do deserto, San Pedro de Atacama.


Uma couraçada planície em
atordoado infinito, apeada.
Um largo silêncio enchugado em forma de ousado pico, nos ventos dançável.
Desvestido Deserto !...

Quisera não fora eu o Sol escondido.
Serias ainda mais miragem.

Só o sonho se come, em seriedade.

Se tenho corpo, é porque não des-sonho.

Quisera fora eu o Sol.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

E os Desertos?

Deserto de Gobi, ao norte da China e ao sul da Mongólia.
"Gobi" significa deserto, em mongol.

"Um homem sonha que é uma borboleta.
Revoluteia com leveza de flor em flor,
Abrindo e fechando as suas asas,
Sem a mais ténue lembrança da sua natureza humana.
Quando acorda, percebe com espanto que é um homem.
Mas será ele um homem que acaba de sonhar que era uma borboleta?
Ou uma borboleta a sonhar que é um homem?"
Diz-se que nunca conseguiu responder a esta pergunta.
Tchung-tsé
História Chinesa

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

E os Desertos?


O Rub' al-Khali
O Rub' al-Khālī = الربع الخالي)
"o quarteirão vazio"

Álvaro de Campos
Grandes
Grandes são os desertos, e tudo é deserto.
Não são algumas toneladas de pedras ou tijolos ao alto
Que disfarçam o solo, o tal solo que é tudo.
Grandes são os desertos e as almas desertas e grandes
Desertas porque não passa por elas senão elas mesmas,
Grandes porque de ali se vê tudo, e tudo morreu.

Grandes são os desertos, minha alma!
Grandes são os desertos.

Não tirei bilhete para a vida,
Errei a porta do sentimento,
Não houve vontade ou ocasião que eu não perdesse.
Hoje não me resta, em vésperas de viagem,
Com a mala aberta esperando a arrumação adiada,
Sentado na cadeira em companhia com as camisas que não cabem,
Hoje não me resta (à parte o incômodo de estar assim sentado)
Senão saber isto:
Grandes são os desertos, e tudo é deserto.
Grande é a vida, e não vale a pena haver vida,

Arrumo melhor a mala com os olhos de pensar em arrumar
Que com arrumação das mãos factícias (e creio que digo bem)
Acendo o cigarro para adiar a viagem,
Para adiar todas as viagens.
Para adiar o universo inteiro.

Volta amanhã, realidade!
Basta por hoje, gentes!
Adia-te, presente absoluto!
Mais vale não ser que ser assim.

Comprem chocolates à criança a quem sucedi por erro,
E tirem a tabuleta porque amanhã é infinito.

Mas tenho que arrumar mala,
Tenho por força que arrumar a mala,
A mala.

Não posso levar as camisas na hipótese e a mala na razão.
Sim, toda a vida tenho tido que arrumar a mala.
Mas também, toda a vida, tenho ficado sentado sobre o canto das camisas empilhadas,
A ruminar, como um boi que não chegou a Ápis, destino.

Tenho que arrumar a mala de ser.
Tenho que existir a arrumar malas.
A cinza do cigarro cai sobre a camisa de cima do monte.
Olho para o lado, verifico que estou a dormir.
Sei só que tenho que arrumar a mala,
E que os desertos são grandes e tudo é deserto,
E qualquer parábola a respeito disto, mas dessa é que já me esqueci.

Ergo-me de repente todos os Césares.
Vou definitivamente arrumar a mala.
Arre, hei de arrumá-la e fechá-la;
Hei de vê-la levar de aqui,
Hei de existir independentemente dela.

Grandes são os desertos e tudo é deserto,
Salvo erro, naturalmente.
Pobre da alma humana com oásis só no deserto ao lado!

Mais vale arrumar a mala.
Fim.