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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Pérolas da blogosfera "liberal": um post que se desmente a si mesmo

Num post em que defende (mais) uma estranha teoria, a de que os meios de comunicação social não noticiarão mortes de portugueses emigrantes na África do Sul, Helena Matos faz um link para uma notícia de um jornal diário sobre a morte de um português emigrante na África do Sul.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Xenofobia



Para onde iremos quando a África do Sul estiver destruída?

Houve uma altura na minha vida em que procurei desesperadamente uma empregada doméstica porque não conseguia dar resposta ao trabalho, ao bebé e às tarefas domésticas.
Dirigi-me ao quadro de anúncios de uma loja de conveniências da vizinhança e anotei alguns contactos. Telefonei a um certo número de mulheres e marquei encontros com seis.
Uma delas, sul-africana, não apareceu, mas mandou-me um kolmi. Quando lhe liguei, perguntou-me se podia ir buscá-la, porque não tinha dinheiro para o transporte.
Disse-lhe que outras cinco mulheres, que não eram sul-africanas, tinham conseguido chegar a minha casa à hora marcada. Uma delas até veio com uma criança às costas, na neneca.
Esse episódio, entre muitos outros, mostrou-me claramente que nós, sul-africanos, achamos que temos direito a tudo. Achamos que o mundo nos deve alguma coisa.
Isso é sobretudo verdade para os negros. Não me levem a mal, mas, directamente ou indirectamente, pensamos que o apartheid é uma coisa a que nos podemos agarrar para podermos ser vistos como vítimas, e que tudo nos devia ser facilitado.
E aqui estamos nós, 14 anos após o início da democracia na África do Sul, ainda agarrados a 1976.
Muitos de nós não conseguem aproveitar o acesso à educação nem a oportunidade para aprender mais e marcar a diferença. Por isso abusámos de pessoas que estão simplesmente a fazer os possíveis por ganhar a vida.
Os recentes ataques contra estrangeiros são a prova de que somos uma nação estúpida.
“Roubam-nos os empregos e violam-nos as mulheres”, dizem os responsáveis por centenas de crianças inocentes estarem agora a viver em tendas com as famílias.
Como é que alguém pode tomar em mãos o seu destino quando os sul-africanos, no velho estilo dos bairros negros, se sentam todo o dia a apanhar sol, na má língua e a queixarem-se dos estrangeiros que lhes roubam os empregos?
Como é que uma pessoa que se esforça tanto por arranjar emprego e por exercê-lo bem merece ser espancada e até queimada?
Não percebo como fomos engendrados como sul-africanos. Sei que não temos todos a mesma mentalidade, e que há cidadãos instruídos que são completamente opostos a tais actos. Mas a rapidez com que esses ataques se espalharam é uma vergonha nacional.
Porque é que não participamos de forma tão rápida e colectiva em actividades de construção nacional? E porque estamos tão dispostos a participar quando se trata de coisas que não só destroem vidas humanas como também a economia e a credibilidade do país?
Dizemo-nos uma nação civilizada? Tenho vergonha de ser sul-africana.
Somos uma nação bárbara, e o nosso pior pesadelo.
Pergunto-me o que acontecerá quando finalmente atingirmos o objectivo de arruinar por completo o país – a economia, a credibilidade e os valores sociais – e precisarmos da ajuda dessas mesmas pessoas que andamos a matar.
Será que esperamos que esses países cuidem dos nossos filhos como fizeram no tempo do apartheid para regressarem à África do Sul como dirigentes instruídos, sábios e capazes?
Ou será que esses países também têm o direito de espancar os nossos filhos, de os queimar vivos e de os escorraçar como se fossem criminosos?

NOMFUNDO XULU

In The Times, 26/5/2008

[Trad. José Pinto de Sá]

domingo, 13 de abril de 2008

W.Street Journal: a terrível sucessão de Thabo Mbeki na África do Sul

São entrevistas fantásticas, conclusivas e muito trabalhadas, as que o The Wall Street Journal-Europe oferece. A realizada com o provável successor do PR sul-africano, o actual líder do ANC, Jacob Zuma, não foge ao timbre de alta qualidade. Está lá tudo, o que importa saber. E as questões mais dificéis- acusações de violação de uma adolescente- não são evitadas. Bem como as de alta corrupção com a compra de armamento ao construtor francês, Thomson-CSF. " Outras luminárias do ANC estão implicadas no negócio, mas agora, e de novo, novas investigações criminais perseguem o líder, J. Zuma ", frisa o jornalista. Paira o espectro de Mugabe sobre a poderosíssima África do Sul, sublinha Matthew Kaminski.
Jacob Zuma, de etnia Zulu, é um populista. Antigo membro do aparelho de segurança do ANC, ganhou fama por emprestar a sua voz nos funerais e nos comícios de militantes do ANC, ao longo dos anos. Seduziu os deserdados e recuperou de um passado " criminógeneo " no ano passado, à beira das eleições para a liderança do partido fundado por Nelson Mandela. Diz que quer assegurar a continuidade do regime. Ninguém acredita. Sobretudo os seus rivais, entre os quais, Mbeki, o ainda PR, que não perdem pitada em o incriminar. Nos jornais e na opinião pública. Racismo étnico não deve existir, sómente uma consciência dilacerada dos sucessores de Mandela em verem o seu trabalho de reconciliação em maus tratos.Que podem ser perigosos e ambivalentes. Mesmo que Zuma desminta e diga que tudo faz pelo ANC…
" É quase impossível argumentar sobre a qualidade das grandes mudanças políticas e o crescimento, em referência como imprevisto e a ultrapassagem da era Mbeki. A liderança em África da reconciliação, do fomento da democracia e de um sofisticado capitalismo debatem-se agora pela frente com a incerteza. Os cenários possíveis da sucessão perfilam-se: do optimista, progresso continuo rumo a uma democracia multiracial, ao fatalista, marcado por um lento declínio confeccionado pela corrupção e as taras do Neo-Marxismo; não sendo de minimizar o desenlace apocalíptico, estilo colapso actual do Zimbabué ", aponta o entrevistador.
Se " Zuma não é um intelectual político, estilo Mbeki, ou um inspirado e carismático líder à Mandela", caracteriza o jornalista, M. Kaminski, " possui evidente experiência política e é muito folgazão ". Conserva ainda as suas ligações ao povoamento que o viu nascer. É poligâmico e tem para cima de 18 filhos. Ao contrário de Mbeki, que nunca mais regressou ao seu torrão depois da saída da prisão.O perfil controverso de Zuma perturba o estado-maior do ANC. E, por isso, querem substitui-lo, agora que se desencadeou uma nova e longa averiguação criminal sobre o negócio das armas. Rumores dão o número dois do ANC, Kgalema Motlanthe, como uma séria alternativa a Zuma. O recém e polémico líder do ANClevanta muitas suspeitas por ser apoiado pelo campesinato pobre, os sindicalistas e o P.Comunista, ao mesmo tempo que garante que o" business branco continuará a controlar a economia ".Há, já quem o compare ao PR brasileiro, Lula…

FAR