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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

"Fuck you, Motherland"


O Ai Weiwei, outra vez? Sim, já sei, parece repetitivo, mas há aspectos em que é preciso insistir até que estes sejam compreendidos na sua totalidade ou, pelo menos, expo-los a isso. 

Há muito que Ai Weiwei deixou de ser só um artista e activista para passar a ser, como o próprio reconhece, uma marca pela singularidade, uma voz revigorante sempre que a paralisia toma conta de uma classe que teima em não querer apontar o dedo para não ter de se levantar. 

Ainda que no processo que conduz um artista a este tipo de exposição muito seja comprometido, este não será o caso a fazer as delícias de quem prefere olhar para um objecto pela sua forma, sem perceber o plano, que ainda não estando, o enquadra. Outros artistas há a pôr-se a jeito a isso, como o gigante Marina Abramovic que, radicado nos EUA, assume querer ser uma marca como a Coca-Cola. O papel de um e de outro, enquanto figuras de proa de autonomia emocional e intelectual, tem muitos paralelos, mas a obra sobreviver-lhes-á de modo muito diferente e será talvez aí que a questão da autenticidade presente em Ai Weiwei e ausente na Marina enquanto performer se fará valer. 

O documentário "Ai Weiwei: Never Sorry", realizado por Alison Klayman e galardoado em Sundance 2012 com o prémio especial de júri "Spirit of Defiance", acompanha-o desde 2008. Com isto, não só lhe amplifica a voz como acentua uma série de questões transversais, como a influência conseguida com a difusão na internet, a responsabilidade de um artista de ser uma voz atenta, crítica, disposta às metásteses da inquietação.

para quem mais não pode, que assista 
um vídeo para abrir o apetite aqui

terça-feira, 29 de novembro de 2011

assim se faz



Vi recentemente este retrato de acções directas por um grupo de ativistas ambiental (e anti-capitalista e defensor da autonomia e auto-gestão, etc) que elogio pela clareza de ideias, pela crueza da descrição e por conseguir evitar as armadilhas da valorização exuberante de determinado tipo de comportamento; por fazer sobretudo o elogio do conhecimento, conseguindo assim estabelecer os paralelos desejados entre teoria e acção.

Independentemente dos meios de que cada um dispõe, o documentário faz um apelo conciso e despretensioso à desobediência civilizada, explicando estratégias de organização e apontando algumas diferenças entre o que define uma acção e/ou tomada de posição com consequências directas e os problemas que podem advir de manifestações e atitudes que não pretendem chegar a lado algum.

Apesar do filme não ter conseguido ainda distribuição, no seu espaço online é sugerido que a distribuição seja feita livremente nas acampadas de todo o mundo, tal como foi feito em Londres. Legalidades à parte e porque o mais importante é que a mensagem circule, aqui fica um link de acesso marginal. Quem se revir que divulgue!

Laura Nadar