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quarta-feira, 16 de março de 2011

A revolução que os media não mostram

"Por incrível que possa parecer, uma verdadeira revolução democrática e anticapitalista ocorre na Islândia neste preciso momento e ninguém fala dela, nenhum meio de comunicação dá a informação, quase não se vislumbrará um vestígio no Google: numa palavra, completo escamoteamento. Contudo, a natureza dos acontecimentos em curso na Islândia é espantosa: um povo que corre com a direita do poder sitiando pacificamente o palácio presidencial, uma "esquerda" liberal de substituição igualmente dispensada de "responsabilidades" porque se propunha pôr em prática a mesma política que a direita, um referendo imposto pelo Povo para determinar se se devia reembolsar ou não os bancos capitalistas que, pela sua irresponsabilidade, mergulharam o país na crise, uma vitória de 93% que impôs o não reembolso dos bancos, uma nacionalização dos bancos e, cereja em cima do bolo deste processo a vários títulos "revolucionário": a eleição de uma assembleia constituinte a 27 de Novembro de 2010, incumbida de redigir as novas leis fundamentais que traduzirão doravante a cólera popular contra o capitalismo e as aspirações do povo por outra sociedade.

Quando retumba na Europa inteira a cólera dos povos sufocados pelo garrote capitalista, a actualidade desvenda-nos outro possível, uma história em andamento susceptível de quebrar muitas certezas e sobretudo de dar às lutas que inflamam a Europa uma perspectiva: a reconquista democrática e popular do poder, ao serviço da população."



"Desde Sábado, 27 de Novembro, a Islândia dispõe de uma Assembleia constituinte composta por 25 simples cidadãos eleitos pelos seus pares. É seu objectivo reescrever inteiramente a constituição de 1944, tirando nomeadamente as lições da crise financeira que, em 2008, atingiu em cheio o país. Desde esta crise, de que está longe de se recompor, a Islândia conheceu um certo número de mudanças espectaculares, a começar pela nacionalização dos três principais bancos, seguida pela demissão do governo de direita sob a pressão popular.

As eleições legislativas de 2009 levaram ao poder uma coligação de esquerda formada pela Aliança (agrupamento de partidos constituído por social-democratas, feministas e ex-comunistas) e pelo Movimento dos Verdes de esquerda. Foi uma estreia para a Islândia, bem como a nomeação de uma mulher, Johanna Sigurdardottir, para o lugar de Primeiro-Ministro."

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Eduardo Prado Coelho: a visão política do Mundo

" Para Milner, a palavra Revolução designa a ideia de uma conjunção entre os gestos de rebelião e a actividade do pensamento, ambos levados ao extremo . Isto desenha um mundo cujo princípio de visibilidade reside na política. A palavra " política " abandona o seu sentido clássico( teoria dos agrupamentos e da governabilidade) para passar a indicar uma teoria da conjunção rebelião/ pensamento, que vai funcionar, sobretudo para artistas e intelectuais, como pólo de atracção absorvente e exclusivo.

" Qual o primeiro axioma desta visão política do Mundo? O seguinte: um pensamento tem sempre efeitos materiais. E o segundo axioma? Este: o único efeito material verdadeiramente digno desse nome é o da rebelião. Para Milner, esta ideia de Revolução vai articular-se com os princípios inerentes ao universo de Galileu: se o universo não admite exterior, os efeitos materiais só podem ter causas materiais, e portanto a efectividade do pensamento, a sua capacidade de produzir efeitos, só pode vir de uma força material que lhe seja interna. Esta força é a Rebelião. Marx virá apenas matematizar a teoria, definindo os princípios matemáticos da conjunção.

" No registo da conjunção, a política é a ética e a ética é a política. As doutrinas recentes trouxeram a este dispositivo duas inovações; se só há ética pela política, então só há ética através da rebelião; e por outro lado só há máximo enquanto máximo infinito. Assim, " os máximos do pensamento e da acção são infinitos.O nome desse infinito através do qual a conjunção se realiza é a liberdade ".

In E.P. Coelho," Tudo o que não escrevi" , vol.II. Edit. Asa.( Sobre um livro admirável de Jean-Claude Milner, filósofo e linguista, " Constat"( editions Verdier, a dos sartreanos…)

FAR