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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Carta de José Mário Branco ao 15 de Outubro




Tenho acompanhado com interesse, evidentemente, todas as tentativas e experiências que têm vindo a ser feitas por todo o mundo na sequência da "primavera" do Cairo. Mas na minha experiência há um sarro do passado.
Meti-me na política aos 17 anos, estive preso pela PIDE, fugi para França em 1963 e voltei em 1974. Desde 64-65 e até há poucos anos, estive sempre ligado à extrema-esquerda de inspiração maoista. Como não sou realmente um político, mas sim músico, letrista e cantor, nessas pertenças e fidelidades fui sempre guiado por duas coisas:
- os grandes valores que, num artista, naturalmente convocam um lastro de radicalidade e, por outro lado,
- a fidelidade a homens políticos cujos escritos e posições públicas me foram parecendo melhor exprimir politicamente essa radicalidade.
O que me levou a ir entrando e saindo de colectivos onde me sentia em casa. Mas como afirmei pouco antes de deixar o último, que ajudei a fundar: "eu nunca saí de partido nenhum, os partidos é que foram saindo de mim".
As organizações políticas em que participei foram saindo de mim por duas razões principais, e supostamente opostas embora me pareça que são a mesma razão com sinais inversos, razões essas que nada têm de novas porque já vêm desde o último quartel do séc. XIX:
- ou perderam em radicalidade o que ganharam em "realismo", que é o eufemismo que usam para designar a capitulação e a adaptação ao capitalismo;
- ou se confinaram e estiolaram em pequenos grupúsculos, seitas e partidecos que, perdendo o contacto com o real, se satisfazem autofagicamente a proclamar verdades definitivas, directivas infalíveis para as massas e são totalmente incapazes de viverem hoje do modo como dizem querer que seja a sociedade de amanhã, prefigurando-a desde já em si mesmos.

A história da Praça Tahrir é diferente, e eu, que vivi o Maio 68 em Paris e o PREC em Portugal, regozijei-me, como toda a gente de bem, por mais uma queda de um ditador conseguida pelo clamor e pela coragem das ruas. Tempos novos, formas de luta novas.
Tenho tentado reflectir sobre isso e o seu alcance, à luz da única coisa que mantenho bem viva: a minha recusa da iniquidade do capitalismo, a minha exigência de "outra coisa" que "essa é que é linda" (ver, por exemplo, http://passapalavra.info/?p=40478).
Mantenho também um interesse continuado - mas forçosamente à distância - pelos poderosos movimentos sociais de base do povo pobre do Brasil, da Argentina, do México, e de outros países, que têm vindo a lutar por coisas essenciais como terra para cultivar, tecto para se abrigar, direito à água, à cidade, ao trabalho, ao descanso, etc.
Estes, só posso segui-los à distância porque, em Portugal, há tanto tempo que não há nada que se pareça; o povo parece apático, cheio de medo, sem raiva nem desconcerto, sempre bem enquadrado por uma elite de burocratas que há 30 anos o fazem gritar que "o custo de vida aumenta, o povo não aguenta" e a classe dominante a rir-se lá em casa respondendo "aguenta sim senhor, a prova é que gritam o mesmo há 30 anos!".
Convenço-me de que, neste longo caminho aos sacões, deixou de haver - por muito tempo - lugar para generalidades, para proclamações (gerais), para grandes desígnios colectivos. Há lugar, sim, para lutar começando pelo que está perto, pelo que está em baixo, pelo que está agora: o que está mal na minha casa, no meu prédio, no meu bairro; o que está mal na minha empresa, onde por definição não existe democracia, mas que é o centro da minha sobrevivência; na minha escola, seja eu aluno (força de trabalho em formação) seja eu professor (formador de força de trabalho), aquele o produto, este o produtor. Um período que será longo, de lutas defensivas e de lenta reacumulação de forças. O selo de qualidade daquilo a que se chama "lutas" é agora, para mim, a sua concretude, porque a maior parte daqueles que se dizem militantes confundem acção com actividade - e não é de agora.

Plataformas como a 15O são somatórios que só podem ter o peso que é, no melhor dos casos, a soma do peso das suas parcelas. O mesmo direi do que poderão ser o 21 de Janeiro e outras datas afins. O grande erro - parece-me - é que quase toda a gente pensa "o que é que eu vou lá buscar?", quando deveriam pensar "o que é que eu vou lá levar?". É como nos grupos artísticos: a criação colectiva resulta do que se vai pondo na cesta comum ao longo dos dias, esses dias em que parece não se passar nada. É esta a minha visão, completamente wilhelm-reichiana.

E isto passa-se mais assim nas revoltas de "classe média" do que propriamente nas revoltas dos pobres-mesmo-pobres. E acho que percebi porquê. É que, contrariamente aos pobres cuja vida toda é dar sem receber, as "classes médias", que têm ainda muito a perder, não sabem como se pratica o verso de Fernando Pessoa: "Só guardamos o que demos". Duvido até que o compreendam. Por isso "vão lá buscar", em vez de "irem lá levar".

Para o capitalismo, ou antes, para os capitalistas, a produção de bens imateriais (serviços, cultura, lazer) tornou-se desde há muito uma produção em massa para uma massa de consumidores (que são, em grande parte, os seus produtores), como se fossem pão, detergentes, casas ou carros. Mas a "classe média", que está a sofrer um lento processo de proletarização, tem vindo a ser proletarizada (incluindo os profissionais liberais - advogados, médicos, professores, artistas plásticos ou performativos) mas ainda não teve tempo nem experiência para deixar de ser pequeno-burguesa - individualista, idealista, socialmente apática e pusilânime.

[NOTA: eu não estou a afirmar que os proletários têm consciência proletária, bem pelo contrário, infelizmente a esmagadora maioria deles está também impregnada de uma cultura e de uma moral burguesa que lhes é injectada em doses cavalares a toda a hora; mas a própria vida prática se encarrega de lhes tornar evidente a classe a que pertencem; só que, não vislumbrado como sair disso, não se arriscam.]

Daí que, nas acampadas, haja aquele ar de carnaval sociocultural, onde se fala de coisas muito sérias, o que é bom, mas onde o carburante são as palavras em si mesmas, e não o gesto. Não é radicalidade, mas sim e apenas uma transgressão, uma aparência de radicalidade. Vou para o meio de uma praça, levo à boca as mãos em concha e grito "Quero mudar o mundo!"; mas as formiguinhas vão passando de lado, no seu afã de escravas; só fica, eventualmente, quem não precisa de fazer o gesto imediato da sobrevivência. Passe a conversa à Raúl Brandão... mas estou enganado?

O meu tema actual - que, como a palavra indica, está cheio de promessas - é o vazio. "Le creux de la vague". Não, ainda, o súbito recuo do mar na praia antes do tsunami, mas um intervalo côncavo de duração não mensurável entre dois ciclos históricos. Não creio que se possa descer mais fundo, e isso dá-me esperança. É preciso que a juventude "média" dê o salto para o lado de lá, onde estão os pobres a sofrer, muito calados, sem (des)tino. "Vou ao fundo da lama / Do outro lado / Do outro lado da mente / Do outro lado da gente / Do lado da gente do outro lado / Do lado da gente que vive de frente / Da gente que vive o futuro presente" (Margem de Certa Maneira, 1972 (!!!)).

Por isso... talvez apareça, não prometo. Estou a tratar do que está aqui perto: fazer música e mais música, inventar novas canções, novos espectáculos, ajudar outros músicos a serem melhores. Ler e ouvir música. Cantar de vez em quando as canções que tenho para dar ao público. É isso.

José Mário Branco, músico e poeta

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Lições do 15 de Outubro (2- As vanguardas)

Eu tinha aqui escrito, no meu apelo à participação no 15 de Outubro, sobre como, muito naturalmente, e cito-me,  esperava "irritar-me mais uma vez com os tiques da extrema-esquerda folclórica, exasperar-me com alguns que para lá irão competir na sua pequenina liga radical, e discutir o irrelevante, se o melhor é o consenso ou a maioria, que as doutrinas que seguimos nos obrigam a fazê-lo deste ou daquele modo" . É claro que há coisas que nunca mudam. Seja no passeio em frente à Assembleia da República, seja nas "reuniões", "assembleias populares", ou como as queiram chamar, seja, claro, por essa blogosfera fora, o que se discute agora é se "os anarquistas" estão a sabotar o movimento com as suas formas de acção "infantis", ou se, pelo contrário, é a organização do 15 de Outubro que se pretende tornar em "vanguarda" de um movimento que pretenderá excluir dele quem discorda deste ou daquele método e desta ou daquela resolução. Dando de barato o facto de ser muito discutível existir sequer "um movimento" sobre o qual se devam produzir estas asserções, a mim oferecem-se-me as seguintes três ideias sobre o caso: primeira, que ambos tem razão: é de facto difícil decidir se é mais infantil quem pretende "invadir" a Assembleia da República e desbaratar todo um capital político de uma grande manifestação para satisfação dos seus desejos de "justiça popular", ou para tirar satisfações da polícia por causa de acontecimentos passados; ou se quem acha que tal "movimento", a existir, pode ou deseja ser liderado por uma vanguarda de "dirigentes esclarecidos" doutrinados na pior versão do marxismo pronto-a-vestir, que não representam nada nem ninguém senão a habitual meia-dúzia. Segunda, que o facto de ambos terem razão quanto aos outros mas total incapacidade de entender as críticas que lhes são feitas é a grande tragédia deste tipo de acção política em Portugal, e não é de agora mas de há muitos anos. E terceira, e o mais importante, é que estas conversetas entre os habituais mais não fazem que debilitar o capital político desta manifestação de 15 de Outubro, e por uma razão muito simples, meus caros: é que a grande maioria dos que lá estavam não se reconhece nessas opções políticas, nesses métodos de acção, e muito menos nesses debates inconsequentes. Passe o facto de eu estar tão mandatado para falar em nome dos que lá estavam como os que convocaram aquela manifestação para se tornarem "a organização" (e muito menos "a direcção") deste "movimento", aquilo de que não tenho dúvidas nenhumas é que o que a grande maioria de todos nós deseja e espera é um programa mínimo, sublinho mínimo, de acção, apoiado nas reivindicações com que todos concordamos, anarquistas, trotsquistas, bloquistas, comunistas, desalinhados, mesmo aqueles que, mais ou menos ingenuamente, se declaram "apartidários". Só para dar um exemplo, que muitos seriam possíveis, algo que pareceu unir toda aquela gente foi a ideia de fazer acompanhar, desta vez, a Greve Geral de uma grande manifestação (algo que, estranhamente ou não, incomoda sobremaneira o PCP), já que nós conhecemos muito bem e estamos fartos daquela conversa de que "fazem greve para ficar em casa a descansar", porque muitos de nós estamos desempregados ou proibidos de facto de fazer greve, e porque, o mais importante, a experiência diz-nos que é preciso radicalizar a Greve Geral e fazer dela algo mais que a habitual válvula de escape do sistema. Pois que se parta para isso. Organize-se isso. Esclareçam-se as pessoas, discuta-se, façam-se "assembleias populares" para isso e não para decidir se a organização é vertical ou horizontal, ou se devemos adoptar "acções de base", "pequenos boicotes", ou antes um grande "movimento de massas". Note-se: possa eu ter ou não maior simpatia por estes ou aqueles, o que nem Lenine nem Bakunine achariam ajuizado seria perder um "movimento" devido ao excessivo radicalismo da sua "vanguarda".

Lições do 15 de Outubro (1- Em registo cínico)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Às armas!

As nossas armas serão a demonstração das nossas opiniões, da nossa união, de que não esmorecemos, de que sabemos distinguir o essencial do acessório, de que conseguimos ver entre o nevoeiro mediático, de que estamos lúcidos e somos livres. Essa liberdade é a grande inimiga dos poderes de facto que ditam as ordens aos políticos-marionetas, e que literalmente nos vendem a ilusão da inevitabilidade. Não será uma manifestação perfeita; aliás, espero momentos de alguma desilusão, espero irritar-me mais uma vez com os tiques da extrema-esquerda folclórica, exasperar-me com alguns que para lá irão competir na sua pequenina liga radical, e discutir o irrelevante, se o melhor é o consenso ou a maioria, que as doutrinas que seguimos nos obrigam a fazê-lo deste ou daquele modo; e também com outros que para lá irão berrar contra "o governo", "o Passos Coelho", "o Sócrates", esperando outro e outro homem providencial, políticos mais "éticos", a cura do que é incurável. Mas porque é que a manifestação haveria de ser perfeita? Porque é que, agora, para nos manifestarmos exigimos tanto, reclamamos a perfeição de que não precisamos em tantas coisas da nossa vida em que a união é tão menos importante? Porque é que um não vai porque "não há programa definido", outro porque "são só esquerdistas", outro porque "vão para lá passear em vez de partir tudo", e ainda outro porque "depois de se queixarem vão votar nos do costume"? Que pureza, que virgindade, que inocência original deve ter uma manifestação, para que satisfaça quem tanto lhe exige? Isto quando os mesmos que assim objectam concordam na sua insatisfação, na sua revolta? Isso não deveria ser suficiente? Não é uma manifestação uma expressão da revolta popular?
Não será, obviamente, perfeita, mas esta manifestação será nossa, será dos que a fizerem, e por isso também terá algo de especial, livre de direcções centralizadoras e orientações tacticistas. Mas, acima de tudo, é uma manifestação essencial, urgente, porque é agora urgente como nunca demonstrar que não aceitamos tudo isto de ânimo leve, que não somos estúpidos e não gostamos que assim nos tomem, e que sabemos ver por dentro do nevoeiro. A nossa liberdade é a nossa arma. Às armas!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Alan Stoleroff: Em defesa da democracia indignada - uma réplica a Helena Matos

A dura crítica de Helena Matos do movimento de ‘indignados’ no Público (13 Out 2011) será certamente tomada por muita gente como apenas mais uma peça de propaganda na luta aguda sobre as saídas da crise actual. É e não é.
Partilho algumas das suas preocupações quanto à ‘democracia genuína’ e a sua valorização da democracia representativa e constitucional. Ela diz basicamente que a democracia legítima deriva das urnas e não da rua. Contudo, o seu argumento parece-me demasiadamente formalista e unilateral. Em primeiro lugar, há o problema da abstenção nos actos eleitorais. Pode-se afirmar que a abstenção é um exercício consciente expressando uma opção livre de participar ou não e, por isso, não põe uma entrave à legitimação das maiorias constituídas nos actos eleitorais. Mas isso é um argumento meramente formal e inválido sociologicamente. Existem dinâmicas de exclusão que produzem uma parte da abstenção e que fazem com que uma parte substantiva dos abstencionistas na nossa sociedade não a é inteiramente por opção de livre vontade. Existem dinâmicas dedisenfranchisement que operam mesmo sem o exercício de força.Assim, em determinados momentos a participação na vida politica do pais ocupa-se de outros palcos e arenas. Isto é sobretudo o caso de situações em que as clivagens de luta social são definidas não apenas por programas partidários elaborados para efeitos eleitorais mas por movimentos de protesto contra poderes instituídos.Na conjuntura actual de crise do sistema económico e financeiro e da implementação de  programas de austeridade, os próprios poderes instituídos – os poderes reais e não apenas formalmente constituídos – não possuem mais legitimidade democrática do que os movimentos de protesto. Não é preciso ser ‘marxista’ e ‘esquerdista’, como insinua Helena Matos, para avançar um argumento sério de que o poder real, que está a definir a crise da enorme maioria da nossa população, é o poder invisível do sistema financeiro capitalista globalizado e o poder visível dos homens que controlam as suas instituições e beneficiam da nossa miséria e insegurança. Numa situação de crise como a actual, a democracia representativa e constitucional não tem respostas adequadas para largas camadas da população e até cristaliza alianças políticas de interesses que actuam com o intuito de resolver a crise em conformidade com as suas preferências. Estamos numa situação única, de crise do sistema sócio-económico que está a produzir um conflito profundo entre camadas da população.Seria desejável que a crise pudesse ser resolvida pelo funcionamento normal das instituições da democracia representativa e constitucional. O problema é que os mandatos emergidos de um acto eleitoral podem não ter legitimidade efectiva e absoluta durante todo o prazo da sua vigência e podem nem sequer ser explícitos no seu conteúdo. Isso é de facto o caso de todos os últimos governos – que foram eleitos com base em programas eleitorais que foram contraditos praticamente no dia a seguir a sua tomada de posse. A nossa democracia representativa e constitucional simplesmente não é transparente. E na situação actual qual é o mandato que o nosso Governo está a traduzir nas suas politicas concretas: o mandato dos eleitores ou o entendimento com atroika constituída por entidades alheias e não eleitas? E, enquanto o Governo procura impor as reivindicações da CIP/AIP e os interesses privados esfomeados pelas migalhas do estado social – fazendo da concertação um palco para a exibição da sua prepotência anti-laboral e anti-social, aonde poderemos encontrar a legitimidade democrática?Helena Matos reflecte com bastante razão sobre os riscos envolvidos em situações em que existem reclamações antagónicas quanto à legitimidade do poder politico em nome da democracia ‘genuína’. As suas observações com base na história do PREC são relevantes – mas não neste contexto politico. As clivagens sociais e lutas produzidas pela crise actual não são bem equivalentes às clivagens ideológicas e politicas do PREC.É evidente que as manifestações internacionais e no nosso pais foram organizadas por gente ‘radical’ – entre a qual muitos eventualmente negariam a legitimidade da democracia representativa e constitucional em detrimento da mobilização da rua. Mas então? Isso é inteiramente normal – massas de pessoas não convergem espontaneamente a uma hora e num local sem o apelo de alguém. Todavia, o que caracteriza – pelo menos potencialmente – as manifestações dos ‘indignados’ e de ‘Occupy Wall St.’ nos EUA é, que apesar do ‘radicalismo’ dos protagonista e das suas palavras de ordem, elas têm encontrado eco e recepção positiva por grandes massas de pessoas – muitas das quais levadas à politica pela primeira vez, ou seja, pessoas normalmente passivas e abstencionistas. É o efeito inevitável desta crise histórica e do transparente desequilíbrio de poder real entre os detentores do capital financeiro e os seus agentes e a enorme massa das populações.Teremos que ver quem se manifesta no Sábado. Quem serão eles e elas? Serão apenas os radicais? Duvido. Irei e não me acho assim tão radical! Mas já agora, acho que os protagonistas radicais destas movimentações estão a fazer um grande serviço à democracia – sejam quais forem os seus motivos ideológicos (e espero que não impunham as suas perspectivas sobre os outros participantes). É que a democracia representativa e constitucional tende a esvaziar-se em tempos de crise se for apenas um palco de legitimação dos interesses do capital financeiro globalizado e precisa necessariamente da inflexão da luta social. 
Alan Stoleroff

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Slavoj Zizek discursa no Occupy Wall Street