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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Vox-Blogs Magazine

A partir de hoje sou também colaborador da revista on-line Vox-Blogs Magazine, com uma rubrica semanal chamada "Manifesto dos Iguais". Esta é uma ideia extremamente interessante do João Ferreira Dias do Kontrastes, e tem uma particularidade: para além de poder ser consultada no formato blogue, é editada semanalmente uma versão em pdf que é visualisada num formato clássico de revista e pode ser imprimida para papel. É possivel e desejável inscrever-se numa mailing list, para receber a revista em primeira mão. Para isso, deverá enviar um mail para kontrastes.blogue@gmail.com. Para já estão disponíveis para download os números um e dois. O três ainda só chegou à mailing list (ainda não colaboro nestes). É claro que publicarei os meus textos também aqui no 2+2=5. Este é o primeiro:

Manifesto dos Iguais - Primeiro Manifesto

Este é o primeiro artigo que escrevo para a VoxBlogs, no seguimento de um simpático e prestigiante convite do João Ferreira Dias. O tempo tem sido pouco, pelo que demorei mais que o previsto a corresponder, mas o que importa é que cá estamos.
Esta rubrica que se pretenderá semanal (ai o tempo, o tempo…) chama-se “Manifesto dos Iguais”. Remete para uma personagem singular da História, Gracchus Babeuf, conspirador revolucionário dos tempos da Revolução Francesa. Considerado por Marx como “o primeiro comunista”, Babeuf, que desde a prmeira hora esteve na linha da frente da Revolução, é sobretudo conhecido por ter inspirado e liderado em 1796 a chamada “Conspiração dos Iguais”, sustentada ideologicamente por um famoso panfleto, o “Manifesto dos Iguais”. Falhado o golpe, os conspiradores foram julgados em 1797. Foi-lhes dada a hipótese do exílio em troca da abjuração. Mas Babeuf, em vez disso, pronunciou um célebre e brilhante discurso, onde pela primeira vez foi usada a palavra “classe” para definir o Povo, e justificou os seus actos em nome do Socialismo e da Declaração dos Direitos do Homem. Em 27 de Maio de 1797 foi guilhotinado.
Não se assustem, porém, os leitores menos radicais. Mais que as ideias de Babeuf, interessa-me o seu exemplo de verticalidade e coragem, e se me assumo como Socialista, não pretendo derrubar a Democracia, antes pelo contrário, defendo-a contra ventos e marés. Estes “Iguais” do meu manifesto somos todos nós. Surgiu-me também como interessante a associação de “Iguais” ao suporte em que publico estes textos, a blogosfera, onde nos movimentamos em rede e não verticalmente, e a informação e opinião são potencialmente iguais e livres, e somos todos nós em comum que a credibilizamos ou não.
Nesta rubrica irei abordar temas políticos, mas não apenas, e não sobretudo, numa perspectiva de “actualidade”; antes procurarei uma análise mais densa e profunda. Também pretendo fazer alguma divulgação sobre autores que considero essenciais para a compreensão dos nossos tempos. Enfim, também comentarei, certamente, os temas que a actualidade me proporcionar. Espero que os leitores apreciem, e assim contribua para o sucesso de uma publicação que é uma ideia de grande valor e originalidade no panorama nacional, e que merece ser feliz.
Na próxima semana arranca, então, já na sua forma definitiva, o “Manifesto dos Iguais”. Até lá.