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sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Cândido Barbosa, um herói português


Quando ganhou em no alto de Santo Tirso, na 4ª feira (foto), ouviu-se "um estrondo", nas palavras dos diversos orgãos informativos, tal foi a ovação do público presente. Aos 33 anos, Cândido Barbosa é, inegavelmente, a maior figura do ciclismo nacional. Mesmo os benfiquistas amantes do ciclismo (como eu), que torcem por José Azevedo, ficarão felizes se for o Cândido a ganhar a Volta. Este ciclista mimetiza aquilo que ficou conhecido, nos meandros destas tertúlias especializadas (ou seja, num determinado círculo de amigos que passam o tempo à volta de umas imperais e de uns caracóis) como o "efeito Fernando Mamede". Um atleta de qualidades excepcionais, completo, mas a quem sempre faltou aquela "qualquer coisa" para verdadeiramente triunfar. Um herói português, em suma, que tão bem espelha a alma nacional, e as suas tendências sucessivas para a euforia e o lamento, para o êxito e a desgraça. No ano passado assim foi: depois de ganhar etapa após etapa, falhou no contra-relógio final; e este ano a coisa promete repetir-se (já vai em 3 seguidas).
Veja-se a comparação: Azevedo, com uma carreira excepcional, que inclui um 4º lugar na Volta a França, ex-companheiro de equipa e "anjo-da-guarda" de Lance Armstrong, o maior ciclista português depois de Agostinho; e Cândido, o papa-etapas, campeão nacional, mas que, por artes do destino, nunca saiu do pelotão luso, embora seja, sem dúvida, um atleta com condições físicas e técnicas superiores. Azevedo com uma carreira contruida a pulso, e Cândido preso neste rectângulo à beira-mar, talvez com medo de arriscar, talvez vítima do "fado", do azar, de nunca ter sido bem observado, ou de ter despertado para o sucesso demasiado tarde.
E quem é o herói dos portugueses? Claro que é o Cândido. Força, que este ano é que é!