A três dias do fecho da Campanha, a candidata socialista sobe e alcança Sarko na corrida para o primeiro lugar das intenções de voto. O Libération, a revista Marianne e o semanário humorístico, Charlie Hebdo, desencadeiam uma denúncia total e violenta dos vícios autoritários do candidato da direita conservadora e émulo de GW Bush...
“«Marianne» crie au fou
Marianne prétend révéler «Le vrai Sarkozy», celui que «les grands médias n'osent pas ou ne veulent pas dévoiler». L'hebdo compile, sur une dizaine de pages, les dérapages du candidat ainsi que les confidences de ceux qui l'ont approché. Spectaculaire mais pas très neuf si ce n'est cette conclusion que «même la gauche étoufferait» : «Cet homme quelque part est fou ! Et la nature même de sa folie est de celle qui servit de carburant dans le passé à bien des apprentis dictateurs.» En quarante-huit heures, les 300 000 numéros de Marianne mis en vente étaient épuisés. «C'est inouï, se réjouit Jean-François Kahn, les lecteurs nous disent : "Enfin quelqu'un le dit !"» Charlie Hebdo emboîte le pas aujourd'hui avec un «spécial Sarkozy» de 16 pages titré : «Votez peur» .”
Alain AUFFRAY
Trata-se de uma verdadeira apoteose anti-Sarko, o enfant-terrible da Direita conservadora francesa vestido com a ideologia neoliberal dos Republicanos americanos, que ele adaptou com muita perversidade e acutilância durante os cinco longos anos em que, como número dois do executivo de Villepin, não perdia pitada para o adaptar e multiplicar. Ora, tal dispositivo estratégico mascara uma ambição sem limites e necessita, como de pão para a boca, de um partido-exército obediente e devotado ao culto do chefe. Sarko denunciou ontem na TV a " cruzada " do Libération contra a sua candidatura. A revista Marianne acaba de vender em relâmpago os 300 mil exemplares da sua edição desta semana, por causa de um dossier " frontal " e chocante " sobre a ideologia e as práticas do possível sucessor de Chirac.O concorrente do Canard Enchainé, Charlie Hebdo, publicou hoje um Suplemento sobre Sarko - "Votai Medo" - reforçando o campo dos adversários do federador da direita metalizada gaulesa.
Hoje, clicar aqui, saiu mais um texto sobre as " rupturas, os conflitos e as divisões " que o candidato UMP gera no estado-maior da sua campanha, onde dois dos seus mais antigos e incondicionais apoiantes foram postos fora de combate. O rival regional de Ségolène Royal, Jean-Pierre Raffarin, decidiu envolver-se a fundo na defesa de Sarkozy, e convida para a defesa do candidato no terreno os " liberais ", Jean-Louis Borloo, líder do P.Radical, Alain Juppé e mesmo Giscard´Estaing.
Numa entrevista, clicar aqui, o historiador Michel Winock, abalança-se a analisar o que designa por " monarquia electiva " francesa. Segundo ele," A nossa democracia mergulha as suas raízes num velho país católico e monárquico. A questão da incarnação é mesmo importante, por isso. A Revolução Francesa, que transformou profundamente o país, não foi capaz por outro lado de criar um regime democrático estável. (...) A grande questão do equilíbrio dos poderes nunca foi totalmente resolvida. O que é recorrente, é a solicitação de um chefe, de um salvador. Palavras que podemos também usar no feminino. Há um precedente célebre no séc.XV, com Jeanne D´Arc". A ler tudo, portanto.
FAR