Há uns dias, num desses fora televisivos em que os cidadãos dizem de sua justiça, um desempregado gritava contra os privilégios dos funcionários públicos que “não sabem o que é trabalhar”. Uns minutos depois, um funcionário público, irado, perguntava se seria justo que um desempregado, “que está em casa sem fazer nada”, recebesse os mesmos 600 euros que ele, que todos os dias tem de fazer pela vida.
É assim que estes senhores, de Paulo Portas a Pedro Passos Coelho, querem os cidadãos: a esgatanharem-se pelas migalhas que sobram. Convencidos que a culpa da sua miséria é do miserável que mora ao lado. E um dia destes, convencidos que culpa da sua miséria é deles próprios.
Daniel Oliveira
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segunda-feira, 12 de abril de 2010
De Paulo Portas a Pedro Passos Coelho
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domingo, 19 de outubro de 2008
Respondendo a um desafio
Terá a blogosfera nacional impacto suficiente para dar voz a quem não tem voz e fazer pressão mediática?. É o desafio deixado no O País do Burro.
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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Subida do pão: medida saudável
Para João Miranda, a subida do pão não é só boa economicamente. É uma coisa saudável, que vai combater a obesidade. A lógica é irrefutável, porque o homem até remete para Carl Jung (quem tiver dúvidas, depois pergunta-lhe, pode ser que ele se digne a explicar).
No fundo, o pão até podia subir mais, que isso não afecta ninguém. Tudo propaganda pró - calórica socialista.
Num país com dois milhões abaixo do limiar da pobreza, João Miranda é a prova viva que é possível escrever em jornais sem ter a mínima ideia do país e do mundo.
Quando o leio, tenho a triste sensação que para João Miranda sustentar uma ideia logicamente, ainda lhe falta comer muito pão.
No fundo, o pão até podia subir mais, que isso não afecta ninguém. Tudo propaganda pró - calórica socialista.
Num país com dois milhões abaixo do limiar da pobreza, João Miranda é a prova viva que é possível escrever em jornais sem ter a mínima ideia do país e do mundo.
Quando o leio, tenho a triste sensação que para João Miranda sustentar uma ideia logicamente, ainda lhe falta comer muito pão.
quarta-feira, 6 de junho de 2007
O álibi da Mundialização
Só a timidez inacreditável do nosso PR, Cavaco Silva, explica o facto de ter balbuciado algumas frases sobre o processo da Mundialização, caixa de surpresas e venenos que agita o Mundo...E que só por regulação democrática evitará o caos.
O stop and go da economia mundial e os encantos ilusórios de uma desvairada Mundialização, abertura de fronteiras e reclassificação tecnológica pela deslocalização de parte substancial do aparelho produtivo de baixa qualidade para a China e a Índia, criam embaraços a toda a gente, sobretudo em países como Portugal que abandonaram um projecto nacional de qualificação industrial. Ora, hoje a inovação afasta os países fracos e dependentes e acentua as desigualdades sociais e interterritoriais - mesmo em países enquadrados num conjunto supranacional de impacto como o é a União Europeia. Na Feira Nacional da Agricultura, Cavaco Silva frisou, no encadeamento de declarações caladas de imediato por auto-reflexo, que a Mundialização vai continuar a criar oportunidades... com vencidos e vencedores. Ele bem queria dizer isto, mas o bom senso e a responsabilidade da função ocasionaram o não dito. Quem é que ficou sossegado: ninguém, claro está; sobretudo os que se batem com os problemas da economia real: li no Público que um telefone ainda demora 6 a 7 semanas a ser instalado para unidades comerciais e industriais.
Justamente, a 24 de Maio último, o Wall Street Journal, a bíblia do capitalismo da Quarta Vaga, publicou em duas páginas um artigo/ reportagem enorme, intitulado "Resultados inesperados: a Mundialização aumentou e fez disparar as desigualdades de rendimentos "Caiu o Carmo e a Trindade e os cronistas do NY Times saíram a terreiro para se congratularem por este acesso de realismo demonstrado pelo firme defensor dos capitalistas, o WSJ. O que se passa? Será mais uma operação diabólica da famigerada dupla Bush/ Cheney e acólitos? Trata-se de atirar poeira para os olhos dos incautos e "estimular " o aceleramento da economia mundial? Adam Smith e David Ricardo foram ressuscitados para afastar a "maldade" dos bajuladores da economia de mercado sem fronteiras?
O que se passa e sabe é bem mais prosaico, claro. E os economistas do WSJ apontam: "Os pobres trabalhadores do Terceiro Mundo não são favorecidos pela mundialização. Porquê? O trabalho para que são aliciados, sem seguros e com preços irrisórios, é, num período mais ou menos breve, deslocalizado, de novo, para outros países ainda menos desenvolvidos ". E vai mais longe a análise do WSJ: "O argumento da globalização que move os seus entusiastas não colhe: a deslocalização iria forçar a mão-de-obra despojada a tentar nova formação. Isso não passa de um álibi. Custa a reconhecer que a Mundialização desencadeia um processo em que os trabalhadores com formação, os directores e os gestores de topo (isto já acontece) acabam por certificar-se que, também eles, podem ser trocados por outros ". O NY Times refere um colóquio realizado em Veneza, no passado fim-de-semana, com o intuito de incentivar a restauração dos contrapoderes e da justiça social, por forma, frisa William Pfaff, que sejam colocadas " paragens num processo que constitui a mais desestabilizadora força do Mundo desde a Segunda Guerra Mundial".
FAR
O stop and go da economia mundial e os encantos ilusórios de uma desvairada Mundialização, abertura de fronteiras e reclassificação tecnológica pela deslocalização de parte substancial do aparelho produtivo de baixa qualidade para a China e a Índia, criam embaraços a toda a gente, sobretudo em países como Portugal que abandonaram um projecto nacional de qualificação industrial. Ora, hoje a inovação afasta os países fracos e dependentes e acentua as desigualdades sociais e interterritoriais - mesmo em países enquadrados num conjunto supranacional de impacto como o é a União Europeia. Na Feira Nacional da Agricultura, Cavaco Silva frisou, no encadeamento de declarações caladas de imediato por auto-reflexo, que a Mundialização vai continuar a criar oportunidades... com vencidos e vencedores. Ele bem queria dizer isto, mas o bom senso e a responsabilidade da função ocasionaram o não dito. Quem é que ficou sossegado: ninguém, claro está; sobretudo os que se batem com os problemas da economia real: li no Público que um telefone ainda demora 6 a 7 semanas a ser instalado para unidades comerciais e industriais.
Justamente, a 24 de Maio último, o Wall Street Journal, a bíblia do capitalismo da Quarta Vaga, publicou em duas páginas um artigo/ reportagem enorme, intitulado "Resultados inesperados: a Mundialização aumentou e fez disparar as desigualdades de rendimentos "Caiu o Carmo e a Trindade e os cronistas do NY Times saíram a terreiro para se congratularem por este acesso de realismo demonstrado pelo firme defensor dos capitalistas, o WSJ. O que se passa? Será mais uma operação diabólica da famigerada dupla Bush/ Cheney e acólitos? Trata-se de atirar poeira para os olhos dos incautos e "estimular " o aceleramento da economia mundial? Adam Smith e David Ricardo foram ressuscitados para afastar a "maldade" dos bajuladores da economia de mercado sem fronteiras?
O que se passa e sabe é bem mais prosaico, claro. E os economistas do WSJ apontam: "Os pobres trabalhadores do Terceiro Mundo não são favorecidos pela mundialização. Porquê? O trabalho para que são aliciados, sem seguros e com preços irrisórios, é, num período mais ou menos breve, deslocalizado, de novo, para outros países ainda menos desenvolvidos ". E vai mais longe a análise do WSJ: "O argumento da globalização que move os seus entusiastas não colhe: a deslocalização iria forçar a mão-de-obra despojada a tentar nova formação. Isso não passa de um álibi. Custa a reconhecer que a Mundialização desencadeia um processo em que os trabalhadores com formação, os directores e os gestores de topo (isto já acontece) acabam por certificar-se que, também eles, podem ser trocados por outros ". O NY Times refere um colóquio realizado em Veneza, no passado fim-de-semana, com o intuito de incentivar a restauração dos contrapoderes e da justiça social, por forma, frisa William Pfaff, que sejam colocadas " paragens num processo que constitui a mais desestabilizadora força do Mundo desde a Segunda Guerra Mundial".
FAR
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