A vida política italiana continua a deixar estupefactos todos os burocratas e politólogos do Mundo. A formação do novo Governo por Berlusconi tem dado água pela barba ao tycoon dos Médias & Cias privados. O líder nortista, Umberto Bossi, bate o pé e reclama bons Ministérios, conforme relata Guy Dinmore no F. Times, num artigo aprofundado sobre o fundador da Liga do Norte. Berlu precisa dos votos de Bossi para confortar a sua maioria política nas duas câmaras. E Bossi com laivos de condottieri e aventureiro, está a subir a parada. Daí a " lentidão " aparente do anúncio do novo elenco ministerial.
A paisagem política italiana post-eleitoral é um campo de ruínas. O Partido Democrático não conseguiu impedir o efeito das mirabolantes promessas de última hora de Berlusconi. A extrema-esquerda, os comunistas desemparelhados e os ecologistas não sabem o que podem fazer de imediato. Porque a soma aritmética dos votos do PDL e da Liga do Norte mais os da post-fascista Aliança Nacional dão pelos efeitos de uma lei eleitoral perversa uma confortável maioria ao bloco de Centro-Direita.
Guy Dinmore perspectiva o ponto e o ómega da posição-chave do fundador da Liga do Norte, ou Lombardia, no intricado xadrez do espaço política da direita italiana. Bossi, cinco anos mais novo do que Berlusconi, é o irmão-fratricida do neo-PM italiano indigitado. Dotado de grande temperamento e muito conhecido pelas suas rábulas públicas de alta intensidade, Bossi foi na juventude companheiro equivocado do PCI. Várias vezes se incompatibilizou com Berlusconi, o que custou o poder a Berlu em 1996. E agora criticou a manif da vitória- " não serve para nada "-, regressou a casa e nega-se a discutir com a Aliança Nacional a divisão das cadeiras do poder…Representa 10,4 por cento dos votos da coligação vencedora, o que lhe dá uma posição-chave essencial.
Bossi assume-se como o campeão da italianidade, xenófobo e irascível para com a emigração clandestina e a fraqueza do Estado central. Tem o arroubo de chamar de " ladrões " os poderes de Roma e diz que a Máfia controla a cobrança dos impostos no Sul…Na Lombardia, a Liga do Norte multiplicou o seu poder nos últimos trinta anos e conquistou mais de 200 autarquias. A juntar ao poder económico das PME, o sonho de cisão incarnado pelo Bossi dos bons velhos tempos, esfuma-se, contudo. É que, o líder nortista, teve um grave problema de saúde há dois anos e ia perdendo a voz. E sem voz para arregimentar as multidões, a Liga do Norte ficava sem dono…e sem bússola mediático-histriónica.
FAR
Mostrar mensagens com a etiqueta Berlusconi. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Berlusconi. Mostrar todas as mensagens
terça-feira, 22 de abril de 2008
Itália: Berlusconi refém de Umberto Bossi
Etiquetas:
Berlusconi,
Itália,
Umberto Bossi
terça-feira, 15 de abril de 2008
Itália: PC fora do Parlamento e Berlusconi quer ser PR
Berlusconi, que quer ser acima de tudo P. da República, vai ter que provar e realizar as promessas que semeou nos últimos dias da campanha, sobretudo as de natureza fiscal. A Itália irá ser governada por uma coligação de centro-direita, onde a ala radical, Liga do Norte, ganhou pontos pelo peso eleitoral que averbou. A coligação vencedora, PDL, encaixa o novo partido de Berlu que consegiu 33 por cento dos votos dos 46 da vitória. A Liga e a União Democrata Cristã, de Cassini, obtiveram o restante. O P.Democrático, de Veltroni, obteve cerca de 39 por cento dos votos.
Com uma dívida pública monstruosa (104% do PIB), um desemprego camuflado e endémico nos principais centros populacionais e um forte e crescente super-endividamento das famílias, a Itália acordou de um pesadelo pela queda do governo arco-íris de Romano Prodi, que quis restaurar o equilibrio macroeconómico da economia transalpina. Ao contrário da política de recuperação social e económica da Esquerda, com uma panóplia de medidas caras ao investimento e ao incremento tecnológico indispensável, Berlusconi tirou partido das receitas orçamentais de duvidosa eficácia " vendidas " por Sarkozy e GWBush, como era óbvio, uma espécie de Robin dos Bosques ao contrário, tirar aos pobres para dar aos ricos.
Nesta entrevista com Luca Ricolfi, clicar aqui, o grande sociólogo da Universidade de Turim põe a tónica o mau funcionamento do Estado, na disparidade crescente entre o Norte e o Sul do país, no peso da Mafia e da Cosa Nostra no endividamento público. Chama a atenção para a fragilidade dos amortecedores sociais do Estado: fundo de desemprego minoritário e selectivo.Fraca assistência social
e um preço médio de fontes de energia muito acima da média europeia, o que torna vãos os esforços de modernização industrial.
Pourquoi l’Italie est-elle au dernier rang de l’UE?
Parce que l’énergie et les transports grèvent notre économie. En 1987, l’Italie a décidé de renoncer au nucléaire mais elle n’a pas développé d’autres sources d’énergie. L’électricité coûte en moyenne 20 % de plus que chez nos principaux voisins. L’autre grand problème est celui du mauvais fonctionnement de l’Etat, qui gaspille les fonds publics. Les amortisseurs sociaux sont en Italie nettement plus réduits qu’en France ou en Allemagne : il n’y a pas de véritables indemnités de chômage sauf pour les employés du secteur public ou des grandes entreprises, ni d’aides pour la pauvreté extrême, ni suffisamment de crèches ou de soutien pour les personnes âgées. La gauche de la gauche, comme les communistes de Rifondazione, ont eu, à cet égard, raison de demander une augmentation des dépenses sociales. Mais l’Etat dilapide ses ressources par ses dysfonctionnements structurels. Un exemple: si les vingt administrations régionales de la péninsule fonctionnaient toutes comme les deux ou trois qui marchent le mieux - la Lombardie ou certaines régions «rouges» comme l’Emilie-Romagne - le pays économiserait chaque année 90 milliards d’euros, trois fois le déficit public de l’an dernier et 6 points du PIB ! Des zones comme la Campanie, la Calabre et la Sicile, où sévissent les diverses mafias, dépensent 50 % de plus que les autres régions du Sud, à cause des travaux publics inutiles ou surévalués et à cause d’un nombre d’emplois publics trois ou quatre fois plus élevé qu’ailleurs.
Que vont changer ces élections ?Le candidat du Parti démocrate (centre gauche) Walter Veltroni a été le plus courageux en promettant de réduire de 15 milliards d’euros par an la dépense publique pendant cinq ans. Personne n’y a jamais réussi. A droite, l’ambition s’est limitée à 5 milliards d’euros d’économies par an et une promesse de «révolution culturelle» dans l’administration publique. On peut rester sceptique sur ces engagements. Les réformes sont d’autant plus difficiles à mener que les caisses sont vides et l’endettement public atteint 104 % du PIB. Il faudrait miser à fond sur les entreprises, leur redonner de l’oxygène, relancer la croissance. Mais en Italie, la gauche comme la droite doivent tenir compte du consensus social, avec l’idée bien ancrée dans l’opinion que l’argent que l’on retire à l’Etat est de l’argent que l’on retire aux pauvres ou aux familles. D’où le souhait exprimé par de nombreux éditorialistes avant le scrutin d’un match nul électoral qui imposerait la création d’une grande coalition pouvant mener à terme certaines réformes parmi les plus urgentes.
Les inégalités continuent-elles de se creuser ?La misère a incontestablement augmenté. 20 % des familles ont recours à l’endettement pour subsister alors qu’il y a quinze mois, elles n’étaient que 12 %. Cela s’explique par l’augmentation des remboursements des crédits immobiliers et par celle du prix des biens de première nécessité, mais aussi par la pression fiscale accrue. Celle-ci est l’œuvre du gouvernement sortant de Romano Prodi. En revanche, malgré une idée communément admise, le fossé entre le Nord et le Sud ne se creuse pas, même s’il reste énorme : le revenu par tête des régions les plus développées reste de 30 % à 40 % supérieur à celui des zones les plus déshéritées.
FAR
Com uma dívida pública monstruosa (104% do PIB), um desemprego camuflado e endémico nos principais centros populacionais e um forte e crescente super-endividamento das famílias, a Itália acordou de um pesadelo pela queda do governo arco-íris de Romano Prodi, que quis restaurar o equilibrio macroeconómico da economia transalpina. Ao contrário da política de recuperação social e económica da Esquerda, com uma panóplia de medidas caras ao investimento e ao incremento tecnológico indispensável, Berlusconi tirou partido das receitas orçamentais de duvidosa eficácia " vendidas " por Sarkozy e GWBush, como era óbvio, uma espécie de Robin dos Bosques ao contrário, tirar aos pobres para dar aos ricos.
Nesta entrevista com Luca Ricolfi, clicar aqui, o grande sociólogo da Universidade de Turim põe a tónica o mau funcionamento do Estado, na disparidade crescente entre o Norte e o Sul do país, no peso da Mafia e da Cosa Nostra no endividamento público. Chama a atenção para a fragilidade dos amortecedores sociais do Estado: fundo de desemprego minoritário e selectivo.Fraca assistência social
e um preço médio de fontes de energia muito acima da média europeia, o que torna vãos os esforços de modernização industrial.
Pourquoi l’Italie est-elle au dernier rang de l’UE?
Parce que l’énergie et les transports grèvent notre économie. En 1987, l’Italie a décidé de renoncer au nucléaire mais elle n’a pas développé d’autres sources d’énergie. L’électricité coûte en moyenne 20 % de plus que chez nos principaux voisins. L’autre grand problème est celui du mauvais fonctionnement de l’Etat, qui gaspille les fonds publics. Les amortisseurs sociaux sont en Italie nettement plus réduits qu’en France ou en Allemagne : il n’y a pas de véritables indemnités de chômage sauf pour les employés du secteur public ou des grandes entreprises, ni d’aides pour la pauvreté extrême, ni suffisamment de crèches ou de soutien pour les personnes âgées. La gauche de la gauche, comme les communistes de Rifondazione, ont eu, à cet égard, raison de demander une augmentation des dépenses sociales. Mais l’Etat dilapide ses ressources par ses dysfonctionnements structurels. Un exemple: si les vingt administrations régionales de la péninsule fonctionnaient toutes comme les deux ou trois qui marchent le mieux - la Lombardie ou certaines régions «rouges» comme l’Emilie-Romagne - le pays économiserait chaque année 90 milliards d’euros, trois fois le déficit public de l’an dernier et 6 points du PIB ! Des zones comme la Campanie, la Calabre et la Sicile, où sévissent les diverses mafias, dépensent 50 % de plus que les autres régions du Sud, à cause des travaux publics inutiles ou surévalués et à cause d’un nombre d’emplois publics trois ou quatre fois plus élevé qu’ailleurs.
Que vont changer ces élections ?Le candidat du Parti démocrate (centre gauche) Walter Veltroni a été le plus courageux en promettant de réduire de 15 milliards d’euros par an la dépense publique pendant cinq ans. Personne n’y a jamais réussi. A droite, l’ambition s’est limitée à 5 milliards d’euros d’économies par an et une promesse de «révolution culturelle» dans l’administration publique. On peut rester sceptique sur ces engagements. Les réformes sont d’autant plus difficiles à mener que les caisses sont vides et l’endettement public atteint 104 % du PIB. Il faudrait miser à fond sur les entreprises, leur redonner de l’oxygène, relancer la croissance. Mais en Italie, la gauche comme la droite doivent tenir compte du consensus social, avec l’idée bien ancrée dans l’opinion que l’argent que l’on retire à l’Etat est de l’argent que l’on retire aux pauvres ou aux familles. D’où le souhait exprimé par de nombreux éditorialistes avant le scrutin d’un match nul électoral qui imposerait la création d’une grande coalition pouvant mener à terme certaines réformes parmi les plus urgentes.
Les inégalités continuent-elles de se creuser ?La misère a incontestablement augmenté. 20 % des familles ont recours à l’endettement pour subsister alors qu’il y a quinze mois, elles n’étaient que 12 %. Cela s’explique par l’augmentation des remboursements des crédits immobiliers et par celle du prix des biens de première nécessité, mais aussi par la pression fiscale accrue. Celle-ci est l’œuvre du gouvernement sortant de Romano Prodi. En revanche, malgré une idée communément admise, le fossé entre le Nord et le Sud ne se creuse pas, même s’il reste énorme : le revenu par tête des régions les plus développées reste de 30 % à 40 % supérieur à celui des zones les plus déshéritées.
FAR
Etiquetas:
Berlusconi,
Economia,
Itália,
Luca Ricolfi
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Itália: debole perspectiva para Legislativas do Week-End
Morosidade, desconfiança e desmobilização na campanha eleitoral para as Legislativas em Itália.
O famoso e especulativo avanço nas sondagens do novo partido de Silvio Berlusconi, o PDL, parece ter diminuído. Apesar disso, o líder do Partido Democrático, Walter Veltroni, tem continuado a fazer a sua campanha moderada em autocarro. Os observadores políticos avançam a medo com a hipótese de uma Grande Coligação. Por isso, Berlu baixou para níveis muito moderados as suas críticas à Esquerda e, facto único, vai dizendo que "será preciso fazer muitos sacrifícios para pôr a casa em ordem". Veltroni tenta fazer esquecer os 2O surrealistas meses de Romani Prodi, de forma a fazer das fraquezas força, como é curial. O sistema eleitoral, não satisfaz ninguém e pode deixar tudo como está: ausência de maiorias estáveis e duradouras: 35 por cento dos eleitores ainda estão indecisos…
A crise política italiana, a entrar no seu ritmo de cruzeiro já com dez anos, deixa atónitos e desmobilizados os militantes políticos de todo o espectro partidário. A grande revista norte-americana, a Newsweek, próxima do NY Times, fez recentemente uma monstruosa fotomontagem com as caras dos dois líderes, a que chamou de "Veltrusconi", a caminhar para abrir espaço político à hipótese de surgimento de uma Grande Coligação. A hipótese tem sido mais ventilada pelo campo da direita do que pelo novíssimo Partido Democrático. Et pour cause…
As fanfarronices e o bluff inverosímil de Silvio Berlusconi transmutaram-se num discurso suave e didáctico, a revelar dúvida e inquietação. O célebre polietileno, Giovanni Sartori, não tem poupado críticas a Veltroni pela " aceitação " mole da táctica do líder da Direita. Berlusconi sabe das sondagens que se estreitam dia apòs dia. A última dava-lhe um reduzido avanço no Senado, a par de uma maioria mais confortável no Parlamento. Mas tudo será muito frágil e perigoso, claro.
Se Massimo Cacciari, edil de Veneza, afirma alto e bom som, que não "existem grandes diferenças ideológicas" entre os programas dos dois blocos, pois, frisa, ambos preconizam um capitalismo moderno e clean, o politólogo Paul Ginsbourg, da Universidade de Florença, que recentemente publicou um livro sobre o Sistema Berlusconi, defende a tese de que a Esquerda italiana faz mal " em fechar os olhos " ao estilo nepotista, negocista e "turvo" legalmente do líder do bloco da direita. "A esquerda tem ocultado tudo isso. O que, por certo, lhe vai custar muito caro, a longo prazo". Sabe-se, entretanto, que Veltroni já disse que o juíz anti-corrupção, Antonio Di Pietro, não iria ser seu ministro da Justiça…
FAR
O famoso e especulativo avanço nas sondagens do novo partido de Silvio Berlusconi, o PDL, parece ter diminuído. Apesar disso, o líder do Partido Democrático, Walter Veltroni, tem continuado a fazer a sua campanha moderada em autocarro. Os observadores políticos avançam a medo com a hipótese de uma Grande Coligação. Por isso, Berlu baixou para níveis muito moderados as suas críticas à Esquerda e, facto único, vai dizendo que "será preciso fazer muitos sacrifícios para pôr a casa em ordem". Veltroni tenta fazer esquecer os 2O surrealistas meses de Romani Prodi, de forma a fazer das fraquezas força, como é curial. O sistema eleitoral, não satisfaz ninguém e pode deixar tudo como está: ausência de maiorias estáveis e duradouras: 35 por cento dos eleitores ainda estão indecisos…
A crise política italiana, a entrar no seu ritmo de cruzeiro já com dez anos, deixa atónitos e desmobilizados os militantes políticos de todo o espectro partidário. A grande revista norte-americana, a Newsweek, próxima do NY Times, fez recentemente uma monstruosa fotomontagem com as caras dos dois líderes, a que chamou de "Veltrusconi", a caminhar para abrir espaço político à hipótese de surgimento de uma Grande Coligação. A hipótese tem sido mais ventilada pelo campo da direita do que pelo novíssimo Partido Democrático. Et pour cause…
As fanfarronices e o bluff inverosímil de Silvio Berlusconi transmutaram-se num discurso suave e didáctico, a revelar dúvida e inquietação. O célebre polietileno, Giovanni Sartori, não tem poupado críticas a Veltroni pela " aceitação " mole da táctica do líder da Direita. Berlusconi sabe das sondagens que se estreitam dia apòs dia. A última dava-lhe um reduzido avanço no Senado, a par de uma maioria mais confortável no Parlamento. Mas tudo será muito frágil e perigoso, claro.
Se Massimo Cacciari, edil de Veneza, afirma alto e bom som, que não "existem grandes diferenças ideológicas" entre os programas dos dois blocos, pois, frisa, ambos preconizam um capitalismo moderno e clean, o politólogo Paul Ginsbourg, da Universidade de Florença, que recentemente publicou um livro sobre o Sistema Berlusconi, defende a tese de que a Esquerda italiana faz mal " em fechar os olhos " ao estilo nepotista, negocista e "turvo" legalmente do líder do bloco da direita. "A esquerda tem ocultado tudo isso. O que, por certo, lhe vai custar muito caro, a longo prazo". Sabe-se, entretanto, que Veltroni já disse que o juíz anti-corrupção, Antonio Di Pietro, não iria ser seu ministro da Justiça…
FAR
Etiquetas:
Berlusconi,
Itália,
Legislativas,
Walter Veltroni
terça-feira, 4 de março de 2008
Itália: Ensaio de bipartidarismo pode laminar Berlusconi-III
Este magnífico artigo de Marc Lazar, um exemplar notável da cooperação intelectual franco-italiana, anuncia que o o novel Partido Democrático, de centro-esquerda, dirigido pelo edil de Roma, Walter Veltroni, tem ainda chances de derrotar nas urnas Berlusconi-III, o metamorfoseado reunificador da direita italiana, polarizada de força no recém-criado Partido das Liberdades (PDL). O marasmo estrutural que sacode a vida económica e social italiana pode terminar: os dois líderes fazem questão em subscrever as principais questões do Regime: processo eleitoral, modernização da Justiça e a modernização do assimétrico modelo industrial transalpino.
Se Prodi se deixou minar pela coligação Arco-Íris, do Centro à extrema-esquerda e verdes, Veltroni decidiu, tão-só, coligar-se com o justiceiro procurador António di Pietro, que tanto ajudou na descriminalização do aparelho de Estado tricolor nos anos 90. Berlusconi III só poderá enganar os incautos e os vencidos da modernização, apesar da chuva de promessas mirabolantes que difunde para o pequeno empresário, o profissional liberal desorientado e os comerciantes em perda de lucro por
inépcia em lidar com a mundialização.
"Cela signifie-t-il que le résultat du scrutin est écrit d’avance ? Non, et c’est là la nouveauté. L’Italie amorce peut-être sa normalisation après plus d’une décennie de transition.
Le changement provient de la naissance du Parti démocratique (PD), issu entre autres de la fusion des ex-communistes et de centristes. Le succès des élections primaires du 14 octobre dernier a mis sur orbite le nouveau parti - encore mal défini - et donné une légitimité populaire à son secrétaire, Walter Veltroni. Celui-ci se forge la stature d’un dirigeant responsable et relativement jeune (en dépit de son long passé de militance). Il affiche sa différence avec Prodi, qui a jeté l’éponge, et, habile communicateur, met Berlusconi en difficulté, voire le ringardise. Il a toutefois refusé de fonder l’identité du PD sur l’antiberlusconisme afin de décrisper la vie publique. Il s’est efforcé de rechercher un accord avec Berlusconi sur la loi électorale de type plutôt majoritaire, et, malgré son échec, il a continué de défendre ce principe. Enfin, Veltroni a élaboré une stratégie autonome. Prenant acte du décès du centre gauche, quasi incapable de gouverner, le PD coupe net les ponts avec la gauche radicale et se présente seul aux élections, ne signant qu’un accord d’apparentement avec le parti de l’ex-juge Di Pietro. Le calcul est risqué avec une loi électorale qui donne une prime de sièges au parti ou à la coalition arrivé en tête. Veltroni comblera-t-il son retard sur son rival ? Rien n’est moins sûr. Mais ses initiatives ont bouleversé la donne, et il compte en tirer profit.
Ainsi le Berlusconi III, celui de 2008, n’est sans doute plus exactement le même. A son tour, il présente une liste unique qui pourrait préfigurer un parti unitaire de droite, modère sensiblement ses propos et affirme vouloir dialoguer avec l’opposition après le vote. Honorera-t-il ses déclarations en cas de succès ? Sa conception de la politique, ses expériences passées et son obsession de faire passer ses intérêts privés avant ceux du bien public entravent la réussite de sa métamorphose.
La marche vers le bipolarisme, voire le bipartisme, se heurte aux forces de la gauche radicale, de la droite extrême et du centre, décidées à jouer leur va-tout lors de ce scrutin. Reste aussi et surtout à savoir ce qu’en penseront les électeurs tiraillés entre la lassitude, la révolte et l’aspiration au renouveau."
Marc Lazar. Libération
FAR
Se Prodi se deixou minar pela coligação Arco-Íris, do Centro à extrema-esquerda e verdes, Veltroni decidiu, tão-só, coligar-se com o justiceiro procurador António di Pietro, que tanto ajudou na descriminalização do aparelho de Estado tricolor nos anos 90. Berlusconi III só poderá enganar os incautos e os vencidos da modernização, apesar da chuva de promessas mirabolantes que difunde para o pequeno empresário, o profissional liberal desorientado e os comerciantes em perda de lucro por
inépcia em lidar com a mundialização.
"Cela signifie-t-il que le résultat du scrutin est écrit d’avance ? Non, et c’est là la nouveauté. L’Italie amorce peut-être sa normalisation après plus d’une décennie de transition.
Le changement provient de la naissance du Parti démocratique (PD), issu entre autres de la fusion des ex-communistes et de centristes. Le succès des élections primaires du 14 octobre dernier a mis sur orbite le nouveau parti - encore mal défini - et donné une légitimité populaire à son secrétaire, Walter Veltroni. Celui-ci se forge la stature d’un dirigeant responsable et relativement jeune (en dépit de son long passé de militance). Il affiche sa différence avec Prodi, qui a jeté l’éponge, et, habile communicateur, met Berlusconi en difficulté, voire le ringardise. Il a toutefois refusé de fonder l’identité du PD sur l’antiberlusconisme afin de décrisper la vie publique. Il s’est efforcé de rechercher un accord avec Berlusconi sur la loi électorale de type plutôt majoritaire, et, malgré son échec, il a continué de défendre ce principe. Enfin, Veltroni a élaboré une stratégie autonome. Prenant acte du décès du centre gauche, quasi incapable de gouverner, le PD coupe net les ponts avec la gauche radicale et se présente seul aux élections, ne signant qu’un accord d’apparentement avec le parti de l’ex-juge Di Pietro. Le calcul est risqué avec une loi électorale qui donne une prime de sièges au parti ou à la coalition arrivé en tête. Veltroni comblera-t-il son retard sur son rival ? Rien n’est moins sûr. Mais ses initiatives ont bouleversé la donne, et il compte en tirer profit.
Ainsi le Berlusconi III, celui de 2008, n’est sans doute plus exactement le même. A son tour, il présente une liste unique qui pourrait préfigurer un parti unitaire de droite, modère sensiblement ses propos et affirme vouloir dialoguer avec l’opposition après le vote. Honorera-t-il ses déclarations en cas de succès ? Sa conception de la politique, ses expériences passées et son obsession de faire passer ses intérêts privés avant ceux du bien public entravent la réussite de sa métamorphose.
La marche vers le bipolarisme, voire le bipartisme, se heurte aux forces de la gauche radicale, de la droite extrême et du centre, décidées à jouer leur va-tout lors de ce scrutin. Reste aussi et surtout à savoir ce qu’en penseront les électeurs tiraillés entre la lassitude, la révolte et l’aspiration au renouveau."
Marc Lazar. Libération
FAR
Etiquetas:
Berlusconi,
Eleições italianas,
Itália,
Walter Veltroni
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Robert Maggiori: Berlusconi julga-se imortal…
Maggiori , jornalista e filósofo, habita Paris e tem uma carreira espectacular ao serviço do intercâmbio radical franco-italiano. Este texto prova-o, se o compararmos com os que têm saído no Financial Times e no NY Times. É a vantagem de estar por “dentro” das coisas e vivê-las intensamente, claro. O que nos diz, no essencial, este texto acutilante e magnífico, a vários títulos: que Berlusconi desafia tudo e todos, fintou os seus rivais - Casini e Fini - e prepara-se para governar à sua maneira, isto é, fazendo gato-sapato da legalidade democrática e juridica…
Maggiori diz que ele andou 20 meses a curtir uma de “neurasténico”, vicioso e viciado. “De facto, ficou um pouco deprimido, desde a noite da vitória de ´Pirro`de Romano Prodi”, frisa o articulista, que nos lança este lancinante retrato do futuro PM italiano: “Sou eu o chefe, sou eu o chefe, eu sou o homem mais rico da Itália. Possuo tudo: os jornais, as editoras, as Tv´s, por que me privais do poder? Eu sou o favorito do povo, o povo enganou-se, vamos dar-lhe uma segunda oportunidade. Que volte às urnas e me eleja, caso contrário morro !”.
«(…)Se trouvant un moment au plus bas, critiqué par ses propres alliés, craignant d’être «dépassé» par Pier Ferdinando Casini, leader de l’UDC (Union des démocrates chrétiens et du centre), et l’ex-fasciste Gianfranco Fini, leader de l’AN (Alliance nationale), tous deux las de demeurer les éternels «prétendants», Silvio Berlusconi réalise un coup de génie politique : il invente, hop, le Parti des libertés, censé défaire Forza Italia de l’UDC, d’Alliance nationale, de la Ligue du Nord et des autres groupuscules qui formaient jusqu’alors la «Maison des libertés». Aussitôt, le Cavaliere, ressuscité, redevient l’homme-clé de la vie politique italienne. Il organise des réunions partout, fait des comices juché sur le toit d’une voiture, écharpe au vent, tee-shirt bleu sous veste bleue à double boutonnage, entouré d’une claque qui agite fanions et drapeaux comme pour la prise du Palais d’hiver.
Walter Veltroni, le maire de Rome devenu patron du nouveau PD (Parti démocratique) de gauche, lui propose un «dialogue». L’éventualité qu’un tel dialogue se mue en accord sur une forme de bipolarisme qui verrait s’affronter les deux forces principales de droite et de gauche (Parti des libertés et Parti démocratique), suscite la peur et l’ire dans tous les petits partis à la droite de la droite et à la gauche du centre gauche, qui entrevoient à l’horizon leur propre disparition ou l’affaiblissement de leur «poids» dans la construction-déconstruction des majorités.
Vient alors la «trahison» de Clemente Mastella, garde des Sceaux du gouvernement de Romano Prodi. Président de la petite et très chrétienne Udeur (Union des démocrates pour l’Europe), roi du transformisme, emblème d’une classe politique vue comme caste, homme des réseaux de pouvoir clientélistes et népotistes, impliqué en même temps que sa femme et certains membres de son parti dans diverses affaires sur lesquelles enquête la magistrature, Clemente Mastella démissionne et retire le soutien de l’Udeur au gouvernement Prodi, qui dès lors «tombe» pour cinq ou six voix lors d’un vote du Sénat.
Le PD de Walter Veltroni ira seul aux élections du mois d’avril (au grand dam de l’extrême gauche). Silvio Berlusconi, lui, propose à l’ensemble de droite («personne ne se verra opposer un veto», a déclaré Sandro Bondi, le porte-parole de Forza Italia) une «liste unique» qui aura comme symbole celui du Peuple de la liberté. Gianfranco Fini, qui, il y a quelques semaines, avait durement critiqué la «création» de ce parti, oublie tout et signe aussitôt.
Les autres alliés reviennent aussi en courant, et devant la perspective d’une victoire (presque) assurée, reprennent contrits leurs exercices de génuflexion devant l’«oint du Seigneur». Seule l’UDC de Casini rechigne et dit, pour l’instant, marcher seule. Mais d’ici le mois d’avril, la droite sera unie derrière Berlusconi. Elle se présentera en une coalition d’une douzaine de formations, allant de l’Udeur de Clemente Mastella (le changement de veste a été rapide) aux petits partis d’extrême droite, et, bien sûr, à la Ligue du nord d’Umberto Bossi (dont, par chance, les militants et les représentants effrayants, hallucinés, imprésentables, ne sortent quasiment jamais du pays de Tintin qu’ils appellent la Padanie : dans n’importe quel autre pays européen, ils seraient probablement en prison pour leurs actes et leurs propos discriminatoires, xénophobes ou racistes)(...).»
Robert Maggiori. Libération
FAR
Maggiori diz que ele andou 20 meses a curtir uma de “neurasténico”, vicioso e viciado. “De facto, ficou um pouco deprimido, desde a noite da vitória de ´Pirro`de Romano Prodi”, frisa o articulista, que nos lança este lancinante retrato do futuro PM italiano: “Sou eu o chefe, sou eu o chefe, eu sou o homem mais rico da Itália. Possuo tudo: os jornais, as editoras, as Tv´s, por que me privais do poder? Eu sou o favorito do povo, o povo enganou-se, vamos dar-lhe uma segunda oportunidade. Que volte às urnas e me eleja, caso contrário morro !”.
«(…)Se trouvant un moment au plus bas, critiqué par ses propres alliés, craignant d’être «dépassé» par Pier Ferdinando Casini, leader de l’UDC (Union des démocrates chrétiens et du centre), et l’ex-fasciste Gianfranco Fini, leader de l’AN (Alliance nationale), tous deux las de demeurer les éternels «prétendants», Silvio Berlusconi réalise un coup de génie politique : il invente, hop, le Parti des libertés, censé défaire Forza Italia de l’UDC, d’Alliance nationale, de la Ligue du Nord et des autres groupuscules qui formaient jusqu’alors la «Maison des libertés». Aussitôt, le Cavaliere, ressuscité, redevient l’homme-clé de la vie politique italienne. Il organise des réunions partout, fait des comices juché sur le toit d’une voiture, écharpe au vent, tee-shirt bleu sous veste bleue à double boutonnage, entouré d’une claque qui agite fanions et drapeaux comme pour la prise du Palais d’hiver.
Walter Veltroni, le maire de Rome devenu patron du nouveau PD (Parti démocratique) de gauche, lui propose un «dialogue». L’éventualité qu’un tel dialogue se mue en accord sur une forme de bipolarisme qui verrait s’affronter les deux forces principales de droite et de gauche (Parti des libertés et Parti démocratique), suscite la peur et l’ire dans tous les petits partis à la droite de la droite et à la gauche du centre gauche, qui entrevoient à l’horizon leur propre disparition ou l’affaiblissement de leur «poids» dans la construction-déconstruction des majorités.
Vient alors la «trahison» de Clemente Mastella, garde des Sceaux du gouvernement de Romano Prodi. Président de la petite et très chrétienne Udeur (Union des démocrates pour l’Europe), roi du transformisme, emblème d’une classe politique vue comme caste, homme des réseaux de pouvoir clientélistes et népotistes, impliqué en même temps que sa femme et certains membres de son parti dans diverses affaires sur lesquelles enquête la magistrature, Clemente Mastella démissionne et retire le soutien de l’Udeur au gouvernement Prodi, qui dès lors «tombe» pour cinq ou six voix lors d’un vote du Sénat.
Le PD de Walter Veltroni ira seul aux élections du mois d’avril (au grand dam de l’extrême gauche). Silvio Berlusconi, lui, propose à l’ensemble de droite («personne ne se verra opposer un veto», a déclaré Sandro Bondi, le porte-parole de Forza Italia) une «liste unique» qui aura comme symbole celui du Peuple de la liberté. Gianfranco Fini, qui, il y a quelques semaines, avait durement critiqué la «création» de ce parti, oublie tout et signe aussitôt.
Les autres alliés reviennent aussi en courant, et devant la perspective d’une victoire (presque) assurée, reprennent contrits leurs exercices de génuflexion devant l’«oint du Seigneur». Seule l’UDC de Casini rechigne et dit, pour l’instant, marcher seule. Mais d’ici le mois d’avril, la droite sera unie derrière Berlusconi. Elle se présentera en une coalition d’une douzaine de formations, allant de l’Udeur de Clemente Mastella (le changement de veste a été rapide) aux petits partis d’extrême droite, et, bien sûr, à la Ligue du nord d’Umberto Bossi (dont, par chance, les militants et les représentants effrayants, hallucinés, imprésentables, ne sortent quasiment jamais du pays de Tintin qu’ils appellent la Padanie : dans n’importe quel autre pays européen, ils seraient probablement en prison pour leurs actes et leurs propos discriminatoires, xénophobes ou racistes)(...).»
Robert Maggiori. Libération
FAR
Etiquetas:
Berlusconi,
Eleições italianas,
Itália
sábado, 9 de fevereiro de 2008
Telegramas
Itália: Veltroni e Berlusconi “condenados” a entenderem-se? - Tudo parece mudar no múltiplo campo político italiano: depois da fundação do Partido Democrático, agora chefiado por Walter Veltroni, Berlusconi pensa mudar a sigla da sua instável coligação, a Forza Itália, para a de Povo da Liberdade, inquietando os seus aliados da extrema-direita. Nos mentideros da vida política de Roma, segundo a Imprensa norte-americana, fala-se insistentemente das “destemidas” conversações entre os dois tenores rivais. Estarão cúmplices, agora que Prodi se afastou para sempre da política politiqueira?
Por outro lado, o que resta da Democracia Cristã pensa agregar os seus apaniguados num grupo, a “Coisa Branca”. No lado oposto, o mäestrom socialista , os ecologistas e franjas dispersas também pensam constituir uma coligação, a “Coisa Vermelha”. Tudo porque, as sondagens, indicam que as coligações de Berlusconi e a de Veltroni podem ter resultados não muito divergentes. E os italianos já experimentaram quase todos os sistemas de voto possíveis, uninominais ou proporcionais. Mas che coza!!!
Para aplanar as dissonâncias e contrastes entre as duas grandes formações da Direita e da Esquerda -o espectro de uma Grande Coligação ganha peso e apoiantes. Segundo Wolfgang Munchau, expert de Eurointelligence, um governo bicolor presidido por Mário Draghi, governador do Banco de Itália, seria ouro sobre azul para resolver os problemas cruciais para o futuro do país. A reforma e qualificação do Sector Público de Estado, constitui mesmo um dos maiores desafios de um qualquer novo governo,
Segundo o especialista Francesco Giavazzi, professor de Economia da Bocconi Universidade de Roma, Prodi não conseguiu impor uma política económica alternativa, sobretudo nos rendimentos . “O governo de Prodi talvez tenha defendido o poder de compra dos seus apoiantes mais próximos, mas as classes mais desfavorecidas não foram beneficiadas de forma nenhuma. Como líder da Esquerda, foi um fiasco. Como um reformador, foi um desastre”.
Rússia: sistema Putin reforça controlo na Economia - Os dois grandes enviados especiais permanentes em Moscovo, Neil Buckley e Catherine Belton, do Financial Times, realizaram uma enorme entrevista com Mikhail Khodorkovky, o antigo capitão-de-indústria preso há perto de dez anos e agora num antigo goulag na Sibéria. A entrevista realizada na prisão, é um longo e terrível grito de dor. Khodorkovsky continua a declarar-se inocente e repudia as novas incriminações criminais sobre o desvio de petróleo. O que faz com que se arrisque a levar com mais vários anos de cárcere siberiano.
Tendo-se convertido à obediência religiosa dos Ortodoxos russos, Khodorkovsky tem força moral para recomendar coragem e vontade ao mais que provável sucessor de Putin no Kremlin, Dmitry Medvdev. “Será tudo muito dificil para ele. Nem posso imaginar. O peso das tradições e o estado das mentalidades, a acrescentar ao vazio de forças capaz de suportar qualquer movimento em direcção ao Estado de Direito, tudo isso, são coisas contra ele. Por tudo isso, meu Deus concedei-lhe a capacidade para tudo realizar. É tudo o que podemos desejar-lhe”.
Catherine Bolton descreve o campo de batalha orquestrado por Poutin, para redistribuir os “peões” e homens de mão pelos postos mais sensíveis do aparelho produtivo, a valer quase 500 biliões de dólares, actualmente. Assim, Igor Sechin, chefe da Casa Civil presidencial, vai ser nomeado para a Rosneft, a gigantesca petrolífera estadual única. Por seu turno, o actual PM, Viktor Zubkov, deve ir dirigir a Gasprom. O temível rival de Medvedev, Sergei Ivanov, vai dirigir o consórcio da aviação comercial.O que parece uma despromoção, pois, Viktor Ivanov, ajudante de Putin, ficará responsável pela aeronáutica militar, a balística e a construção de mísseis.
FAR
Por outro lado, o que resta da Democracia Cristã pensa agregar os seus apaniguados num grupo, a “Coisa Branca”. No lado oposto, o mäestrom socialista , os ecologistas e franjas dispersas também pensam constituir uma coligação, a “Coisa Vermelha”. Tudo porque, as sondagens, indicam que as coligações de Berlusconi e a de Veltroni podem ter resultados não muito divergentes. E os italianos já experimentaram quase todos os sistemas de voto possíveis, uninominais ou proporcionais. Mas che coza!!!
Para aplanar as dissonâncias e contrastes entre as duas grandes formações da Direita e da Esquerda -o espectro de uma Grande Coligação ganha peso e apoiantes. Segundo Wolfgang Munchau, expert de Eurointelligence, um governo bicolor presidido por Mário Draghi, governador do Banco de Itália, seria ouro sobre azul para resolver os problemas cruciais para o futuro do país. A reforma e qualificação do Sector Público de Estado, constitui mesmo um dos maiores desafios de um qualquer novo governo,
Segundo o especialista Francesco Giavazzi, professor de Economia da Bocconi Universidade de Roma, Prodi não conseguiu impor uma política económica alternativa, sobretudo nos rendimentos . “O governo de Prodi talvez tenha defendido o poder de compra dos seus apoiantes mais próximos, mas as classes mais desfavorecidas não foram beneficiadas de forma nenhuma. Como líder da Esquerda, foi um fiasco. Como um reformador, foi um desastre”.
Rússia: sistema Putin reforça controlo na Economia - Os dois grandes enviados especiais permanentes em Moscovo, Neil Buckley e Catherine Belton, do Financial Times, realizaram uma enorme entrevista com Mikhail Khodorkovky, o antigo capitão-de-indústria preso há perto de dez anos e agora num antigo goulag na Sibéria. A entrevista realizada na prisão, é um longo e terrível grito de dor. Khodorkovsky continua a declarar-se inocente e repudia as novas incriminações criminais sobre o desvio de petróleo. O que faz com que se arrisque a levar com mais vários anos de cárcere siberiano.
Tendo-se convertido à obediência religiosa dos Ortodoxos russos, Khodorkovsky tem força moral para recomendar coragem e vontade ao mais que provável sucessor de Putin no Kremlin, Dmitry Medvdev. “Será tudo muito dificil para ele. Nem posso imaginar. O peso das tradições e o estado das mentalidades, a acrescentar ao vazio de forças capaz de suportar qualquer movimento em direcção ao Estado de Direito, tudo isso, são coisas contra ele. Por tudo isso, meu Deus concedei-lhe a capacidade para tudo realizar. É tudo o que podemos desejar-lhe”.
Catherine Bolton descreve o campo de batalha orquestrado por Poutin, para redistribuir os “peões” e homens de mão pelos postos mais sensíveis do aparelho produtivo, a valer quase 500 biliões de dólares, actualmente. Assim, Igor Sechin, chefe da Casa Civil presidencial, vai ser nomeado para a Rosneft, a gigantesca petrolífera estadual única. Por seu turno, o actual PM, Viktor Zubkov, deve ir dirigir a Gasprom. O temível rival de Medvedev, Sergei Ivanov, vai dirigir o consórcio da aviação comercial.O que parece uma despromoção, pois, Viktor Ivanov, ajudante de Putin, ficará responsável pela aeronáutica militar, a balística e a construção de mísseis.
FAR
Etiquetas:
Berlusconi,
Itália,
Putin,
Rússia
Subscrever:
Comentários (Atom)