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terça-feira, 21 de agosto de 2007

Os activistas de Esquerda e o "politicamente correcto"

«os actvistas extrema-esquerdistas e piolhosos são exímios em destruir, em insultar, em conspurcar, e em pedir esmola no Chiado para depois se embebedarem e drogarem-se» - aqui.

O desprezo que esta gente sente por quem lhe é diferente faz-me lembrar a converseta da "direita liberal" sobre o "politicamente correcto". Há muito que eu acho bizarro, para não dizer pior, que quem se queixe da "ditadura da maioria" seja precisamente quem esteja bem na vida, dentro dessa maioria. Os "piolhosos" há muito que sentem a perseguição da "maioria", o medo da diferença e o desprezo pelo que a assusta. A próxima vez que me venham falar de "politicamente correcto" e o associem à Esquerda, mando-os à merda!

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Lamento...

...Cara Patricia Lança, mas não é para evitar a discussão que eu (só posso falar de mim) a chamarei, quantas vezes quiser, de "islamófoba", "esquerdófoba" ou "homófoba". É precisamente para que a discussão se faça. Eu não a quero calar, cara Patrícia; mas porque me quer calar a mim? Não se considera nada disso? Óptimo, contradiga, ou melhor ainda, ignore.
Mas deixe-me dizer-lhe, enquanto me ignora, que conviria encontrar certos termos de comparação, para melhor se entender aquilo a que chama de "politicamente correcto". Pensemos por exemplo no exemplo que dá, a prostituição. Diz a Patrícia que agora já nem se chamam às prostitutas de prostitutas, mas de "trabalhadoras do sexo". Ora, eu conheço, e a Patrícia por certo também conhece, outro termo para as designar: putas. Assim mesmo. Eu, cara Patrícia, reconheço-lhe o direito de as chamar de putas. Se quiser, pode chamar os homossexuais de paneleiros. Ou os muçulmanos de terroristas. Ou os esquerdistas de ignorantes. Faça-o, ningúem a quer proíbir. No máximo, talvez a contradiga, ou melhor, a ignore.
Sucede que há aqui uma questão a pôr. Qual é a diferença entre as chamar de prostitutas, putas, ou trabalhadoras do sexo? A validade, digamos, semântica da coisa é igual. Já quanto à justeza moral, aí já é mais complicado. Os critérios são sempre uma coisa chata. Um critério a admitir (mas que poderemos discutir, ou se quiser, ignorar) será o da opinião das visadas sobre o termo. Sabendo nós (ou pelo menos julgando eu) que as palavras, qualquer palavra, não são mais que relações de sentidos entre os objectos, poderemos supor que não será a mesma coisa chamar uma pessoa de puta, prostituta, ou trabalhadora do sexo. Ou melhor, poderá ser para si, como poderá não ser para ela. Eventualmente, talvez se pudesse considerar que a opinião dos visados sobre uma qualificação terá a sua importância. Por exemplo: não me passaria pela cabeça rotulá-la de imbecil, e dizê-lo à sua frente, mesmo que fosse essa a minha opinião. Ou dizer de todos os insurgentes que são uns imbecis. Haveria formas de pôr a coisa que poderiam respeitar um pouco melhor a dignidade dos insurgentes.
É que isto do "politicamente correcto" é muito chato quando se reivindica o direito de chamar uma puta de puta, ou um paneleiro de paneleiro, mas têm a sua conveniência quando se trata de não nos chamarem a nós de uma coisa qualquer que não seja do nosso agrado. A minha mãe dizia-me que era educação, mas parece que agora se chama "politicamente correcto". Talvez seja politicamente correcto chamar a educação de politicamente correcto, não sei. Mas creia, cara Patrícia, que defenderei até à morte o seu direito à má educação, quer dizer, a rejeitar o politicamente correcto. Eu no máximo irei contradizê-la, ou mais provavelmente ignorá-la. Com limites, é certo: se me encontrar na rua e me insultar, como poderá, ou não, fazer às putas e aos paneleiros, o mais provável é eu não me ficar. Mas como cavalheiro que sou, e graças à boa educação da minha mãe, uma vez que a Patrícia é uma senhora, a minha resposta será apenas verbal. Não sei se a contradizendo ou ignorando. Logo se verá.