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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

"I, Too, Sing America"


President »

Obama - 338


Senate

Dem - 56
+5 seats

House

Dem - 252
+18 seats

(fonte New York Times)

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Já em festa



Apoiantes de Obama fazem já carnaval

Fotos Jota Esse Erre

Da Capital do Império

Olá,

Desculpem lá o silêncio mas afazeres, viagens e trabalho reduziram-me a vontade de escrever. Vai aqui uma nota para vos dizer o seguinte: O Barack Obláblá vai ser o próximo presidente dos Estados Unidos.
Não percam tempo a seguir as eleições na Terça-feira à noite. Eu já fiz as contas por vocês e o Obláblá não tem possibilidades de perder.
Contudo se quiserem ficar com a certeza fiquem apenas acordados até à uma da manhã (vossa hora) e aí ficarão mesmo com a certeza. Até essa hora encerram as urnas de alguns estados entre eles Virgínia (vossa meia noite) Florida, New Hampshire e Pensilvânia.
Se o Obláblá vencer os dois primeiros já nem vale a pena esperar mais. Podem-se abrir as garrafas de champanhe à vitória do candidato “trans-pós-racial”, já que a partir daí será preciso um super milagre para salvar o McCain.
Como eu expliquei anteriormente as eleições presidenciais americanas são disputadas estado a estado. Cada estado nomeia delegados a um Colégio Eleitoral de 538 membros pelo que um candidato precisa de 270 delegados para vencer.
Quanto a mim o Obláblá já tem garantidos no saco 227 delegados. E tem outros 64 praticamente garantidos. Entre os estados que não estão garantidos contam-se a Florida, Virgínia e Pensilvânia. Tendo em conta que a Florida tem 27 delegados, a Virgínia 13 e a Pensilvânia 21 quando ouvirem os canais de televisão a dar a vitória a Obláblá nesses estados então podem ir dormir na certeza que se vai iniciar a era pós Bush com uma “descompressão” (como me dizia um diplomata) a nível internacional que contudo se vai transformar gradualmente em desilusão. Isto porque em política externa mesmo o Obláblá vai ter que tomar decisões que a malta daí desse lado do charco não vai gostar. Grandes poderes significam grandes responsabilidades, já dizia o Spiderman e quem não tem responsabilidades pode mandar pecos mas quando se tem que se assumir essas responsabilidades há muitas vezes que tomar medidas. E como em politica externa de super potência as escolhas geralmente não são entre o bom e o mau mas sim entre o mau e o pior é óbvio que mesmo o Obláblá vai desagradar a muita gente que está com a ideia que o dito cujo é um messias que vai por toda a malta em redor do mundo a cantar Grândola vila morena terra da fraternidade na versão iraniana, norte coreana e do Hamas e que vamos todos viver em felicidade da era pós Bush.
É uma nova era histórica que se abre. Sem dúvida. O país que muitos aí desse lado do charco acusam de super racista, onde a população negra é apenas 12 ou 13 por cento da população elege um candidato negro. É como ver a França a eleger um presidente com o nome de Barack Hussein Obama. Embora a França seja a terra da Egalité e fraternité … ça ce n’est pas possible. Os imigrantes lá sabem muito bem que o seu lugar é no gueto a queimar carros.
Dá para analisar. Fica para uma próxima ocasião. Entretanto abram as garrafas de champanhe para celebrar a vitória do Obláblá. Os Democratas vão também aumentar a representação no Congresso dando-lhes controlo total da legislatura e executivo. O que vai ser interessante. Tendo em conta a tendência dos Democratas para exagerarem eu espero que o Barack seja mesmo a versão americana em termos políticos do Tony Bláblá de Inglaterra. Caso contrário não quero nem pensar.

Abraços,
Da Capital do Império,


Jota Esse Erre

A guarda rolante de Obama


Mais vale prevenir do que remediar. Obama pode ainda não ser presidente mas quando viaja de carro este é parte do aparato que o protege.

Foto Jota Esse Erre

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Sarah Palin



The sketch mocks Palin's recent interview with CBS News' Katie Couric (played on SNL by Amy Poehler), touching on Palin's trip to New York and her comments about Russia and the financial bailout.

José Pinto de Sá

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Miss Cabra Velha

Para ajudar a formar a opinião dos indecisos, e dispensá-los dos debates televisivos, poucos, entre candidatos a P e a VP, propomos que seja apenas avaliada a componente feminina envolvida nos tickets do Burro e do Elefante.
Comecemos pela dupla democrata. A senhora de Obama vence em todas as categorias, menos em beleza. A senhora Biden ganha em beleza a anteriori e em ‘casal moderno’. O senador do Delaware (minúsculo e discreto estado que é de facto a maior e melhor institucionalizada operação global de money laundering) já foi conhecido pelo seu segundo nome, aquele que se segue ao varão Joseph: ROBINETTE.
A mulher do candidato REP, Cindy (McCain), ganhou o prémio Taxidermia 1912 e aparentemente não fala.
Por fim, Sarah Palin, a governadora do Alaska - já lá iremos ao frost bite -, não perde no confronto com todas as ‘professoras’ do cinema porno de LA.
Pelo que, perdoar-me-á a Meditação na Pastelaria, perde relevância o pensamento da Hockey Mom. (Uma boa dica para os produtores da Vivid e outras grandes casas cinematográficas da Costa Oeste).
Recomendando o excelente post sobre o Alaska, in Meditação na Pastelaria, aproveitava para contrapor com a impossibilidade de aquele gigante gelado se assumir como reserva, nem mesmo simbólica, de sanidade ou refúgio da insanidade global. Percebeu-o o Chaplin na Corrida do Ouro em Klondike e, melhor ainda, o brilhante Michael Chabon em “The Yiddish Policemen’s Union”: uma estória alternativa noir que está sendo passada à tela pelos irmãos Cohen.
Recomendamo-lo. Pesem embora os défices de conhecimento de Iddiche e Hebreu e, no nosso caso, do horrendo vício do Xadrez. Que é onde vamos parar se continuarmos a escrever estas merdas.

JSP

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Wen Jiabao relê Marco Aurélio

De acordo com o diário de Hong Kong “South China Morning Post”, citando a imprensa do Continente, o livro de cabeceira do PM chinês Wen Jiabao é nada mais nada menos do que o conjunto de pensamentos do estóico Marco Aurélio. Wen revelou que já leu as “Meditações” do imperador-filósofo “mais de uma centena de vezes”.
Este Primeiro-Ministro goza de elevados índices de empatia junto do little people, que o considera como o rosto humano de um regime...obstinado. Pois, o “2+2=5” não recomenda. É muito deprimente, embora a passos IV possamos ler, mais ou menos exactamente, ‘The Universe is Transformation: Life is Opinion”. Daí a forma popular... até parece que está vivo. Lá está, uma opinião, nada mais do que isso. Também poderíamos dizer, até parece que está morto.
Como não pretendemos acirrar ânimos, estimular acrimónias, sugerimos, a jeito de pausa na transformação da realidade e na construção de uma sociedade sem classe, um tema cómico: as peripécias do suicídio atribulado de Séneca. Assim como que um encontro entre a "Madame Bovary", o seriado de Alex Cross, "O Inquilino" de Polansky, o Pierre Richard de "L’Emmerdeur", o inestimável contributo filosófico de Chuck Norris - recomendo vivamente a leitura da última postagem no Táxi Pluvioso - e a estética do primeiro Hugh Hefner. Se não estiverem para ler estas merdas, há sempre a colecção encadernada da revista Gina e a jouissance de soi-même.
Infelizmente, este ano não nos foi possível comparecer na tradicional Universidade de Verão do British Bar, razão porque faltámos com o contributo para as eleições nos EUA. Fica para outra oportunidade, mas sempre se sublinha que, muito excepcionalmente, gostaríamos de ver o democrata Obama na Casa Branca e o republicano McCain na Sanzala. Valerá pena recordar o paradoxo que suporta o bipartidarismo (Burro vs Elefante) do sistema USA: nem todos os democratas são burros, mas está provado que todos os burros são democratas. Pois se soubermos que a escolha do Burro e do Elefante como símbolos, respectivamente, não enganar, dos Democratas e dos Republicanos, se deve ao cartonista político Thomas Nast, não nos deixaremos perturbar com a sujeira das campanhas. Nasty. Justificando o pluralismo que anima este blogue, incansavelmente resguardado pelo webmaster Rocheteau, aqui deixamos a defesa do GOP, o GOP de William Buckley, e a promessa de não revelar os motivos de esta excepcional transferência para o eleitorado simbólico de BHO. Palavra de Mugabe. Valeu?

terça-feira, 24 de junho de 2008

Da Capital do Império

Olá!

O Obambi pode ter andado à pancada com a Hilária mas o que não pode haver dúvidas é que no que diz respeito à política externa o Obambi é um clintonista.
Eu sei que todos, especialmente aí do outro lado do charco, acreditam que se o Obambi for eleito em Novembro vamos entrar numa nova era de felicidade, tipo “age of aquarius” com todos a cantar “Grândola vida morena terra da fraternidade” e a viver em paz para sempre sem o horrível Bush.
Mas, reconhecendo que o Obambi serviria inicialmente para descomprimir a cena política internacional com promessas de reuniões com o jovem Assad e com os iranianos de pneu de lambreta na cabeça, a verdade é que no seu todo poucas mudanças haverá. Retirada do Iraque? Talvez mas não em menos de dois anos, e não totalmente. Quanto ao resto será um pouco “vira o disco do Bush para o Bill Clinton e toca o mesmo”. Isto porque de facto as opções são poucas. A UEtupia pode estar satisfeita consigo mesma por ter conseguido tirar umas férias da história, mas deste lado do charco a história vem sempre bater à porta porque, como diria esse grande filósofo americano sobre questões do poder, o Spider Man, “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”.
E como é que o Obambi vai responder a essas responsabilidades se for eleito? Pois como diz o Zé Povinho, “diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és”. Então vejamos.
No seu “grupo de segurança nacional” temos os antigos secretários de Estado Warren Christopher e Madeleine Albright, e ainda o antigo Secretário da Defesa durante a administração Clinton, William Perry.
A Madalena Toda Brilhante andava até há pouco tempo a dizer que o Obambi não tinha experiência para liderar os States e que a Hilária é quem sabia tudo. O Obambi perdoou-lhe pelos vistos. O Warren coitado foi o Secretário de Estado que mais viagens fez ao Médio Oriente sem nenhum resultado. Falou com tudo e todos (como o Ombabi quer fazer) sem conseguir nada, embora haja a dizer em seu abono que o Médio Oriente é como a instituição do casamento: não tem solução. E no que diz respeito a Israel e aos Palestinianos isso é agravado pelo facto de haver - como disse já não sem quem - demasiada história e pouca geografia.
Mas Christopher, Albright e Perry vêm juntar-se a um extenso grupo de conselheiros dos mais diversos aspectos de política externa que é notável pelo facto de quase todos serem antigos conselheiros do Presidente Bill Clinton.
O grupo de conselheiros de política externa é chefiado por Anthony Lake que foi o primeiro Conselheiro de Segurança Nacional do Presidente Clinton, cargo que abandonou após duras críticas à sua inação aquando do genocídio no Ruanda e reacção lenta aos massacres na Bósnia (neste caso há que dizer em abono do Tony que ele nada fez inicialmente em relação à Bósnia porque a UEtopia não sabia o que fazer com o que se passava no seu quintal e ele e o Bill não quiseram ferir as susceptibildiades EUtópicas. Serviu-lhes de lição…).
Susan Rice é cada vez mais a face pública de Obama em questões de política externa aparecendo agora regularmente em entrevistas na televisão a explicar pormenores do programa de Obama para as relações externas. Rice fez parte do Conselho de Segurança Nacional de Bill Clinton e foi também Secretária de Estado Assistente para Assuntos Africanos, cargo em que se notabillizou pelas suas duras críticas ao governo do Sudão. Algumas fontes dizem que Susan Rice é agora séria candidata para suceder a Condoleezza Rice na chefia do departamento de Estado caso Obama vença as eleições de Novembro. Apesar do mesmo apelido e de ambas serem negras não há ligação familiar entre as duas. São dois tipos de arroz diferente. Uma já está cozida e a outra ainda a fervilhar de entusiasmo.
Gregory Craig foi director de planeamento político no Departamento de Estado durante o governo de Clinton, onde ficou contudo mais conhecido por ser um dos seus advogados no escândalo sexual de Monica Lewinsky. Dizem as más línguas que sabe tudo sobre a definição de sexo oral.
Jim Steinberg foi vice-conselheiro de segurança nacional de Clinton enquanto Richard Danzig foi Secretário da Marinha de Guerra na administração Clinton e é agora o principal conselheiro para questões militares de Obama.
Outra das principais figuras no grupo de conselheiros de política externa é o Major General (na reforma), Scott Gration, que participou nas operações de invasão ao Iraque mas cuja especialidade é África. Gration fala fluentemente swahili.
Daniel Shapiro é um dos principais conselheiros de Obama para questões do Médio Oriente. Trabalhou no Conselho de Segurança Nacional de Clinton.
Duas outras figuras importantes no grupo de conselheiros de Obama, mas sem ligações a Clinton, são Denis McDonough, que trabalhou para o Senador Tom Daschle, e Ben Rhodes de apenas 30 anos de idade que foi um dos membros do Grupo de Estudo para o Iraque que recomendou entre outras questões o diálogo com a Síria e o Irão. Rhodes é como se diria no meu tempo de juventude “o gajo dos pecos”. É ele o principal redactor de discursos sobre política externa de Barack Obama.
Outas conhecidas figuras políticas de Washington são conselheiros informais em “grupos de trabalho”, entre os quais David Boren que foi presidente do Comité do Senado para os Serviços de Informações (Intelligence), Sam Nunn, antigo presidente do comité do Senado para as Forças Armadas, Lee Hamilton, antigo presidente do Comité de Relações Externas da Câmara dos Representantes e também Vice-Presidente da Comissão para os ataques de 11 de Setembro.
Sabe-se por outro lado que o antigo Conselheiro de Segurança Nacional de Jimmy Carter, Zbignew Brzezinski, é também um dos conselheiros “informais” de Obama. Brzezinski esteve há poucas semanas na Síria numa viagem pouco publicitada em que mateve contactos com o jovem Assad com quem Obama diz estar disposto a estebelecer um diálogo. Coincidência? Ele diz que sim mas eu duvido. O Brzezinski é um realista. Foi ele quem teve este peco memorável numa conversa aqui em Washington: “Ser superpotência não significa que se é omnipotência”. Nasceu na Polónia. Detesta comunas.
Dennis Ross, coordenador para a política americana para o Médio Oriente na administração Clinton, tem também fornecido opiniões a Obama.
O que se conclui? O Obambi pode ser “o candidato da mudança” mas em política externa é clintonista e também da velha guarda Democrática. O que é a versão “lite” do Bush.
Abraços
Da Capital do Império
Jota Esse Erre

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Da Capital do Império

Olá,

Agora que a Hilária foi à vida venho hoje dar dois conselhos àqueles que se interessam pelas eleições deste lado do lago:
1) Ignorem notícias/especulações sobre a possibilidade da Hilária se tornar candidata à vice-presidência com o Barack Obama; a Hilária tem tantas chances disso acontecer como eu tenho de ganhar a lotaria
2) Ignorem a tentação de olharem para as sondagens que dizem que um dos dois candidatos tem mais apoio do que o outro à escala nacional. Essas sondagens em termos práticos não têm importância nenhuma.
Passo a explicar:
As eleções presidenciais americanas são disputadas Estado por Estado. Cada Estado elege um número de delegados ao Colégio Eleitoral proporcional à sua população. Quem vence num Estado ganha todos os delegados desse Estado ao Colégio Eleitoral, que tem um total de 270 delegados.
Uma olhadela ao mapa dos Estados Unidos mostra que nas últimas eleições John Kerry venceu em Estados que dão um total de 252 delegados. Primeira tarefa de Obama: garantir a vitória nesses Estados. É possivel? Talvez, mas vai haver luta cerrada pelos Estados de Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, que Kerry venceu e onde Obama tem fraquezas (o tal eleitorado branco proletário e rural).
Segunda tarefa de Obama, se garantir esses 252 delegados: procurar outros 18 delegados e, para isso, tomem atenção ao Obama a concentrar a sua campanha no Iowa, Virginia, Carolina do Norte, Novo Mexico, Nevada, Colorado e Ohio. Alguns deles, como a Virginia, são tradicionalmente Estados republicanos mas na Virginia Obama está convencido que tem chances de ganhar porque o perfil demográfico do Estado está a mudar favorecendo as tais “elites brancas “ que gostam do Obama e que em conjunto com o eleitorado negro lhe podem dar a vitória. Noto que Obama esteve na Virnigia no dia a seguir à sua vitoria eleitoral e que hoje segunda-feira vai também fazer um comício nesse Estado.
É por causa desses Estados que a Hilária tem tantas chances de ser nomeada candidata à vice-presidência como eu tenho de ganhar a lotaria. O Obama vai escolher alguém que o ajude a ganhar votos nesses Estados ou ainda na Geórgia, outro dos que ele poderá mudar a seu favor se conseguir registar cerca de 600 mil negros que não estão registados como votantes, ou então alguém que o ajude a minimizar os receios/apreensões com a inexperiência de Obama a nivel de segurança/política externa. Figuras a ter em conta: Governadores da Pensilvânia e Ohio, o antigo senador pelo Estado da Geórgia, Sam Nunn (um perito em questões de segurança exerna) . Ou talvez a governadora do Kansas, conservadora da “América profunda” capaz de acalmar não só os inseguros como também apaziguar as democratas ofendidas com a derrota da rainha Hilária.
Tomem outra coisa em atenção: nas últimas eleições 13 Estados foram decididos por um máximo de vantagem de sete por cento. A esmagadora maioria desses por menos do que isso. O que siginifica que podem mudar para um lado ou outro.
Esses Estados são: Colorado, Florida, Iowa, Michigan, Minesota, Nevada, New Hampshire, New Jersey, New Mexico, Ohio, Oregon, Pensilvânia e Wisconsin.
Com à vontade posso avisar-vos que as eleições vão ser ganhas ou perdidas nesse Estados. Talvez ainda se possa contar a Florida, Virginia e mesmo o Missouri, que também poderão estar em jogo. Um máximo de 16 Estados. O resto é paisagem eleitoral.
Abraços

Da capital do Império

Jota Esse Erre

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Da Capital do Império

Olá!

Hilária “a inevitável” é agora a inevitàvel derrotada da longa corrida à nomeação do candidato presidencial do Partido Democrático. Para quem continuasse a acreditar nas clintonices dos Billary Terça Feira era o dia que ia provar que apesar da já não haver possibilidades de apanhar o Obambi na contagem de delegados à convenção do partido, a Hilária era a candidata que ganhava os “grandes estados”, que o entusiasmo pelo Obambi se estava a desmoronar mostrando a sua incapacidade de lutar como os Clintons fazem – duro, feio, sujo, com meias verdades e oportunismo clintoniano.
Ontem a Hilária apanhou uma sova na Carolina do Norte onde o Bill tinha estado de serviço há uma semana a tentar usar o seu “charme” sulista e de “gajo da malta” junto do eleitorado. Sem resultado. A malta está mesmo farta até aos cabelos do Bill e das suas clintoninces embora tenha sempre a sua piada ouvi-lo, princpal;ente quando ele começa a ficar irritado e a queixar-se da “merda dos jornalistas” e do Obama estar “a jogar a cartada da raça contra mim”. A Hilária milionária esteve no Indiana a fazer campanha de “proleta”, pintar o Obambo como “elitista”, em bom estilo Clinton e a propor suspensão dos impostos federais na gasolina para ...o Verão esquecendo-se de dizer que o novo mandatio presidencial só começa ... no Inverno. Enfim uma clintonice.
Pois a Hilária lá conseguiu ganhar ( por pouco) no Indiana mas devido ao facto de ter apanhado uma sova na Carolina onde estavam em jogo muito mais delegados e onde perdeu por muito maior margem Obambi terminou a noite com mais delegados do que tinha iniciado o dia
Mas a julgar pelas declaraçoes de Clinton após os resultados de ontem Hillary vai continuar a lutar. Pode cair mas com ela vai cair também o Partido Democrático.
Abraços

Da capital do império
Jota Esse Erre

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Da Capital do Império

Olá!

A Hilary Clinton é como a Glen Close no filme “Fatal Attraction” e como o Robert Mugabe no Zimbabué. Não se vai embora pois tal como muitos dos movimento de libertação de outrora pensa que tem o direito inalienável ao poder, que o povo lhe deve isso. E cada vez que volta vem armada com tudo o que tem à mão para destruir aquele que diz amar.
Tal como se esperava a Hilária venceu o estado da Pensilvânia na Terça Feira à noite com uma vantagem de dez por cento de votos o que deixa o Obama um pouco abananado e o Partido Democrático agora sem saber o que fazer face à perspectiva de um esvaír de sangue lento. O candidato Republicano John McCain, regozija-se de gozo face ao espectáculo e ganha tempo para consolidar as bases republicanas (que o vêm com cepticismo) angariar fundos e preparar com calma a sua campanha..
Até agora os Republicanos têm mantido a sua artilharia calada seguindo o princípio de que não se mata um homem que está prestes a cometer suicídio. E se a Hilária vencer dentro de duas semanas no Indiana o suicídio é quase certo. Nesse caso a guerra civil vai rebentar dentro do Partido Democràtico com consequências graves não só para as aspirações do partido na Casa Branca como para os seus planos de aumentar a maioria no Congresso. Vejamos o que se passa:
Apesar da sua vitoria na Pensilvânia continua a ser matematicamente impossivel à Hilária ultrapassar o Obambi em numero de delegados e em número de votos alcançados em todos os estados. Com nove eleições primarias ainda por disputar a Hilária precisa de vencer todos esses estados com mais de 60 por cento dos votos para o poder alcançar o que é praticamente impossivel caso a campanha de Obama não entre em colapso total.
Mas dada a impossibilidade de Obama atingir o número de delegados requeridos para vencer automaticamente a nomeação na convenção partidária em Agosto, serão os chamados “super delegados” quem irão dar os votos decisivos. Esses “super delegados” são os legisladores federais e estaduais, governadores estaduais, antigos presidentes e vice presidentes e dirigentes do partido aos diversos níveis do país. São portanto os “apparatchiks” ou como se dizia em Moçambique os “balalaicas” que vão decidir.
A Hilária, com a sua terceira vitória consecutiva, vai continuar a argumentar que o Obambi não consegue ganhar nos grandes estados vitais para as presidenciais de Novembro. Mais do que isso a Hilária vai argumentar que a campanha do Obambi não consegue atraír aquela faixa do eleitorado necessária para se derrotar McCain em Novembro, nomeadamente as mulheres brancas, os operários brancos e a velhada branca. Por outras palavras o Obambi, que iniciou a sua campanha como transcendendo raça e outras “divisões” está cada vez mais a ser encurralado pela trituradora máquina clintonista numa faixa eleitoral que ele tem que evitar a todo a custo se quer ter qualquer chance de bater John McCain. Essa faixa eleitoral é a do eleitorado negro, jovens e brancalhada com estudos universitários e rendimentos acima da média. Se Obama for encurrado nessa faixa eleitoral as suas perspectivas eleitorais para Novembro diminuem e os “balalaicas” sabem disso. A Hilária espera poder ter a oportunidade de apontar para o mapa e mostrar-lhes as suas vitorias na Califórnia, Nova Iorque, Nova Jersey, Ohio e Pensilvânia como prova do seu apoio nos grandes estados americanos. Espera também poder mostrar-lhes os resultados eleitorais e dizer-hes que é ela quem consegue comunicar e manter uma conexão com a América profunda, aquela que o Obambi disse ser “amarga” e “agarrada à religião e armas” numa gaffe que lhe custou muitos votos na Pensilvânia e que o encurralou ainda mais na sigla de “elitista”
Para o Obambi o positivo disto tudo é que a Hilária vai ter que continuar a ganhar confortavelmente para poder ter esse argumento. O que não vai acontecer. Mesmo que ganhe no Indiana no próximo dia seis vai apanhar nesse mesmo dia uma surra das grandes na Carolina do Norte e subsequentemente perder ainda pelo menos no Oregon e provavelemente no Dakota do Sul. O que fortalece os números de delegados e de percentagem do eleitorado do Obambi . Duvido que os “balalaicas” se atrevam na convenção a ignorar a vontade popular o que iria dividir o partido em termos raciais e provocar manifestações em frente ao local a serem transmitidas ao vivo em todas as cadeias de televisão.
Seria um desastre para as perspectivas presidenciais e tambem para os planos Democratas para o Congresso.
Mas a capacidade criativa de auto destruição da malta de esquerda é sempre surpreendente. E os Clintons esses … nunca desistem e tem uma capacidade imensa de destruir tudo e todos no seu caminho.
Ainda bem! Caso contrário nunca teríamos a a oportunidade única de assistir a este espectáculo ao mesmo tempo irritante, hilariante, excitante, estimulante raramente profundo muitas vezes banal mas revelador da democracia
Abraços,

Da Capital do Império

Jota Esse Erre

domingo, 20 de abril de 2008

Da Capital do Império

Olá!

O Obambi vai apanhar uma sova nas primárias da Pennsylvania na Terça Feira. Isso é quase que garantido, pelo que vocês para saberem as implicações disso, devem concentrar-se no tamanho da sova.
Se a Hilária ganhar por dez por cento ou mais a guerra dentro do Partido Democrático vai intensificar-se como nunca até agora pois a Hilaria passa a ter a possibilidade de ultrapassar o Obambi na votação popular o que é a sua unica chance de levar os “super delegados” a votarem por si na convenção e ultrapassar assim o número de delegados do Obambi . Se ganhar por entre cinco e dez por cento a Hilária vai apregoar ao mundo que a sua vitoria demonstra que é ela quem consegue ganhar à vontade nos grandes estados pelo que os super delegados devem votar nela
Contudo qualquer que seja o tamanho da sova os Billary (a Hilária e o Bill) vão proclamar aos quatro ventos que o Obambi não consegue ganhar nada. Depois de terem tentado afirmar que o Obambi só ganhava em alguns estados porque é preto agora os Billary vão dizer que o Obambi não consegue ganhar porque a brancalhada proletária não gosta dele. Ou seja: o Obambi ganha em alguns locais porque é preto e perde noutros porque é preto. É a lógica clintoniana.
E claro está o Obambi ajudou quando foi a São Francisco falar a doadores financeiros à sua campanha e disse que não estava admirado pelo facto da classe operária na Pennsylvania ser “amarga” devido à sua situação económica sendo devido a essa “amargura” que “se agarra à sua religião, às suas armas, aos seus sentimentos anti imigrantes”. Fez –me lembrar “Die Religion is das Opium des Volkes” (Lembram-se?). O que pode ainda ser uma tema para um excelente debate de café ou de filosofia numa universidade ou nas páginas de um jornal mais literário mas que para mal do Obambi foi aqui visto como uma demonstração óbvia de uma certa condescendencia senão mesmo menosprezo que uma certa esquerda tem por valores e crenças que não são os seus.
E quando esses valores e crenças são aqueles de uma classe trabalhadora que ele quer ganhar para o seu lado o seu divagar pelos campos da filosofia e psicologia de massas baratas não caiu nada bem. Sendo as eleições presidenciais americanas algo que é decidido mais pela imagem e por asneiras que os candidatos dizem e menos pelo conteúdo dos seus programas (que face ao sistema americano não passam de promessas e nada mais do que isso) o Obambi teve a sua figura “cool” de “gajo da malta” acima de raça, classe etc etc muito abalada. Tornou-se subitamente naquilo que ele é e tenta declarar que não é: um politico da velha escola que diz uma coisa em público e outra em privado..
A Hilária entrou de imediato em método clintoniano “full time” fazendo discursos a lembrar como o seu pai lhe tinha ensinado a disparar uma espigarda no quintal (!!!) e como ela tinha sido educada na boa tradição da Igreja Metodista que, segundo disse, lhe tinha dado apoio nos tempos difíceis da sua vida. A religião, disse ela, não é algo a que os eleitores da Pennsylvania se agarram por estarem ‘amargos” mas é sim parte da sua cultura e modo de ser. “Não sei se o Barack é elitista mas suas declaração são, demonstando uma falta de conexão com os valores do povo americano,” disse ela em tom beatífico. E depois a colmatar esta ofensiva tipo clintoniano a Hilária, rodeada de camaras de televisao foi a um bar “proleta” na Pensilvania e com o maralhal que lá se encontrava bebeu umas cervejas e um copos de Whisky (num só golo) tal como fazem os proletas da zona.
Eu nunca gostei dessa mistura particularmente desde que uma vez na Dinamarca apanhei um “pifo” de cerveja e schnaps, o equivalente da cerveja e whisky dos proletas da Pennsylvania. Mas apanhei uma ressaca muito maior depois de ver a Hilária na televisão a tentar ser populista à custa do “elitismo” (como ela lhe chamou) do Obambi. Ia vomitando e fiquei a arrotar cerveja e whyski durante dias mesmo sem ter bebido a mistela (prefiro vinho da Califórnia)
Uma coisa é certa. Qualquer que seja o tamanho da vitoria da Hilária nas eleições de Terça feira ela não se vai embora. E uma semana após a Pennsylvania ela volta provavelemente a ganhar no Indiana embora deva apanhar um exugo de porrada na Carolina do Norte embora ai o Obambi ganhe porque … é preto. A Hilária está a tornar-se no Robert Mugabe do Partido Democrático. Por muito que muitos queiram não se vai embora. Tal como o Mugabe ela pensa que tem o direito à presidencia e que o povo lhe deve isso.
Abraços.
Da Capital do Império,

Jota Esse Erre

terça-feira, 25 de março de 2008

“USA-Today”: 75% dos eleitores do P.D. favoráveis a candidatura bicéfala

No mundo das sondagens, quase de hora a hora, do agitado universo politico norte-americano, hoje, o jornal USA-Today, embandeirava com uma sondagem encomendada à Gallup, onde três quartos do eleitorado democrata manifesta simpatia pela candidatura bicéfala de Hillary Clinton e Barack Obama às presidenciais de Novembro. Só uns residuais 25 por cento do eleitorado distinto dos dois rivais, se manifesta em oposição frontal a tal desígnio, acrescenta a sondagem.

A prosa do jornal norte-americano, recolhida no campo dividido dos dois candidatos democratas, alerta para a “quase obrigação” da dupla aparecer na lista para as Presidenciais Nov.08. Para evitar a erosão de votos, sobretudo, Segundo os analistas apuraram. Porque o eleitorado jovem afro-americano de Obama, caso o seu favorito não surja na disputa com McCain, recusa ir às urnas. Do mesmo modo, as mulheres brancas com mais de 50 anos, que formam a base eleitoral de H.Clinton, e cujos votos são cruciais, ameaçam abster-se caso a sua eleita não seja escolhida. A hipótese de Bill, jogada há já algum tempo, cria volume e sonho…

Entretanto, as fratricidas e siderantes rivalidades entre os dois rivais democratas, estão a dar força ao candidato republicano, John McCain, que na sondagem da Newsweek desta semana, aparece com 15 por centos de votos a mais, quer em relação a Obama, quer Hillary Clinton, no espaço do eleitorado “independente”. Sabendo-se que McCain tem um programa eleitoral muito “à direita”, em relação ao destino da Guerra do Iraque bem como da Crise Económica, os analistas favoráveis ao P.Democrático exortam os dois rivais a silenciarem os ataques pessoais.


FAR

segunda-feira, 24 de março de 2008

Da Capital do Império

Olá!

Hoje escrevo para vos dizer que o Obambi está um pouco à rasca. Vocês lembram-se que quando ele iniciou a campanha há muitos e muitos meses atrás o homem foi acusado pelos pretos de não ser suficientemente preto. Escreveram-se artigos, comentários, opiniões sobre se o Obambi era “black enough”. Depois o marido da Hilária meteu o pé na poça e insinuou que o Obambi não podia ganhar eleições porque era preto. A partir daí os pretos começaram a votar quase que por unanimidade pelo Obambi, a brancalhada que estava incerta ficou furiosa com mais uma clintonice e votou ainda mais pelo Obambi. A Hilária teve que mandar calar o Bill.
Agora o Obambi está à rasca porque está tudo a dizer que ele é preto e não é suficientemente branco. Isto porque o reverendo da igreja do Obambi, um tal Jeremias, disse em tempos que a SIDA era um plano da brancalhada para matar os pretos e que na sua igreja não se canta God Bless America mas sim God Damn America. Aparentemente isto são coisas de pretos e a brancalhada ficou ofendidíssima porque isso não é verdade e porque o Obambi lhes tinha dito que tinha “transcendido” a raça.
A barraca foi tal que o Obambi teve que ir à televisão explicar porque é que não pode denunciar e afastar-se da igreja que o “trouxe para o cristianismo” (essencial na politica americana). Para tal disse que se o Jeremias de vez em quando afirmava coisas tolas o mesmo fazia a sua avó (branca) quando fazia comentários sobre os pretos e que ele nunca tinha cortado relações com a avó.
Eu fiquei assim um pouco atrapalhado porque as avós não se escolhem, mas aqui na América, igrejas há uma cada esquina e pode-se ir a uma diferente todos os Domingos e conhecer dezenas de reverendos tipo Jeremias cada qual com a sua pancada. O Obambi poderia por exemplo ter escolhido a igreja de um outro reverendo famoso que afirma que tem que se apoiar Israel para garantir a segunda vinda de Jesus. Esse mesmo reverendo disse que o furacão Katrina foi vingança de Deus contra os homossexuais e prostitutas. O problema talvez é que esse é branco e …. ninguém notou.
Tenho a dizer-vos no entanto que os tipos das relações públicas do Obambi fizeram um trabalho excepcional pondo o “transcendente racial” em frente a umas dez enormes bandeiras americanas. Até parecia um presidente preto a falar na Casa dos Brancos (que a Hilária quer transformar em Casa da Branca).
Claro está que por esta altura vocês estão a fazer a pergunta que os americanos estão agora a fazer. O Obama é preto, branco ou transcendente?
Em primeiro lugar tenho que vos explicar que na complicada questão racial americana só há pretos e brancos. Nada pelo meio. O que pode ser confuso. Como vocês se devem sentir quando olham para as fotos do reverendo Jeremias que é mais claro do que muita malta do Alentejo e Algarve ou mesmo quando eu vou à praia. Lembro-me aliás que há uns anos atrás a presidente da Câmara de Washington era mulata de pele clara e um conhecido politico Moçambicano ficou totalmente confuso quando a mesma lhe foi apresentada.
“Tinham-me dito que era preta,” disse o tal moçambicano. “Na América é preta,” explicou um funcionário da embaixada muito sério. “Então eu sou branco,” disse o ministro moçambicano (preto). Olhou para mim e disse: “Tem a certeza que não é preto?” A malta riu a bom rir.
A razão por que o Obambi não era considerado “black enough” não era portanto por causa da sua cor da pele não ter a cor preta. A razão prende-se ao facto do Obambi não ser descendente de escravos, não ter tido família que passou pela era da segregação tipo apartheid que se viveu na América, ter sido totalmente educado por uma família branca (o pai queniano foi-se embora), não ter portanto crescido com conhecimento dos ódios e divisões raciais que marcaram o país.
E paradoxalmente essa é talvez a razão por que o Obambi escolheu a igreja do Jeremias. Na América a igreja é mais que um lugar de culto. É parte viva da cultura, é parte da identificação, parte daquele sentimento tão comum dos americanos de se querem identificar com um grupo ou uma etnia, de estarem sempre à procura das suas raízes – italiano-americanos, sueco-americanos, luso-americanos, “hispanicos”, africano-americanos etc. Uma nação construída na base de enclaves étnicos, raciais, religiosos e estaduais. Quando se pergunta a um americano de onde é, ele responde por afiliação estadual, depois étnica, depois religiosa. Uma nação sem um povo comum e daí a reverência de todos os americanos para com as suas bandeiras, os seus hinos patrióticos, a sua constituição, o seu exército. É o que os une.
O que os divide mas que continua ainda para muitos a ser a sua identificação é precisamente a sua identidade étnica, religiosa, racial, marcada por tragédias e confrontos e no caso da raça marcada pelo “pecado original’ desta nação: a escravatura. A igreja para a população negra é algo de vital. Foi o que manteve os negros juntos, onde nasceram as canções de protesto, o único lugar de reunião durante a escravatura. O único lugar de esperança e onde hoje se ouve ainda a voz irada dos protestos contra as desigualdades da sociedade, muitos deles totalmente desfasados da nova realidade mas reflexo de uma ira contra os vestígios desse passado
O Obambi que em tempos procurou a sua identidade nessa igreja pensava que podia transcender agora tudo isso. O passado apanhou-o e os clintonistas quase que não conseguem esconder o seu regozijo. A Hilária espera que o Jeremias seja o santo que a vai salvar.

Da capital do Império,

Jota Esse Erre

sábado, 8 de março de 2008

Telegramas

Quénia: Reformas globais para reforçar coligação - Os beligerantes quenianos encontraram os caminhos da paz civil, sob a batuta de Kofi Annan, o antigo secretário-geral da ONU, e de fortes pressões do Governo de GW Bush. O espectro de uma situação social e económica, à la Zimbabué, de aterradora configuração, culminou com a realização de um governo de Coligação, entre os dois partidos maiores do país, o Movimento Democrático Laranja, detido por Raila Odinga, e o União Nacional Africana do Quénia, de M. Kibaki, o polémico PR reeleito.

Numa entrevista ao F. Times, ontem, o indigitado PM e líder da Oposição, Raila Odinga, sublinhou reiteradamente, que a “coligação está assente, de facto, numa indesmentível plataforma para realizar reformas. Primeiro, reformas na Constituição e, numa segunda fase, reforma agrária. A sobrevivência deste acordo dependerá do sucesso da implementação destas medidas de base”. Isto quer dizer, nada mais, nada menos, que o Quénia vive sentado sobre um barril de pólvora. E as duas primeiras semanas, até 22 deste mês, serão cruciais na revelação das hipóteses políticas estabilizadoras que passam pela discussão no Parlamento das alterações constitucionais.

“Não se deve esquecer o passado, mas deve-se perdoar”, acentuou o indigitado PM, chefe de fila do segundo maior partido e líder populista do Quénia. Apesar dos “riscos” de um falhanço politico, de consequências imprevisíveis, Odinga aponta para as necessidades de investimento na reconstrução de largas zonas do país. Uma nova reforma agrária, que combata a desigualdade e diminua a tensão racial entre as diferentes etnias, bem como o combate à corrupção constituem outras das medidas essenciais do PM, que se assume como “executivo”, e censura os que só sabem fazer reformas no papel…

Síria/Arábia Saudita: braço-de-ferro na reunião da Liga Árabe, em Damasco? - É mais um episódio das paradoxais e temíveis interacções laico-religiosas entre as comunidades de países sunitas (waabbhistas, inclusas) e as Xiitas (lideradas pela dupla Irão/ Síria), o que estamos assistir para tentar salvar do falhanço a próxima reunião/ cimeira da Liga Árabe, aprazada para este mês, com data incerta. O rei Abbdulah, da Arábia Saudita, protector do antigo PM libanês, de ascendência saudita, Rafic Hariri, vítima de atentado mortal há cerca de três anos, envida todos os esforços para conter os ímpetos militaristas sírios e as suas ligações com o Irão, de estrutural causalidade recíproca.

O futuro do mundo árabe preocupa muito as dinastias proto-despóticas que controlam os Estados mais poderosos da zona. O inverosímil desenvolvimento do Xiismo ortodoxo mais radical, que se está a acentuar no Irão, onde as Legislativas dentro de uma semana, poderão revelar um novo endurecimento do regime político-religioso dos Guardas da Revolução em conluio com o clérigo, sob o alto patrocínio de um Guia Supremo, Khamenei, que desiludiu tudo e todos, ao tomar partido pelas medidas e ambições de Ahmid-Nejhad, tem vindo a dar força ao ambíguo PR sírio, Bashar-El-Assad, para ridicularizar a presença naval e militar dos EUA no Golfo, e tentar perpetuar o controlo politico do Líbano, ad eternum.

Dois politólogos especialistas nas questões do Médio Oriente, das Uni. de Princeton e Oklahoma, disseram ao NY Times, hoje, que o rei saudita jamais perdoará as ofensas que o PR sírio lhe fez, aquando da guerra relâmpago do Hezbollah contra Israel no Líbano, por um lado. Por outro, os sírios querem obrigar os sauditas a financiar tudo, esperando exaurir , a longo prazo, o bom estado de saúde das finanças sauditas, acabando por os vencer no terreno dos jogos de influência, o que parece ser uma miragem sem sentido nem consistência dos conselheiros do PR sírio.

EUA: revista Rolling Stone apoia Obama - O último número de R. Stone-revue, uma das mais fascinantes experiências do New Journalism mundial, apoia sem subterfúgios Barack Hussein Obama como candidato democrata à Presidência dos EUA. Em termos laudatórios e surpreendentes, a jornalistagem traça mesmo uma iconografia da “maquinaria da esperança” que deve ter a ver com os célebres conceitos de Deleuze/ Guattari sobre máquinas desejantes e corpos sem orgãos, o que não é despiciendo… “Graça, extraordinária honestidade emocional e intelectual, inteligência, juventude e magnetismo”, é o cortejo de elogios dispensados pelo famoso magazine. Que para fazer ainda mais engagé, como diria o outro, cita uma fonte anónima do staff de GW. Bush, da banda dele, que invoca com entusiasmo que Obama está a “implementar uma máquina de esperança e marcha”…Das últimas novidades da equipa Obama, há a reter uma série de demissões no organigrama dos conselheiros, ao que parece insatisfeitos com o fraco peso étnico dos afro-americanos nas instâncias programáticas nucleares do candidato. Tudo se decidirá na Pensilvânia, com efeito!

FAR

quarta-feira, 5 de março de 2008

Da Capital do Império

Olá,

Os Obamaníacos estavam à espera que Terça-feira fosse o funeral da Hilária. Em vez disso o “Expresso Obama” embateu na muralha clintoniana formada pela brancalhada velha, feminina e operária e perdeu de forma contundente. O Obamessias foi reduzido outra vez à sua condição inicial de Obambi e vai ter que continuar a ter a audácia de vender esperança ao pessoal e ter esperança que o eleitorado acredite.
A Hilária não podia deixar de esconder a sua alegria no Ohio onde graças à brancalhada operária venceu folgadamente. E para chatear mais os Obamaniacos até troçou do Obama pondo o seu eleitorado a gritar “ Yes we will” (sim vamos) numa menção clara ao slogan de Obama “Yes we can” (sim podemos)
Isto depois de tal como prometido a campanha de Clinton ter começado a atirar com a loiça da cozinha ao Obama fazendo publicar fotografias do Obama com um turbante na cabeça e vestido de chefe Somali. O turbante era branco e as vestimentas encarnadas e brancas e eu quando vi a foto pela primeira vez pensei que fossem as vestimentas das aeromoças da Swiss Air.
Depois a Hilária pôs um anúncio com umas criancinhas a dormir e um telefone vermelho a tocar enquanto uma voz profunda dizia: “são três da manha. Quando o telefonar tocar na Casa Branca a anunciar uma crise quem é que quer que esteja no comando?”. A brancalhada velha, as mulheres e os operários pelos vistos apanharam um cagaço a imaginar um tipo de turbante e fato da Swiss Air a responder ao telefone na Casa Branca e deram o voto à Hilária.
Que contudo vai ter que atirar mais loiça ao Obambi para ver se este perde a figura de “cool kid” e começa a meter os pés pelas mãos a vender a “esperança e a mudança”.
É matematicamente impossível à Hilária ultrapassar Obama na contagem de delegados à convenção do Partido Democrático, pois mesmo nos poucos estados onde perde, Obama continua a obter boas percentagens eleitorais que são suficientes para manter a liderança.
A campanha eleitoral de Obama foi desde o início baseada na estratégia de vencer o maior número possível de pequenos e médios estados e garantir boas percentagens nos grandes estados como Califórnia, Nova Iorque, Nova Jersey, Ohio e Texas.
Ironicamente nos últimos dias Obama foi vítima do seu próprio sucesso. Se em Janeiro quando se iniciou a campanha poucos poderiam prever que Hillary Clinton estivesse hoje a lutar pela sua sobrevivência politica, as 12 vitórias seguidas antes de Terça-feira começaram a dar a Obama a aura de inevitabilidade com muitos dirigentes partidários a começarem a exortar Clinton a abandonar a corrida para bem do partido.
A sua derrota no Texas por margem mínima poderá com efeito ser vista como um extraordinário avanço eleitoral que contudo foi afogado no meio de cabeçalhos sobre “o regresso” da Hilária ou “o descarrilar do Expresso Obama” . Eu cá teria escolhido um cabeçalho mais Hollywood para a sua vitoria no Texas “Country for Old Woman”.
Tendo em conta a matemática para Clinton contudo a sua única possibilidade é apostar agora em ganhar folgadamente a Pensilvânia em 22 de Abril onde estão em jogo mais de 180 delegados para poder reivindicar que só ela tem a capacidade de garantir os grandes estados nas presidenciais de Novembro.
Sabe-se que a incapacidade de Obama ganhar nesses grandes estados e de ganhar entre a brancalhada operária é uma preocupação para os líderes do partido.
Os “super delegados” terão depois que decidir entre isso e o facto de que Obama provavelmente terá mais delegados à sua conta e muitos mais estados do seu lado.
A luta pelos super delegados (membros do congresso, governadores estaduais, líderes Democráticos estaduais, antigos presidentes e vice presidentes e os membros do Comité Nacional do Partido, enfim os “aparatchiks” do partido) ameaça pois tornar-se numa luta que poderá dividir o Partido Democrático par regozijo dos Republicanos. E meu, pois nada me entusiasma mais que eleições americanas com anúncios na televisão a dizerem mal uns dos outros e a meter cagaço ao pessoal.
Vai portanto haver porrada. Da grossa. A Hilária e o Bill estão a borrifar-se para a matemática e sentem–se com direito à presidência conjunta. O Obambi tem que começar a habituar-se a apanhar com a loiça da cozinha que a Hilária lhe vai lançar (como disse a sua campanha) no meio de sorrisos. Será talvez tempo do Obambi recrutar uns cães de fila para responderem do mesmo modo. As dezenas de milhões de dólares que ele continua a receber devem dar para isso.

Abraços,
Da capital do Império

Jota Esse Erre

Máquina Clinton vence no Ohio e no Texas por diferença vital

A fazer fé no jornalista do NY Times, Patrick Healy, a máquina eleitoral dos Clinton, mudada de alto a baixo nas últimas semanas, está a conseguir a queda no abismo de um dos clãs políticos mais badalados do Universo. A dureza do discurso de Hillary contra Obama, o facto do irmão deste estar implicado num processo-crime e o mundo hispânico dos emigrantes latino-americanos, deram mais um suplemento de fôlego à postulante. Obama que se cuide, portanto. Os caciques do Partido Democrático parece já olharem de outra maneira para a mulher de Bill. O afluxo de doações para a campanha dos Clinton atinge a soma colossal do 1 milhão de dólares por dia, nas últimas semanas.
A candidata explorou a aparente falta de experiência do senador de Illinois, houve derrapagens na campanha de Obama e a mulher de Bill evitou o pior, como se especulava. De assinalar, que Barack Obama perdeu em todos os grandes centros urbanos do Ohio e do Texas, o que “obrigou” o estado-maior do PD a pensar em dar uma cambalhota para vir, de novo, como ao longo de 2007, apoiar Hillary Clinton.


«Hillary Clinton has been enjoying her first real burst of momentum lately, thanks to her new advertisements and speeches questioning Obama's abilities in a crisis, raising the fact that he has not convened his Senate subcommittee to hold hearings on the Afghanistan war. A potentially embarrassing trial of a former Obama friend and contributor has begun. And major Clinton fund-raisers said that one big victory on Tuesday night would be enough to energize donors and keep $1 million or more flowing in daily.

"Each time people think we're down, like after Iowa, or South Carolina, or the February primaries, Hillary has found ways to come back up," said Jonathan Mantz, the national finance director of the Clinton campaign.

The results will also embolden her campaign's efforts to persuade the Democratic Party to factor in the delegates from Florida and Michigan, her advisers say. The party counted out those states after they moved up their primaries; Clinton stayed on the ballot in both and "won" them in January — despite having no real competition in Michigan and no real campaign in Florida. In a sign of her thinking, She shouted out to them in her Ohio victory speech Tuesday night.

"If we want a Democratic president, we need a Democratic nominee who can win the battleground states, just like Ohio," she said. "We've won Florida, Nevada, New Mexico, Arizona, Michigan, New Hampshire, Arkansas, California, New York, New Jersey, Massachusetts, Oklahoma and Tennessee!"

But for all the millions of votes Clinton has now won, simple math is still her enemy. She needs to use Tuesday night to persuade superdelegates — the hundreds of party leaders who have a vote on the nomination — to stop abandoning her. Or, at least, stop long enough for Clinton to damage him with a line of attack, goad him into a colossal gaffe (or watch him make one on his own) or rely on the media to unearth a campaign-altering scandal about him.

But it is not clear if Ohio and Texas were enough to give Clinton — a politician who has been a known quantity for 16 years— a real chance for a fresh assessment by the many superdelegates who know her well.

"The great irony is, she is now the 'hope' candidate," said Dan Gerstein, a Democratic strategist who backs Obama. "She can only hope to catch some breaks and catch Obama stumbling."
»
Patrick Healy. New York Times


FAR

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Presidenciais USA: A longa maratona de Obama…

Barack Hussein Obama está a pulverizar todos os mitos da política americana. Se perdeu a intenção de voto do NY Times, está a um breve passo de ganhar os favores do magnífico Grupo Editorial The Economist/Financial Times. O que é surpreendente, mas se situa fora da arena principal da maratona presidencial USA. De qualquer das formas, espera-se a intenção de voto do Washington Post e da cadeia de jornais, rádios e Tv´s que se lhe associam, para breve.

Num artigo do colunista Gideon Rachman( F.T.), datado de ontem, é escalpelizada, a sério, a estratégia política posta em acção pelo senador do Illinois. Nomeadamente, é dissecada a genealogia política das mais célebres frases de Obama. Os resultados são espectaculares: Obama, o terceiro afro-americano a ser eleito para o Senado, desde 1867, tomou cocaína na adolescência e doutorou-se em Direito por Harvard, onde dirigiu a prestigiosa Revista de Direito. Desde 2000, posicionou-se no Partido Democrático, ajudou John Kerry e montou um staff de operacionais muito politicamente incorrectos…

Obama, segundo o articulista do F.Times, accionou uma plataforma à la Pirro para conquistar a Casa Branca.. E indica que o antigo editor do The Times de Londres, William Rees-Moog, o considera tão inspirado como JF. Kennedy; mas, o espanto,”muito melhor orador” do que o antigo presidente assassinado em Dallas, em 1964.

Rachman jura que o staff de Obama “copiou” bem a essência dos pedaços de discursos e de palavras de ordem célebres de Churchill, Kennedy e Martin-Luther King. Mas o melhor está na descodificação que o colunista do FT opera sobre o refrão mundialmente famoso já, “Yes we can”. Assegura, pois, com a fórmula do duche frio, que Obama despojou um discurso de Peter Sellers, comediante inglês dos anos 60…

So Mr Obama is not (only) relying on empty exhortation because that is all capable of. It is a deliberate political strategy. And it makes sense. The more a candidate gets stuck into the detail, the more likely he is to bore or antagonise voters. Appealing to people´s emotion is less dangerous and more effective", sublinha.

FAR

Caça ao voto hispânico no Texas



"Video Description
By Barack Obama Last fall, Latina Lista sent an invitation to the major presidential candidates of both parties to "blog" on Latina Lista as a way to address our readers. As the campaigns are regrouping after what can only be described as a successful night for both of the Democratic frontrunners during the Super Tuesday elections, one Democratic candidate, who has yet to address Latina Lista readers, decided to forego some sleep and contribute a post. By now in this campaign season, Senator Barack Obama is a familiar face. This Illinois Senator with a degree from Harvard was the first African-American president of the Harvard Law Review. He spent his early days after law school graduation practicing civil rights law and teaching constitutional law. His experience in grassroots organizing helped lead to his bid for the Illinois State Senate where he served for eight years. In 2004, he became the third African American since Reconstruction to be elected to the U.S. Senate. Today, Senator Obama shares his vision of the future and what he plans to bring to all the people who call the United States home. I want to thank Latina Lista for giving me the opportunity to contribute to the blog and to talk about change in this great country with the Latina community. Since the day I was born, I have been surrounded by strong women. I was raised by a single mother, have married a strong independent woman who has blessed me with two beautiful girls and now I'm trying to raise them to pursue their dreams no matter how big, and become future leaders. As a son, husband and parent I am well aware that women are the core of family. Mothers, wives and sisters are the ones who protect us, care for us, teach us and encourage us. I also know that for women of all backgrounds, keeping their families together is a top priority. It is no secret that Latino families are being separated from their families every day in this country because of raids and deportation policies that do not take family and humanity into account when trying to enforce laws. Si se puede -Latinos, Barack Obama no se hecha para atrás en lo que dice. A diferencia de Hillary Clinton, Barack aun apoya las licencias de conducción y un camino humanitario hacia la legalización. Incluso enfrentando gran oposición el estuvo firme en contra de la guerra desde el principio, y no se dejo influenciar como Clinton que voto a favor una la guerra basada en mentiras que tantos muertes ha causado. Barack Obama tiene la integridad y honestidad para traer el cambio necesario a este país. El no le dice una cosa a un grupo y otra a otros solo para conseguir votos: En la iglesia de Martín Luther King Jr el le pidió a la audiencia afro-americana que dejaran atrás la discriminación a otros grupos y que valoraran a los inmigrantes no como competencia sino como compañeros en la busca de oportunidad... En el debate televisado por CNN, mientras Clinton mantuvo una posición hostil respecto a la influencia de los inmigrantes en la economía de otras minorías, Barack Obama le dijo de frente que no se le puede hechar la culpa a una minoría cuando obviamente el problema económico es uno que sufrimos todos y es causado por la falta de inversión en infra-estructura, educación etc. Una economía en la cual el país invierte billones y billones de dólares en una guerra sin razón. Barack Obama no quiere dividirnos como Hillary, el quiere unir al país y sanarlo. Inspirarnos a ayudarnos los unos a los otros y tener una política exterior que exhauste las posibilidades diplomáticas antes de iniciar cualquier guerra. Obama, con un trasfondo racial mixto, y familia inmigrante, simboliza la armonía entre las distintas etnias y minorías de estos Estados Unidos de Norte América. Keywords: barack obama music videos latinos, Si se puede, Viva Obama, Amigos de Obama, Hispanic, TX, Houston, El Paso, Dallas, Corpus Christi, El Valle, Mariachi, Ohio, Democratic primary, caucus, Hillary Clinton, pledged delegates, superdelegates, African Americans"

Jota Esse Erre