quinta-feira, 5 de janeiro de 2006


Ilustração de Ivone Ralha


Porque não me vês

Meu amor adeus
Tem cuidado
Se a dor é um espinho
Que espeta sozinho
Do outro lado
Meu bem desvairado
Tão aflito
Se a dor é um dó
Que desfaz o nó
E desata um grito
Um mau olhado
Um mal pecado
E a saudade é uma espera
É uma aflição
Se é Primavera
É um fim de Outono
Um tempo morno
É quase Verão
Em pleno Inverno
É um abandono
Porque não me vês
Maresia
Se a dor é um ciúme
Que espalha um perfume
Que me agonia
Vem me ver amor
De mansinho
Se a dor é um mar
Louco a transbordar
Noutro caminho
Quase a espraiar
Quase a afundar
E a saudade é uma espera
É uma aflição
Se é Primavera
É um fim de Outono
Um tempo morno
É quase Verão
Em pleno Inverno
É um abandono

Fausto

4 comentários:

Anónimo disse...

Lindo quadro! MM

Anónimo disse...

Este poema do Fausto é sublime, e cantado entra-nos pela alma, instala-se e nunca mais sai. Nunca o oiço.
Marlon

Anónimo disse...

é tudo muito bom, pintora, pintura e o Faustão, pois então

Anónimo disse...

Boa, Ivone!!!
Beijinhos
MJoão Amaral