A intenção de Manuel Alegre manter vivo o movimento que o apoiou na corrida presidencial não deixa de ser patético. Não percebeu que os seus apoiantes o fizeram porque não se queriam submeter ao espartilho partidário criado pelos verdadeiros responsáveis pela vitória de Cavaco Silva. Estamos a falar de Mário Soares, José Sócrates, Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã. Pode-se já dizer que foi a arrogância da esquerda que acabou por colocar Cavaco em Belém. Louça e Jerónimo ficaram muito contentes com os resultados partidários. Só que nestas eleições o objectivo principal era derrotar a direita e não obter um bom score do seu partido político. Para Mário Soares a corrida foi como uma erecção matinal aos 81 anos: para esquecer. Sócrates perdeu as eleições mas ganhou o melhor inquilino em Belém para executar as suas políticas. Manuel Alegre foi o refúgio de milhares de pessoas que se aperceberam à última da hora aquilo que os partidos não viram ou não quiseram ver: a necessidade de uma unidade da esquerda.Quanto ao movimento cívico de cidadãos faz-me lembrar o PRD de má memória. A mobilização de Alegre ao longo da campanha não foi famosa. As campanhas do movimento cívico cheiram-me que irão ser piores. Vão dar cabo do que restou da visão que um milhão de eleitores: uma unidade genuína e espontânea que acreditava que as décimas da última esperança ainda chegariam a tempo de obrigar Cavaco a calçar de novo as pantufas, depois de perder a segunda volta.
1 comentário:
è uma perspectiva. Acho que Cavaco ganhou bem e o resto faz parte da história. Vocês têm é mau perder. Cavaco Silva veio trazer esperança, mesmo à esquerda. Vejam o que vocês fizeram. Cinco candidatos? Onde é que pensavam chegar? Isto não é uma corrida de S. Silvestre, mas para a esquerda parecia que sim. Agora curvem-se perante o novo presidente e aguentem. Isto chama-se democracia, lembram-se?
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