Aquelas biscas lambidas da direita portuguesa, a tal que o Marcelo Caetano apelidava de mais estúpida do mundo,que tentam impingir o produto Cavaco Silva , a qualquer preço, não fazem ideia do que as espera: petróleo mais caro e uma União Europeia a esvanecer-se por causa da pressão insuportável do crescimento chinês e da tensão ao retardador do Médio Oriente. Com quem é que Anibal se quer aliar? Mesmo Berlusconi pode vir a ter que fazer uma Grande Coligação com Romano Prodi para salvar o que resta de uma economia desfeita... A arrogância de Cavaco Silva faz parte do album de recordações dos miguelistas e trauliteiros do mais sinistro pseudo-nacionalismo lusitano.
A impertinência e a chantagem da proliferação nuclear lançadas pelo novo líder iraniano, Ahmadinejad, podem criar uma catástrofe geopolítica estrutural no Golfo Pérsico, provocando uma subida mais expressiva do preço do barril de petróleo e tornando os putativos fariseus da coexistência económica global- EUA, China,Índia e Rússia-em parceiros opostos e diferenciados de um afrontamento múltiplo e sangrento. Alexandre Adler, no seu mais recente livro- " Rendez-vous avec L´ Islam "- ventila tal hipótese como o princípio do fim do crescimento imparável da economia chinesa, por um lado; e, por outro, como o início de uma recessão intercontinental que deixaria a Europa e os EUA de rastos. Dois cientistas sociais minimizam tal eventualidade num texto publicado no NY Times desta semana, que possui o mérito de aprofundar as questões de uma forma clara e sintéctica.
Sabe-se, com efeito, que Teerão assenta hoje em dia a a sua arrogância política activa no pressuposto de uma confortável almofada de divisas externas fortes, provenientes das exportações de crude e da concessão de diversas explorações . A raíz do problema e da congénita instabilidade política e social radica, tão-só, na falta de discernimento ideológico do novo homem-forte de Teerão, de quem se desconhecem as afinidades ideológicas mais profundas e dinâmicas em acto:"estará ligado de pés e mãos com as confrarias sunnitas integristas, Irmãos Muçulmanos egípcios e sírios, os oulemas sauditas, a nebulosa Al-Qaida para não se falar dos talibans pathans? ", questiona Adler.
Os dois politólogos da Universidade de Berkeley, D. Zahedi e O.Memarian, pontuam no artigo conjunto publicado no NY Times- Um demagogo no imbróglio iraniano - que " os lideres do Ocidente deveriam levar em consideração o que diz o arrogante e bluffista recém eleito presidente do Irão sobre as questões maiores do seu projecto político regional e deameaça nuclear". Está em jogo a integridade regional do Irão e a segurança do mundo Ocidental, admitem.
" O exército americano está atolado no Iraque e no Afeganistão, e os EUA deram a primazia ao controlo e fiscalização nuclear da Coreia do Norte, prioritariamente ao do Irão. Caso venha a ser ameaçado, o Irão pode espalhar a devastação militar e social no Afeganistão, Iraque, Libano e Israel, pelo menos.Informações distorcidas podem inclinar o líder iraniano a responder a uma escalada militar norte-americana",acentuam os especialistas de Berkeley University,e avisam, que " mesmo se o Irão jogar a carta religiosa com os Sunnitas, posicionados em vários países da zona,inimigos frontais dos chiitas", o que parece estar em jogo, " diz respeito a um ajuste de contas de Ahmadinejad contra os seus rivais internos e o esmagamento das franjas modernistas da sociedade iraniana ".
FAR
1 comentário:
Caro Armando se há coisa que eu admiro no 2+2=5 é o facto de podermos ler textos que nos relatam preocupação com aspectos menos agradáveis da nossa sociedade actual sempre com uma pitada de humor.
Este texto no entanto superou todas as expectativas
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