segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

Contos do Ano Novo .5

Nestes tempos de eleições recordo-me sempre de outros tempos, com outras eleições. Não, não é uma história do antes do 25 de Abril. É de depois. Pouco depois. Mas as coisas não eram fáceis. A malta mais politizada lia Reich. Falava da necessidade de uma companheira para levar a cabo a revolução. Sonhava com o aproveitamento das descargas orgasmáticas para mover o país. Muito, muito longe do Cavaquistão. E, no entanto, tão perto. Bem sei que isto é um exagero! Ele era delicado, oferecia-lhe flores. Ela gostava. O problema era com o colectivo e com as sessões de crítica e auto-crítica. Receber flores era um acto da burguesia. Ele levou com os pés por esse revolucionário motivo. Ficou ressabiado. Não gosta de democracias directas. Ela desposou um quadro da Frelimo.

Josina MacAdam

2 comentários:

Anónimo disse...

Entendi e gostei muito.
Estive em 2 ou 3 que se chegou á conta-critica!

Anónimo disse...

Josina, sempre em forma, com escrita escorreita e ironia sublime.