O nosso tempo é paradoxal. Parece-nos ver a prosperidade em todos os intervalos de emissão. O ethos confunde-se com a aparência. Somos tão enganados quanto mais nos queremos enganar, e tudo vale para esta auto-comiseração: o "alter-mundialismo", as teorias da "Esquerda" pragmática ou da "Esquerda nacionalista", os religiosos ultraliberais, os ultrareligiosos liberais; todos pensamos convencidos da essencial marcha em frente da História.
O que vos queria propor agora é que esquecêssemos a marcha em frente. Que víssemos a História numa outra perspectiva. A tese (que não só minha), será que nem estamos sempre a andar necessariamente para a frente, nem que da História só possamos reter repetições de momentos.
(Tese dificil de entender, pois que a Psique humana funciona sobretudo sob as premissas da continuidade e da repetição).
Esta ideia estranha pretende que entendamos o movimento histórico como sucessão de momentos de poder e de crise. Entenda-se por uma vez este conceito: a História dos homens significa-se por um movimento dialético ascendente entre os homens do Poder e os homens da Crise. Entenda-se de uma vez por todas: nenhum poder sai incólume de uma crise, todas as crises se referem ao poder que as subjaz.
Neste momento de crise, os neo-liberais pensam poder reduzir tudo à aparência do existente, os esquerdistas à antiga vivem num beco sem saída. Nada mais natural: todos são homens do passado. A crise requer novos paradigmas de análise.
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