Po-ética quatro
difícil equilíbrio
o de caminhar uma vida sobre as pernas
o quatro fazer
para que te quero pernas senão desandar?
mais frequente andar é fazê-lo
às costas de alguém
dos convictos adeptos do tinto não reza a história
dos arrivistas sim
Po-ética cinco
são os dedos da mão
que calam fundo quando sobrepostos em coração
tresmalhada janela de cheiros e olhares
e as quinas cinco são
essa erecção nada dúctil de ementas pátrias
o que se chama
somando-os
dedos e suas metáforas
contraditório
pois nada mais útil que as mãos
e nada mais desútil que a pátria
mas a mão
mesmo inteira
e há as que não o sejam
sem a cabeça indicadora
pode apenas ser para terceiros
e muito acontece esta circunstância
chama-se a isto desarticulação
obediência ao tendão alheio
f.arom
(continua)
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