quarta-feira, 3 de maio de 2006

Berlim, queda do Reichstag, 2 Maio de 1945
Fotografia de Evgueni Khaldei
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É das fotografias mais impressionantes e mais polémicas do século XX. Tirada com uma Leica por Evgueni Khaldei, mostra o içar da bandeira soviética por um soldado no Reichstag, fez ontem 61 anos. Há quem a considere uma fraude e há quem a coloque como o símbolo máximo da queda dos nazis. Mas não deixa de ser "aquela" fotografia que qualquer fotógrafo que se preze desejaria tirar uma vez na vida.
Nesta última ofensiva do exército soviético para chegar a Berlim, morreram pelo menos 70 mil soldados. Para Stalin era fundamental chegar à capital alemã antes dos americanos. Desconfiava de uma ofensiva preparada por Roosevelt e Churchill. Ao que parece, havia algum fundo de verdade, mas pouco mais se sabe. Hitler tinha-se suicidado dois dias antes. A divisão da Alemanha veio pouco tempo depois. Mas a forma como as tropas soviéticas chegaram a Berlim e os reais custos humanos da ofensiva, nunca foram bem explicados por quem o deveria fazer. Os soviéticos ontem e os russos hoje.

5 comentários:

Anónimo disse...

A fotografia, verdadeira ou falsa, é de facto impressionante pelo seu simbolismo. Talvez mesmo nenhuma outra imagem seja capaz de representar tão bem a tragédia do século xx. Sobre as ruínas do nazismo erguia-se vitoriosa uma besta não menos feroz, a do comunismo que se expandia agora pela Europa, primeiro, e depois pelo mundo, com o seu cortejo de atrocidades e equívocos salvíficos. Seria necessário esperar por Berlim, outra vez Berlim!, em 1989, para que derrocada do comunismo vitorioso em 45 se desse por fim. E o que sobra de 1989? Finalmente a liberdade? Em grande parte a resposta é sim. Mas também sobra uma Europa exausta, farta de si, sem convicção e projecto, nihilista e anestesiada, incapaz sequer de sentir o que a ameaça verdadeiramente, por dentro e por fora. Talvez a Europa pós-histórica de que falava Kojève. Mas nenhum equívoco haverá maior do que o de uma Europa insularizada na pós-história, se nas suas fronteiras indecisas a história prossegue, com a lei férrea da sua disjuntiva: entre devorar e ser devorado...

Anónimo disse...

Se esta é a fotografia de uma cena montada? É.
E a prova está na própria imagem: o soldado tem dois relógios no pulso.
Dificilmente estaria, ao mesmo tempo, no saque e no assalto ao Reichstag.
Ou então, estava há mais de um dia, pelo menos, em Berlim.

E é por isso que a considero a mais monumental imagem de propaganda.
Afinal Evgueni Khaldei concebeu e soube fotografar um "quadro" de tamanho impacto.
Não é um instantâneo.
Por isso ainda é mais notável

Armando Rocheteau disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Se os americanos tivessem conseguido cheger primeiro,teriam conseguido fazê-lo sem derramamento de sangue? Ou que explicação dariam paro os mortos que provocassem? A mesma que dão para a meia dúzia de mortos no Iraque?

Anónimo disse...

Americanos ou russos, veio o diabo e escolheu. Tudo melhor que os alemães, que felizmente perderam.