Esta questão necessita, para ser correctamente entendida, que a analisemos pelos seguintes vectores: 1) haver ou não necessidade de uma mudança no paradigma organizacional da sociedade actual; 1.1) haver uma "justificação" para essa necessidade; 2) essa necessidade se poder, ou não, consubstanciar sob a forma de uma "revolução"; 2.1) como entender, face ao actual paradigma, a forma, ou formas, que tomará, ou poderá tomar, essa hipotética "revolução"; 2.2) quais as possibilidades (reais) de tal acontecimento existir; 2.3) quais as implicações, positivas e negativas, da revolução, ao acontecer. Cada um destes vectores e subvectores merecerá um post diário, que espero servir também como porta aberta ao debate de ideias e às contribuições de todos. A minha perspectiva deve ser entendida assim mesmo, como "minha", sem quaisquer pretensões de cientificidade, que esses tempos em que se não percebia a volatilidade do pensamento humano, felizmente, já lá vão, mesmo que alguns o neguem por conveniência, seja daqueles que não conseguem viver sem o determinismo do amanhã que canta, seja dos outros a quem esse determinismo serve como uma luva para justificação por inversão do seu imobilismo, resignação, ou por vezes mesmo cumplicidade.
Nota: Este post marca também o meu regresso em "full-time" ao 2+2=5. Durante alguns meses pouco aqui escrevi, mas, talvez também por isso, outros garantiram a qualidade e o intersse que este blogue continua a ter. Novos colaboradores surgiram; o Armando Rocheteau manteve o seu ritmo de publicação e a sua marca de divulgador; e quero destacar o António Oliveira, que cada vez mais se revela como blogger de primeira.
4 comentários:
André Carapinha: Passe a injustica das avaliacoes, o empertigado das avanias e sugestoes-fantasmas, a sua proposicao-programa merece o meu apoio incondicional. O blogue precisa de quem discuta livros, de quem os leia em voz alta e de aprender a discutir sem funalizar.Como dizia Guattári-in Écrits pour ´L´anti-Edipe(2004) - para mudar " os dados dos problemas políticos e sociais importa fomentar o descentramento dos objectivos, destruir as hierarquias,favorecer o polycentrismo funcional e recurrencial e apostar na polivocidade das intervencoes, mesmo fomentar a sua duplicidade. Trata-se de promover, à maneira de Marx, sem definicoes prévias ".
A ideia é boa e ultrapassa claras limitacoes do Blogue, que vive de comentários light à actualidade política e cultural portuguesa, sobretudo. FAR
A questão aqui post(a) prece-me ser de urgente resposta. A sociedade como a conhecemos hoje tende a chegar a um fim, proventura violento. O capitalismo é como uma fogueira. Quanto mais rápidamente arde e se expande, mais rápidamente se apagará. Consume tudo o que existe para deixar no nada mais que cinzas. Ou encontramos um travão a este tipo de sociedade ou ela acapará por implodir com todos os males sociais que isso acarretará. Há que acabar com o consumismo, a ideia de produtividade e competitividade que nada mais faz que esgotar os já limitados recursos do planeta. Aqui, seremos sempre infelizes já que teremos sempre algum objecto de desejo que ainda não possuimos. Há que por um fim a estas ideias ou será o tempo a faze-lo, só que de forma muito mais violenta.
Energias alternativas, para já! Face ao intangivel preco-padrao do ouro negro, que nao deve baixar, urge pensar a alternativa energética total. Trata-se de uma verdadeira revolucao verde. Irá limitar a posporrência actual de estados-produtores, que raiam na via ilegal e anti-democrática: Irao, Russia, Arábia Saudita, Sudao, Nigéria, Angola, Venezuela e Tchad, pelo menos. A limitacao e alternativa do consumo de crude irá rectificar a experiência democrática( ou os deslizes autoritários...) em curso nesses citados estados, cujo poder político é estimulado na sua deriva autoritária pelos lucros piramidais do barril de crude a 70 dólares. O aprofundamento da democracia passa pelo incremento das energias renováveis, a pesquisa científica pró - automóveis limpos e de baixo consumo, onde o Japao leva vários patamares de avanco sobre a Europa, e um novo processo civilizacional de ser e estar no mundo e na vida, sem o desperdício enorme e irrecuperável de energias fósseis e altamente poluidoras.Existem milhares de textos e intervencoes sobre tal estratégia vital de qualidade democrática avancada. FAR
Nota:
Camarada André, a quem quer fazer uma revolução exige-se que cumpra o prometido.
Depois do périplo holandês o camarada desapareceu.
Voltou agora para nos esclarecer e, pelos vistos, já se eclipsou de novo.
Regresse nas calmas mas não prometa nada.
Lembre-se que a pontualidade e a assiduidade são também importantes em múltiplas actividades das nossas vidas, mesmo em part-time.
Será que o camarada está com sintomas de senilidade?
Saudações revolucionárias e blasfemas!
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