terça-feira, 9 de maio de 2006

Europa em versão soft até quando?

27 cafés com tradição literária de toda União Europeia vão assinalar hoje o Dia da Europa. Desta vez são os bolinhos e a literatura que comemoram um projecto que ainda está muito longe daquilo que todos esperávamos. Ou seja, a crise de legitimidade e de governabilidade continua a bloquear o projecto europeu. O grande salto que muitos pensavam que seria ser dado com o Tratado Constitucional fracassou. A crise instalou-se na França e na Alemanha, os países que sempre foram os motores do projecto europeu. Os novos desafios do alargamento estão a ser olhados com desconfiança, em especial a adesão da Turquia. As relações com os países árabes da região já conheceram melhores dias e a hegemonia dos Estados Unidos continua a fazer-se sentir mesmo em matérias em que os europeus dão cartas. Alguns países da União Europeia estão curiosamente mais próximos dos Estados Unidos do que da sua UE. Estou a referir-me principalmente aos ingleses, em particular a Tony Blair, que continua a apoiar a declaração de guerra de Bush. Muitas dessas regiões, agora em conflito, estão historicamente ligadas à Europa e algumas têm inclusivamente percursos comuns. Neste caso, a UE poderia ter um papel importante na imposição de negociações pela via pacífica, se quisesse. O que agrava este estado de coisas é que esta incapacidade do velho continente se impor acaba por colocar nas mãos dos ultraconservadores norte-americanos o poder da guerra. Esta impotência aflitiva revela que o nascimento de uma verdadeira União Europeia continua em stand by. Como resolver este imbróglio? Não sei. Vou até ao Martinho da Arcada beber um café, comer um pastel de nata e tentar falar com Fernando Pessoa sobre o assunto.

7 comentários:

Anónimo disse...

Tropicália Jacta Est!

Kaos disse...

A Europa ao aceitar participar na corrida da globlização capitalista aceitou também um desafio quase impossivel. Não só pelo egoismo dos estados, mas muito mais pela sua inviabilidade. Existe um nivel de vida e de direitos que tornam os produtos europeus incapazes de concorrer com outras economias onde o trabalho é de quase escravidão e os direitos nulos. Um combate desigual.
Há que repensar melhor qual o modelo de desenvolvimento e de comércio que defenda a Europa de uma situação quse impossivel de alterar. Afinal porque havemos nós de aceitar um regime que nada mais faz que nos retirar direitos e nos piora as condições de vida? Eu por mim digo, não obrigado

Anónimo disse...

Na Albânia é que se estava bem. Com os direitinhos todos fechadinhos a sete chaves, a planar acima dessa coisa imunda que é a economia, e cá sem tretas de aberturas ao exterior. Quem diz Albânia diz socialismo em geral...

Haverá alguma maneira de explicar aos horrorizados com a globalização que a China e a Índia são oportunidades fabulosas de negócio para os países desenvolvidos, desde que a China e a Índia nos possam vender o que fazem mais barato e melhor do que nós, para arranjarem dinheiro para comprarem o que só nós podemos (por enquanto) fazer? Quem diz negócios, diz mais e melhores empregos, etc. Mas é assim tão difícil compreender isto?

Anónimo disse...

Ultrapassar a manta de retalhos em que a Europa se encontra actualmente é dificil, mas não é impossível. tal só será possível com líderes visionários e corajosos. O que não acontece no presente. No entanto, escancarar as fronteiras ao mundo num acto neoliberal tresloucado, não é sensato. Veja-se já nas consequências e as coisas apenas começaram.
Há que conter o instinto neoliberal que há em alguns de nós...

Anónimo disse...

O Sócrates não é visionário e corajoso?

E, para além de tudo, é a esquerda que nos resta.

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