terça-feira, 16 de maio de 2006


Pintura de Luís Ralha




fim de poema

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Para que nem tudo vos seja sonegado,
cultivai a surdina.
Eu fico em surdina.
Em surdina aparo
os utensílios,
em surdina me preparo
para morrer.
Amo, chut!, em surdina;
a minha vida,
nesga entre dois ponteiros, fecha-se
em surdina.


Sebastião Alba

3 comentários:

Anónimo disse...

Apenas uma palavra. Uma súplica apenas. Apenas uma aragem. Apenas uma prova de que ainda estás vivo e à espera. Não, nada de súplicas, apenas um respirar, respirar não, apenas estar pronto, estar pronto não, apenas um pensamento, um pensamento não, apenas o sono tranquilo.

Franz Kafka
Do espólio, na bela tradução de João Barrento,
in Parábolas e Fragmentos, Assírio & Alvim.

Anónimo disse...

Gostei.

Anónimo disse...

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