Entre nós, e já amanhã, garante o "Jornal de Notícias". Aqui
9 comentários:
Anónimo
disse...
KGB desmantelado, EUA projectam bases de misséis na Europa de Leste- Segundo o NY Times, o único jornal que se deve ler para saber mais,o Pentágono projecta o estudo da localizacao de bases de misseis USA na Europa de Leste, mais propriamente, ou na Polónia ou na República Checa. Esta nova diversao da tripla Bush-Cheney-Rumsfeld visa " conter " a ameaca proveniente dos estados " vadios " do Médio Oriente...Especialmente,vindas do Irao e a Síria. Por outro lado, a balística yankee instalou no Alaska e na Califórnia 11 centros de intercepcao antimissil, que aguardam protótipos para aumentar o alcance intercontinental dos seus objectivos. Poutine, segundo uma nota avancada há meses no Libération, mandou apurar a efectiva encomenda de um novo antimissil que ultrapassa a actual potência dos homólogos norte-americanos...
Nota Especial: O mundo só nao está perigoso para a classe política portuguesa: monumental estampanco de Marques Mendes, a propósito da sua " dica " para ser a UE a pagar o " desnatamento " da Funcao Pública portuguesa. Resposta lacónica de Bruxelas: a UE só dá dinheiro para criar empregos, nao para os destruir!FAR
Isto de ter aqui uma referência a jornais vem mesmo a calhar.
O que me ocorre dizer nada tem a ver com o Jornal de Notícias nem com o NYT. Mas com o Diário de Notícias (DN) de hoje.
Ponto prévio: estimo muito o DN. Foi lá que comecei a minha carreira profissional de jornalista, nos idos de 1985. Depois de todas as voltas que o mundo deu, o jornal tem hoje gente que eu prezo imenso do ponto de vista pessoal e profissional. Profissionais de mão cheia e gente muito boa.
Mas tem também uma tradição de jornal de regime. E quem ler a edição de hoje, pasma.
Se não, vejamos. A manchete é «OCDE prevê recuparação económica em 2007». Debaixo da manchete está: «Economia portuguesa crescerá 1,5% graças às exportações e ao investimento». Remissão para a suplemento de economia.
E vai-se ao «cor de rosa» e lê-se no título de abertura: «Retoma depende de moderação salarial e de redução do défice». A manchete do «cor de reosa» é complementada com os seguintes destaques: «A OCDE alerta que Portugal corre o risco de ver o seu rendimento afastar-se da média europeia até 2012 se não alterar a política económica do passado»; «AMEAÇAS À RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA [assim mesmo, em maiúsculas!] Consolidação orçamental abaixo do projectado [e] Aumentos salarias excessivos»; «O desemprego (...) vai continuar a subir este ano, iniciando a descida em 2007, quando Portugal estará a rescer 1,5%».
A primeira impressão de quem lê isto é que ali não há um jornal, mas dois, a dizerem rigorosamente o contrário. Ou que, então, se trata do mesmo jornal, mas com uma linha editorial esquizofrénica. Na primeira página suspiramos de alívio. Com o suplemento de economia atiram-nos à cara as mais dolorosas notícias.
Vira-se a primeira página do suplemento e «depre» aumenta de tom. Ao alto da página diz-se que «Restrições no OE [Orçamento de Estado] e salários cruciais para salvar a economia». Na abertura lê-se: «(...)Portugal pode piorar desempenho das exportações, crescer menos que a Zona Euro até 2012, manter o endividamento face ao exterior e acumular dívida pública». Aqui já apetece emigrar...
Por último, no final do primeiro parágrafo do texto, lê-se: «As previsões de crescimento para este ano e para o próximo representam revisões em baixa face às projecções do relatório de Inverno desta organização».
Ou seja, o DN mancheta uma revisão em baixa para 2007 e uma vasta sequência de graves alertas sobre condicionantes cruciais para a retoma como uma retoma anunciada. O DN mancheta boas novas quando as novas são tão más quanto poderíamos esperar, sabendo nós como estão as coisas, ou sendo por ele mesmo informado.
Sem desrespeito pelos excelentes profissionais que trabalham no DN, a começar, neste caso, pelo Sérgio Anibal, autor dos textos do suplemento, que eu tenho pelo melhor jornalista da área da macroeconomia que há neste país, presentemente no activo: O DN comete hoje um acto da mais grosseira manipulação de informação. Grosseira porque o próprio DN, no seu suplemento de economia, a desmente clamorosamente.
Está na ordem do dia, por virtude das carrilhices, a questão das promiscuidades entre poder político e média, entre outras promiscuidades várias. O DN de hoje é um case-study. Não há maneira de os políticos e quem os serviu ontem na reunião de primeira página do DN perceberem que a retoma não vem porque é anunciada? Que o bom jornalismo - que o DN faz, lá dentro... - ainda vale a pena?
Estou completamente de acordo com o comentário do Jó. Ontem ouviu-se que a estimativa da OCDE para o crescimento da economia portuguesa em 2006 era de 0.7%, abaixo do previsto pelo governo e pelo Sr. Constâncio-o-da-comissão-do-defice.
Talvez por isso, a manchete do DN de hoje transborde de optimismo para 2007...No entanto, quem lê a notícia apercebe-se de que “ a montanha pariu um rato”.
Sabe-se que as fontes das notícias são predominantemente as agências de informação e assessorias de imprensa, cerca de 70%. Mas este caso do DN está para além de simples manipulação e promiscuidade. É simplesmente incompetência jornalística!
Eu nao sei... mas parece-me que a " coisa " está mesmo má, porque o próprio EPC diz em crónica que vê e sente muitas pessoas em depressao. Agora, o que é que a economia portuguesa tem a ver com as manchetes do Dn, eu nao estou muito para aí virado, porque nao faco muita confianca nesse tipo de publicacoes cinzentonas e tragadas pelo " poder-do-dia", do oportunismo mais caricato e vesgo,onde nao se sabe o que se defende mais,se o empresário déspota ou o burocrata mais servil e mesquinho a fazer fretes a um poder político de anoes e mediocres. Nunca mais me esquuece das palmadinhas das costas que o ministro da Economia Pina Moura dava ao seu colega francês Laurent Fabius... Meses depois Guterres "fugia " e acabava o governo do centro-esquerda em Portugal. O que é que se pode fazer para criar um novo modelo de intervencao económico e social para Portugal? Aplicar sem demoras o modelo de " flexi-seguramca laboral escandinavo e/ou holandês... de forma a evitar o pior. FAR
Vocês tem um medo das drogas! Nem uma cobaia para dar o seu testemunho. Straights! Eu cá, pelo sim pelo não, estou à espera do relato da vossa experiência. Be brave!
9 comentários:
KGB desmantelado, EUA projectam bases de misséis na Europa de Leste- Segundo o NY Times, o único jornal que se deve ler para saber mais,o Pentágono projecta o estudo da localizacao de bases de misseis USA na Europa de Leste, mais propriamente, ou na Polónia ou na República Checa. Esta nova diversao da tripla Bush-Cheney-Rumsfeld visa " conter " a ameaca proveniente dos estados " vadios " do Médio Oriente...Especialmente,vindas do Irao e a Síria. Por outro lado, a balística yankee instalou no Alaska e na Califórnia 11 centros de intercepcao antimissil, que aguardam protótipos para aumentar o alcance intercontinental dos seus objectivos. Poutine, segundo uma nota avancada há meses no Libération, mandou apurar a efectiva encomenda de um novo antimissil que ultrapassa a actual potência dos homólogos norte-americanos...
Nota Especial: O mundo só nao está perigoso para a classe política portuguesa: monumental estampanco de Marques Mendes, a propósito da sua " dica " para ser a UE a pagar o " desnatamento " da Funcao Pública portuguesa. Resposta lacónica de Bruxelas: a UE só dá dinheiro para criar empregos, nao para os destruir!FAR
Isto de ter aqui uma referência a jornais vem mesmo a calhar.
O que me ocorre dizer nada tem a ver com o Jornal de Notícias nem com o NYT. Mas com o Diário de Notícias (DN) de hoje.
Ponto prévio: estimo muito o DN. Foi lá que comecei a minha carreira profissional de jornalista, nos idos de 1985. Depois de todas as voltas que o mundo deu, o jornal tem hoje gente que eu prezo imenso do ponto de vista pessoal e profissional. Profissionais de mão cheia e gente muito boa.
Mas tem também uma tradição de jornal de regime. E quem ler a edição de hoje, pasma.
Se não, vejamos. A manchete é «OCDE prevê recuparação económica em 2007». Debaixo da manchete está: «Economia portuguesa crescerá 1,5% graças às exportações e ao investimento». Remissão para a suplemento de economia.
E vai-se ao «cor de rosa» e lê-se no título de abertura: «Retoma depende de moderação salarial e de redução do défice». A manchete do «cor de reosa» é complementada com os seguintes destaques: «A OCDE alerta que Portugal corre o risco de ver o seu rendimento afastar-se da média europeia até 2012 se não alterar a política económica do passado»; «AMEAÇAS À RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA [assim mesmo, em maiúsculas!] Consolidação orçamental abaixo do projectado [e] Aumentos salarias excessivos»; «O desemprego (...) vai continuar a subir este ano, iniciando a descida em 2007, quando Portugal estará a rescer 1,5%».
A primeira impressão de quem lê isto é que ali não há um jornal, mas dois, a dizerem rigorosamente o contrário. Ou que, então, se trata do mesmo jornal, mas com uma linha editorial esquizofrénica. Na primeira página suspiramos de alívio. Com o suplemento de economia atiram-nos à cara as mais dolorosas notícias.
Vira-se a primeira página do suplemento e «depre» aumenta de tom. Ao alto da página diz-se que «Restrições no OE [Orçamento de Estado] e salários cruciais para salvar a economia». Na abertura lê-se: «(...)Portugal pode piorar desempenho das exportações, crescer menos que a Zona Euro até 2012, manter o endividamento face ao exterior e acumular dívida pública». Aqui já apetece emigrar...
Por último, no final do primeiro parágrafo do texto, lê-se: «As previsões de crescimento para este ano e para o próximo representam revisões em baixa face às projecções do relatório de Inverno desta organização».
Ou seja, o DN mancheta uma revisão em baixa para 2007 e uma vasta sequência de graves alertas sobre condicionantes cruciais para a retoma como uma retoma anunciada. O DN mancheta boas novas quando as novas são tão más quanto poderíamos esperar, sabendo nós como estão as coisas, ou sendo por ele mesmo informado.
Sem desrespeito pelos excelentes profissionais que trabalham no DN, a começar, neste caso, pelo Sérgio Anibal, autor dos textos do suplemento, que eu tenho pelo melhor jornalista da área da macroeconomia que há neste país, presentemente no activo: O DN comete hoje um acto da mais grosseira manipulação de informação. Grosseira porque o próprio DN, no seu suplemento de economia, a desmente clamorosamente.
Está na ordem do dia, por virtude das carrilhices, a questão das promiscuidades entre poder político e média, entre outras promiscuidades várias. O DN de hoje é um case-study. Não há maneira de os políticos e quem os serviu ontem na reunião de primeira página do DN perceberem que a retoma não vem porque é anunciada? Que o bom jornalismo - que o DN faz, lá dentro... - ainda vale a pena?
Estou completamente de acordo com o comentário do Jó.
Ontem ouviu-se que a estimativa da OCDE para o crescimento da economia portuguesa em 2006 era de 0.7%, abaixo do previsto pelo governo e pelo Sr. Constâncio-o-da-comissão-do-defice.
Talvez por isso, a manchete do DN de hoje transborde de optimismo para 2007...No entanto, quem lê a notícia apercebe-se de que “ a montanha pariu um rato”.
Sabe-se que as fontes das notícias são predominantemente as agências de informação e assessorias de imprensa, cerca de 70%. Mas este caso do DN está para além de simples manipulação e promiscuidade. É simplesmente incompetência jornalística!
O Rei vai nu!
Eu nao sei... mas parece-me que a " coisa " está mesmo má, porque o próprio EPC diz em crónica que vê e sente muitas pessoas em depressao. Agora, o que é que a economia portuguesa tem a ver com as manchetes do Dn, eu nao estou muito para aí virado, porque nao faco muita confianca nesse tipo de publicacoes cinzentonas e tragadas pelo " poder-do-dia", do oportunismo mais caricato e vesgo,onde nao se sabe o que se defende mais,se o empresário déspota ou o burocrata mais servil e mesquinho a fazer fretes a um poder político de anoes e mediocres. Nunca mais me esquuece das palmadinhas das costas que o ministro da Economia Pina Moura dava ao seu colega francês Laurent Fabius... Meses depois Guterres "fugia " e acabava o governo do centro-esquerda em Portugal. O que é que se pode fazer para criar um novo modelo de intervencao económico e social para Portugal? Aplicar sem demoras o modelo de " flexi-seguramca laboral escandinavo e/ou holandês... de forma a evitar o pior. FAR
Eu vou aderir ao KGB!
Vou comprar. Acredito no KGB. Fé cega?
Vocês tem um medo das drogas!
Nem uma cobaia para dar o seu testemunho.
Straights!
Eu cá, pelo sim pelo não, estou à espera do relato da vossa experiência.
Be brave!
Esqueci-me dum circunflexo. E vocês não relatam!
Cortões!
Very best site. Keep working. Will return in the near future.
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