Cavaco Silva disse hoje, em colóquio na Universidade Nova de Lisboa, que não se candidatava devido aos "poderes negativos" do Presidente da República. Afirmou não lhe interessar tais poderes, e enumerou-os textualmente: "dissolver o parlamento", "convocar eleições antecipadas", "vetar leis" ou "enviá-las para o Tribunal Constitucional". O espantoso destas afirmações é que os poderes constitucionais do Presidente da República são, precisamente, todos "negativos". Num regime semi-presidencialista não competem ao Presidente os poderes que podemos chamar "positivos": fazer leis, tomar opções políticas, económicas e estruturais, ou gerir a coisa pública. Ou será que Cavaco teve um lapsus linguae e deu a entender que, tal como é acusado pelos seus adversários, pretende mesmo ser eleito para "governar", ou seja, dar o tal golpe de estado constitucional de que tanto se fala?
1 comentário:
Coitado do Cavaco, só o André é que se lembra dele.
Façamos o debate da esquerda, ou melhor, de novas ideias.
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