sexta-feira, 4 de novembro de 2005

Um candidato positivista

Cavaco Silva disse hoje, em colóquio na Universidade Nova de Lisboa, que não se candidatava devido aos "poderes negativos" do Presidente da República. Afirmou não lhe interessar tais poderes, e enumerou-os textualmente: "dissolver o parlamento", "convocar eleições antecipadas", "vetar leis" ou "enviá-las para o Tribunal Constitucional". O espantoso destas afirmações é que os poderes constitucionais do Presidente da República são, precisamente, todos "negativos". Num regime semi-presidencialista não competem ao Presidente os poderes que podemos chamar "positivos": fazer leis, tomar opções políticas, económicas e estruturais, ou gerir a coisa pública. Ou será que Cavaco teve um lapsus linguae e deu a entender que, tal como é acusado pelos seus adversários, pretende mesmo ser eleito para "governar", ou seja, dar o tal golpe de estado constitucional de que tanto se fala?

1 comentário:

Anónimo disse...

Coitado do Cavaco, só o André é que se lembra dele.
Façamos o debate da esquerda, ou melhor, de novas ideias.