quarta-feira, 16 de novembro de 2005

A Justiça e os reformados milionários

Não há nada melhor do que conferir os factos para que se tirem conclusões o mais objectivas possível. Por isso veja AQUI a lista de aposentados no ano de 2005, entre o mês de Janeiro e Novembro. Pretende-se com isto perceber um pouco mais sobre toda a polémica que envolve a justiça e o governo de Sócrates. O sector considera que não é justa a abolição de algumas regalias, pois é um órgão de soberania, e o governo acha que a lei portuguesa também é aplicada aos magistrados, porque eles não são australianos nem filandeses. Têm passaporte português e por isso estão sujeitos às leis nacionais. Por isso fica aqui a pergunta, adaptada de uma frase de Vital Moreira: sabia que 9 em cada 10 pensões de reforma superiores a 5.000 euros pertencem a magistrados? Com a devida vénia à Câmara Corporativa.

7 comentários:

Anónimo disse...

quem calou o zémari?

Anónimo disse...

Quem criou os regimes especiais foram os sucessivos governos do Centrão ( PS e PSD ), na linha da política demagógica que sempre os caracterizou. Agora, que descalcem a bota! Mas que tenham o mesmo cuidado a descalçá-la, que tiveram para com a limitação dos mandatos dos políticos.

Toda a Administração Pública precisa de uma limpeza, de alto a baixo. Os tentáculos do polvo estendem-se a vários níveis. E têm-se manifestado de várias formas: tráfico de influências, corrupção, favorecimentos.

Quem “ colaborou” foi considerado excelente. Quem não o fez, foi emprateleirado.

O desafio para moralizar exige rupturas. Começar a zero. Promover a MERITOCRACIA.
Sob risco de uma imensa maioria ir parar à Sopa dos Pobres!

André Carapinha disse...

«Toda a Administração Pública precisa de uma limpeza, de alto a baixo. Os tentáculos do polvo estendem-se a vários níveis»

O problema é que os tentáculos do polvo, que são óbvios, são ao nivel das chefias: compadrio, cunhas, laxismo, gente incompetente que lá está pelo cartão do partido, etc. Mas o curioso é que nesses não se está a tocar; este discurso sempre repetido qual novilingua sobre a AP tem como objectivo atacar a base; e a base, convém lembrar, não são só os tipos das finanças (que aliás são uma minoria); são médicos (temos poucos), professores (temos poucos), enfermeiros (temos poucos), até ao cabouqueiro (estes sinceramente não sei se são muitos ou poucos). E o que eu vejo não é a redução das despesas no topo (viagens, carros, despesas de representação, almoços de "trabalho") mas na base, despedindo ou não contratando profissionais que fazem falta ao desenvolvimento deste país.

Anónimo disse...

Completamente de acordo, caro André.

Anónimo disse...

Quem estabeleceu os salários e as regalias para os magistrados foram os POLÍTICOS. Porque razão criaram essas condições excepcionais para os magistrados? Para termos a justiça que temos?

Nestes dias, também o Ministro da Saúde veio dizer que o Hospital de Santa Maria tem excedentários, entre os quais, médicos e enfermeiros. ( E noutros hospitais e noutras regiões do país, tanta falta há desses profissionais...)
Lá está a mesma conversa: a “culpa” da má gestão hospitalar está nos “malandros dos profissionais da saúde “, não está na gestão hospitalar, nem nos políticos...
A DEMAGOGIA no seu melhor.

Anónimo disse...

O último relatório da PGR pinta um cenário catastrófico da forma como o Ministéro Público e o DIAP funcionam. Surge pouco depois do ministro dizer que há processos de delitos menores que avançam, e há homicidios com investigações paradas ou com documentos perdidos nos montes de processos e papelada que se acumula nos gabinetes do DIAP. Uma guerra de surdos entre milionários públicos. E quem se lixa é a lagartixa.

Anónimo disse...

Tudo é uma enorme hipocrisia!
As elites nacionais sabem que o País não sai do atoleiro em que se atascou sem uma taxa de desemprego à volta dos 20%.
Não sei, nem isso é o fundamental, se a mais elevada será 17 ou 23% da população activa.
Uma coisa assim como o grande Porto "a olhar para ontem".
E a descida da taxa é capaz de ser mais pelos que se reformam ou morrem do que por aqueles que conseguirão rearranjar emprego.