Rostos
Ilha de Ataúro
Timor-Leste, Maio de 2001
Fotos de António Oliveira
*
A 28 de Novembro de 1975, a Fretilin declarou unilateralmente a independência de Timor-Leste. Nove dias mais tarde, foi invadida e ocupada por tropas de Jacarta. Foi incorporada na Indonésia como província, em Julho 1976. Na chamada “campanha de pacificação”, que decorreu nas décadas seguintes, morreram cerca de 250 mil pessoas. A 30 de Agosto de 1999, num referendo popular patrocinado pelas Nações Unidas ganhou, por esmagadora maioria, o voto a favor da independência. Depois da votação e até à chegada do contingente das Nações Unidas, as tropas indonésias e as milícias mataram cerca de 1.500 timorenses. Mais de 300 mil procuraram refúgio em Timor ocidental. O caos e a devastação que se seguiu ainda está presente na mente de todos nós. A maioria das infra-estruturas do país foram totalmente destruídas. Dili foi praticamente arrasada. Com a chegada das forças de paz das Nações Unidas, INTERFET, a 20 Setembro de 1999, a situação começou lentamente a entrar na normalidade. A independência de Timor-Leste, declarada a 28 de Novembro de 1975, acabou por ser reconhecida internacionalmente a 20 de Maio de 2002.
A 28 de Novembro de 1975, a Fretilin declarou unilateralmente a independência de Timor-Leste. Nove dias mais tarde, foi invadida e ocupada por tropas de Jacarta. Foi incorporada na Indonésia como província, em Julho 1976. Na chamada “campanha de pacificação”, que decorreu nas décadas seguintes, morreram cerca de 250 mil pessoas. A 30 de Agosto de 1999, num referendo popular patrocinado pelas Nações Unidas ganhou, por esmagadora maioria, o voto a favor da independência. Depois da votação e até à chegada do contingente das Nações Unidas, as tropas indonésias e as milícias mataram cerca de 1.500 timorenses. Mais de 300 mil procuraram refúgio em Timor ocidental. O caos e a devastação que se seguiu ainda está presente na mente de todos nós. A maioria das infra-estruturas do país foram totalmente destruídas. Dili foi praticamente arrasada. Com a chegada das forças de paz das Nações Unidas, INTERFET, a 20 Setembro de 1999, a situação começou lentamente a entrar na normalidade. A independência de Timor-Leste, declarada a 28 de Novembro de 1975, acabou por ser reconhecida internacionalmente a 20 de Maio de 2002.
3 comentários:
Bem lembrado... 28 de Novembro de 1975 é a data.
Um dia destes vamos ter aí uns a 'agradecer' a Jacarta o liberdade em Timor e a proclamar o 20 de Maio como a vitória da democracia sobre os bandidos da Fretilin...
Documentos secretos sobre invasão de Timor-Leste implicam Portugal
lusa, 29.novembro.2005
Em Março de 1975 Portugal já tinha informado os Estados Unidos não ser sua intenção resistir a uma possível invasão de Timor-leste pela Indonésia, revelam documentos secretos divulgados segunda-feira, 28 de Novembro, em Washington.
Isto apesar de uma análise militar norte-americana ter concluído que Portugal, com o mínimo de preparativos, tinha a capacidade de "encurralar" os indonésios em Díli, devido à falta de apoio dos timorenses a uma invasão Indonésia e às dificuldades do terreno.
Os documentos mostram a frustração indonésia para com a falta de resposta de Portugal à crescente crise em Timor durante 1975 e ainda a má informação sobre a situação política em Portugal por parte de um proeminente oficial indonésio.
Por outro lado, os memorandos revelam que em Novembro desse mesmo ano o actual ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-leste, José Ramos Horta, contactou desesperadamente a embaixada norte-americana na Austrália para apelar à " ajuda politica e económica à Fretilin" e avisar que a invasão indonésia a Timor-leste estava "iminente".
Os documentos foram dados a conhecer pelo Arquivo de Segurança Nacional (National Security Archive), um centro de estudos que se especializa em tentar angariar e publicar documentos governamentais, muitas vezes secretos.
A organização deu segunda-feira a conhecer 39 documentos até agora secretos sobre os contactos diplomáticos em redor de Timor-leste após a queda da ditadura em Portugal que levou à descolonização.
Poucos meses após o golpe de estado em Portugal em 25 de Abril de 1974, o governo indonésio começou de imediato a sondar os Estados Unidos sobre a posição de Washington quanto a Timor-leste e a sua possível anexação por parte de Jacarta.
Em Dezembro de 1974 um funcionário do Conselho de Segurança Nacional enviou um memorando ao então conselheiro de Segurança Nacional Henry Kissinger informando-o que num contacto com o adido de defesa da Indonésia ficou a saber que " o governo indonésio estaria interessado em saber a atitude norte-americana par a com Timor Leste (e, por implicação a nossa reacção à possível tomada de controlo pela Indonésia) ".
O funcionário sugere a Kissinger que convide entidades indonésias para conversações sobre essa e outras questões ao que Kissinger dá sua aprovação com uma assinatura no final do documento por baixo da palavra "aprovado".
Poucos meses depois, em Março de 1975, um memorando "ultra secreto" de três páginas endereçado a Henry Kissinger pelo mesmo funcionário do Conselho de Segurança Nacional avisa que a Indonésia receia que "uma retirada apressada dos portugueses deixará Timor enfraquecida sujeita aos instintos esquerdistas de uns poucos líderes do movimento independentista, líderes que os indonésios receiam serem influenciados por Pequim".
O documento informa estarem a crescer as pressões dentro da Indonésia para "acção militar directa".
"Temos alguma informação indicando que estão a avançar preparativos par a essa acção e uma informação que Suharto deu ordens para incorporação de Timor português não mais tarde do que Agosto de 1975, pela força se necessário", lê-se no documento.
"Entidades oficiais portuguesas informaram-nos que não resistirão a qualquer uso da força por parte da Indonésia," acrescenta o documento, sem dar contudo outros pormenores.
O relatório "ultra secreto" descreve a posição da Austrália sobre a possível invasão Indonésia de "ambivalente".
Saravá, Sérgio Vieira de Melo. Saravá!
Enviar um comentário