Onde está o poema que me perdeu?
Deveria viver no desleixo das coisas dos dias comigo...
Estará debaixo da mesa sob a janela encostada a tudo?
Terá sido deglutido pela sagrada vaca que pastará no próximo século?
Telefonar-me a abençoar a distância será seu fado?
Encontrá-lo-ei decerto na incertidumbre do agasalho
quando o outono estiver pela casa a trincha ou pincel...
Dantes eram mais elefantes que cabras do monte e covis sem lobos
mais savanas que estradas para ir ao lado já ali onde todos parecem
poentes em fogo em vez de escurecidos cafés de tarde às riscas
brancos dentes de leite na orla do mundo sem dedos a ansiarem tempo
no outro dia era tudo no mesmo dia e nada ficava fora disso
e o céu era do estampado dos teus olhos
perto da impossibilidade de assim não mais ser
Será que agora só se passeiam as girafas no fundo do nosso cérebro...?
Que há, que não tenhas adivinhado?
O universo deu assim tantas voltas que já só quase haja azul em ti?
(para a minha Mãe)
Sem comentários:
Enviar um comentário